Opinião: Certificação Ambiental, afinal vale a pena?
Leia a opinião por Vicente Bento, CEO & Founder da Green Stays.
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Muitos viajantes e turistas concordam que passar férias de uma forma sustentável é importante, mas muitos acabam por assumir que é mais fácil dizê-lo do que fazê-lo. De acordo com um inquérito da TripAdvisor, 71% dos seus membros planeiam fazer férias eco-friendly, mas quantos realmente optam por uma estadia mais sustentável?
Ao ler o Eurobarómetro da Comissão Europeia, publicado em Março de 2016, referente às preferências dos turistas europeus quando escolhem um destino de férias, algo me surpreendeu: mais de metade dos respondentes (54%) não era influenciado por nenhum aspecto ambiental aquando da escolha do seu destino. Contudo, 40% dos inquiridos sofreram influência pelo menos de um dos parâmetros ambientais inquiridos, ou seja, 17% davam importância ao facto do destino escolhido ter boas práticas ambientais implementadas, 15% ficavam agradados sempre que o destino fosse servido por uma rede de transportes ecológicos e 13% valorizavam os alojamentos turísticos com boas práticas ambientais. Curiosamente, apenas 10% eram influenciados pelo facto do destino, ou alojamento, possuir uma certificação ambiental. Analisando os dados do Eurobarómetro, conclui-se que apesar dos consumidores e turistas europeus estarem cada vez mais sensibilizados para as questões da sustentabilidade, nem sempre as suas acções se coadunam com o que pensam. Então porque razão um hoteleiro deve obter uma certificação ambiental para o seu empreendimento se não for para “encher o olho” do turista nórdico 100% eco-friendly? Ainda por cima, no mercado existe uma panóplia de Certificações, Programas e Rótulos Ecológicos que deixam não só o hoteleiro confuso, como também o próprio turista, o qual na maior parte dos casos não consegue discernir o que é realmente sustentável do que são apenas campanhas de green washing.
Muitos hoteleiros procuram a melhor solução para o seu hotel, mas nem sempre é fácil encontra-la. Ou porque algumas certificações requerem um maior investimento (financeiro ou humano), ou porque existem programas com diferentes níveis de exigência, ou mesmo porque é importante “apostar” no rótulo ecológico mais adequado para captar os turistas “daquele mercado alvo”. No meu ponto de vista, as certificações/ programas ambientais são importantes por várias razões e devem ser encaradas não como um custo, mas como uma ferramenta capaz de optimizar processos de gestão, adquirir vantagens competitivas através do uso eficiente dos recursos (ex.: energia, água), reduzir os custos inerentes ao consumo de matérias primas, monitorizar esses mesmos consumos, tomar acções sempre que os objectivos ambientais se desviem do planeado e demonstrar uma verdadeira compliance para com os requisitos legais e regulatórios.
Por último, mas não menos importante, está a satisfação do cliente, entre os quais se encontra o o cliente corporativo que cada vez mais requer que os hotéis assumam um compromisso sério com o Meio Ambiente e a Sociedade. Não deixa de ser curioso que num estudo realizado pela Deloitte, 90% dos viajantes de negócio afirmaram procurar estadias “green” enquanto estão para fora do seu escritório. Se ainda não convenci ninguém sobre a importância da implementação de um sistema de gestão ambiental num empreendimento turístico, deixo aqui o exemplo de alguns parceiros da Green Stays que têm tido bons resultados neste campo. É o caso do Real Abadia Congress & SPA que, tendo implementado medidas de gestão de água e energia, viu diminuir os seus consumos em cerca de 50%. Já o Inspira Santa Marta Hotel, nomeado este ano para quatro categorias dos World Travel Awards, entre as quais a de Europe’s Leading Green Hotel e Portugal’s Green Hotel, registou entre 2012 e 2014 uma redução de 23% no consumo de energia/ cliente e de 25% no consumo gás/ cliente.
Oportunidades no Portugal 2020
O novo quadro de incentivos comunitários, Portugal 2020, é uma excelente oportunidade para que todos os projetos turísticos que pretendam avançar para uma ceritficação ambiental (e não só) o façam. Sendo a Eco-Inovação um dos domínios de competitividade apresentados, os promotores dos projectos poderão ver financiadas as suas despesas relacionadas com a implementação de um Sistemas de Gestão Ambiental, a obtenção do Rótulo Ecológico Europeu ou o EMAS.
Para projectos mais pequenos, que não requerem um investimento muito elevado, os Vales Simplificados são uma excelente solução. Neste sentido, de acordo com o último plano de avisos do P2020, as candidaturas para o Vale Inovação abrirão em Outubro de 2016, sendo que, a manterem-se as condições das calls anteriores, os hoteleiros poderão usufruir de um incentivo a 75% a fundo perdido, num total máximo de 20.000€ de investimento. Vale, ou não vale a pena?
Por Vicente Bento, CEO & Founder da Green Stays