Coronavírus (Covid-19) e o futuro do turismo de comércio
Leia a opinião por João Andrade de Barros, especialista em Turismo de Compras e CEO da b.free! Portugal
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Um dos grandes objetivos de 2020 para o Turismo de Compras a nível nacional era sem dúvida atrair os turistas de diversas nacionalidades, sabendo em antemão que a nacionalidade chinesa é de facto representativa neste sector, mas tendo em conta o aparecimento e crescimento do Coronavírus (Covid-19) a nível mundial, todo o panorama mudou repentinamente, sem que as empresas tivessem oportunidade para pensar atempada e estrategicamente em planos de contingência, para as suas insígnias.
O turismo de compras no mercado nacional tem crescido graças à presença de turistas de diversas nacionalidades com particular expressão para a nacionalidade chinesa, sobretudo em lojas do segmento de luxo. E a ausência destes turistas terá impacto em Portugal, impacto esse que já se está a começar a evidenciar, não só pela ausência destes, com qualquer outro turista, de outra nacionalidade. O surto do novo coronavírus (Covid-19) provocou uma quebra acentuada de turistas, que se começou a verificar no início de março e tem vindo a ganhar terreno de forma exponencial, até chegarmos ao momento mais dramático que poderá ser a declaração do estado de emergência, decretado pelos três órgãos de soberania; Presidente da República, Governo e Assembleia da República.
Com esta medida e tendo em conta a obrigatoriedade de isolamento social imposto pelas autoridades de saúde, os cidadãos têm obrigatoriamente de o cumprir, o que significa que neste momento o turismo será inexistente e consequentemente, o comércio e as compras.
Neste momento o grande dilema pelo qual as pessoas e empresas estão a passar, passa por perceber timings, até quando a situação se vai manter e as empresas vão conseguir manter um balão de oxigénio para a sobrevivência das suas insígnias, principalmente das pequenas e médias empresas.
O setor do turismo está a assistir a um rápido abrandamento devido às medidas restritivas para ajudar a conter a epidemia e o turismo e comércio já estão a registar quebras muito significativas para o negócio. É imperativo o governo tomar medidas fundamentais para ajudar o setor, que têm de ser exequíveis a todas as empresas na área do turismo e possam ser colocadas em prática da forma mais célere possível. E esta reposta tem de tentar salvaguardar a tesouraria das empresas. O Governo deve também proteger e garantir a saúde das empresas, além da saúde e bem-estar dos cidadãos.
Acreditamos que esta crise deverá ser temporal, o turismo e o comércio têm demonstrado ter uma grande capacidade de recuperação e no seio desta instabilidade, é importante ter uma postura de otimismo e tranquilidade, para juntos tentarmos continuar a operar, dentro das contingências atuais, de forma a superar este duro golpe à economia nacional e internacional.
Assim que a epidemia desaparecer, é importante voltar a persuadir os turistas e isso deverá ser uma questão prioritária na agenda do governo. Retomar a economia, incentivar ao consumo e comércio, reposicionando Portugal como um destino turístico de lazer, mas também de compras. O que Portugal conquistou nestes últimos cinco anos, ao nível do turismo, não pode ser perdido em alguns meses, é essencial voltar a conquistar os turistas, quer nacionais como estrangeiros.
O governo, a indústria, o setor regular assim como as entidades de tax free devem caminhar no mesmo sentido para procurar novas soluções, de forma a impulsionar novamente o turismo de compras, que tanto tem crescido a nível nacional nos últimos dois anos, com especial enfoque para as transações de tax free, reguladas pela autoridade Tributária desde 2018.
*Por João Andrade de Barros, especialista em Turismo de Compras e CEO da b.free! Portugal