World Travel Market 2016, ExCeL London
WTM Londres: Ainda sem sinais do Brexit, mercado inglês continua a crescer
Os efeitos do Sim ao referendo para a saída do Reino Unido da União Europeia ainda não se fazem sentir na indústria do Turismo em Portugal, com o mercado inglês a continuar a dar sinais de crescimento para o destino.
Carina Monteiro
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Os efeitos do Sim ao referendo para a saída do Reino Unido da União Europeia ainda não se fazem sentir na indústria do Turismo em Portugal, com o mercado inglês a continuar a dar sinais de crescimento para o destino. No entanto, é preciso manter a atenção.
Este é o sentimento generalizado entre as empresas do Turismo nacionais e as Agências Regionais de Promoção que estão, até esta quarta-feira, dia 9 de Novembro, a participar no World Travel Market em Londres. Para Desidério Silva, presidente da Turismo do Algarve, destino que absorve 30% da procura do mercado inglês para Portugal, apesar dos efeitos ainda não se sentirem, existe uma preocupação com a desvalorização da libra. O Brexit não é uma preocupação que esteja diariamente presente, mas o responsável admite que a região está atenta e tem, inclusive, havido contactos com a Embaixada e a Secretaria de Estado do Turismo no sentido de monitorizar o assunto.
Na Madeira, onde o mercado inglês registou um crescimento significativo em 2015 e neste está a crescer, no acumulado, 15% em hóspedes e 16% em dormidas, o Brexit está a ser acompanhado, garante Roberto Santa Clara, presidente da Associação de Promoção da Madeira. “Temos estado atentos, mais do nunca, a esta situação, através de contactos com os ‘players’ do mercado, embora ninguém tenha ainda a real noção do que vai acontecer”, afirma o responsável. No final do ano, a região vai realizar campanhas para o consumidor final nas plataformas digitais para incentivar a compra nos primeiros meses do próximo ano. “Pensamos que um dos factores que pode vir a acontecer é a reserva antecipada de viagens por receio do aumento dos preços”. Se isso acontecer, o objectivo da Madeira é estar no ‘top of mind’ dos consumidores. A Madeira vai ter, neste Inverno IATA, mais 200 mil lugares de avião disponíveis, com destaque para o Reino Unido, destino para o qual existirão 27 frequências semanais.
Para o Turismo do Centro de Portugal, o mercado inglês está no top 5, a seguir ao mercado nacional, espanhol, brasileiro e alemão. Por não ser um dos mercados principais para a região e não existir uma forte dependência das unidades hoteleiras por este mercado, o Brexit não terá um efeito significativo no Centro, afirma Pedro Machado, presidente da ARPT do Centro de Portugal. Apesar de não ser um mercado principal, a entidade está presente na WTM, onde promove o produto Turismo Activo, onde se inclui o surf.
No caso do Alentejo, o mercado inglês tem sofrido uma estagnação, afirma Vítor Silva, presidente da ARPT do Alentejo. O responsável explica porquê: “Houve uma descontinuação do trabalho com alguns dos parceiros que nos permitiram crescer neste mercado”. O problema está identificado e a entidade quer inverter esta tendência. Para isso, os responsáveis desta ARPT têm tido reuniões durante a WTM com agências de relações públicas.
Privados
O mercado inglês é o principal mercado para as cadeias hoteleiras NAU Hotels & Resorts e PortoBay. Em ambos os casos, os efeitos do Brexit ainda não se sentem. “Não poderia dizer que se sente o efeito, até por uma razão importante: o fenómeno turístico não tem tanto a ver com estar dentro da União Europeia. Se repararmos, nesta feira estão aqui outros destinos importantes para o Reino União que não pertencem à UE”, afirma António Trindade, CEO do grupo PortoBay. Para o responsável, “a evolução cambial da Libra em relação ao Euro será mais importante do que a própria saída da UE, no que ao Turismo diz respeito”.
Na NAU Hotels & Resorts, o mercado inglês tem crescido 20% ao ano e estima-se que continue a crescer em 2017. O CEO da cadeia hoteleira, Mário Azevedo Ferreira, explica que, depois do receio inicial, que levou o grupo a realizar contactos com os principais clientes e a temer que alguns quisessem renegociar os contratos por causa da desvalorização da libra, não se confirmaram. O responsável revela até que, nesta altura do ano, as reservas dos principais clientes da Tour Operação estão acima do ano passado. “Temos razões para estarmos confiantes, mas temos de estar muito atentos, porque algumas consequências do Brexit só se verificarão quando o governo britânico iniciar conversações com a União Europeia”, conclui.