Gestão do Conhecimento na Hotelaria Portuguesa
Leia a opinião de Luís Filipe Ambrósio, professor Adjunto (Equiparado) da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda.
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Embora ainda não exista uma estabilização conceptual sobre a gestão do conhecimento, as referências bibliográficas são unânimes em estabelecer uma relação entre a gestão do conhecimento e os resultados organizacionais. Dada esta relação e porque a avaliação das empresas requer cada vez mais uma avaliação de outras dimensões para além dos elementos financeiros, tem-se procurado avaliar o seu capital intelectual.
O conhecimento organizacional e a sua gestão entram neste jogo porque é através dele que as empresas podem criar vantagens difíceis de imitar, que as diferenciem dos seus concorrentes e as conduzam ao sucesso. Para serem mais eficazes, racionalizarem os recursos disponíveis, melhorarem a produtividade e serem mais competitivas é fundamental que efetuem uma boa gestão do conhecimento, ou melhor, dos processos com ele relacionados.
Cada vez mais as empresas necessitam de dados, informação e conhecimento que impulsionem os sistemas de informação para libertar as pessoas de tarefas improdutivas e se poderem dedicar a outras que gerem um maior valor acrescentado. O dinamismo e a agilidade requerida para manter a competitividade das empresas só são possíveis se compatíveis com uma memória organizacional plena e activa, onde o conhecimento seja criado, fluía e cresça de modo natural.
As pessoas tomaram consciência de que têm que investir continuamente na sua formação e na criação e desenvolvimento de novas competências, senão excluem-se. As organizações também se deram conta de que, para terem êxito, deviam aproveitar os conhecimentos de cada empregado e incorporá-los na memória organizacional adoptando uma nova cultura empresarial e fazendo uso de novas ferramentas para converter o conhecimento tácito em explícito.
Depois de outros estudos sobre o tema feitos em Portugal, procurámos verificar se também no setor hoteleiro português podíamos comprovar a existência de uma relação entre os processos organizacionais de gestão do conhecimento e a performance e competitividade dos mesmos. Este estudo foi importante para entender o estado da arte e contribuir para a compreensão da relação teórica entre o conhecimento e a competitividade e permitir a geração de benefícios para o setor hoteleiro português.
Tal como outros autores, também demostrámos as capacidades preditivas de resultados organizacionais traduzidos em diferentes indicadores económicos, sociais e específicos da atividade. Ao avaliar a relação entre a gestão do conhecimento e performance e competitividade dos hotéis, comprovámos que os hotéis que têm uma maior orientação cultural face ao conhecimento, que adotam as melhores práticas de gestão e inclusivamente o geram socialmente dentro da organização, têm melhores resultados, são mais eficientes e competitivos. Encontrou-se também uma influência de fatores sociodemográficos na gestão do conhecimento, pelo que estes devem sem tidos em consideração pelos gestores. A motivação e o apoio dos diretores aos trabalhadores conduzem a um maior rendimento individual, coletivo e organizacional, o que se traduz em vantagens competitivas face aos seus concorrentes. A taxa de ocupação é fortemente influenciada pela perceção da qualidade de vida no trabalho. Este dado, poderá ser mais do que um ponto de partida, uma boa base de trabalho. Os hotéis têm um impacto na gestão do conhecimento, sendo possível classifica-los em função das práticas que neles operam e consequentemente determinar a sua orientação face ao conhecimento em função do modo como este é neles trabalhado.