COVID-19: IATA prevê que a aviação europeia perca 46% dos passageiros e 76 MM de dólares
O Reino Unido será, de acordo com a IATA, o país onde o transporte aéreo será mais afetado pela crise da pandemia de COVID-19.

Inês de Matos
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A aviação europeia deverá registar perdas de 76 mil milhões de dólares, enquanto o número de passageiros poderá cair 46% face a 2019 devido à pandemia de COVID-19, estima a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês).
“Um declínio desta magnitude põe em risco cerca de 5,6 milhões de postos de trabalho e 378 mil milhões de dólares do PIB suportado pelo transporte aéreo”, aponta a IATA, num comunicado divulgado esta quinta-feira, 26 de março.
O Reino Unido será, de acordo com a IATA, o país mais afetado pelas perdas da aviação devido à pandemia de COVID-19, com a associação a prever que o país contabilize menos 113,5 milhões de passageiros, o que deverá provocar uma perda de receita de 21,7 mil milhões de dólares, colocar em risco 402 mil postos de trabalho e a contribuição de cerca de 32,7 mil milhões de dólares para a economia britânica.
Já a Espanha será o segundo país mais afetado, segundo as previsões da IATA, que estima que o país contabilize menos 93,7 milhões de passageiros, resultando numa perda de 13 mil milhões de dólares em receitas, ficando ainda em risco 750 mil postos de trabalho e a contribuição de 49,4 mil milhões de dólares para a economia espanhola.
Na Alemanha, as perdas deverão ser igualmente expressivas, com a associação a prever menos 84,4 milhões de passageiros e uma perda de receita na ordem dos 15 mil milhões de dólares, o que vai ameaçar 400 mil postos de trabalho e uma contribuição de 28 mil milhões de dólares para a economia germânica.
Em França, as perdas deverão traduzir-se em menos 65 milhões de passageiros, o que vai levar a uma perda de receita na ordem dos 12 mil milhões de dólares, numa ameaça a 318 mil postos de trabalho e aos 28,5 mil milhões de dólares de contribuição para a economia do país.
Já em Itália, a IATA estima que, em 2020, se registem menos sete milhões de passageiros, enquanto a receita deverá cair 9,5 mil milhões de dólares, o que vai ameaçar 256 mil postos de trabalho uma contribuição de 67,4 mil milhões de dólares para a economia italiana.
No mesmo documento, a IATA volta a apelar aos governos europeus no sentido de apoiarem as companhias aéreas e, apesar de reconhecer que muitos governos já tomaram medidas nesse sentido, defende que “é necessária mais ajuda”, pedindo, por isso, que os governos ajudem as companhias aéreas através de um conjunto de medidas que combine apoio financeiro direto, empréstimos com garantias e alívio fiscal.
“A indústria do transporte aéreo é um motor económico, que suporta 12,2 milhões de postos de trabalho em toda a Europa e contribui com 823 mil milhões de dólares para o PIB europeu”, aponta a IATA, sublinhando que cada posto de trabalho na aviação gera outros 24 empregos em toda a cadeia económica.
Para a IATA, “os governos devem reconhecer a importância vital da indústria do transporte aéreo”, concedendo apoio às companhias, algo que é, segundo a associação, “urgentemente necessário”.
“Primeiro, porque vai manter as companhias aéreas economicamente viáveis durante este período de bloqueio, preservando empregos, mantendo as ligações necessárias para o repatriamento de cidadãos e transportando carga aérea essencial para salvar vidas. Depois, evitaria maiores danos económicos ao garantir que as companhias aéreas possam aumentar rapidamente as suas operações quando as restrições de viagens forem levantadas”, considera Rafael Schvartzman, vice-presidente da IATA para a Europa.
Além do apoio dos vários governos europeus, a IATA apela também aos reguladores para que flexibilizem alguns regulamentos, como o regulamento EU261 sobre direitos dos passageiros, para o qual a associação pede uma “alteração temporária”, de forma a permitir que os passageiros recebam um voucher, em vez do reembolso das viagens que foram canceladas, bem como sobre os regulamentos para facilitar as operações de carga.