Rotas domésticas e de proximidade, viagens mais pequenas e sem ser em grupo, assim perspetiva a TAP
Paula Canada, diretora de vendas e marketing da companhia aérea, prevê que a estratégia da TAP sofra alterações apenas ao nível da quantidade de voos.

Raquel Relvas Neto
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As rotas de proximidade e as domésticas são as que a TAP perspetiva que vão atrair mais passageiros, depois de passar este período de pandemia. Paula Canada, diretora de marketing e vendas da TAP, que falava num webinar promovido pela Travelstore para os seus clientes, explicava que, numa fase inicial “as pessoas vão ter receio de ir para sítios longínquos, porque ainda não têm confiança, têm receio de ficar presos no destino”. As rotas para as ilhas portuguesas, por exemplo, ou para Londres ou Paris-Orly podem ser as que vão ganhar mais adeptos depois deste período de confinamento.
Para a responsável, os passageiros vão evitar viajar em grupo e “vão optar por fazer viagens mais pequenas, mesmo em férias”. A mesma considera ainda que o primeiro segmento a aparecer será o mercado étnico (‘visit friends & relatives’): “Julgo que vai ser importante e talvez vá ser o primeiro a aparecer”. Esta afirmação tem também como base um inquérito realizado nos EUA pela companhia aérea, que concluiu que “os portugueses que lá estão querem vir a Portugal no verão”
A grande incógnita para a diretora de marketing e vendas da TAP prende-se com o corporate, admitindo que só deverá dar sinais pós-verão e que as reuniões de empresas devem, numa fase inicial, serem realizadas com apoio nas novas tecnologias. “Outro tipo de corporate, como reuniões, incentivos ou grandes congressos acho que não vai acontecer já, eventualmente para o final do ano”.
Estratégia
Evolução do mercado aéreo
Paula Canada admite que esta atual crise foi “um rombo muito grande nas companhias aéreas”, que trouxe sérias dificuldades às mesas e que algumas podem não sobreviver a esta crise. Como caminho a seguir, a responsável defende que “as companhias aéreas para serem fortes vão ter de arranjar parcerias, não digo fusões, mas mais alianças. As companhias vão ter de se apoiar muito nas alianças, nas parcerias, para juntas serem mais fortes. Quem quiser ficar sozinho, dificilmente sobreviverá”.
Medidas
Questionada também relativamente ao distanciamento entre passageiros a bordo, a diretora de vendas e marketing da TAP considera que “se houver alguma directiva nesse sentido, vamos ter de acautelar, como vai haver para os cinemas”, mas alerta: “Se isso for uma regra, as companhias vão ter uma dificuldade imensa de sobreviver ou os preços vão ter de subir muito”.
Não sendo obrigatório, aTAP já tomou algumas regras nos poucos voos que ainda está a realizar. E explica: “Fazemos um sitting deixando sempre um espaço livre entre cadeiras. No início, não estou a imaginar que a procura seja muito grande. Temos essa preocupação, os sistemas estão a ser configurados de modo a que as pessoas fiquem com espaço entre elas para não sentarem juntas”.
A responsável perspetiva que, à semelhança do que acontece na China, os passageiros passem a viajar de máscara e,numa fase inicial, a companhia aérea está a ponderar dar máscaras à entrada dos voos a quem não tenha. Quanto ao exemplo dado pelo que a companhia aérea Emirates está a realizar nos seus voos, onde faz o teste a todos os passageiros, a responsável congratulou a iniciativa mas refere “não sei se alguma vez vamos ter capacidade para fazer isso também”.
A TAP prevê retomar mais alguns dos seus voos a partir de 18 de maio para destinos como Luanda, Boston ou Newark, entre outros que vão ser carregados no sistema. No entanto, a responsável alerta que estes podem sempre sofrer alterações mediante as regras dos respectivos países.