Opinião | Os serviços e o território
Leia a opinião de João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
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Executados dois anos do prémio “Cinco Estrelas Regiões”, no qual a CCP participa através do Comité de Avaliação, cremos poder já extrair algumas conclusões ou, pelo menos, algumas tendências. A tendência mais relevante é que, das dezenas de candidaturas apresentadas, o setor dos serviços é claramente predominante, representando mais de 80 por cento. Tal facto não é de estranhar. Deriva do processo de terciarização das economias, em que a economia portuguesa não é exceção, uma vez que os serviços representam mais de 76% do VAB nacional.
Podemos partir desta constatação para falar de um tema caro à CCP: o papel dos serviços como fator de atração de não residentes, isto é, o seu contributo essencial para a competitividade e a dinamização dos territórios. Importa explicar que o conceito de não-residentes abarca visitantes (em lazer ou profissionais), turistas (estrangeiros e nacionais) e novos residentes (que podem ser de residência temporária, sazonal ou permanente).
Num estudo recente, “Políticas Urbanas, Atividades de Serviços e Atração de Não Residentes”, promovido pela CCP e elaborado pela EY/Augusto Mateus e Associados e que analisou todo o território continental, resultou claro que a tomada de medidas para a promoção da atratividade de não residentes pode responder a diversos objetivos dos territórios: repovoar, dinamizar a economia local, reforçar a atratividade para residir, trabalhar ou visitar, apostar no desenvolvimento turístico. E os serviços são claramente o motor deste desafio.
A qualidade dos projetos empresariais analisados no âmbito do prémio “Cinco Estrelas Regiões” leva-nos pensar que a iniciativa privada e o empreendedorismo, se enquadrados em políticas públicas eficazes, nomeadamente ao nível dos municípios e da cooperação entre eles, fazem claramente parte da solução para a atratividade e desenvolvimento de territórios, em particular os de baixa densidade populacional que enfrentam os desafios do despovoamento.
Por João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP)
Artigo publicado na edição 1392 de 10 de maio.