FIA comemora 28 anos com balanço “positivo”
A feira conta com cerca de 600 expositores e espera a visita de 115 mil pessoas.
Patricia Afonso
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A FIA – Feira Internacional do Artesanato, que decorre entre os dias 27 de Junho e 5 de Julho, na FIL, comemora 28 anos com um balanço “positivo”, como revela ao Publituris Miguel Comporta, director da feira.
Com mais de 600 expositores directos, oriundos de mais de 40 Países que representam os cinco continentes, num total de cerca de 3600 pessoas, aquela que é a 27.ª edição da FIA espera receber cerca de 115 mil visitantes, contra os 112 mil contabilizados na edição de 2014.
Leia a entrevista a Miguel Comporta, na íntegra, neste artigo:
Que balanço faz destes 28 anos de FIA?
Miguel Comporta: O balanço que fazemos destes 28 anos de FIA é positivo. A FIA Lisboa é um evento histórico no contexto ibérico, foi pioneira na sua origem, ao assumir-se como plataforma de negócios, espaço de cultura e de incremento da dignidade dos Artesãos. Modéstia à parte estamos orgulhosos do trabalho desenvolvido ao longo dos anos na valorização e promoção do artesanato e das artes e ofícios como componentes fundamentais de desenvolvimento económico, social e territorial cruzando esta perspectiva com a sua dimensão cultural e patrimonial.
A FIA Lisboa, inicialmente Filartesanato, resulta de uma iniciativa que teve a sua génese na década de 80, ao ser criado um espaço de mostra e venda de artesanato de todas as regiões que nasceu nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, na Praça das Indústrias. O sucesso da Filartesanato motivou a então direcção da FIL a organizar um evento de âmbito internacional que tem como principio mostrar o melhor do artesanato e gastronomias regionais e internacionais. Em 1993 passa a denominar-se FIA Lisboa e, desde então, é um verdadeiro caso de sucesso com uma evolução linear e sem oscilações de edição para edição, tendo ultrapassado com sucesso períodos mais instáveis economicamente. A FIA Lisboa consolida-se como líder na Península Ibérica e a segunda maior feira do sector a nível europeu.
De que forma é que este é um evento de captação de Turistas na cidade de Lisboa?
MC: Na atmosfera competitiva dos mercados globalizados, o artesanato gera externalidades positivas que favorecem as economias locais, sendo múltiplos e de grande visibilidade os seus impactos – directos e indirectos – nomeadamente no sector do turismo como é amplamente reconhecido. Para além do valor cultural, histórico e patrimonial que lhe é inerente, o artesanato interfere nos tecidos económicos e sociais como um factor diferenciador e elo de ligação das populações com o seu território. Como é sabido Lisboa está definitivamente na moda. Toda a gente fala da cidade e não lhe poupa elogios. E isso nota-se para quem passeia por Lisboa, com a cidade cheia de turistas de todas as nacionalidades. Nesse sentido, a FIA é mais uma actividade e um atractivo que a cidade tem para oferecer. Quem viaja procura, cada vez mais, fugir ao óbvio e a FIA enquadra-se muito bem nesse contexto. Damos a possibilidade aos turistas de, através do artesanato, conhecer o que de melhor Portugal tem para oferecer.
Direi que este é mais um conteúdo que valoriza a cidade e que surge como um produto complementar à oferta cultural da cidade.
É possível aferir o número de turistas que visitam a feira? De que mercados?
MC: Este é um número que não dispomos. Esta é uma feira que recebe mais de uma centena de milhares de visitantes, sendo que a sua grande maioria compra bilhete à entrada, o que torna difícil a tarefa de apurar o número e as nacionalidades. O que lhe posso dizer é que sentimos que a FIA é cada vez mais um produto turístico que valoriza a cidade e o País e, nesse sentido, regista uma crescente procura. Obviamente que o seu grande desafio reside na divulgação junto dos turistas e dos hotéis, chamando a atenção para uma realidade que decorre num local que, já por si, recebe milhares de turistas (o Parque das Nações).
O facto de apostarmos na gastronomia regional a par da promoção do território nacional (e internacional) são outros factores que contribuem para o sucesso crescente deste certame junto dos turistas internacionais. Direi mesmo que a FIA é um evento incontornável para quem visita a cidade de Lisboa!
Quais as novidades deste ano?
MC: Este ano teremos inúmeras iniciativas e novidades, entre as quais se destacam a Exposição Temática – Caminhos de Inovação, organizada pelo IEFP em parceria com a fundação AIP- Feiras, Congressos e Eventos, que reflete uma abordagem contemporânea sobre as Artes e Ofícios Portugueses. Na exposição poderá encontrar alguns dos projectos de referência da actual ligação entre artesãos e universidades ligadas ao ensino do design e artes visuais.
A exposição, cujo denominador comum é a inovação, contempla projectos colectivos e iniciativas individuais desenvolvidas um pouco por todo o país abrangendo vários subsectores das produções artesanais como a cerâmica, o têxtil e o calçado.
Outro dos destaques é a Semana da Gastronomia Tradicional que junta 6 Associações de produtores de Carnes Portuguesas Certificadas (DOP) a 6 restaurantes representativos da cozinha tradicional portuguesa. Pela primeira vez temos um Mercado da Cerveja Artesanal com as principais unidades produtivas e mais de 20 estilos de cerveja.
Nesta edição, Timor é o País Convidado, Sendo o pais da CPLP mais longínquo em termos geográfico à também o mais distante de nós em termos culturais. Para além do seu artesanato e rituais trazem-nos os seus sabores com uma degustação dos seus pratos típicos. No ano em que comemora os 500 anos da chegada dos Portugueses a Timor, a FIA Lisboa associa-se a esta deta com a promoção do seu património cultural, artístico e económico e reforça os laços de confiança e amizade entre os dois Estados-Membros dos Países da CPLP, Portugal e Timor-Leste
A Região Centro de Portugal destaca-se como região convidada tendo como objectivo promover o Turismo Centro de Portugal, sendo esta uma região de excelência que oferece inúmeras possibilidades de lazer aos turistas e visitantes. A natureza exuberante, os locais Património Mundial da Humanidade (Mosteiros de Alcobaça e Batalha, Convento de Cristo em Tomar, Universidade de Coimbra, Alta e Sofia), a gastronomia, os vinhos regionais e o artesanato genuíno aliados à tradicional hospitalidade fazem da Região centro, localizada entre as duas principais áreas metropolitanas nacionais um País dentro do País.
Quantos expositores vão ter?
MC: Temos mais de 600 expositores directos de mais de 40 Países que representam os cinco continentes. Acreditamos como expositores cerca de 3600 pessoas. Estimamos que estarão representados na Feira trabalhos de muitos milhares de autores nos vários stands nacionais e internacionais numa mostra diversificada de produtos, entre eles gastronomia, artesanato, jogos tradicionais, musica, culturas, tradições e artes.
Quantos visitantes esperam?
MC: Este ano esperamos cerca de 115.000 visitantes numa abordagem realista, esperando ultrapassar este número, contrapondo aos 112.000 visitantes da edição passada.