Belém: Parque dos Oceanos em Lisboa – Projecto Oceanos – IV
A boa vontade não chega. De facto seria impossível em poucas semanas preparar, apresentar e “referendar” juntos dos organismos interessados e núcleos associativos ligados a Belém a validade deste projecto, que ainda poderá ser divulgado no Dia Mundial de Turismo aos portugueses.
Humberto Ferreira
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A boa vontade não chega. De facto seria impossível em poucas semanas preparar, apresentar e “referendar” juntos dos organismos interessados e núcleos associativos ligados a Belém a validade deste projecto, que ainda poderá ser divulgado no Dia Mundial de Turismo aos portugueses.
Aqui fica a sugestão, também dependente da boa vontade e da avaliação da oportunidade, numa época política que se prevê agitada a nível interno. Espero que a política não impeça aos parceiros do Turismo e do Mar o devido estudo e avaliação deste projecto aberto ao Mundo: BELÉM. PARQUE DOS OCEANOS EM LISBOA.
POTENCIAL DE BELÉM – O Bairro fica entre os bairros da Ajuda para Norte, Algés-Dáfundo para Oeste, e Junqueira-Alcântara para Nascente, abrigando assim muitas outras atracções e estendendo-se ao município de Oeiras no eixo Dáfundo-Cruz Quebrada.
Em termos de igrejas, serviços públicos, jardins, recintos desportivos, e diplomáticos, a zona também proporciona: a histórica Capela do Alto do Restelo (dominando a zona residencial, diplomática, e desportiva); o Estádio do Restelo (para futebol e concertos musicais, ou missas papais, quando o Papa visita Lisboa); ministérios, escolas, quarteis, e mais duas igrejas importantes: a da Memória na Ajuda, e a do Senhor dos Navegantes no Restelo (contemporânea); o Regimento de Cavalaria da GNR (escola de equitação e base das cerimónias protocolares de visitas de Chefes de Estado e de desfiles especiais), etc.
Algés, por sua vez, funciona como terminal intermodal de transportes públicos – caminho de ferro, autocarros, eléctricos, e táxis, servindo o Parque Anjos e Pavilhão de Exposições; a Piscina e Sede do Sport, Algés e Dafundo, o Aquário do Dafundo, e o Passeio Marítimo de Algés. A Oeste, no Dafundo-Cruz Quebrada há o vasto complexo desportivo do Estádio Nacional (futebol, ténis, natação, atletismo, etc), e a Universidade de Motricidade Humana.
PASTÉIS DE BELÉM – Mas o mais saboroso ficou para o fim. Turismo e Cultura associam-se bem à hotelaria e restauração. Ora a zona de Belém está há décadas preparada para satisfazer visitantes nacionais e estrangeiros, dispondo de hotéis, hostels, restaurantes, esplanadas, cafés e bares, à beira-rio e nas artérias principais, tal como em edifícios e museus assinalados.
A CASA DOS PASTÉIS DE BELÉM, na Rua de Belém, 84-92, foi fundada em 1837 (antiga Confeitaria de Belém), e fabrica diariamente milhares de pastéis de Belém, marca registada e patenteada em todo o mundo. É uma das maravilhas da gastronomia portuguesa. Hoje é um dos maiores e mais frequentados cafés-pastelarias de Lisboa, e uma das incontornáveis visitas turísticas em Belém, junto aos Jerónimos.
PRIMEIRA CONCLUSÃO – Creio ter apresentado os principais argumentos para justificar este desejo de valorização de uma comunidade ribeirinha na metrópole lisboeta, cujos antepassados, imigrados da orla costeira, souberam manter ao longo dos séculos a paixão pelo Atlântico, numa curiosa antevisão para o que os portugueses contemporâneos se preparam para, a partir de 2016 expandir a nossa soberania sobre uma grande extensão do vizinho Atlântico.
Acredito que os actuais governantes, e dirigentes políticos e empresariais não vão perder tal oportunidade. Podem contar com o meu entusiasmo. Antes de 27 de Setembro, prometo voltar e este tema com outros argumentos.
Sem iniciativas semelhantes, Portugal continuará entre os países sem ambição para liderar os movimentos do Turismo internacional, apesar de dispor de um passado admirado por muitos estrangeiros, mas esquecido pela maioria dos nossos cidadãos, mais dados ao futebol. Quantos outros países não gostariam de mostrar tais valores a estrangeiros?
REORGANIZAR, REESTRATEGIZAR, OU ESTAGNAR – Temos de encarar este trilema essencial para definir quais os níveis mais adequados para se fundamentar um novo modelo de reorganização e promoção do turismo contemporâneo, antevendo, dada a insuficiência das receitas fiscais geradas pela maioria dos países, as futuras bases para a própria e inevitável reorganização dos Estados Ocidentais. Sobre a situação das economias orientais e latino-americanas abstenho-me, por desconhecer a variedade de pormenores.
TENDÊNCIAS E OPÇÕES – Mas creio que o Turismo passará a ser mais promovido a nível municipal, regional, ou intermunicipal, do que a nível nacional ou bilateral.
Nem falo na fracassada opção multinacional de promoção do Turismo europeu através da Comissão Europeia de Turismo. Aliás, o único caso multinacional positivo conhecido é o da Organização do Turismo das Caraíbas.
AGENDA MUNDIAL DO TURISMO – As delegações mistas de Turismo de Lisboa, Algarve, Porto, Madeira, Açores, Alentejo-Ribatejo, e Beiras irão, certamente, apresentar um evento ou iniciativa, capazes de captar o interesse mundial (no Dia Mundial do Turismo), ou na anterior Assembleia Geral da UNWTO, de 24 s 29 de Agosto, na Zâmbia e Zimbabwe.
No Dia Mundial do Turismo cada país, região, ou cidade vai promover programas paralelos, mas em Portugal não é visível, a 18 de Agosto, interesse em integrar no programa do DMT-2014 alguns eventos já agendados.
Em Guimarães, por exemplo, tem lugar de 10 a 12 de Outubro a FEIRA DO PATRIMÓNIO, procurando definir, com o apoio da Ernst & Young, o valor económico e turístico do Património e dos eventos culturais, às escalas nacionais e locais, visando propor uma mais adequada atribuição comunitária de fundos, no rescaldo do sucesso da Capital Europeia da Cultura em 2012, e de outras iniciativas criativas, integrando Turismo e mais-valias das comunidades locais.
E em Lisboa realiza-se, de 5 a 6 de Setembro, o debate sobre EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO, pelo núcleo sub30 anos do Fórum Económico Mundial (sediado em Davos), dedicado ao tema REFORMULAR A EUROPA (Shape Europe, ou esculpir).
Ora, apesar dos frequentes conflitos, como o da Ucrânia, a Europa não vai mudar limites externos nem tradições. Vai, sim, sendo reformulada consoante a evolução científica, tecnológica social, e política, à medida das soluções verificadas e alcançadas nos diferentes pólos de conflito.
O projecto da União Europeia tem 56 anos, e apesar dos diversos tratados posteriores, incluindo o de Lisboa em 2007, é frequente a desactualização dos seus objectivos. Daí o tema deste encontro na Fundação Calouste Gulbenkian, contando com a inscrição de delegados de 60 cidades europeias, sem ligação directa à UNWTO, uma vez que o objectivo não enquadra especialmente o Turismo, mas as diversas actividades e áreas que, supostamente ou não, reforçam as comunidades, vilas, cidades e estruturas intermunicipais e regionais.
Entretanto, Espanha promove a realização do 1º. CONGRESSO INTERNACIONAL DE TURISMO E PEREGRINAÇÕES, sob a égide da UNWTO, em Santiago de Compostela, de 18 a 20 de Setembro. Este, sim, um tema para melhorar e expandir o turismo religioso.
Não posso deixar passar esta disparidade de critérios, apesar da Espanha acolher, em Madrid a sede da Organização Mundial de Turismo.