“Eventos são estruturação de produto”
O secretário de Estado do Turismo defende que as verbas de promoção são destinadas a promover o País e não a estruturar produto ao financiar, por exemplo, os eventos.

Raquel Relvas Neto
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“As verbas da promoção servem para promover o País, o destino”. Foi com estas palavras que Adolfo Mesquita Nunes, no âmbito do 3º Congresso da APECATE, que acontece em Lisboa, que justificou a diminuição de apoios do Estado à organização de eventos.
Para o secretário de Estado do Turismo, “em Portugal, a promoção de um destino turístico é algo distinto da estruturação do produto. Uma coisa é estruturar produto, onde as empresas de animação turística e de organização de eventos estão integradas, outra é promover o produto que existe”.
O responsável salientou que “é nossa convicção que eventos são estruturação de produto”, evidenciando a importância destes, assim como dos congressos e da animação-turística nas regiões, “mas isso é estruturar produto”. Neste sentido, Adolfo Mesquita Nunes frisou que “as verbas da promoção servem para promover o País, o destino, onde há todos esses produtos. Com os recursos limitados que temos, se continuássemos com a proporção anterior que era mais verbas para organizar eventos do que para promover o país verdadeiramente, estavamos a perder o foco”. O que não quer dizer que, “os eventos não tenham a sua importância, têm e muita, mas na óptica da estruturação do produto. E na estruturação do produto não cabe ao Estado, nem ao Turismo de Portugal andar a brincar à estruturação do produto, porque não sabem fazer”.
“Quando digo que estamos a desinvestir em eventos, estamos a desinvestir do ponto de vista das verbas de promoção, não significa que os eventos não tenham lugar”, acrescentou. O governante aproveitou a ocasião para exemplificar o apoio que o Turismo de Portugal vai ainda dar a dois eventos no segmento do golfe e surf que se vão realizar este ano: “Coisa, diferente são os eventos que se realizam em Portugal, que se organizam sem as verbas da promoção, poder, a partir deles fazer promoção, por isso é que escolhemos para este ano eventos relacionados com o surf e com o golfe. Para o ano poderão ser outros, mas esses eventos não dependem do financiamento da promoção”.
“Por muito que pudéssemos dizer que há um evento ou outro que se pudesse justificar, essas escolhas são sempre injustas. (…) Esse género de discussões é a pior coisa que se pode fazer à promoção, é começarmos a olhar para a promoção pensando não no retorno que ela vai ter, mas a pensar que temos de agradar a toda a gente”, complementou.
Centro de Congressos de Lisboa
No que refere ao anunciado novo centro de congressos para a cidade de Lisboa, Adolfo Mesquita Nunes reforçou a sua posição já anunciada em 2014 que, “o aeroporto de Beja demonstrou que não bastava ter um aeroporto para que os turistas aparecessem todos no Alentejo. Também a construção do centro de congressos não significa que apareçam congressistas”.
Para o responsável é preciso financiamento para a construção do centro de congressos, assim como para a sua manutenção e captação de congressos, ou seja, “construir uma estrutura sem cuidar de tratar de como é que ela se vai financiar e de como é que se vai financiar depois a captação de congressos parece-me um mau caminho”.
O Turismo de Portugal encontra-se disponível para analisar propostas de financiamento da nova infra-estrutura, “mas essa proposta tem que aparecer de forma sustentada”.