AHP: Preços continuam abaixo do real valor da hotelaria
Apesar dos resultados positivos do primeiro semestre na hotelaria nacional, Cristina Siza Vieira, presidente da direcção executiva da associação, considera que “uma taxa de ocupação que deixa 40% dos quartos vazios e as acentuadas assimetrias regionais que os nossos dados revelam, demonstra o muito que há a fazer”.
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De Janeiro a Junho de 2014, segundo os dados do Tourism Monitor da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, verificou-se um crescimento na hotelaria nacional, com a taxa de ocupação a registar um aumento de 2,95 p.p., fixando-se nos 56,7%; o RevPar (preço médio por quarto disponível) fixou-se em 35,82 euros e o TrevPar (receita total por quarto disponível) foi de 54,39 euros, representando um aumento, face ao ano anterior, de 7,37% e 8,05% respectivamente.
Já os dados do mês de Junho revelam, por comparação com o mês homólogo, uma queda no preço médio por quarto ocupado (-2,4%) o que, apesar da ligeira subida da TO, provocou uma descida do RevPar.
Cristina Siza Vieira, presidente da direcção executiva da AHP, afirma, em comentário aos dados do primeiro semestre, que “os resultados deste primeiro semestre são positivos. Houve um crescimento claro dos indicadores da hotelaria, face ao ano anterior, pelo que estamos no bom caminho. Resta dizer que um RevPar (preço médio por quarto disponível) de 35,82 euros em Portugal, uma taxa de ocupação que deixa 40% dos quartos vazios e as acentuadas assimetrias regionais que os nossos dados revelam, demonstra o muito que há a fazer. Os preços praticados são muito abaixo do real valor da qualidade da nossa oferta hoteleira e da excelência do destino Portugal que vêm sendo reconhecidos.”
Segundo o Módulo Comercial do Tourism Monitor, no primeiro semestre de 2014, o peso e dormidas nacionais foi de 30%, mais 2,9% do que em igual período do ano anterior. Em termos de hóspedes no primeiro semestre, 42% foram nacionais enquanto 58% foram estrangeiros. Como principal motivação das dormidas está o lazer, recreio e férias com 80%, enquanto a motivação negócios/profissionais chegaram aos 15%.
No que diz respeito ao mês de Junho, a taxa de ocupação quarto subiu 1,49 p.p., em comparação com Junho de 2013, atingindo os 72,02%. O preço médio por quarto ocupado fixou-se em 69,40 euros, tendo registado uma descida de 2,5% e o RevPar diminuiu 0,44% (fixou-se em 49,98 euros), em comparação com Junho de 2013.
O Tourism Monitor revela, ainda, que os destinos que apresentaram uma maior taxa de ocupação foram Lisboa (80,50%), Madeira (79,36%) e Grande Porto (74,90%). Os destinos com o preço médio por quarto ocupado mais elevado foram Lisboa (82,66 euros), Estoril (78,41 euros) e Algarve (72,63 euros).
Lisboa registou uma variação negativa de 9,34% no preço face a junho de 2013.
“No ano passado, o Congresso dos Rotários que se realizou na capital portuguesa em junho puxou o preço para cima. Este ano, no mesmo mês, não tivemos nenhum evento da mesma dimensão, razão para a queda significativa no RevPar, decorrente da forte descida do preço médio por quarto ocupado. Isto demonstra a grande importância que os eventos continuam a ter para Lisboa e para Portugal”, conclui a responsável.