Algarve pede medidas contra “comportamentos desviantes” dos turistas
Desacatos entre turistas estrangeiros alcoolizados podem pôr em causa imagem da região.

Publituris
Fiordes do Norte da Europa são o itinerário “mais querido” da Costa Cruzeiros no mercado português
Picos de Aventura reorganiza estrutura interna
Disney anuncia sétimo parque temático em Abu Dhabi
2025 promete trazer novos e cada vez melhores navios de cruzeiro
Cruzeiros esperam verão positivo e já navegam rumo ao inverno e a 2026
Marina de Vilamoura volta a ser palco do International Boat Show
ÉvoraWine celebra 10ª edição com 300 vinhos em prova
Estratégia do turismo de VRSA mantém foco na sustentabilidade, inovação e valorização do território
Movimentação de passageiros na Europa impulsionada por voos internacionais com tráfego doméstico estagnado
V Convenção do Grupo DIT marcada para 30 de outubro a 2 de novembro em Huelva
A Região de Turismo do Algarve (RTA) e a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) são unânimes a defender que é preciso adoptar medidas que evitem “comportamentos desviantes” por parte dos turistas que visitam a região, de forma a não pôr em causa a imagem do destino.
“São incidentes que não ajudam nenhum destino turístico e que devem ser evitados para que a imagem da região não seja posta em causa, porque o Algarve é um destino consolidado e de referência”, disse à agência Lusa o presidente da RTA, Desidério Silva.
Recorde-se que, no domingo à noite, 25 de Junho, a GNR foi chamada ao centro de Albufeira devido a desacatos entre grupos de jovens turistas estrangeiros que estariam embriagados e, já na terça-feira, 27 de Junho, foi a PSP a dar conta de uma rixa entre duas turistas estrangeiras no Aeroporto de Faro. Apesar de, neste caso, não ter havido intervenção policial, três jovens foram impedidos de entrar no avião por estarem alcoolizados.
De acordo com Desidério Silva, os incidentes relatados “são casos pontuais”, mas reconhece que podem causar danos na imagem turística da região, defendendo, por isso, que “é preciso haver algum cuidado na venda das ofertas a baixo preço para um destino como o Algarve, que está em alta e com muita procura”.
Os incidentes foram atribuídos a jovens estrangeiros que viajaram para o Algarve no âmbito do programa “Portugal invasion”, uma oferta de baixo custo que foi apresentada pelos organizadores da viagem como um festival, que terminou na terça-feira, e que levou centenas de jovens britânicos a Albufeira com a promessa de “sete dias sem parar de sol, mar, álcool e festas”, num pacote com voos, alojamento e festas temáticas, por um preço de 677 euros.
Opinião idêntica à de Desidério Silva tem Elidérico Viegas, presidente da AHETA, que considera que as ofertas de baixo custo que estão disponíveis no Algarve contribuem para atrair turistas com “comportamentos desviantes”, segundo declarações à Lusa.
“Existe a ideia instalada neste tipo de clientela de que em Albufeira há uma oferta que lhes proporciona comportamentos desviantes”, afirmou o responsável, considerando que “o que está errado” é o modelo de oferta, que “atrai este tipo de turista”.
De acordo com Elidérico Viegas, alguém “tem que tomar medidas para alterar a situação”, começando pelas entidades que autorizam e fiscalizam os estabelecimentos de diversão noturna, que muitas vezes não cumprem a lei do ruído, as regras da venda de álcool a menores e a ocupação do espaço público.
“Este tipo de estabelecimentos funciona de forma nitidamente desajustada e as entidades competentes não têm tido capacidade para os fiscalizar”, criticou, sublinhando que os bares não deveriam funcionar “toda a noite”, com horários de discoteca.
Opinião idêntica tem Desidério Silva, que considera que “existem co-responsabilidades que devem ser analisadas”, para alterar este tipo de ofertas e de disponibilidade da região para receber estes grupos.
“Tenho procurado junto das entidades que têm mais interferência neste processo, para tentar encontrar soluções para minimizar todos estes impactos”, destacou, afirmando que o que aconteceu está a ser analisado, no sentido de se encontrarem formas que possam prevenir “situações como as que ocorreram em Albufeira”.
“Já falei com o comando da GNR a nível distrital, que deu todas as garantias de que estarão atentos para prevenir e tentar perceber como é que estes grupos chegam e onde estão, para intervirem como força dissuasora para que isto não se repita e não coloque em causa a imagem do Algarve”, frisou ainda o responsável.