Destinos

Recuperação? A “million dollar question” do Turismo

A crise provocada pela pandemia da COVID-19 está a ter um profundo impacto no turismo e ninguém sabe quando será a recuperação. É a “million dollar question” do momento, dizem os especialistas.

Inês de Matos
Destinos

Recuperação? A “million dollar question” do Turismo

A crise provocada pela pandemia da COVID-19 está a ter um profundo impacto no turismo e ninguém sabe quando será a recuperação. É a “million dollar question” do momento, dizem os especialistas.

Inês de Matos
Sobre o autor
Inês de Matos
Artigos relacionados
Fiordes do Norte da Europa são o itinerário “mais querido” da Costa Cruzeiros no mercado português
Transportes
Picos de Aventura reorganiza estrutura interna
Figuras
Disney anuncia sétimo parque temático em Abu Dhabi
Destinos
2025 promete trazer novos e cada vez melhores navios de cruzeiro
Transportes
Cruzeiros esperam verão positivo e já navegam rumo ao inverno e a 2026
Transportes
Marina de Vilamoura volta a ser palco do International Boat Show
Destinos
ÉvoraWine celebra 10ª edição com 300 vinhos em prova
Enoturismo
Estratégia do turismo de VRSA mantém foco na sustentabilidade, inovação e valorização do território
Destinos
Movimentação de passageiros na Europa impulsionada por voos internacionais com tráfego doméstico estagnado
Aviação
V Convenção do Grupo DIT marcada para 30 de outubro a 2 de novembro em Huelva
Distribuição

Pela primeira vez nos tempos modernos, o mundo parou por causa de uma pandemia. Os efeitos económicos da pandemia da COVID-19, a doença provocada pelo novo coronavírus que surgiu na China no final de 2019, são ainda difíceis de estimar, mas restam poucas dúvidas de que vão ser profundos e que a recuperação pode ser mais lenta que o desejado.

“O cenário de recessão global para 2020 será difícil de evitar, algo que será quase inédito na história económica moderna”, diz ao Publituris Pedro Brinca, professor de Macroeconomia da Nova SBE, explicando que “neste momento as economias sofrem pela falta de procura”, devido à contração originada pelas restrições que os países têm vindo a decretar como forma de controlar o vírus, que também têm um efeito na oferta. “As pessoas estando condicionadas pelas medidas de contenção não consomem, afetando em particular setores de consumo social, como restauração e espetáculos, e de compras de bens duradouros, pelo aumento da incerteza. Por outro lado, com a paragem da produção motivada pelas disrupções nas cadeias de abastecimento e medidas de contenção, temos uma queda significativa da oferta”, refere.

PUB

Para prever o impacto desta pandemia na economia mundial, o professor de Macroeconomia da Nova SBE diz que é preciso olhar para as crises provocadas por outras doenças, como a SARS, que também surgiu na China, em 2002/2003, ainda que não se tenha tornado global. “A pandemia do SARS também originou na mesma região do globo e custou entre 0.5% e 1% de crescimento no PIB da China”, refere o especialista, destacando, no entanto, que “o impacto em termos dos mercados internacionais foi relativamente negligenciável”.

PUB

A diferença, acrescenta Pedro Brinca, é que “nem a China é, hoje, o que era em 2003, nem a COVID-19 tem as mesmas características que o SARS, apesar de ser da mesma família”, alerta, explicando que, desde 2003, a China “quadruplicou o seu PIB” e é, atualmente, “o maior exportador mundial e o segundo maior importador”. “Para se ter ideia do peso que tem na atividade económica a nível mundial, em 2019, foi responsável por 39% do crescimento económico global. Isto mostra que o grau de exposição da comunidade internacional é hoje muitíssimo superior e o mesmo choque que aconteceu em 2003 se fosse hoje, teria repercussões muito mais profundas”, defende.

Impacto no Turismo

É, por isso, de esperar que a pandemia de COVID-19 tenha um impacto mais profundo do que a SARS, até porque está a afetar especialmente o setor do turismo, já que, como refere Pedro Brinca, “a adoção de restrições nas deslocações e o medo de contágio levou a uma queda massiva das taxas de ocupação”, o que é visível em alguns dos principais destinos da Europa, que apresentam já “quedas massivas relativamente a idêntico período do ano passado”.
Cláudia Monteiro de Aguiar, eurodeputada portuguesa eleita pelo PSD e membro efetivo da Task Force do Turismo, concorda e diz que esta crise “está já a impactar severamente o setor de Viagens e Turismo, ao ponto de falarmos numa ‘luta pela sobrevivência’”. A eurodeputada portuguesa considera que “o colapso das empresas do turismo terá um efeito dominó em muitos outros setores, em muitas empresas que fornecem o setor das Viagens e Turismo”, sendo por isso “urgente travar este contágio que pode tomar dimensões alarmantes, em especial em Portugal, tratando-se de uma economia muito dependente desta indústria”, lembra a eurodeputada, que defende uma ação europeia concertada para apoiar o setor.

A nível nacional, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), não nega que “os efeitos já se fazem sentir com grande intensidade na economia nacional, que tem vários setores produtivos em estagnação e muitas empresas com graves problemas de tesouraria”, a exemplo do turismo, que é, na opinião do responsável, “a atividade económica mais exposta a uma crise sanitária, porque as pessoas simplesmente deixam de viajar, de se instalar em hotéis, de frequentar restaurantes, de alugar uma viatura, de ir a eventos, participar em congressos e de visitar atrações turísticas. Praticamente, tudo o que envolve a atividade turística está interdito”, explica o responsável, considerando que “o momento é obviamente muito difícil para toda a cadeia de valor”.
Apesar de reconhecer que o momento é difícil, Francisco Calheiros prefere não se antecipar “à evolução dos acontecimentos e falar já de recessão”, até porque, lembra, “o Governo está a tentar minimizar os danos com medidas com impacto financeiro, as empresas estão a fazer a melhor gestão dos seus recursos e os cidadãos estão mobilizados para evitar a propagação deste vírus. Vamos manter a frieza e olhar para o futuro com o otimismo possível”, apela.

Medidas

Francisco Calheiros lembra que a CTP tem vindo a trabalhar com o Governo português no sentido de encontrar medidas que permitam minimizar o impacto desta crise nas empresas de turismo nacionais, como “medidas extraordinárias de apoio à tesouraria, linhas de crédito e algum alívio fiscal que permita manter empresas e postos de trabalho”.

Para o responsável, todas as medidas já lançadas são “importantes” para as empresas, mas destaca “a criação das linhas de crédito às empresas no valor total de 3.000 milhões de euros, dos quais 600 milhões se destinam à restauração, 200 milhões para agências de viagens e empresas de organização de eventos e 900 milhões para outras empresas de turismo, como o alojamento, bem como o apoio de 6.200 milhões em medidas fiscais e contributivas, que contemplam adiamentos e diferimentos de obrigações fiscais”.

Francisco Calheiros defende, no entanto, que estas medidas devem ser operacionalizadas “com a maior brevidade” e pede que se proceda de imediato aos “ajustes requeridos pelos agentes económicos do turismo à anterior linha de crédito de 200 milhões de euros, para que estes apoios possam chegar rapidamente às empresas e permitam preservar o emprego e a economia nacional”. O presidente da CTP quer também “uma maior simplificação e adequação à atual realidade económica das empresas” do regime do lay-off, “de forma a permitir a manutenção dos postos de trabalho” e garante que a CTP vai “continuar a trabalhar com o Governo no sentido de flexibilizar este instrumento”.

Brevidade na aplicação das medidas é também o que recomenda Pedro Brinca, que lembra que a indústria hoteleira, por exemplo, tem “tipicamente estruturas de capital bastante apoiadas em dívida, devido aos elevados investimentos em infraestruturas tipicamente associados às unidades que operam no setor. Isto faz com que muitas empresas tenham fragilidades de tesouraria que dificilmente aguentam quebras de receita de forma acentuada mais do que três ou quatro semanas. Quanto mais os meses que se prevê que possam estar sem operar”, explica, antevendo “consequências dramáticas para a indústria” nos próximos dois meses, até porque “as próprias entidades públicas se encontram debilitadas em termos de processos”, o que deverá atrasar a aplicação das medidas já definidas.

Europa

Às medidas portuguesas juntam-se várias iniciativas europeias. Cláudia Monteiro de Aguiar defende que, na Europa, deve existir uma “ação concertada de medidas concretas que apoiem o setor”, como a flexibilização imediata e a desburocratização de procedimentos de acesso aos apoios comunitários, bem como um ‘rescue plan’ com “caráter de urgência” para o setor. “A Europa precisa de uma liderança forte que permita a importante ajuda financeira, mas também a partilha de boas práticas, de linhas orientadoras para que efetivamente seja dada uma resposta a um todo Europeu. Ainda que se respeite, e bem, a soberania de cada Estado Membro, a Europa não pode deixar de fazer sentir o pulso da liderança”, considera a eurodeputada portuguesa, defendendo que, quer as medidas tomadas a nível europeu, quer as lançadas pelo Governo português, “devem ir sobretudo ao encontro de garantir uma resposta que ajude as empresas no plano da liquidez”.

Neste sentido, Cláudia Monteiro de Aguiar diz que “Portugal e os restantes Estados Membros estão a ser incentivados a utilizar plenamente os instrumentos financeiros existentes assim como os Fundos Estruturais e de Investimento”, estando ainda previsto que sejam disponibilizados mil milhões de euros para apoiar as PMEs, através da Iniciativa de Investimento em resposta ao Coronavírus, apresentada pela Comissão Europeia, tendo a Europa já promovido a “simplificação na reprogramação dos programas existentes e a derrogação dos reembolsos do pré-financiamento”. “Por exemplo, sabemos que haverá um reforço de 750 milhões de euros através do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) ao COSME, InnovFin, SME Garantees no H2020”, acrescenta a eurodeputada do PSD.

Cláudia Monteiro de Aguiar destaca ainda “as boas práticas de outros Estados-Membros”, como os “credit holidays loans”, que permitem que “as agências de viagens em vez de reembolsarem possam criar um crédito para utilização futura”, numa medida que está também “a ser aplicada em muitas companhias aéreas, permitindo garantir reservas”.
Paralelamente, os Estados-Membro poderão ainda “ajudar diretamente as empresas em dificuldade e permitir a alavancagem de empréstimos bancários através de Garantias do Estado”, esperando-se que, desta forma, “as empresas possam ter acesso a liquidez para honrar compromissos de curto prazo”, enquanto o diferimento do pagamento de impostos é “importante para aliviar a tesouraria das empresas, em especial as empresas do setor do turismo, com forte componente sazonal e intensivas em mão de obra”.

Recuperação

Mais difícil é saber quando virá a recuperação. Francisco Calheiros lembra que “as empresas de turismo estão habituadas a lidar com a adversidade” e “são, inclusive, as primeiras a recuperar das crises económicas e financeiras”. “Mesmo antes desta pandemia, as empresas já lidavam com outros problemas, como as dificuldades de acesso ao financiamento e uma carga fiscal excessiva. O nosso esforço vai no sentido de mitigar os efeitos desta crise, trabalhando com o Governo para criar medidas extraordinárias de apoio à tesouraria, linhas de crédito e algum alívio fiscal”, acrescenta, considerando que “o impacto da pandemia será sempre proporcional à sua duração”.
Já Pedro Brinca defende que “existe a expetativa geral de que a pandemia estará controlada durante o mês de abril e que durante maio acabaram as medidas de contenção, mas a incerteza é grande. E isso será, sem dúvida, um obstáculo grande a que as pessoas possam nos tempos mais próximos planear as férias”.

Apesar de, após a SARS, o turismo ter recuperado rapidamente, o especialista defende que, desta vez, isso pode não acontecer, pois esta epidemia “atingiu um impacto não só a nível global, como um nível sem precedentes. Por outro lado, está a atingir países e zonas do planeta a ritmos diferentes, o que manterá sempre um nível de disrupção das ligações aéreas mais acentuado; o grau de impacto económico irá levar a uma quebra acentuada do poder de compra; e por fim, a escala global que atingiu levará a que o receio de viajar se poderá até constituir como o principal obstáculo à retoma”, aponta, considerando que, em Portugal, “é provável que parte da quebra” seja compensada “por uma quebra menos acentuada por parte dos residentes. Isto poderá fazer com que as perdas no sector sejam menores que em destinos mais dependentes da procura externa”, nota.

Já Cláudia Monteiro de Aguiar considera que “a questão de quando pode o setor recuperar é, ao dia de hoje, a “million dollar question”, até porque “estamos perante uma emergência de saúde sem precedentes”, que “representa uma séria ameaça global, mas com um impacto fortíssimo na Europa”.

A eurodeputada do PSD sublinha, no entanto, que “esta pandemia terá um efeito a longo prazo pois a indústria de Viagens e Turismo tem inerente à sua existência um fator de extrema importância: a segurança” e, neste momento, diz, “esse capital encontra-se perdido. Só quando se restabelecer a segurança é que o setor sentirá paulatinamente a retoma”, conclui.

Artigo publicado na edição 1414 do Publituris de 27 de março de 2020

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
Artigos relacionados
Fiordes do Norte da Europa são o itinerário “mais querido” da Costa Cruzeiros no mercado português
Transportes
Picos de Aventura reorganiza estrutura interna
Figuras
Disney anuncia sétimo parque temático em Abu Dhabi
Destinos
2025 promete trazer novos e cada vez melhores navios de cruzeiro
Transportes
Cruzeiros esperam verão positivo e já navegam rumo ao inverno e a 2026
Transportes
Marina de Vilamoura volta a ser palco do International Boat Show
Destinos
ÉvoraWine celebra 10ª edição com 300 vinhos em prova
Enoturismo
Estratégia do turismo de VRSA mantém foco na sustentabilidade, inovação e valorização do território
Destinos
Movimentação de passageiros na Europa impulsionada por voos internacionais com tráfego doméstico estagnado
Aviação
V Convenção do Grupo DIT marcada para 30 de outubro a 2 de novembro em Huelva
Distribuição
Transportes

Cruzeiros esperam verão positivo e já navegam rumo ao inverno e a 2026

Com as vendas para o verão de 2025 ainda a decorreram a bom ritmo, muitas companhias de cruzeiros estão já a vender o inverno e o verão do próximo ano, para os quais as expectativas são igualmente positivas. Entre os destaques, estão as partidas de portos nacionais, assim como os destinos que os portugueses procuram habitualmente, apesar de também estarem a surgir novas tendências de destinos.

O facto de a Páscoa, este ano, se assinalar apenas em abril atrasou ligeiramente as vendas para o verão de 2025 no sector dos cruzeiros, no entanto, a temporada promete correr de forma positiva, com crescimentos face ao mesmo período de 2024, segundo as companhias de cruzeiros e operadores que representam várias destas companhias em Portugal que o Publituris foi ouvir. De uma forma geral, todos se mostram agradados com este verão e entusiasmados em relação às próximas temporadas. “As vendas para navegar em 2025 estão cerca de 10% acima do ano passado”, diz ao Publituris Ana Bento, Operations Manager do Um Mundo de Cruzeiros, operador especialista na indústria e que trabalha com várias companhias de cruzeiros de luxo. Segundo a responsável, “o maior crescimento regista-se nos cruzeiros para destinos mais distantes, especialmente no Alasca, na Ásia e na Austrália e Nova Zelândia”, sendo que “também os cruzeiros de expedição na Antártida e no Ártico” registam uma procura positiva.

Ana Bento assinala, contudo, que o facto das férias de Páscoa se assinalarem apenas em abril “abrandou as vendas do verão 2025” face ao mesmo período do ano passado. “Apesar disso, estamos à frente nas vendas. Por conseguinte, continuamos otimistas quanto às vendas para o verão de 2025 a partir do final de abril para navegar na Europa”, explica a responsável.

Tal como o Um Mundo de Cruzeiros, também a Mundomar Cruzeiros e a Melair Cruzeiros se mostram satisfeitas com as vendas, com António Pinto da Silva, diretor Comercial do operador que representa em Portugal a Princess Cruises e a Virgin Voyages, mas que vende também o produto de várias outras companhias, a explicar que “as vendas para 2025 ainda estão a decorrer com alguma expetativa”, uma vez que “há sempre clientes ‘last minute’”, o que deverá levar a um aumento das vendas nas próximas semanas.

No caso da Mundomar Cruzeiros, a maior procura centra-se no “Mediterrâneo (pela proximidade), seguindo-se as Ilhas Gregas, as Ilhas Britânicas, os Fiordes, o Alasca (onde a Princess Cruises tem metade da sua frota no verão), para além da América do Sul e a Ásia”. Já Francisco Teixeira, CEO da Melair Cruzeiros, que representa em Portugal as companhias do grupo Royal Caribbean, explica que “as vendas para o verão de 2025 estão a correr muito bem, registando-se um volume de passageiros superior ao mesmo período de 2024, tanto na Royal Caribbean como na Celebrity Cruises”.

De acordo com o responsável, “o Mediterrâneo e as ilhas Gregas continuam a ser os destinos mais procurados pelos portugueses, logo seguido das Caraíbas e Bahamas”, onde existe também um “grande interesse pelos itinerários que visitam a ilha privada “Perfect Day at Cococay””, que o grupo Royal Caribbean detém na região. No entanto, acrescenta Francisco Teixeira, “o destino de destaque foi o Japão com a Celebrity Cruises”.

Satisfeitas com a forma como tem decorrido a procura para o verão de 2025 estão ainda a MSC Cruzeiros e a Costa Cruzeiros, que também relatam ao Publituris uma tendência de aumento.

“As vendas para o verão 2025 tiveram um aumento de ritmo nas últimas três semanas aproximando-se da tendência do ano anterior”, revela Eduardo Cabrita, diretor-geral da MSC Cruzeiros, que aponta “uma procura mais acentuada por destinos como as Caraíbas, devido ao lançamento do MSC World America”, navio que a companhia inaugurou no passado dia 9 de abril, assim como “pelo Norte da Europa, uma vez que o MSC Poesia tem mais cruzeiros de sete noites a partir de Copenhaga do que no ano anterior”.

Apesar disso, o responsável diz que também “os cruzeiros no Mediterrâneo, seja Ocidental e Oriental, assim como os cruzeiros com saída e chegada a Lisboa no MSC Musica, estão sempre na crista das reservas”. Na Costa Cruzeiros, Luigi Stefanelli, Vice President Worldwide Sales, também confessa que a companhia de cruzeiros italiana está a viver uma temporada positiva, com o verão de 2025 a prometer mesmo “ser um dos mais movimentados para o setor de cruzeiros”. Para a Costa Cruzeiros, são os “itinerários pelo Mediterrâneo e Norte da Europa a liderar as escolhas dos portugueses”.

Inverno 2025/2026 igualmente em alta
A decorrer estão já também as vendas para o inverno 2025/2026, que também têm trazido boas indicações para a generalidade dos intervenientes consultados pelo Publituris.

“O Inverno 2025-2026 está com uma tendência muito boa, quase o dobro dos números em comparação com o ano anterior pela mesma altura”, indica Eduardo Cabrita, atribuindo o sucesso das vendas ao “facto de o MSC Musica com partida do Funchal estar disponível há mais tempo do que no ano anterior”, ainda que, também em determinadas áreas como as Caraíbas, Emirados Árabes Unidos e Mediterrâneo, a MSC Cruzeiros tenha já “mais do dobro de vendas do que no ano anterior”.

O responsável diz ter ainda “grandes expectativas” para os cruzeiros com embarque e desembarque no Funchal, uma vez que a MSC Cruzeiros vai oferecer “maioritariamente cruzeiros regulares de sete noites, o que constitui uma grande diferença em relação ao Inverno 2024/2025 em que havia uma mistura de itinerários com várias noites diferentes”.

Igualmente satisfeito e otimista mostra-se Luigi Stefanelli, que lembra que “as projeções para o inverno de 2025/2026 indicam um desempenho sólido para o setor de cruzeiros, impulsionado pelo desejo dos viajantes de fugir do frio e explorar destinos como as Caraíbas, América do Sul, Emirados e Ásia”. “Essas regiões destacam-se como favoritas, oferecendo clima quente e paisagens deslumbrantes”, acrescenta, destacando, contudo, “as saídas do Funchal a bordo do Costa Fortuna, com cruzeiros de sete noites entre dezembro de 2025 e abril de 2026”, como “a grande novidade” da Costa Cruzeiros para o próximo inverno.

Já Francisco Teixeira refere que, na Melair Cruzeiros, são os “destinos longínquos” que são mais comercializados “na temporada de inverno”, cuja duração varia entre as sete e as 14 noites. “A Ásia é o destino mais procurado, seguido pela América do Sul e Austrália e Nova Zelândia, mas verificamos já uma forte procura pelos cruzeiros pelas Bahamas”, explica o CEO da empresa.

E também António Pinto da Silva diz ter “expectativas muito boas” para o próximo inverno, lembrando que tanto a Princess Cruises como a Virgin Voyages vão inaugurar novos navios, que começam a operar no terceiro trimestre e que oferecem uma perspetiva positiva para as vendas também do inverno 2025/2026. “Com estes dois navios, a nossa oferta de itinerários aumenta consideravelmente, sendo que a grande novidade é que ambos vão fazer itinerários no Alasca em 2026. Assim, crescemos ainda mais a grande oferta que já temos para este destino”, acrescenta o responsável.

Verão 2026 também já está à venda
Já à venda está também grande parte da programação para o verão de 2026 e com boa 46 procura. “2026 está muito à frente do que estávamos em 2024 ou 2025, nesta altura”, adianta Ana Bento, que defende que “os clientes estão cada vez mais conscientes de que a reserva antecipada os ajuda a obter espaço a melhores preços, especialmente nos destinos de longo curso, que se esgotam muito mais cedo”. A responsável lembra, contudo, que, “para os cruzeiristas de luxo, o verão não é a principal data de navegação. Este tipo de cliente também navega durante o resto do ano noutros destinos quentes como a Ásia, Austrália e Nova Zelândia, América do Sul e Caraíbas, para além da Europa no verão”.

Já António Pinto da Silva afirma que, “desde que o produto é carregado no sistema, as vendas começam a acontecer”. “Para se ter uma ideia, já estamos a vender para 2027, principalmente para aqueles itinerários mais concorridos como as Voltas ao Mundo”, exemplifica.

As vendas para a temporada de verão 2026 estão, segundo o responsável, “em velocidade de cruzeiro”, apesar do diretor comercial da Mundomar Cruzeiros considerar que “o mercado português não responde com tanta antecedência, a não ser nos muitos pedidos de grupos” que o operador também costuma receber.

O verão de 2026, na Mundomar Cruzeiros, vai ficar marcado pela aposta nos programas Tudo Incluído, com avião, transfers, hotel, cruzeiro e guia acompanhante, além dos “programas com guia permanente a bordo e dos Cruzeiros MOVE-TE!”, onde a Mundomar Cruzeiros tem “uma grande equipa a bordo em datas pré-estabelecidas para animar” os seus passageiros.

Realidade idêntica vive a Melair Cruzeiros, com Francisco Teixeira a revelar que “as vendas para o verão de 2026 começaram em novembro de 2024 e seguem a bom ritmo”. “Verificamos que o mercado está a reservar as suas férias com maior antecedência e já percebeu que poderá encontrar mais e melhores opções dentro do seu budget”, refere o responsável, que aconselha uma antecipação de 12 a 15 meses na compra de um cruzeiro.

Para a Melair Cruzeiros, o verão do próximo ano vai trazer “diversos destaques”, a começar logo pelo “lançamento do novo conceito Royal Beach Club nos destinos de Nassau, na praia de Paradise Island e Cozumel”. “Será um clube exclusivo, e comercializado apenas para os passageiros do Grupo Royal Caribbean, com praia, piscina, restaurante e cabanas”, explica, indicando ainda que, a nível de destinos, os destaques vão ser “o Japão, o Alasca e as Caraíbas/ Bahamas, mantendo-se o Mediterrâneo as ilhas Gregas como o principal destino”.

Na Costa Cruzeiros, as vendas para a temporada de verão de 2026 tiveram início “em outubro de 2024”, sendo que também Luigi Stefanelli considera que “os clientes portugueses demonstram uma tendência de reserva antecipada, aproveitando as diferentes campanhas disponíveis”.

Quanto a destinos, os destaques vão para os itinerários que o Costa Fortuna vai continuar a oferecer na Grécia e Turquia, com partida de Atenas, com o responsável a explicar que a manutenção da aposta neste itinerário que visita Istambul, Mykonos, Rodes, Heraklion e Santorini, entre maio e outubro, se deve “à alta procura” que ele tem registado. Já os navios Costa Smeralda e Costa Toscana vão operar cruzeiros semanais pelo Mediterrâneo Ocidental, explorando destinos em Itália, França e Espanha, ainda que a grande novidade seja o novo itinerário de uma semana do Costa Fascinosa, desde Atenas, que visita “quatro ilhas em Itália, Grécia e Malta, como Argostoli (Kefalonia), Mykonos, Sicília (Catânia), Taranto e Valletta”.

E também na MSC Cruzeiros as vendas para o verão de 2026 já começaram, com Eduardo Cabrita a indicar que a companhia de cruzeiros já tem “algumas vendas para o verão 2026”, apesar de considerar que “ainda é cedo para tirar conclusões, uma vez que o foco da companhia neste momento é o verão 2025”. Ainda assim, o responsável revela que, para o verão 2026, a MSC Cruzeiros vai “apresentar muitas novidades”, que vão ser conhecidas à medida que essa temporada se for aproximando. “Por agora, podemos mencionar dois grandes destaques: em primeiro lugar, a inauguração do MSC World Asia que navegará no Mediterrâneo Ocidental a partir de dezembro de 2026, com itinerários de inverno e verão já disponíveis para reserva, e ainda os nossos itinerários para o Alasca. Será a primeira vez que a MSC Cruzeiros oferecerá cruzeiros para o Alasca, com itinerários de sete noites de maio a setembro de 2026, a partir de Seattle, para destinos como Ketchikan, Icy Strait Hoonah, Tracy Arm, Juneau (Alasca, EUA) e Victoria (Colúmbia Britânica, Canadá)”, congratula-se o responsável da MSC Cruzeiros.

Fotos: Depositphotos.com
Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
Distribuição

DS Travel quer chegar às 100 unidades em 3 anos

A DS Travel, do grupo DS (Decisões e Soluções), acredita que, com o crescimento da procura por experiências de viagens personalizadas e com o “nosso modelo inovador de expansão, estamos bem posicionados para atingir” a meta das 100 unidades nos próximos três anos, “sempre com foco na qualidade do serviço, no apoio à rede e na proximidade ao cliente”, revelou ao Publituris a coordenadora nacional, Marta Almeida, que acrescenta que “o nosso verdadeiro diferencial está na capacidade de desenhar itinerários à medida, em função do perfil, preferências e expectativas de cada cliente”.

 

 

 

Atualmente, a DS Travel conta com 20 lojas físicas espalhadas por todo o território nacional, incluindo ilhas, uma rede de agências de viagens que já integra 100 profissionais especializados, “comprometidos com a excelência no serviço ao cliente”, conforme explicou ao Publituris, a sua coordenadora nacional, Marta Almeida. No entanto, disse que, apesar da importância da presença física, “acreditamos que o futuro do setor passa também por modelos mais flexíveis e digitais. Por isso, lançámos, em setembro do ano passado, um novo conceito de negócio: o Consultor Associado de Viagens DS Travel”.

O que é este projeto no concreto? Como funciona?
A DS Travel é a marca do Grupo DS especializada em viagens e turismo que se posiciona como uma nova referência no setor pela sua proposta de valor diferenciadora: criar experiências de viagem personalizadas, com itinerários únicos e um forte compromisso com a valorização do património local e das comunidades que recebem os nossos clientes.

Trabalhamos com uma vasta rede de parceiros – operadores turísticos, companhias aéreas, empresas de rent-a-car e outros fornecedores –, garantindo sempre as melhores condições para quem nos procura, seja numa viagem de lazer, lua-de-mel, ‘escapadinha’, viagem de grupo ou até numa experiência temática.

Qual o número de agências de viagens atualmente? Onde se localizam? Apenas lojas físicas ou também online? Que investimento é necessário e que apoios dá o grupo?
Atualmente, a DS Travel conta com 20 lojas físicas espalhadas por todo o território nacional, incluindo ilhas. A nossa rede já integra 100 profissionais especializados, comprometidos com a excelência no serviço ao cliente.

Apesar da importância da presença física, acreditamos que o futuro do setor passa também por modelos mais flexíveis e digitais. Por isso, lançámos, em setembro do ano passado, um novo conceito de negócio: o Consultor Associado de Viagens DS Travel. Este formato permite que profissionais com experiência no setor operem sob a nossa marca, mas sem a necessidade de abrir uma loja física. Trata-se de um modelo mais ágil, Marta Almeida, coordenadora nacional da DS Travel com menor investimento inicial – 1.000 euros –, que oferece total autonomia na gestão da carteira de clientes, criação de itinerários e acompanhamento personalizado, com o apoio de toda a infraestrutura da marca: coordenação nacional e regional, loja DS Travel, departamentos de marketing, comunicação, informática, jurídico, administrativo e formação contínua.

Acreditamos que este modelo híbrido – físico e digital – é essencial para crescer de forma sustentável, acompanhando a evolução do consumidor e o perfil dos novos empreendedores.

Marca jovem, mas com ambições bem definidas
Quantas lojas pretendem abrir e em quanto tempo?
Apesar de sermos uma marca jovem no mercado, temos ambições muito bem definidas. Continuamos a reforçar a nossa presença física em novas regiões estratégicas.

O nosso objetivo é chegar às 100 unidades DS Travel nos próximos três anos. Acreditamos que, com o crescimento da procura por experiências de viagem personalizadas e com o nosso modelo inovador de expansão, estamos bem posicionados para atingir essa meta, sempre com foco na qualidade do serviço, no apoio à rede e na proximidade ao cliente.

Qual é a estratégia da DS Travel?
A nossa estratégia passa por continuar a crescer com diferenciação, qualidade e proximidade. Sabemos que hoje as pessoas não compram apenas destinos — procuram experiências que as transformem. Por isso, a nossa aposta é clara: oferecer viagens que contem histórias, que tenham alma e que criem memórias.

Começámos com foco nas lojas físicas, onde o atendimento personalizado é uma prioridade. Mas estamos a evoluir para um modelo mais completo, que integra acompanhamento total: desde o planeamento, ao apoio na viagem (com o acompanhamento de team leaders), até ao pós-venda. Esse contacto próximo garante tranquilidade, confiança e fidelização.

Procuramos, ainda, que cada proposta seja personalizada, com inclusão de experiências locais e itinerários feitos à medida, porque acreditamos que a diferenciação está no detalhe.

Vasta gama de soluções de viagem
O que vendem? Pacotes de operadores ou programas à medida?
A DS Travel oferece uma vasta gama de soluções de viagem, desde pacotes de operadores turísticos até programas totalmente personalizados. Trabalhamos com os principais players do setor, o que nos permite oferecer condições muito competitivas, mas o nosso verdadeiro diferencial está na capacidade de desenhar itinerários à medida, em função do perfil, preferências e expectativas de cada cliente. Seja uma viagem de lua-de-mel, uma ‘escapadinha’ cultural, um cruzeiro ou uma experiência em família, o objetivo é proporcionar algo único.

Além disso, temos vindo a reforçar o portefólio de viagens em grupo com acompanhamento DS Travel, o que nos permite garantir um serviço premium e diferenciado em todas as fases da experiência.

Qual foi o volume de negócios de 2024 e perspetivas para 2025?
2024 foi um ano de consolidação para a DS Travel, em que conseguimos crescer sustentadamente e reforçar a presença da marca no mercado. Alcançámos um crescimento superior a 100% na faturação face ao ano anterior e um aumento acima de 125% nas vendas, o que reflete não só o dinamismo do setor, mas também a confiança que os clientes têm vindo a depositar em nós.

Para 2025, o nosso foco está em acelerar a expansão da rede, alargar a oferta de experiências personalizadas e investir em tecnologia, sempre com o objetivo de proporcionar um serviço mais próximo, eficiente e memorável. Estamos confiantes de que será mais um ano de crescimento sólido e com novas oportunidades de afirmação da marca no mercado nacional.

Complemento com consultoria imobiliária
Todas as agências de viagens têm de ter os outros negócios do grupo?
Não. As agências DS Travel podem funcionar exclusivamente na área das viagens e turismo, mas muitas das nossas unidades optam por integrar outros serviços.

Lançámos as lojas mistas, em que a área das viagens e do turismo, se complementa com a consultoria imobiliária. Essa sinergia entre áreas de negócio – turismo e imobiliária – traz uma vantagem competitiva clara, tanto para os nossos empreendedores como para os consumidores, que encontram na mesma loja um acompanhamento personalizado e multidisciplinar. No entanto, a decisão de integrar outras áreas do grupo é sempre estratégica e ajustada ao perfil do empresário e ao mercado local.

E a formação?
A formação é uma das grandes prioridades da DS Travel. Acreditamos que um serviço de excelência só é possível com profissionais bem preparados, motivados e alinhados com as melhores práticas do setor.

Garantimos formação contínua e especializada desde o primeiro dia, com conteúdos adaptados à realidade do terreno, abordando desde técnicas de vendas, atendimento personalizado, sistemas de reservas, até ao uso de ferramentas digitais e gestão de negócio. Além disso, promovemos momentos regulares de partilha entre a rede, como reuniões, academias, workshops e sessões de capacitação.

A nossa formação é também um fator de diferenciação — exclusiva, inspirada nas melhores referências do setor e constantemente atualizada para garantir o sucesso das equipas e o crescimento sustentável da marca.

Desafio da digitalização
Que desafios se vos deparam?
O setor das viagens e turismo é extremamente dinâmico e competitivo, o que exige uma capacidade constante de adaptação. Entre os principais desafios que enfrentamos estão a digitalização do setor, a crescente exigência dos consumidores, a fidelização num mercado tão vasto e a atração de talento qualificado.

Além disso, vivemos tempos em que fatores externos, como alterações climáticas, instabilidade geopolítica ou oscilações económicas, têm impacto direto na atividade turística. Por isso, é essencial termos uma estratégia sólida, mas flexível, com foco no cliente, na inovação e na criação de experiências únicas. Estamos preparados para esses desafios — e é isso que nos move todos os dias.

Qual a parceria com o grupo de gestão DIT Portugal?
A associação à DIT Portugal é uma decisão estratégica para a DS Travel. Ao sermos uma marca ainda em fase de crescimento e expansão, é fundamental termos ao nosso lado um parceiro que nos permita ganhar escala, acesso a melhores condições comerciais e soluções tecnológicas avançadas.

Em 2025, estamos particularmente focados no desenvolvimento de uma nova plataforma de CRM, que vai transformar a forma como acompanhamos o cliente — desde a prospeção até ao pós-venda — e potenciar a personalização da oferta. Esta ferramenta será um ponto de viragem na forma como os nossos colaboradores gerem a sua carteira e otimizam a relação com os viajantes.

A DIT tem sido um parceiro importante neste processo de estruturação tecnológica e acreditamos que, juntos, vamos continuar a impulsionar a inovação e a competitividade da rede DS Travel.

Viagens em grupo acompanhadas por consultores DS Travel
E novidades?
Estamos a apostar fortemente no digital — não só como canal de comunicação, mas como meio de transformar a experiência de quem nos procura. Estamos a desenvolver novas plataformas de contacto, otimizar os processos internos e a implementar ferramentas que tornem a interação mais rápida, simples e eficaz, tanto para o cliente final como para os nossos operadores.

Queremos chegar mais longe, a mais pessoas, mas sem perder o toque humano que caracteriza a DS Travel. Por isso, o nosso foco está em encontrar o equilíbrio entre tecnologia e personalização: ser digitais, sim, mas sempre com alma.

Em paralelo, estamos também a reforçar o nosso portefólio de experiências únicas, com destaque para viagens em grupo acompanhadas por consultores DS Travel, roteiros temáticos e programas customizados. Acreditamos que o futuro das viagens passa pela autenticidade, e é isso que procuramos oferecer.

O que é a DS Travel?
A marca foi lançada em 2022 e conta atualmente com 20 agências de viagens de viagens e 100 colaboradores, proporcionando aos seus clientes um serviço personalizado e inovador, com programas de viagens adaptados aos objetivos, possibilidades e sonhos de cada um, não esquecendo a inclusão de itinerários únicos e experiências inesquecíveis.
Esta rede de franchising disponibiliza, a todos que desejam realizar sonhos e abrir uma agência de viagens, uma sólida estrutura de apoio, bem como todas as ferramentas necessárias para que a sua afiliação possa ser bem-sucedido no seu negócio, nomeadamente: formação, tecnologia, protocolos e parcerias.


Na sua estratégia de expansão tem um novo conceito de negócio para profissionais independentes, que procuram empreender no setor das viagens e turismo, podendo operar sob a marca sem ter de abrir uma loja física, fazendo uma gestão autónoma do seu negócio.
A nova função, segundo a empresa, oferece a flexibilidade de gerir a sua própria carteira de clientes, criar itinerários personalizados e proporcionar experiências de viagem, enquanto beneficia do apoio de toda a infraestrutura da marca. Os novos consultores têm acesso ao software e ao programa de gestão desenvolvidos pela DS Travel, e ainda às parcerias estabelecidas com operadores turísticos, companhias aéreas e com as principais instituições bancárias e financeiras que operam em Portugal. Isto porque, as agências DS Travel podem funcionar exclusivamente na área das viagens e turismo, mas também optar por integrar outros serviços do grupo como DS Seguros, DS Intermediários de Crédito, DS Private, DS Imobiliária, DS Auto, DS Investismento, DS Rent-a-Car, ou ainda DS Merchandising.

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

Mais artigos
Distribuição

“Mais houvesse lugares nas companhias aéreas, mais venderíamos o Japão”, diz Francisca Ferreira da Icarión

Francisca Ferreira, Product Manager da Icárion, operador turístico da W2M, disse ao Publituris que quanto mais lugares nas companhias aéreas houvesse, mais venderiam o Japão. “Continua a ser um dos nossos tops de vendas, é uma loucura, não só por causa da Expo Osaka, que vai até outubro. Tem havido muitas solicitações, muitos pedidos não só de individuais como de grupos”.

O Japão está no top de vendas da Icárion, “um destino que está muito solicitado, que está muito na moda, já começou o ano passado, este ano está no rubro, e para o ano vai continuar pela tendência que vejo, pelos pedidos que já temos para 2026”, revelou ao Publituris, Francisca Ferreira, Product Manager do operador turístico especialista em grandes viagens.

Além do Japão, a responsável destacou igualmente outros destinos na Ásia, como sejam a Tailândia, o Vietname, ou o Camboja, “que continuam a funcionar muito bem”, acrescentando que, no que toca às praias, as Maldivas é número um, seguido das Maurícias, bem como Zanzibar, que passou a despertar bastante atenção, depois da operação charter, de Lisboa, realizada o ano passado e que veio colocar o destino na boca do mundo. “Vendemos Zanzibar como destino apenas de praia, mas também com safaris”, referiu Francisca Ferreira, mas reforçar que “a procura tem sido bastante diversificada, mas de facto, o Japão e as Maldivas continuam a ser os destinos preferenciais em termos do top de vendas”.

Para colocar os passageiros no Japão, a Icárion, de acordo com a sua Product Manager, tem várias hipóteses e possibilidades, não havendo ligações diretas de Portugal. “Há muitas companhias a voar para o Japão e, neste caso utilizamos muito a Emirates e a Qatar Airways, e também as europeias como a Air France KLM, de preferência as que voam tanto para Tóquio como para Osaka porque, a maior parte dos nossos circuitos entram por uma destas cidades e saem pela outra”, explicou, para indicar que, por exemplo, “raramente usamos a Iberia porque tem ligações apenas a Tóquio o que não nos dá muito jeito”.

No entanto, ressalvou que para o Japão, “este ano as tarifas estão absurdamente caras, a contar que o destino também não é barato. Por outro lado, as companhias aéreas perceberam que há uma grande procura o que fez que aumentassem os preços”.

Para o Japão, a Icárion oferece dois tipos dois tipos de programas, esclareceu Francisca Ferreira. “Há os circuitos tradicionais, em que a pessoa vai com um guia e tem toda a programação organizada e neste caso, temos mais de 10 versões possíveis com número de noites variáveis conforme preferência do cliente, depois temos outra proposta um pouco diferente para aqueles clientes que gostam de estar mais livres e não querem andar em circuitos, ao que chamamos rotas com o Japan Rail Pass”.

Neste caso, sublinhou: “Criámos cerca de 20 rotas com itinerários diferentes, com número de noites variáveis, seis, sete e até 20, dependendo do que o cliente pretende, já que o Japão é um destino bastante completo. Para estas rotas, o cliente vai com os voos, o Rail Pass e com os hotéis reservados, e depois, tudo o resto no destino é livre e fazem as visitas que bem entenderem. Mas é super fácil utilizar esse passe, funciona bem e os comboios saem sempre a horas, pois o país é muito rigoroso e nunca falha nada”.

Por isso, para a responsável, “esta pode ser uma hipótese mais económica e que dá mais liberdade aos clientes, principalmente os mais jovens que não querem andar em circuitos. Há muita gente que nos pede esse tipo de produto e nós temos isso também no sistema, com confirmação imediata”, mas e a concluir, Francisca Ferreira realçou que “temos tido, de facto, bastantes pedidos para as duas versões de programas e, oxalá houvesse mais lugares de avião para que pudéssemos vender mais Japão”.

 

 

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

Mais artigos
Destinos

Viagem aos “sentidos” da Madeira (c/ vídeo)

Durante três dias, o jornal Publituris visitou a Madeira. O objetivo passou por conhecer uma Madeira com foco na gastronomia e na natureza, além de todo o leque de experiências que é possível descobrir num destino que se reposicionou e tem na qualidade da sua oferta a grande mais-valia.

Victor Jorge

A convite da Associação de Promoção da Madeira (APM), o jornal Publituris visitou, durante três dias, a ilha da Madeira. Claro que não foi possível em 72 horas “conhecer” a Madeira e daí a decisão de focar-nos nalguns produtos turísticos que o destino oferece.

A opção recaiu em dois produtos distintos: o primeiro, a gastronomia, produto que tem vindo a ganhar novos e jovens protagonistas, e mais do que melhorar a oferta, sofisticou o produto, também ele à base de produtos locais.

O segundo, a Natureza, há muito que faz parte da oferta turística da Madeira, mas também aqui, a melhoria e aposta no serviço e diversidade é visível, sempre a pensar em quem visita a chamada “Pérola do Atlântico”.

ADN madeirense na gastronomia
Na gastronomia, destaque para os três restaurantes visitados. No primeiro, o Audax, localizado numa das zonas de lazer mais dinâmicas do Funchal, onde não falta concorrência e muitos espaços gastronómicos alternativos, este restaurante destaca-se por uma proposta a que o próprio chef apelida de “progressiva”.

Os produtos da Madeira, naturalmente, não faltam, desde os líquidos (vinhos) à cozinha e na carta do Audax é possível lermos que “a cada estação, a Madeira transforma-se, e como ela, os sabores que definem a sua essência”. Por isso, é na “escuta profunda da ilha que nasce a “audácia” do Audax, com o objetivo de revelar o que a tradição madeirense ainda tem por dizer, quando se ousa escutá-la de outra forma. Daí, os menus apresentados por César Vieira constituírem uma viagem sensorial, guiada pela sazonalidade da ilha, onde o mar, a terra e o tempo definem o ritmo de cada degustação.

Uma visita ao Audax não é uma visita a um restaurante, é um fine dining apresentado, com os produtos locais e isso foi possível perceber desde o primeiro prato que nos foi servido.

Próximo da majestosa Sé Catedral, num espaço que surge em 1933, como um tributo às ancestrais tertúlias da cidade, onde a burguesia madeirense, escritores e empresários se reuniam para dar voz às suas inspirações nos áureos tempos do passado, o Theo’s junta-se ao Kampo, Akua e Yuki, todos em solo funchalense e todos, segundo o chef Júlio Pereira, “com um ADN muito madeirense, seja pelo produto, oferta, história ou cultura”.

E é esse ADN que Júlio Pereira destaca, salientando “a importância que damos ao produto local”. E é neste ponto que o chef faz a ligação direta entre a gastronomia e o turismo: “há uma coisa extremamente importante em tudo o que fazemos. É que isto faz-se com clientes, faz-se com turismo”. E nas mais de 500 refeições que os restaurantes do chef Júlio Pereira servem diariamente, “90% são para estrangeiros. Por isso, temos de ser sinceros e verdadeiros e perceber que o turismo é o motor de tudo isto”.

E neste aspeto, Júlio Pereira destaca a “valorização daquilo que é o agricultor, do que faz o pescador, do homem do talho, ou seja, é uma economia circular, uma economia sustentável”, sendo este o ponto que o chef destaca no sucesso: “todas estas peças estão encaixadas umas nas outras e podemo-nos servir delas de uma forma eficiente, rápida, confortável”.

Por fim, o Horta, um conceito de comida saudável e de conforto, mais uma vez, numa experiência gastronómica resultante de uma grande aposta em ingredientes locais e de proximidade, grande parte deles provenientes da horta pertencente ao grupo hoteleiro PortoBay.

Numa cozinha onde o chef Santiago Anolles trabalha os legumes de forma distinta, colocando-os no centro das criações, a horta PortoBay, localizada num terreno na zona alta do Funchal, tem neste projeto um papel de extrema importância no que concerne ao abastecimento diário de legumes, frutas, ervas aromáticas, entre outros produtos.

A carta do Horta, é uma montra dos produtos madeirenses com alguns dos melhores legumes do exterior que tão bem se adaptam ao clima da ilha, onde sobressaem os legumes e frutas de estação, como cenouras, beterraba, espargos, alcachofras, milho, tomates, couve, pitanga, banana, castanha, etc..

Esta sofisticação da gastronomia madeirense é possível ser visitada e degustada noutros locais da Madeira, esperando ter despertado o interesse e, principalmente, a vontade de conhecer e provar as iguarias saídas destas cozinhas.

Tanta, tanta natureza
Algo ao que é praticamente impossível escapar na Madeira é ligação com a natureza.  Antes mesmo de mergulharmos na paisagem verdejante da Madeira, embarcámos num dos veleiros da Happy Hour, empresa que oferece passeios de veleiro privados perfeitos para quem procura experiências autênticas e exclusivas, longe dos roteiros turísticos tradicionais. Entre os tours oferecidos pela Happy Hour estão os “Sunrise & Sunset”, tal como o nome indica, passeios onde é possível disfrutar do nascer ou pôr do sol, no primeiro caso, com direito a um pequeno-almoço preparado pela tripulação geralmente servido na baía do hotel Belmond Reid’s.

Os passeios de meio-dia ou de dia inteiro dão a oportunidade de explorar a costa sul da ilha da Madeira, tanto para o lado Este como para o lado Oeste, além de ser possível visitar praias privadas com acesso apenas pelo mar.

Frequente é a observação de golfinhos e baleias durante todo o ano, comprovada pela equipa do Publituris recebida pelo skipper Luís Fraga que nos possibilitou ver famílias de golfinhos que aproveitaram a oportunidade para brincar um pouco junto do veleiro.

De resto, segundo indicou Luís Fraga, os passeios a bordo dos barcos da Happy Hour são, na sua maioria, realizados por estrangeiros que procuram conhecer a Madeira não só por terra, mas também por mar. Luís Fraga indicou ainda que são muitos os turistas estrangeiros que aproveitam as águas calmas e temperadas da Madeira para fazer mergulho numa reserva natural, surfar nas ondas da costa norte da ilha ou praticar coasteering, uma atividade ao ar livre recente na ilha da Madeira.

Mas são os passeios de barco que possibilitam a observação de perto de algumas das 28 espécies de cetáceos que habitam ou visitam as águas do arquipélago da Madeira entre eles o golfinho comum, o golfinho pintado, o golfinho roaz, o cachalote, a baleia Piloto ou, se pretender, ir até às ilhas Desertas para encontrar um dos últimos refúgios atlânticos da foca Monge, uma das focas mais raras do mundo, assim como a ameaçada ave Freira-do-Bugio.

Da terra para o mar, descobrir a ilha da Madeira em veículos 4×4 é saber desfrutar de um dia diferente, numa aventura entre falésias e montanhas, no meio de floresta densa e rica. A AdventureLand é uma dessas empresas, dedicada a passeios de jipe, com incursões fora de estrada, e vocacionada para trabalhar em duas grandes áreas turísticas: Atividades Diárias e organização de grupos e incentivos. Entre os programas oferecidos estão os passeios partilhados e privados que dão a possibilidade de ter diversas experiências, desde uma ida à Costa Norte com direito a prova de vinho ou tours com itinerários 100% personalizáveis.

Também aqui, são, de acordo com Filipe, guia que nos acompanhou durante meio-dia, “os estrangeiros que mais recorrem a este tipo de serviço”, levando-os a locais como a Boca dos Namorados, Boca da Corrida, Cabo Girão, Curral das Freiras ou Pico do Areeiro, e a experienciar sensações para ultrapassar obstáculos naturais para atingir lugares pouco frequentados e de difícil acesso que ficarão para sempre na memória.

Naturalmente que entre o passeio de jeep não podia faltar habitual paragem para provar a Poncha. Neste caso, a escolha recaiu no bar Mário Corrida onde, além da Poncha Regional, é possível provar a Poncha Pescador, de Limão, Tangerina, Laranja ou Maracujá, avisando-nos o Filipe que era melhor não entrarmos pela experimentação de todo o portfólio, de modo a manter-nos lúcidos para o resto do dia.

A conquista das montanhas, passeando a pé pelas levadas e veredas constitui uma das mais fantásticas experiências na natureza exuberante da Madeira. Miguel Ornelas, guia da Explore Nature, empresa fundada pelo atleta de Trail Running Luís Fernandes que conta entre o currículo com várias participações em Campeonatos do Mundo e da Europa de Trail Running e Skyrunning, proporcionou isso mesmo.

Profundo conhecedor do meio que nos rodeou durante parte de uma manhã, Miguel Ornelas explicou a diferença entre os vários percursos possíveis de serem realizados na Madeira e das diferentes distâncias e graus de dificuldades que as Levadas proporcionam. Indicando-nos que, “estes tipos de percursos devem ser sempre feitos acompanhados de guias profissionais”, Miguel Ornelas avisou que “há já muitos turistas que pretendem fazer estes trilhos sozinhos e depois arrependem-se, já que perdem-se ou optam por trilhos e caminhos que não são recomendados para não profissionais ou conhecedores”.

E se as Caminhadas são uma das opções disponibilizadas pela Explore Nature, a empresa oferece ainda Trail Runnings, Tours Privados que poderão ter a duração de um dia inteiro (8 horas) como de meio-dia (4 horas), ou programas de uma semana para grupos que poderão incluir programas de caminhadas, Trail Camps, excursões pela ilha e/ou passeios de jipe/barco.

Certo é que, no que diz respeito às Levadas, a maioria dos percursos é acessível a qualquer pessoa, existindo, contudo, vários graus de dificuldade. Os percursos pedonais recomendados na Madeira são classificados como Pequenas Rotas (inferiores a 30 km de comprimento), existindo, segundo as entidades oficiais 28 destas PR distribuídas por toda a ilha, sendo mais predominante na costa norte e sudoeste, contabilizando a rede de Levadas cerca de 3.000 km no total, com a maior de todas a possuir 106km: Levada dos Tornos.

*O jornal Publituris viajou até à Madeira a convite da Associação de Promoção da Madeira (APM)
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
Destinos

Turismo de Portugal aponta para 500 mil hóspedes e 1 milhão de dormidas de turistas chineses em três anos

Tiago Brito, diretor da delegação do Turismo de Portugal na China, admitiu ao Publituris, durante o decorrer da 13.ª edição da MITE, em Macau, que o objetivo, para os próximos três anos, é atingir os 500 mil hospedes e 1 milhão de dormidas de turistas chineses em Portugal.

Victor Jorge

Depois de em 2024, o mercado chinês ter atingido os 286.676 hóspedes e 511.680 dormidas, correspondendo a receitas de 154,5 milhões de euros, em Portugal, Tiago Brito, diretor da delegação do Turismo de Portugal na China, esteve à conversa com o jornal Publituris, à margem da 13.ª edição da MITE, que se realizou de 25 a 27 de abril, em Macau, revelando que o objetivo para o mercado chinês “é atingir, nos próximos três anos, 500 mil hóspedes e 1 milhão de dormidas em Portugal”.

Os números avançados durante a feira, referentes a 2024, colocam a China como maior mercado emissor para Portugal na Ásia, à frente da Coreia (que contabilizou 223.803 hóspedes e 352.391 dormidas, correspondendo a uma receita de 97 milhões de euros), Índia (com 99.279 hóspedes e 223.436 dormidas, correspondendo a receitas de 57,3 milhões de euros), e Japão (com 77.146 hóspedes e 157.824 dormidas, correspondendo a 43,3 milhões de euros).

Tiago Brito reconhece que “Portugal tem mantido a curva de crescimento no que se refere ao mercado chinês, embora ainda estejamos longe dos 385 mil hóspedes de 2019. Todos sabemos que o mercado asiático tem sido o mais lento na recuperação nas viagens, mas nota-se uma clara recuperação do setor”, indicando que, em 2025, as estimativas apontam para que se possa chegar aos 200 milhões de euros de receitas.

O diretor da delegação do Turismo de Portugal na China lembrou os mais de 153 mil habitantes com nacionalidade portuguesa que moram em Macau e Hong Kong, confirmando que “Portugal tem estado à frente de outros mercados europeus na recuperação na Ásia”, indicando um crescimento de 27% no primeiro bimestre de 2025, face a período homólogo de 2024.

De resto, Tiago Brito salientou a “necessidade de conseguirmos aumentar a estadia média do turista chinês que se mantém baixa [média de 1,8 noites]”, constituindo a terceira mais baixa dos países analisados, com a liderança a pertencer à Índia (com uma média de 2,3 noites), Japão (com uma média de 2 noites), mas à frente da Coreia (com uma média de 1,6 noites).

No que diz respeito à receita média por hóspede, o turista chinês regista 538,94 euros com a receita média por dormida a ascender a 301,95 euros. Comparando com os outros três mercados asiáticos analisados, verifica-se que a Índia regista uma receita média por hóspede mais alta (576,76 euros), mas uma receita média por dormida mais baixa (256,27 euros). Situação igual é verificável no Japão, com receita média por hóspede de 561,27 euros, mas uma receita média por dormida de 274,36 euros. Por fim, a Coreia, regista uma receita média por hóspede de 433,37 euros e uma receita média por dormida de 275,23 euros.

Tiago Brito fez uma comparação com os mercados norte-americanos (EUA e Canadá), onde, no primeiro caso, o número de hóspedes atingiu, em 2024, os 2,3 milhões e 5,2 milhões de dormidas, enquanto o Canadá atingiu 695 mil hóspedes e 1,7 milhões de dormidas. Em ambos os casos, as receitas deixadas em Portugal superaram, em muito, a dos chineses, com os EUA a atingirem os 2,9 mil milhões de euros e os canadianos 1,1 mil milhões de euros.

Daí Tiago Brito ter destacado a “importância de uma ligação direta ao maior mercado emissor turístico mundial” e que “sem ela, será difícil atingir números como aqueles que são atingidos na América”.

Relativamente à promoção do trade chinês do destino Portugal, Tiago Brito salientou que os itinerários são, muitas vezes, elaborados em conjunto com Espanha e mesmo Marrocos e que têm, habitualmente, uma duração de 10 noites ou mais.

Contudo, “grande parte da oferta inclui apenas uma ou duas noites em Portugal, geralmente em Lisboa e outra cidade que seja conveniente do ponto de vista operacional no trajeto”, referiu o diretor da delegação do Turismo de Portugal na China.

Com o perfil do turista chinês a incidir em proveniências de cidades Tier 1 e novas Tier 1, o mercado emissor é maioritariamente composto pela Geração Z e Millennials, com um nível de escolaridade elevado, sendo que a procura é quase idêntica por género, embora as mulheres apareçam como decisoras. Com um elevado nível de poupança para viagens à Europa, Tiago Brito destacou “as compras, lifestyle, cultura e novas experiências” como principais interesses dos chineses viajantes.

“Viajar para a Europa é sinónimo de sofisticação, irreverência, luxo, prestígio, estatuto, experiências exóticas e exclusividade”, explicou Tiago Brito, adiantando que as principais preocupações incidem na “segurança no destino, dificuldades de comunicação, capacitação no acolhimento de chineses, com destaque para a língua, bem como facilidades de pagamentos e a mobilidade”.

Por isso, o diretor da delegação do Turismo de Portugal na China aconselha os agentes portugueses do turismo a apostar no “canal digital, sobretudo mobile”, além das “lojas físicas/canal offline tradicional, recorrendo, igualmente, a líderes de opinião chave (Key Opinion Leader, KOL sigla em inglês) e influencers.

Como reparo, Tiago Brito referiu “o grande controlo exercido por DMCs espanhóis, com itinerários massificados” que “competem pelo preço com itinerários ‘abertos’ e com ‘baits’”.

“Porquê Madrid e não Lisboa?”, pergunta cônsul português em Macau
Na conferência que se realizou no stand de Portugal na MITE Macau também foi possível ouvir o cônsul de Portugal em Macau, Alexandre Leitão, a questionar a razão que leva à realização do primeiro voo triangular de carga da Ethiopian Airlines entre Macau e Madrid, por Adis Abeba (capital da Etiópia) e este “não ser feito por Lisboa”, referindo-se ainda a uma carta que escreveu para Lisboa onde “irritado” dava conta desta situação.

Explicando que os voos da Etiópia Airlines irão transportar 20.000 toneladas por ano de carga utilizando um voo “puramente comercial”, entre Adis Abeba e Macau, por Madrid, Alexandre Leitão deixou as contas: “dois destes voos por semana, representam 400 toneladas de carga”.

“O próprio chef José Avillez já referiu a diferença que faz ter produtos frescos o mais rapidamente possível nos restaurantes [recorde-se que o chef tem o MESA no The Karl Lagerfeld Macau, no Resort ‘Grand Lisboa Palace’]. Ora a Ethiopian Airlines vai transportar esses mesmos produtos frescos e mais uma vez Portugal perde uma oportunidade”, frisando esperar que “este voo consciencialize as entidades de Portugal”.

“Macau e Hong Kong são duas cidades com poder de compra elevado, com mais de oito milhões de habitantes. Se fossem países, era dos mais ricos do mundo”. Por isso, conclui: “não me convencem que um voo entre Portugal e Macau não é viável”, questionando a razão porque “Lisboa não é essa placa entre Portugal, Brasil, EUA e o Oriente”.

*O jornal Publituris viajou até Macau a convite da APAVT. Pode ler a entrevista ao diretor da delegação do Turismo de Portugal na China, Tiago Brito, na próxima edição do jornal Publituris
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
Distribuição

APAVT espera mais de 1.000 participantes no 50.º Congresso em Macau

O jornal Publituris acompanhou a delegação da APAVT à 13.ª edição da MITE, em Macau. E se Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau, espera que a feira cresça a nível internacional e capte cada vez mais turistas estrangeiros, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, espera um congresso “ímpar”, apontando para mais de 1.000 participantes.

Victor Jorge

No arranque da 13.ª edição da MITE, realizada de 25 a 27 de abril, em Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau, agradeceu o apoio que a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) deu nos últimos anos ao posicionar a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) no panorama internacional.

Falando à delegação da APAVT e à imprensa portuguesa convidada, Maria Helena de Senna Fernandes salientou que “depois do debate das linhas de ação cooperativa do Ministério das Finanças ficou estabelecida uma metodologia entre as finanças e a economia para a área do turismo, tendo por base atrair mais turistas internacionais”, destacando, neste ponto, a “ajuda que a APAVT e a ECTAA [Associação Europeia das Agências de Viagens e Operadores Turísticos] nos tem dado”.

Admitindo que “não vamos apresentar, de repente, grandes números”, a diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau, focou, contudo, a importância da “quantidade de turistas” que hoje em dia já podem beneficiar da visita à China sem visto ou obter o visto à entrada. “Da parte de Macau, isso é um grande contributo não só para os mercados asiáticos, mas também para atrair outro tipo de mercados, nomeadamente, o europeu que, como todos sabemos é um mercado muito grande e muito importante”.

“Quem vem de tão longe, não quererá ficar somente por Macau e com as políticas que temos estados a implementar é muito fácil aos turistas visitarem, por exemplo, Hong Kong ou o interior das China”, explicou Maria Helena de Senna Fernandes. “Para além de desenvolver o nosso papel como centro mundial de turismo e lazer, também queremos afirmar-nos como uma plataforma de ligação entre Portugal, os países europeus e a China”.

Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau, com Eric Drésin, secretário-geral da ECTAA, e Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT

A diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau afirmou, igualmente, que o “Chefe Executivo”, nas linhas de ação governativa, destacou o objetivo de “atingir também os mercados espanhóis”.

Quanto à 13.ª edição da MITE, Maria Helena de Senna Fernandes destacou os mais de 500 suppliers presentes, “o que é bom para a dinâmica da feira, mas também poderá despertar o interesse do turismo internacional em Macau e na China”.

Como ponto alto de 2025, a diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau destacou, igualmente, o 50.º Congresso da APAVT, que se realizará de 2 a 4 de dezembro, e que, segundo a mesma, “trará muitas pessoas que poderão conhecer um Macau novo, diferente, com diversas ofertas turísticas e com uma vida vibrante em todos os aspetos”.

Já Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, destacou o papel que o turismo pode ter “na aproximação de povos e culturas, já que vive de proximidade, de tolerância”.

Daí o presidente da APAVT ter salientado a importância da colaboração entre a associação e Macau, referindo que, da parte da APAVT, “e bom estimular o negócio dos seus associados”, e que do lado de Macau “é importante mostrar o destino turístico”. “Tudo isto consegue com as nossas empresas, empresários, trabalho, colaboração, sendo que estamos aqui pela modernidade de um mundo cada vez mais antigo o que certamente nos continuará a manter juntos”.

A cerca de oito meses da realização do 50.º Congresso da APAVT que marca, igualmente, os 75 anos da associação, Pedro Costa Ferreira disse ao Publituris que “vamos ter mais de 800 pessoas vindas de Portugal no nosso congresso, o que faz com que tenhamos um encontro de mais de mil pessoas”.

“Temos muito boas condições técnicas, diria as melhores de sempre”, adiantou Pedro Costa Ferreira, frisando que, “quem frequenta os nossos congressos, sabe que do ponto de vista das capacidades técnicas que nos esforçamos. Vamos apresentar soluções ‘state of the art’”.

Quanto aos temas do evento, o presidente da APAVT não adiantou muito, uma vez que estão a ser ainda finalizados. Contudo, concluiu que “fomos os primeiros, em Portugal, a abordar a sustentabilidade, fomos os primeiros a abordar a Inteligência Artificial. Para 2025, encontrando-nos ainda a fechar painéis e oradores, o que posso garantir é que quando saírem do nosso congresso saem com a perceção de que passaram por um momento importante da APAVT e das reuniões do turismo em Portugal”.

*O jornal Publituris viajou até Macau a convite da APAVT. Pode ler a entrevista ao presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, na próxima edição do Publituris
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
Destinos

Viagens dos residentes ao estrangeiro atingiram novo máximo histórico em 2024

Apesar de terem viajados menos em 2024, os residentes em Portugal realizaram mais viagens ao estrangeiro ao longo do ano passado, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE), que diz que este indicador aumentou 6,2%, alcançando um novo “máximo histórico”.

Inês de Matos

Apesar de terem viajados menos em 2024, os residentes em Portugal realizaram mais viagens ao estrangeiro ao longo do ano passado, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE), que diz que este indicador aumentou 6,2%, alcançando um novo “máximo histórico”.

De acordo com os dados divulgado esta segunda-feira, 28 de abril, no ano passado “realizaram-se 22,9 milhões de viagens, -3,2% face ao ano anterior”, tendo as viagens a nível nacional diminuído 4,7%, principalmente nos dois primeiros trimestres do ano, enquanto “as viagens ao estrangeiro cresceram 6,2%, atingindo um máximo histórico”.

Na globalidade do ano 2024, 48,7% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística, número que recuou 3,0 p.p. face a 2023 (menos 138,6 mil turistas).

O “lazer, recreio ou férias” foi, segundo o INE, o principal motivo de viagem, correspondendo 50,9% do total ou a 11,7 milhões de viagens, o que traduz uma descida de 1,7% face a 2023, seguindo-se a “visita a familiares ou amigos”, que foi o segundo principal motivo para viajar, originando 37,7% ou 8,6 milhões de viagens, o que também traduz uma descida mas de 4,5% face a 2023.

Já os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 6,5% das viagens realizadas pelos residentes em território nacional no ano passado, num total de 1,5 milhões de deslocações, tendo sido este o tipo de viagem que registou o maior decréscimo face a 2023, numa quebra de 12,9%.

O INE diz que, no total do ano de 2024, “as viagens nacionais decresceram 4,7%, representando 85,0% do total (-1,3 p.p.), tendo a maioria sido realizadas por motivos de “lazer, recreio ou férias” (peso de 47,5%, +0,3 p.p.), enquanto as viagens ao estrangeiro aumentaram 6,2%, predominando também o motivo “lazer, recreio ou férias” (peso de 70,3%; +2,1 p.p.).

Os dados mostram também que a região Centro se manteve como o principal destino das viagens realizadas em território nacional, concentrando 29,9% do total de deslocações (+0,1 p.p. face a 2023), seguindo-se a região Norte (25,0% do total), com maior ganho de representatividade face ao ano anterior (+1,3 p.p.), enquanto, em sentido inverso, destacou-se a AM Lisboa, que recuou para 14,9% face aos 17,3% de 2023.

Já nas viagens ao estrangeiro, o destaque foi para Espanha, França e Itália, que ocuparam novamente as três primeiras posições do ranking de destinos nas deslocações internacionais, com quotas de, respetivamente, 40,6% (-1,0 p.p.), 9,5% (-0,6 p.p.) e 6,2% (-0,7 p.p.).

“Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, as que tiveram como destino o conjunto dos países da União Europeia aumentaram 1,8%, representando 71,5% do total (-3,1 p.p.)”, indica o INE.

Os dados mostram ainda que os residentes optaram por serviços de marcação prévia em 41,0% do total das viagens (+2,1 p.p. face a 2023), sendo que nas viagens ao estrangeiro esta foi a opção em 93,3% (+1,0 p.p.) das situações.

“O recurso à internet ocorreu em 28,1% (+2,4 p.p.) das viagens, 20,8% nas que tiveram como destino Portugal (+1,6 p.p.) e 69,6% nas viagens ao estrangeiro (+2,7 p.p.)”, especifica o INE, que diz ainda que, no ano passado, as dormidas em “alojamento particular gratuito” corresponderam a 59,4% (61,3% em 2023) e decresceram 6,6%.

Já os “hotéis e similares” concentraram 24,6% do total das dormidas (+1,0 p.p. face a 2023), enquanto o alojamento “particular pago” representou 12,0% do total das dormidas.

No total do ano 2024, cada viagem teve uma duração média de 4,07 noites (4,08 noites em 2023).

5,3 milhões de viagens no último trimestre de 2024

No último trimestre do ano, os residentes realizaram 5,3 milhões de viagens, valor que aumentou 3,1% face a igual período de 2023, o que, segundo o INE, reflete os acréscimos nas deslocações em território nacional (+2,5%; +1,4% no 3ºT 2024) e para o estrangeiro (+7,0%; +9,8% no 3ºT de 2024).

“No 4º trimestre de 2024, 86,2% das deslocações dos residentes (84,2% no trimestre anterior) ocorreram em território nacional, totalizando 4,6 milhões de viagens, enquanto as restantes 731,5 mil tiveram como destino o estrangeiro (13,8% do total; 15,8% no trimestre anterior)”, explica o INE, revelando que o número de viagens aumentou nos meses de outubro e novembro (+5,2% e +14,9%, respetivamente), mas decresceu em dezembro (-3,7%).

Os dados do INE indicam que a “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação para viajar no 4º trimestre de 2024, totalizando 2,5 milhões de viagens (-4,1%), tendo estado na origem de 47,2% do total de viagens (-3,6 p.p. face ao 4ºT 2023).

Já o “lazer, recreio ou férias” esteve associado a 2,0 milhões de viagens realizadas (+7,5%), o que representou 37,7% do total (+1,5 p.p. face ao 4ºT 2023), enquanto as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (412,3 mil) corresponderam a 7,8% do total (-0,9 p.p.) e decresceram 7,6%.

O INE indica ainda que, no último trimestre de 2024, o “motivo “visita a familiares ou amigos” esteve na origem de mais de metade das viagens nacionais (2,3 milhões; peso de 51,0%), tendo sido o segundo principal motivo das viagens ao estrangeiro (172,1 mil viagens; peso de 23,5%)”, enquanto o “lazer, recreio ou férias” foi o principal motivo das deslocações ao estrangeiro (432,6 mil viagens; peso de 59,1%) e o segundo motivo nas viagens em território nacional (1,6 milhões de viagens; peso de 34,2%).

Já os motivos “profissionais ou de negócios” foram a terceira principal razão dos residentes para viajar nas deslocações ao estrangeiro (15,4%; 112,6 mil viagens), no último trimestre do ano.

Os residentes recorreram à marcação prévia de serviços em 34,6% das viagens realizadas (-0,7 p.p.), sendo que, nas deslocações com destino ao estrangeiro, esta foi mesmo a opção em 92,4% das viagens, enquanto nas deslocações em território nacional apenas 25,4% (-1,1 p.p.) teve a marcação prévia de serviços.

Já a internet foi utilizada no processo de organização de 25,6% das deslocações (+0,9 p.p.), tendo este recurso sido opção em 73,9% (+1,0 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 17,9% (+0,6 p.p.) das viagens em território nacional.

Quanto ao tipo de alojamento, o “particular gratuito” manteve-se como a principal opção nas viagens dos residentes (70,8% das dormidas) nos três últimos meses de 2024, apesar da diminuição de peso no total (-2,2 p.p.), enquanto os “hotéis e similares” foram a segunda opção, concentrando 21,5% das dormidas (3,6 milhões), com este tipo de alojamento a representar 47,9% das dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” e 41,9% das viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias”.

Cada viagem teve uma duração média de 3,19 noites entre outubro e dezembro de 2024 (3,29 no 4ºT 2023), tendo a duração média mais baixa sido registada no mês de novembro (2,50 noites), enquanto a mais elevada ocorreu em dezembro (3,65 noites).

No quarto trimestre de 2024, 20,1% dos residentes realizaram pelo menos uma deslocação turística, refletindo um decréscimo de 1,8 p.p. face ao mesmo período do ano anterior.

Já numa análise mensal, e em termos homólogos, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma viagem diminuiu em dezembro (-0,4 p.p.), mas aumentou em outubro e novembro (+0,3 p.p. e +0,8 p.p., respetivamente).

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
Nuno Costa, CEO da Timeless
Transportes

“Mais do que uma empresa de transferes, somos uma empresa de mobilidade”

Quando abriu portas, em 2019, a Timeless afirmava-se como “uma ‘alfaiataria’ no mercado dos transportes de luxo” mas, seis anos depois, a empresa cresceu e muita coisa mudou. Em entrevista ao Publituris, Nuno Costa, CEO da Timeless, fala sobre a evolução para o setor de ‘leisure & corporate mobility services’, assim como sobre as novidades para 2025 e sobre os desafios que ameaçam o futuro deste setor.

Inês de Matos

Nuno Costa, CEO da Timeless

“Deixámos de ser só uma empresa de transporte do ponto A ao ponto B e passámos a ser uma ponte entre toda a experiência, fornecedores e parceiros envolvidos numa viagem de luxo”, é desta forma que Nuno Costa, CEO da Timeless apresenta, em entrevista ao Publituris, a empresa que nasceu como “uma ‘alfaiataria’ no mercado dos transportes de luxo” mas que tem vindo a crescer e que, atualmente, funciona como “a cola que envolve toda a experiência do cliente”. Por isso, mais do que oferecer transferes, a Timeless é, hoje, uma empresa que “trabalha no setor de ‘leisure & corporate mobility services’” e cuja atenção ao detalhe é a sua principal marca distintiva.
Apesar do crescimento, o responsável queixa-se da falta de regulamentação e organização no setor de ‘leisure & corporate mobility services’. “Este setor não existe. Existem várias associações de autocarros ou de rent-a-car, mas não é o nosso caso, não conseguimos falar a uma só voz”, lamenta o responsável, que fala também na Inteligência Artificial e na sustentabilidade como desafios que estas empresas precisam de ultrapassar.

Quando a Timeless nasceu, em 2019, afirmava-se como “uma ‘alfaiataria’ no mercado dos transportes de luxo”. Seis anos depois, o que é hoje a Timeless?

Na verdade, seis anos depois, a Timeless não deixa de ser o mesmo mas com muitos mais detalhes. Hoje, consideramo-nos uma empresa diferente, que procura no mercado clientes que também tenham essa diferença. E, ao mesmo tempo, deixámos de pensar apenas nessa tal ‘alfaiataria’ e começámos a olhar para a Timeless como uma empresa inserida num setor que gostaríamos que fosse reconhecido como ‘leisure & corporate mobility services’. De hoje para a frente, a Timeless vai adotar essa nomenclatura e gostaríamos que outras empresas do nosso ramo também o fizessem. E também gostaria que não se reduzisse tanto o que é uma empresa de transferes privados – que já não é só isso – e abríssemos mais o nosso horizonte.
Concluindo, não deixámos de ser essa ‘alfaiataria’, contudo, hoje, queremos ser considerados como uma empresa que trabalha no setor de ‘leisure & corporate mobility services’.

Ou seja, a Timeless cresceu e passou a disponibilizar muitos mais serviços do que acontecia nessa fase inicial?

Não temos só mais serviços, falando da Timeless e olhando para o mercado de luxo, o que aconteceu foi que deixámos de ser só uma empresa de transporte do ponto A ao ponto B e passámos a ser uma empresa que é a ponte entre toda a experiência, fornecedores e parceiros que estão envolvidos numa viagem de luxo. Já não chega fazer um transporte executivo ou de lazer de Lisboa para o Porto ou um tour em Lisboa e Sintra. Isso já não é suficiente e percebemos que é nos detalhes e na ligação que podemos fazer entre quem está envolvido nessa experiência, que está a nossa mais-valia.
Portanto, diria que somos a cola que envolve toda a experiência do cliente porque somos nós que temos o programa e fazemos o contacto com o fornecedor ou com o local da experiência, e somos nós que, ao longo deste caminho, vamos passando essa confiança a quem nos visita.

A Timeless, hoje, é capaz de fornecer toda essa experiência?

A Timeless hoje, com os seus clientes, é capaz de fornecer toda essa experiência.
Não trabalhamos diretamente com o cliente final, temos clientes internacionais que têm a mesma filosofia que nós e que olham para o mercado e percebem que o foco são as pessoas. Ou seja, trabalhamos com pessoas para pessoas e quem se enquadra neste conceito consegue sempre evoluir e encontrar novas formas de proporcionar experiências diferentes aos clientes de luxo.
O luxo, hoje, já não é só luxo, são os detalhes. O luxo é, atualmente, um conceito muito mais lato e abstrato, e os players estão identificados, o que não está identificado são os detalhes. O acesso à informação é tão grande que, quem nos procura, já traz um programa definido, já sabe onde quer ir, pelo que temos de nos focar nos detalhes e perceber que é aí que podemos fazer a experiência. Caso contrário, não vamos conseguir atingir esse mercado de luxo.

É essa atenção ao detalhe que diferencia, atualmente, a Timeless da concorrência?

Sem sobra de dúvida. Mais do que uma empresa de transferes, somos uma empresa de mobilidade, como disse, de “leisure & corporate mobility services’.

Mas os transferes continuam a ser parte importante do vosso negócio?

Claro que os transferes continuam a fazer parte e é aí que está a grande diferença. Seja um transfer, um transfer de longo curso, um evento ou um full-day, faz parte de toda a mobilidade.
Atualmente, a mobilidade é a parte mais importante. Qual é a forma de nos movermos do ponto A para o ponto B? Pode ser de comboio, avião, autocarro ou até de trotinete, mas a mobilidade é aquilo que nos permite ver outros destinos e atingir outro nível de conhecimento. Portanto, a mobilidade vai estar sempre presente e, por isso, um transfer ou um serviço idêntico, vai estar sempre dentro desta mobilidade, mas pode-se fazer apenas o transfer ou pode-se evoluir.

E a Timeless evoluiu?

Acreditamos que evoluímos e muito.

90% de clientes internacionais

O que é que um cliente internacional costuma pedir à Timeless quando requisita, por exemplo, um programa para ver alguma coisa em Portugal?

Portugal é um país pequeno, mas que tem uma diversidade enorme. Hoje, essa diversidade é tão grande e temos tanto de diferente para oferecer, que, numa semana, conseguimos começar no Porto e acabar no Algarve, ou começar em Lisboa e acabar no Douro.
Aquilo que tentamos sempre fazer é encontrar os melhor percursos e caminhos, assim como as experiências menos procuradas dentro do luxo. Isso, atualmente, passa muito pelas quintas ou por detalhes como um passeio de balão, uma prova de vinhos ou um passeio de barco, mas também passa pelas pessoas locais, pelos proprietários das quintas ou pela própria pessoa que desenvolve e criou a experiência, que é quem vai dar o conhecimento de como determinada experiência surgiu.
Mas a procura, atualmente, está muito baseada em algumas regiões, como Lisboa, Porto, Douro, Comporta e Algarve.

E qual é o cliente que procura a Timeless?

90% do mercado da Timeless é cliente internacional. O nosso cliente final, maioritariamente, é americano e já era assim no passado, ou seja, não começámos agora a trabalhar o cliente americano, não foi só devido a este crescimento do mercado dos EUA em Portugal. Sempre acreditámos no mercado dos EUA porque temos clientes que já nos traziam este mercado.
Esses 90% de clientes internacionais estão muito focados na América do Norte, mas também temos clientes da América do Sul e muitos do Norte da Europa.
Depois, temos toda a parte dos congressos, incentivos, grupos e eventos, uma vez que temos feito um investimento promocional também no Norte da Europa e mercado asiático.
O mercado asiático está a crescer, ainda considero que seja um mercado emergente, uma vez que grande parte da população ainda não viaja. É um mercado mais complicado de trabalhar mas não deixa de ser um mercado interessante.
Depois, temos cerca de 10% de mercado nacional. Sempre nos focámos no mercado internacional e ainda não queremos entrar no mercado nacional, que tem muita oferta e o posicionamento que pretendemos ter não é o mais indicado para o mercado nacional. Por isso, estamos a analisar a melhor forma de entrar no mercado nacional, queremos fazê-lo de forma diferente, como aconteceu no internacional. Mas a verdade é que também queremos este mercado nacional, já trabalhamos com nichos, nomeadamente na área da banca, comunicações ou eventos, mas ainda temos passos para dar no mercado nacional e estamos a fazer uma análise para entrar de forma diferente.

E como é que a Timeless atrai os mercados internacionais, há alguma promoção ou é através da participação em feiras e eventos internacionais?

A estratégia, neste momento, é muito baseada na recomendação. Vamos a feiras, fazemos alguma promoção externa mas, face ao crescimento que tivemos e à experiência que temos tido, a nossa promoção é muito por contacto direto, temos uma rede de contactos e de clientes que acaba por nos permitir outros contactos.
Neste caso, é o serviço que temos prestado nos últimos tempos que nos tem trazido clientes. E temos clientes que nos procuram porque sabem que temos um serviço diferente e que desenvolvemos soluções de acordo com as expectativas.

Desafios: Digital, IA e sustentabilidade 

Atualmente, os clientes estão mais informados e isso tem levado a algumas mudanças no mercado. No caso da Timeless, quais são as principais mudanças se têm observado no comportamento dos clientes?

É verdade, o acesso à informação é imenso e o conteúdo tem uma velocidade vertiginosa. Aquilo que temos de ter em atenção é como fazemos chegar a informação ao cliente e como é que, com a informação que nos é dada, conseguimos gerir as expectativas dos clientes.
O digital é o futuro, sem sombra de dúvida, e é por isso que também apostamos na transformação digital mas sem perder um dos nossos objetivos que é o contacto direto. Isso leva a que tenhamos de ser mais rápidos na prestação do serviço, na resposta ao cliente e temos de ter outro tipo de posicionamento. Mas é um facto que o cliente está muito mais informado, sabe exatamente o que quer e como quer.

E isso para uma empresa como a Timeless é uma vantagem ou desvantagem?

É um desafio. É por isso que digo que a diferenciação, hoje em dia, passa pelo detalhe porque não temos propriamente novidades para apresentar, toda a gente sabe que quintas existem e que podemos fazer serviços do ponto A ao ponto B.
E também não é novidade a viatura que vamos usar, porque as outras empresas também têm boas viaturas, o que é novidade é o detalhe, é a forma como fazemos chegar o produto e a experiência que o cliente pode ter connosco.

Outra área que está a trazer muitos desafios ao setor do Turismo é a Inteligência Artificial (IA). No caso de uma empresa como a Timeless, que impacto pode ter a IA?

Vai ter, certamente. Desde que abrimos a Timeless, sempre soubemos que tínhamos de abraçar a área digital, que seria algo que tinha de fazer parte de nós e um dos grandes investimentos que temos feito é em software próprio.
Vemos a IA como fundamental, essencialmente no que respeita ao detalhe ao erro. Por exemplo, atualmente, recebemos as reservas e toda a informação por e-mail e estamos a dar os primeiros passos na IA para ler os e-mails e toda a informação que lá está. Isso faz com que passe a haver uma revisão nos e-mails e na APP, de forma a fazer um match da informação e confirmar se está tudo certo. Quando não está, somos avisados das incongruências.
É uma solução que ainda não está pronta, está em desenvolvimento, mas achamos que vai ser essencial.

Tenho também uma questão sobre sustentabilidade, um tema que, atualmente, está muito presente no setor turístico. No caso da Timeless, o que é que está a ser feito a pensar neste tema, há, por exemplo, viaturas elétricas na vossa frota? E qual é o feedback dos clientes, esta é uma questão que os preocupa?

Acho que ainda estamos a anos-luz de uma sustentabilidade para todo o tipo de transportes. Se temos clientes preocupados com a sustentabilidade e com as alterações climáticas, temos. Mas, se me pergunta se, à data de hoje é viável fornecer uma experiência 100% sustentável, não é. E não é por causa da viatura, é por tudo o que está envolvido, ou seja, a falta de postos de abastecimento, o tempo que se leva a fazer um carregamento na viatura, os locais onde estão esses postos de abastecimento e, se olharmos para um programa de seis ou sete dias, que começa em Lisboa mas vai ao Porto e ao Douro, tem de ser algo muito planeado e sem fugir ao programa, ou seja, ficamos sem margem para adicionar qualquer elemento surpresa. Se o cliente quiser, por exemplo, efetuar uma paragem ou se quiser alterar o circuito, é um problema, não o conseguimos fazer porque não estamos preparados para, a qualquer momento, fazer uma recarga na viatura.
Portanto, temos viaturas elétricas e usamo-las para fazer um full-day local, em Lisboa, no Porto, por vezes também nos transferes diretos entre Lisboa e Porto, mas, depois, a viatura tem de ficar retida para carregamento. É aqui que está o problema porque somos uma empresa que visa a rentabilidade e se uma viatura está horas parada, não ganhamos dinheiro.
Mas, sim, é uma preocupação. Internamente, aquilo que temos tentado fazer é a nível de operação e temos tudo, cada vez mais, informatizado e reduzimos o consumo de papel. Claro que queremos passar para as viaturas, mas isso ainda é um sonho, talvez um dia, mas estamos longe disso.

Dar voz ao setor da mobilidade

Há seis anos, a Timeless considerava que também a regulamentação deste setor era um desafio. Qual é a visão atual, a opinião mantém-se ou deram-se passos positivos?

Mantenho a opinião. Acho que é o próprio setor de leisure & corporate mobility services que continua a ser critico, ou seja, não há apenas falta de regulamentação porque este setor não existe, existem várias associações de autocarros ou de rent-a-car, mas não é o nosso caso, não conseguimos falar a uma só voz. E temos de ter em atenção que as empresas como a nossa, a nível nacional, são cada vez mais. A oferta já é substancialmente maior do que era há seis anos e o mercado continua a olhar para nós como um mal necessário.
Reforçando o que já disse, somos nós quem faz as pontes e que funcionamos como a cola disto tudo, seja a nível de experiências privadas, seja a nível de luxo, seja a nível de eventos. Mas não somos olhados por ninguém como um setor relevante porque não somos fortes todos juntos.
Uma coisa é a concorrência e outra coisa é trabalharmos em prol de um bem comum. As rent-a-car também são concorrentes uma das outras, assim como os hotéis, mas todos eles defendem o mesmo e estão unidos nas suas associações, onde se protegem. No nosso caso, não conseguimos fazer isso, era algo essencial para falarmos a uma só voz e termos regulamentação, para termos mais força junto das entidades estatais e entidades ligadas ao turismo.
Sentarmo-nos à mesa nas grandes decisões do setor a nível nacional, seria um ponto muito relevante para as empresas que atuam na área da Timeless.

Não há qualquer sinal de que se possa constituir uma associação e criar também esse lobby?

Não vejo ninguém a fazer isso mas acho que seria importante. Quem o fizesse, teria o nosso apoio.
Seria algo para ser visto como uma proteção do próprio setor, das próprias empresas, e não como um aproveitamento para promover o próximo. Acho que há muito interesse nisso.

Se isso acontecesse e fosse criada uma associação para esta atividade, qual seria a principal reivindicação?

Acho que as preocupações seriam ao nível da regulamentação e legislação, mas também de incentivos fiscais e estruturas, e apoios.
Posso dar um exemplo prático. Trabalhamos o setor do luxo e dos transportes privados, que serviço posso dar a um cliente que chega ao Aeroporto de Lisboa, mas onde nós não temos uma área reservada? Falando de mobilidade de forma aberta, mas sem comparar o nosso serviço com os outros porque todos são essenciais na mobilidade, o certo é que os táxis têm o seu serviço e têm a sua zona, os autocarros a mesma coisa, o rent-a-car também e até os TVDE já têm a sua zona no aeroporto. Nós não temos nada, portanto, só posso perguntar: onde é que isto nos coloca?
Dá a ideia de que somos o parente pobre da mobilidade, mas nós não nos consideramos o parente pobre. Há aqui várias variáveis que não estão a ser tidas em conta e que, enquanto não conseguirmos em conjunto perceber exatamente o que temos de fazer, não vamos dar esse passo em frente.
No que diz respeito a regulamentação, a reivindicação vai ao encontro de quem pode ser uma empresa de leisure & corporate mobility services. Essa regulamentação iria ajudar-nos em muita coisa, desde logo separando o trigo do joio, como se costuma dizer.

Balanço de 2024 e expectativas para 2025

O ano passado voltou a bater recordes no turismo nacional. Para a Timeless, como foi 2024, foi também o vosso melhor ano de sempre?

Foi o melhor ano de sempre. Temos seis anos, o nosso histórico ainda é curto, mas temos tido um crescimento em volta dos 50% nos últimos anos.
E isso tem acontecido não apenas com novos clientes, mas com a base de clientes que já temos porque os nossos clientes âncora estão a crescer.
Também estamos a entrar em novos mercados, estamos a ter novos clientes com novos desafios que estão agora a dar os primeiros passos connosco e 2024 foi efetivamente um ano desafiante mas positivo, bastante positivo.
2024 foi positivo ao ponto de começarmos a preparar 2025 mais cedo. Estamos com boas perspetivas para este ano, mas não acreditamos que o crescimento seja idêntico a 2024, até porque evoluímos bastante e a tendência é que se comece a estabilizar. No entanto, os clientes emergentes que estão a chegar agora, dentro de dois anos poderão estar ao mesmo nível dos clientes âncora que já temos.
Portanto, temos boas perspetivas para 2025 e a digitalização e as novas soluções de aplicações informáticas e de software que estamos a desenvolver, vão tornar a empresa mais produtiva e mais rentável.

As marcas da pandemia já foram ultrapassadas?

Qualquer pandemia deixa sempre marcas mas, sinceramente, já está ultrapassada. Temos de aprender com os erros e com as situações que o mundo nos coloca, mas temos de olhar para o futuro.
Esse período trouxe desafios, mas ensinou-nos que, se fizermos uma boa preparação para o ano seguinte, é muito mais fácil operacionalizar.
Mas, felizmente, já foi. Neste momento, temos as guerras e há vários fatores e variáveis que não controlamos, temos é de conseguir estar preparados para, nessas alturas, ter ferramentas para estabilizar as empresas e, ao mesmo tempo, tentar evoluir quando elas passarem.

Internacionalização

Há pouco referiu também que a Timeless vai tentar entrar noutros mercados. Que mercados são esses, estão previstas novidades já para 2025?

A grande novidade para este ano é, dentro do leisure & corporate mobility services, a aquisição de um catamarã com capacidade para 18 pessoas, que vai começar a operar em Lisboa, este mês.
Gostaríamos de começar a fechar ciclos, ou seja, olhando para a mobilidade, desde os serviços terrestres, aos serviços marítimos, a serviços aéreos. O objetivo é fechar este ciclo, se estamos na mobilidade, vamo-nos manter na mobilidade.
Portanto, uma das grandes novidades para 2025 é a aquisição do catamã para o mercado de luxo. Vamos fazer essa apresentação em breve e, nessa altura, vamos dar mais detalhes. Acreditamos que será mais um trunfo.
A nível de mercados, vamos continuar a apostar nos mercados em que já estamos e já deixei a semente quando falei no mercado nacional. Estamos a tentar perceber como é que é possível apostar no mercado nacional.

E a nível de internacionalização dos serviços, por exemplo, se um cliente pedir à Timeless um tour em Espanha, a empresa pode oferecer esse tour?

Sim, já somos Ibéricos. Não podemos olhar apenas para Portugal, temos de olhar para a Península Ibérica, da mesma forma que Espanha olha para o mercado ibérico.
Espanha quando vende e promove os serviços, já promove esse mercado ibérico e, muitas vezes, consegue ter os clientes que fazem Espanha e Portugal ou Portugal e Espanha. Mas a Timeless, com este posicionamento, já consegue servir o cliente em Portugal e Espanha, comece a viagem em Portugal ou em Espanha.
Voltando um pouco atrás, quando falamos de sustentabilidade, a pergunta que muitas vezes faço é: o que é que consome mais, um avião ou um carro de vai de Lisboa para Madrid? Por outro lado, que tipo de experiência posso oferecer a um cliente que prefere viajar de carro? O cliente ganha a possibilidade de ter uma experiência gastronómica no Alentejo, parar na zona de Mérida e ter uma experiência cultural ou na zona de Toledo e ter uma experiência histórica. É possível oferecer muito mais.
Portanto, já somos uma empresa ibérica, já fornecemos serviços em Espanha, é verdade que estamos a dar os primeiros passos e que ainda não sei se esta evolução vai ter um crescimento idêntico ao que teve em Portugal, mas penso que, num futuro próximo, poderá ter.

Quantos colaboradores já tem atualmente a Timeless?

Neste momento, temos uma equipa de 20 colaboradores, entre operações, atendimento, programação e gestão.
Quanto a motoristas, trabalhamos com dois tipos, internos e externos.

E como é que vê a Timeless daqui a seis anos?

É uma boa questão, mas, com este fecho de ciclo e olhando para a mobilidade, vejo a Timeless a conseguir oferecer aos clientes qualquer tipo de experiência que esteja relacionada com a mobilidade. E muito mais ibérica do que hoje.
Não queremos ser grandes, queremos ser diferentes. O ser grande traz desafios distintos, mas o grande desafio atualmente é a diferenciação, não é a grandeza.
Portanto, vejo a Timeless a conseguir fechar um ciclo de mobilidade, só o tempo e as condições do mercado o dirão.

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
Distribuição

APAVT critica opções estratégicas da TAP e lamenta pagamentos em prestações só na venda direta

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) acusa a TAP de ter criado “distorções de mercado” com o novo sistema que permite pagamentos de bilhetes em três prestações e que está apenas disponível na venda direta, excluindo as agências de viagens.

Publituris

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) veio esta quarta-feira, 23 de abril, criticar as opções estratégicas que a TAP tem vindo a tomar, a exemplo da mais recente parceria que a companhia aérea estabeleceu com a Klarna e que permite pagamentos de bilhetes em três prestações, caso sejam adquiridos através da venda direta, o que exclui as agências de viagens.

Num comunicado enviado à imprensa, a APAVT dizer ficado “surpreendida” com esta campanha da TAP, pelo facto desta “opção comercial apenas ser aceite na venda direta, não sendo permitido o mesmo sistema quando o comprador se trata de uma agência de viagens”.

“Ou seja, uma vez mais, a TAP preferiu criar distorções de mercado, impedindo a liberdade de escolha do consumidor, diminuindo as opções do cliente final quanto à entidade emissora, aquando da compra de um bilhete de avião”, acusa a associação, que diz nem ter sido informada da “implementação junto do mercado” deste novo sistema de pagamento.
Para a APAVT, isto “representa uma óbvia opção estratégica de afastamento e até mesmo de conflito com as agências de viagens, que merecerá da parte da Associação uma resposta”, nomeadamente ao nível do relacionamento que as duas instituições vinham a manter.
A APAVT queixa-se também do facto deste novo sistema de pagamentos ser adotado numa altura “em que as companhias aéreas impuseram às agências de viagens, em Portugal, uma redução de 10 dias, nos tempos médios de pagamento”, o que representa uma “dualidade de critérios” que a associação considera ser “intolerável e indesculpável”.
“Infelizmente, a TAP prefere traçar um caminho de confrontação e de exclusão, afastando o seu melhor cliente, as agências de viagens. Acresce que, da parte da APAVT, a TAP só teve, ao longo dos últimos tempos, lealdade, espírito de cooperação e honestidade. Não creio que esta atitude beneficie alguém, no final vamos ficar todos pior”, afirma Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT.
A associação diz ainda que, num futuro próximo, vai clarificar “a natureza da relação” com a TAP, mas adianta que vai manter uma “atitude construtiva”, apesar de exigir sempre “igualdade de tratamento”.
“Para as agências de viagens, será sempre o consumidor que está em causa, e quando não há igualdade de tratamento, é a liberdade de escolha do consumidor que está em causa”, conclui o comunicado divulgado pela associação.
Recorde-se que, a 17 de abril, a TAP anunciou uma parceria com a rede de pagamentos e comércio Klarna, que passa a permitir o pagamento de bilhetes de avião em três prestações, através de uma plataforma baseada em inteligência artificial. Os pagamentos podem ser feitos até três prestações iguais e sem juros.
Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Aviação

Transavia aumenta voos de Portugal para Paris-Orly no inverno e mantém rota Funchal-Marselha

No próximo inverno, a Transavia vai reforçar as ligações desde Portugal para Paris-Orly e manter a nova rota Funchal-Marselha, oferecendo um total de 17 rotas entre Portugal, França, Países Baixos e Bélgica.

Publituris

A Transavia já divulgou a sua oferta para o próximo inverno, no qual vai contar com um reforço das rotas desde Portugal para Paris-Orly e manter a nova rota Funchal-Marselha, informou a companhia aérea low cost do grupo Air France-KLM.

“Com 39 voos/semana a partir do Porto e 31 voos/semana de Lisboa, Paris-Orly será o principal destino operado nas rotas portuguesas este inverno. No total, a companhia franco-neerlandesa vai operar 17 rotas entre Portugal e França, Países Baixos e Bélgica”, lê-se na informação divulgada pela Transavia esta terça-feira, 22 de abril.

No caso de Paris-Orly, a Transavia vai realizar sete voos adicionais face ao inverno passado desde o Porto, enquanto Lisboa ganha mais quatro ligações aéreas à capital francesa e o Funchal passa a contar com mais um voo este inverno.

Já “a rota Funchal-Marselha está também a ser estendida do verão para o inverno”, refere a Transavia, lembrando que esta rota, que conta com voos aos domingos, começa a ser operada a 7 de julho e deveria manter-se até setembro, mas vai afinal ter voos também durante o período de inverno.

Além de Paris-Orly e Marselha, a Transavia vai contar também com voos desde Faro, Funchal, Lisboa e Porto para Amesterdão; Faro e Lisboa para Eindhoven; Funchal, Lisboa e Porto para Nantes; Faro e Lisboa para Roterdão; e Faro para Bruxelas.

“No total, vamos oferecer opções de viagem adicionais através das nossas 17 rotas entre Portugal, França, Países Baixos e Bélgica. Globalmente, com nada menos do que 168 rotas este inverno, estamos empenhados em continuar a nossa expansão regional oferecendo ligações internacionais diretas a preços acessíveis”, afirma Nicolas Hénin, vice-presidente executivo de vendas e marketing da Transavia France.

Os bilhetes para os voos da Transavia durante a próxima temporada de inverno já estão à venda e apresentam preços desde 37 euros por pessoa, para voos só de ida, e podem ser adquiridos aqui.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2025 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.