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Provavelmente este ano as receitas externas geradas pelo Turismo, correspondentes a exportações, vão ultrapassar os 10.000 milhões de euros, confirmando que se trata de maior exportador nacional de «bens e serviços». Em 2013, com o valor de 9.250 milhões de euros, o Turismo atingiu essa posição com 13,6% do total das exportações portuguesas (Banco de Portugal). Estas receitas cresceram 62% desde 2000 (preços constantes), quase 5% ao ano.
Trata-se de um valor extraordinário, que deveria ser valorizado e enaltecido, sobretudo quando se sabe que o «Consumo Turístico» é em mais de 90% resultado de «produção Interna», contrariamente a muitos «bens» exportados, que têm componentes de importação em valores nalguns casos superiores a 50%, como nos combustíveis.
O valor de 2014 será ainda mais relevante se se confirmar que as exportações de bens mantêm a tendência do 1.º semestre de um ritmo de crescimento inferior ao das importações, o que conduziria a que o Turismo proporcione um contributo relativamente superior para o saldo da balança comercial e de pagamentos.
Mas o certo é que muitos especialistas que acompanham os problemas da economia nacional continuam a subestimar, a não dar o devido valor ao contributo do Turismo. Não se percebe. Exalta-se qualquer exportação de «bens» de umas centenas de milhões de euros, o que é positivo, mas esquece-se sistematicamente o Turismo.
Referem-se muitas vezes ao Turismo como que se de um «extra» ocasional se tratasse, que lá veio dar uma «ajuda» casual e inesperada às contas nacionais.
É verdade que o actual Ministro da Economia refere muitas vezes os «números» do Turismo. Mas não chega dizê-lo, mesmo exaltando-o com o slogan do «melhor ano de sempre». Tem de se ir mais além.
É necessário demonstrar a importância estrutural do Turismo na Economia nacional. Com dados consistentes, com visão coerente e não meramente propagandista, para efeitos imediatos. Porque o Turismo tem um défice de valorização científica, académica, empresarial. Porque surgiu no passado aliado muitas vezes a um conjunto de actividades fáceis, oportunistas, como se se tratasse de uma actividade de quem não sabe fazer outras coisas. Basta verificar que os principais destinos turísticos do mundo – EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha – são países desenvolvidos e avançados, para se concluir o contrário.
Esta batalha ganhou pontos, é um facto, foram vários a contribuir para esse avanço, mas a batalha não está ganha e pode-se rapidamente regredir.
O papel de quem dirige o Turismo não se pode limitar a deixar uma «herança» de bons resultados, como quem está «de passagem» para novas missões. O seu mérito vai ser medido sobretudo por ter deixado ou não uma estratégia coerente e sustentada.
Estão a verificar-se transformações muito rápidas no Turismo
A revolução gerada pelas Tecnologias de Informação, a internet, as redes sociais, com alterações e novidades diárias, constitui um desafio tremendo, sobretudo para um destino Turístico «pequeno» – e no fundo frágil, perante o mundo – como é Portugal.
Quem não tiver consciência disto é ingénuo ou irresponsável.
O online não traz só facilidades de promoção e de informação instantânea sobre destinos, produtos e ofertas. E facilidades sobre marcações de transporte, viagem, alojamento e opções de lazer. Que são fantásticas.
O online vem alterar qualitativamente a forma e os mecanismos de relacionamento do consumidor/turista com a oferta. Vem alterar os mecanismos de negociação/intermediação ao introduzir a possibilidade da comparação com a informação da concorrência (características e preço) rápida e global. Vem alterar qualitativamente as formas de concorrência.
O online, para além disso, altera comportamento e atitudes do consumidor/turista, modifica-lhe de forma gradual e imperceptível o perfil. Vamos estar gradualmente perante um novo turista. Com novas características e exigências.
O online, além de tudo o que provoca na procura e na oferta, tem ainda outras consequências mais profundas, ainda pouco evidentes, mas reais. E de que ninguém fala: está a surgir uma nova categoria de actores invisíveis – porque sem rosto – que são os grandes Operadores Online no Turismo e Viagens. Não vale a pena listá-los, eles estão aí e muita gente, sem os ver, olha-os com candura como se fossem entidades neutras, quiçá sobrenaturais, com uma missão de benemerência eterna no mundo do Turismo. Não é assim. Atrás de algumas delas estão forças financeiras poderosas, que vão comprando concorrentes nos vários continentes, vão alargando as áreas de negócio, para além do online dirigido ao alojamento e transporte, a outros sectores (restauração, viagens e tours, transporte de aluguer).
Etc. Etc.
Todo este processo em movimento deve-nos fazer pensar, reflectir, agir.
É que o Turismo, aparentemente mais fácil, directo, imediato, vai ser ao mesmo tempo mais complexo para os empresários e agentes económicos de todos os sectores a ele ligados, pois comporta novos riscos gerados pelos novos centros de interesses que vão emergir – já aí estão – no negócio do Turismo.
Não vale a pena meter a cabeça debaixo da areia.
Temos de estudar bem as novas realidades e tentar descobrir armas e instrumentos para as enfrentar e responder com eficácia ao que há de novo.