APAVT com optimismo moderado para a operação este Verão
Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação de Agências de Viagens Portuguesas e Turismo, considera que o aeroporto de Lisboa vai ser um constrangimento aos resultados do Verão, tanto no incoming como no outgoing

Raquel Relvas Neto
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Às portas da época alta, as preocupações redobram-se sobre os constrangimentos que podem afectar o normal funcionamento da operação turística este ano em Portugal, tanto no incoming, como no outgoing.
O presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo revela-se optimista quanto aos resultados da operação turística, mas salienta que se trata de “um optimismo moderado”. Para Pedro Costa Ferreira existem alguns factores que podem interferir: o primeiro é a lotação do aeroporto de Lisboa; o segundo tem a ver com a aprovação do Orçamento de Estado do próximo ano; a falência de companhias aéreas; e algumas medidas da autarquia de Lisboa que limita o crescimento do turismo de qualidade na cidade.
O congestionamento do Aeroporto Humberto Delgado não é novidade e já há muito que o Turismo tem reivindicado medidas urgentes para atenuar esta situação. Costa Ferreira relembra que, já no ano anterior, a operação turística sofreu com esta situação, que prevê que piore no Verão deste ano. “Temos um constrangimento muito nítido, visível, importante que não devemos subestimar, que é o aeroporto. O actual constrangimento do aeroporto de Lisboa não implica apenas problemas para o incoming, implica problemas para o outgoing”, sublinha.
A operação turística vai “ser mais afectada, desde já, porque pela primeira vez, já temos inclusivamente partidas de Beja, o que não é agradável para ninguém, pelo menos neste momento”, indica o responsável, que acredita que o sector vai “ter, certamente, mais problemas operacionais ao longo do ano”. Todos esses constrangimentos põem “em causa o bom trabalho dos operadores portugueses sem terem causa desses problemas”, pois estão “absolutamente dependentes dos slots e do modo como eles vão ser efectivados”.
O responsável exige assim soluções urgentes da parte do Governo e propõe alternativas, como aumentar os slots através da “negociação de mais espaço aéreo com a Força Aérea Portuguesa e isso, a concluir-se, significará maior capacidade”. O que o presidente da APAVT recomenda é aumentar a capacidade de estacionamento das aeronaves do fecho de uma das pistas, melhorando assim o funcionamento do aeroporto.
Costa Ferreira constata que há um aumento da oferta no mercado, o que tem correspondido a uma subida da própria procura. No entanto, tudo o que tem a ver com procura tem a ver com confiança e para o responsável há um “momento em que se consolidará a confiança ou se diminuirá a confiança do consumidor”: a aprovação do Orçamento de Estado. “Isso pode determinar uma parte importante do ano ou do futuro próximo, sendo que o desejo da Apavt é que o Orçamento seja aprovado e que haja tranquilidade política”, diz.
Na vertente do incoming, o responsável identifica dois problemas. O primeiro tem que ver com a falência de companhias aéreas como a Monarch, Air Berlin e Niki, que impactante negativamente o fluxo turístico para o Algarve, sobretudo do mercado britânico e alemão. O presidente da APAVT refere mesmo que alguns dos players a operar no Algarve já perspectivam um decréscimo nas operações já em 2019.
O segundo tem a ver com a capital portuguesa, onde existem constrangimentos à actividade turística, como esclarece Costa Ferreira: “Vai ser difícil, para não dizer impossível, crescer às taxas recentes da região de Lisboa ou da entrada de turistas através de Lisboa enquanto não tiver resolvido o problema do aeroporto. Se acrescentarmos a este facto alguns receios que mantemos de que as restrições da operação turística na cidade de lisboa vão aumentar, ainda ficamos mais preocupados. O condicionamento do aeroporto significa que se quisermos continuar a crescer em receitas turísticas temos que aumentar a qualidade do nosso turista. Se impedirmos autocarros de andarem na avenida da Liberdade, estaremos a tomar ações que substituem o turismo de qualidade e de gasto de receitas importante por “mochileiros”. Não tenho nada contra os “mochileiros”, mas têm associado um nível de preço é de gasto turístico que não tem a ver, por exemplo, com o Meetings & Incentives, vamos ser claros.” “Se impedirmos os autocarros de passarem pela avenida da Liberdade estaremos a dar tiros nos pés e estaremos a juntar problemas por actos próprios aos problemas que já temos”, alerta.