Articular prioridades regionais, nacionais, e europeias
Urge aprender a criar uma Europa mais produtiva e competitiva, simplificando a burocracia e distinguindo as terras e gentes, e o potencial de cada arte, vocação ou recurso.
Humberto Ferreira
Soltour volta a lançar charters para Samaná à partida de Lisboa
Iberia celebra 85 anos de voos ininterruptos entre Madrid e Lisboa
Princess Cruises altera dois cruzeiros de volta ao mundo devido a conflitos no Médio Oriente
Brilliant Lady é o 4.º navio da Virgin Voyages e chega em setembro de 2025
Bruxelas inicia ação contra 20 companhias aéreas por práticas enganosas de “greenwashing”
Dubai recebe Arabian Travel Market entre 6 e 9 de maio
Etihad Airways coloca A380 na rota de Paris a partir de novembro
Croatia Airlines passa a integrar APG-IET
Turismo de Portugal inaugura Centro de Incubação de Base Tecnológica para o setor do Turismo a 6 de maio
Gestão de frota e manutenção de motores PW150A da TAAG será feita pela Pratt & Whitney Canada
Urge aprender a criar uma Europa mais produtiva e competitiva, simplificando a burocracia e distinguindo as terras e gentes, e o potencial de cada arte, vocação ou recurso.
O contrato de privatização da TAP ao consórcio Atlantic Gateway foi assinado a 24 de Junho de 2015, mas os pareceres das autoridades da concorrência e reguladores aéreos de Lisboa e Bruxelas demoraram mais de quatro meses, adiando para 12 de Novembro o acto burocrático, quando o Governo PSD-CDS já tinha sido substituído. Um reflexo negativo da eurocracia face à América e Ásia.
PÚBLICAS E PRIVADAS – Há quatro antigas empresas de aviação geridas por entidades públicas, apesar de Bruxelas desaprovar o desperdício e prejuízos nos transportes públicos no ar, terra, e mar.
Ao Estado compete abrir rotas e comparticipar, socialmente, nas passagens de estudantes, idosos, e residentes em regiões periféricas, sem substituir nem prejudicar empresas privadas e especializadas.
É verdade, as normas europeias não permitem desde 1998 ao Estado apoiar a TAP, provocando em 17 anos a subida da dívida acima de mil milhões. Entretanto, estas normas europeias provocaram a falência de largas dezenas de empresas aéreas, públicas e privadas.
INTERCÂMBIO – Entre 1953 e 1960, o empresário António Medeiros de Almeida (dos grupos Bensaúde, Insulana de Navegação, AeroPortuguesa, SATA, etc.), chegou a deter 50% do capital da TAP. A AeroPortuguesa era associada da Air France antes de ser vendida a Medeiros de Almeida e integrada na TAP em 1953, depois de Salazar rejeitar propostas deste empreendedor, devolvendo-lhe o valor dos investimentos na aviação.
Em 1998-2001 a TAP uniu-se ao Grupo «Sair», liderado pela Swissair, até à suspenção de voos em Outubro 2001, no rescaldo dos atentados de 11/9 nos EUA.
Em Dezembro de 2012, o Governo PSD-CDS travou a venda da TAP ao grupo Synergy, de German Efromovich, presidente da Avianca no Brasil e Colômbia, alegando incumprimento de garantias financeiras.
A quarta privatização decorreu entre 24 de Junho e 6 de Fevereiro 2016, a favor de um grupo luso-brasileiro. Do consórcio faziam parte dois sócios, mas com o Estado passaram a três, e espera-se agora o quarto? Além dos individuais TAP.
QUATRO OU TRÊS? – O capital da TAP é baixo (15 milhões de euros), e durante anos tem operado descapitalizada, competindo agora aos sócios regularizar a situação.
Segundo a recente alteração accionista cada um dos grupos de sócios confirmados, ficará com 50% do capital, incluindo as sobras não vendidas nos próximos meses de 5% do capital (750 mil euros de acções) ao pessoal TAP. Acredito que a procura será total, pelo que cada parceiro colectivo somará apenas 47,5% ou 7,125 milhões de euros.
Entretanto, pode ocorrer um imprevisto, ao surgir mais uma candidata à TAP: a chinesa HNA (Hainan Airlines) que detém desde Novembro 23,7% da Azul (empresa brasileira de David Neeleman). Já em 2015 este sócio da TAP tinha vendido 5% da Azul à United Airlines, uma das três grandes empresas aéreas dos EUA, reflexo da recessão que atinge o Brasil.
Se o anterior Governo recebeu 10 milhões de euros pela privatização em Junho, o actual devolverá 1,9 milhões pela cedência de 13,5% da parte Atlantic Gateway agora acordada, além de 30 milhões de euros para o aumento de capital, faltando saber da entrada de 34% do capital público escriturado há anos em vermelho. A não ser que as contas agora divulgadas não sejam 50/50, mas 33/33/33.
O HUB – Quem prova a viabilidade de dois Hubs em Lisboa e Porto? Ora se a nova gestão dupla valorizar a política regional sobre a economia o Governo forçará os contribuintes a custear dois Hubs.
AVIAÇÃO REGIONAL – Nunca foi um eixo da nossa estratégia aérea, contando várias empresas encerradas: SAP (Serviços Aéreos Portugueses); LAR (Linhas Aéreas Regionais); Aero Condor, etc.
A Aero Vip opera a linha Bragança-Vila Real-Viseu, Tires-Portimão, e a PGA operou com êxito voos ibéricos até à integração na TAP em 2007.
TAP-EXPRESS – A ameaça de boicotar a TAP no Norte foi um passo negativo, devido à racionalização na época baixa e num ano instável, de sete rotas europeias em Pedras Rubras, pois ninguém pode ignorar o contributo da TAP nos últimos 70 anos na promoção do Porto e Norte de Portugal.
Entretanto, a Atlantic Gateway anunciou a transformação da PGA na TAP-Express, e a criação da primeira ponte aérea Porto-Lisboa: com 18 voos diários, de hora a hora, e uma frota com maior capacidade.
Os aviões mais antigos do grupo TAP eram da PGA, mas se os aviões da TAP-Express são fretados à White, o que sucede aos tripulantes da PGA?
As chuvas encerraram a linha do Norte e a CP melhorou as opções Porto-Lisboa, ao adquirir 10 composições Alfapendular. Quando a TAP nem pode receber apoios aos voos intraeuropeus e intercontinantais para o Porto, ao contrário das «low-cost» estrangeiras?
Parte do dinamismo do Norte centrou-se nas últimas décadas no conceito do Arco do Atlântico em colaboração com a Região Autónoma da Galiza. A TAP poderá agora reformular o Arco do Atlântico com a rede TAP-Express, e até tentar recuperar os doze A350 encomendados à Airbus para abrir a rota da China em verde e vermelho. Um louvor especial ao baptismo, em 15 de Maio, da aerogare de Lisboa, que passa a ser aeroporto Humberto Delgado.
Por Humberto Ferreira.