CTP surpreendida com taxa turística de Lisboa
Francisco Calheiros, presidente da CTP, defende que esta medida irá agravar a situação financeira das empresas turísticas portuguesas.
Raquel Relvas Neto
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A criação de uma Taxa Municipal Turística em Lisboa, anunciada esta segunda-feira na apresentação do orçamento do município, apanhou o sector turístico de surpresa.
A Confederação do Turismo Português demonstra uma “grande apreensão e surpresa” face a este anúncio efectuado pelo presidente da autarquia, António Costa.
À semelhança do que já aconteceu com outros municípios que pretenderam implementar esta taxa, como é o caso de Aveiro, onde o actual presidente da autarquia optou por abolir esta medida, a CTP sustenta que os argumentos invocados na altura mantêm-se válidos.
A representante máxima do sector privado turístico em Portugal defende que “apesar das boas notícias recentes sobre o desempenho do sector e dos benefícios do seu impacto na recuperação económica do país”, na verdade, destaca a CTP, “continua a ser ilusório pensar que serão os turistas a suportar estas taxas”.
Em comunicado, a CTP esclarece que “serão os operadores do sector que, em defesa da competitividade do destino, serão obrigados a internalizar esse custo, com prejuízo acrescido da sua margem já tão sacrificada, como bem evidenciou o recente estudo levado a cabo pelo Banco de Portugal”.
Francisco Calheiros, presidente da CTP, “a criação de duas taxas para o sector do turismo – uma sobre dormidas e outra sobre os desembarques no Aeroporto de Lisboa e no Porto de Lisboa – não irá trazer qualquer efeito benéfico para o aumento do turismo na cidade. Irá sim ter reflexos inevitáveis nas margens dos empresários, agravando a situação financeira das empresas portuguesas que actuam nesta área”. O responsável defende que o foco dos agentes envolvidos no sector deve estar na “criação de condições facilitadoras e atractivas para as empresas da área do Turismo, e consequentemente, para os turistas que nos visitam e não em medidas que aumentarão a pressão sobre os preços de alojamento”.
A possibilidade desta medida da capital portuguesa ser imitada por outros municípios do País é algo que também preocupa a CTP.