Covid-19: APAVT apela a que não se confundam “cenários com previsões”
O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, criticou o pânico causado pelo novo Covid-19 durante a apresentação do próximo congresso da APAVT, que vai decorrer em Aveiro.
Inês de Matos
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O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, apelou esta segunda-feira, 2 de março, a que não se confundam “cenários com previsões” no que diz respeito ao surto do Covid-19, o novo coronavírus que já fez mais de três mil vitimas mortais em todo o mundo.
Pedro Costa Ferreira, que falava em Lisboa, na apresentação do próximo congresso da APAVT, que vai decorrer em Aveiro, referiu-se à entrevista que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, deu recentemente ao semanário Expresso, na qual admitia que, no pior cenário, Portugal pode vir a ter um milhão de infetados com o novo Covid-19.
“Não devemos confundir cenários com previsões. Mas queremos acrescentar que se não mencionarmos em entrevistas de primeira página cenários de estudo, mais facilmente estes não serão confundidos com previsões. Aqui, o ónus não está no recetor, o cidadão comum, está na má gestão da crise por parte dos principais responsáveis pela comunicação”, acusou Pedro Costa Ferreira.
O presidente da APAVT criticou o pânico que o novo surto tem vindo a causar e que levou a que se tenha colocado “um estigma sobre a comunidade chinesa”, o que, considera, resultou do medo, em vez de se terem privilegiados os factos e a ciência.
“Escolheu-se o medo em lugar de nos basearmos em factos, apoiaram-se rumores em lugar de nos agarrarmos à ciência, e, acima de tudo, produziram-se estigmas em lugar de exercer solidariedades”, afirmou, considerando que o setor deve ter uma palavra a dizer sobre a atual situação.
“Não é por ganharmos a nossa vida no turismo, que não podemos ter opinião sobre o assunto, e sobretudo, que não podemos defender a ideia de abertura de fronteiras, combate ao estigma, exercício da solidariedade, e sim, do direito a viajar, do direito a fazer férias, do direito a visitar Aveiro, porque não? Pois se todos os políticos nos estão constantemente a dizer que por terem responsabilidades políticas nem por isso podem ser-lhes negados os restantes direitos de cidadania, mal seria que nós empresários, que financiamos todo o sistema político, não tivéssemos o direito de expressarmos as nossas opiniões”, considerou.
Pedro Costa Ferreira entende, no entanto, que a reação ao surto do Covid-19 vai diminuir à medida que a epidemia se desenvolver, se vier realmente a desenvolver-se, e, nessa altura, aponta, serão os mesmos responsáveis que causaram o pânico a apelar à calma, tal como o setor do turismo tem vindo a fazer.
“Depois de alimentar os media com o estigma, o medo e os cenários, assim que a epidemia se desenvolva, se se desenvolver, lá teremos os mesmíssimos responsáveis a desvalorizar o assunto, em busca da serenidade que não se protegeu e da prudência que não se valorizou, e a começar a alinhar o discurso com o que vimos dizendo desde o início. Ter-se-á perdido tempo, entretanto, o que é pena, e ter-se-á sobretudo atacado a confiança que, nestes tempos de recuperação económica, tem sido tão difícil reganhar”.
Antes de terminar, o presidente da APAVT deixou ainda à diretora-geral da Saúde a garantia de que, no turismo, existe solidariedade para com os funcionários que tenham de ficar em quarentena, como acontece, aliás, frequentemente no setor.
“O sector não precisará de recordar a constituição para tratar dos seus, protegendo-os e entregando solidariedade. Sempre assim foi. Aliás, conheço colaboradores de empresas que estão presentemente em quarentena por terem voltado de zonas de perigo. Bastou alertarem para o assunto, para estarem em casa, não apenas com todos os direitos garantidos, como ainda com o apoio e a solidariedade, quer de colegas quer dos empresários”, afirmou, em resposta a Graça Freitas que, durante uma conferência de imprensa, se mostrou preocupada com os direitos dos trabalhadores que fiquem em quarentena.