Futre, afinal, tinha razão!
Leia a opinião de Renato Lira Leite, Country Manager da Global Blue.
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Costuma dizer o povo que, a brincar, a brincar, dizem-se as verdades. E Paulo Futre fez jus ao ditado, embora ele soubesse muito bem o que estava a dizer quando proferiu a frase durante a campanha eleitoral para a Direcção do Sporting que o tornou, de novo, famoso.
Na altura, Futre falava em virem charters com chineses. E isso devia ser tomado como um dos lemas do turismo de Portugal, ainda que dito publicamente de outra forma.
Mas não apenas de chineses. Havia também que se considerar Angola e Brasil pela importância crescente destes mercados no turismo em geral e no turismo de compras em particular.
A China é um dos principais mercados emissores de turismo do Mundo e, em Portugal, o turista de compras chinês já está no top dos clientes que mais valor tem despendido por compra. Em 2013 essa despesa foi de 1.223,00 € e, no primeiro semestre de 2104, esse valor já é de 1.099,00 €. Aliás, o consumo dos turistas chineses é o que mais tem crescido em Portugal: 118% em 2012, 90% em 2013 e, no primeiro semestre de 2014 esse crescimento é de 29%. O turista chinês mostra preferência em compras nas categorias “moda & vestuário”, que representou 49% do total, “relojoaria & joalharia” (16%) e “acessórios de moda” (11%) – valores de 2013.
Já o Brasil e Angola têm demonstrado uma forte apetência pelo nosso país, embora em ambos os casos haja muito espaço para melhorarmos a experiência destes turistas, sobretudo ao nível das compras.
O turista brasileiro faz, em média, compras no valor de 222€ (2014), quando em 2013 esse valor era de 226€, e opta, essencialmente por moda (52%) e relojoaria (12%).
Já o turista angolano fez compras num valor médio de 282€ em 2014, ao passo que em 2013 esse valor era de 292€, também com maior incidência nos sectores da moda (68%) e relojoaria (13%).
Uma análise recente efectuada pela Global Blue concluía que 75% dos turistas de compras, os designados Globe Shoppers, planeiam as suas compras antes de viajarem. E definem o destino também em função dessas compras. Isto é válido, naturalmente, para chineses, brasileiros e angolanos, as 3 nacionalidades que mais compras fazem em Portugal.
É que além de termos espaço para melhorarmos toda a cadeia de valor e de a tornar mais eficiente no capítulo do truísmo de compras, o nosso país está bem posicionado do ponto de vista internacional e Lisboa foi considerado o sétimo melhor destino de compras da Europa.
Mas há mais. Portugal tem um nível de preços muito competitivo. E se a esses preços retirarmos a componente correspondente ao Tax Free (reembolso de IVA), o nosso país torna-se mesmo muito interessante para qualquer turista.
Vale a pena, por isso, deixar a sugestão de Portugal criar um plano nacional para o desenvolvimento do turismo de compras. Ganha o país e ganham os turistas.
E, claro, damos razão ao Futre.