Fly.com revela destinos europeus Top50 e Turismo simplificado na ponta dos dedos
Entre os cinco primeiros destinos mais votados em Fly.com para férias e viagens internacionais no verão 2014, constam Cancun, Londres, Paris, Roma e Dublin.
Humberto Ferreira
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Entre os cinco primeiros destinos mais votados em Fly.com para férias e viagens internacionais no verão 2014, constam Cancun, Londres, Paris, Roma e Dublin. A Europa fica bem colocada e teve mais oito lugares no Top50: 12º Barcelona, 13º Frankfurt, 14º Milão, 17º Atenas, 19º Madrid, 27º Amesterdão, 34º Veneza, e 36º Copenhaga. San Salvador em El Salvador foi o destino 50º, com mais destinos latinos e do Médio Oriente em destaque.
Lisboa e Porto estão na moda, mas não foram votados. Faltam-nos especialistas em marketing contemporâneo, e dirigentes e gestores mais abertos à evolução do turismo na ponta dos dedos.
SURF NA MODA – O surf é importante na oferta internacional. Talvez por isso, o órgão da promoção investiu 61 mil euros para Garrett McNamara fazer vídeos sobre as nossas regiões turísticas se internacionalizarem, além da cedência dos direitos de utilização do nome e imagem de McNamara para a promoção de Portugal.
Trata-se do projecto McNamara Surf Trip a divulgar na internet, redes sociais, TV internacional, etc., num investimento de 200 mil euros. É uma boa aposta para internacionalizar as comunidades surfistas que nasceram em Peniche, Ericeira, Guincho, Carcavelos, Caparica, Costa Vicentina, Algarve e das ondas gigantes da Nazaré. É pena que o Turismo de Portugal não inclua neste projecto os melhores surfistas portugueses em competições internacionais, Tiago Pires, Frederico Morais-Kikas, etc. Entretanto, no país basco francês, o surfista galês Gautier Garanx já surfou ondas de 19 metros.
Mas o mais recente evento mediático de McNamara foi experimentar, depois das ondas gigantes da Nazaré que conquistaram reconhecimento mundial, as ondas longas dos cataramarans que ligam o Barreiro ao Terreiro do Paço. Que ideia: atrair surfistas para praticar nos corredores que servem a Base Naval e Estaleiro do Alfeite, sem esquecer os barcos típicos do Tejo e ferries entre as duas margens, e terminais oceânicos de petroleiros, navios porta-contentores e de cruzeiros?
MALHA DO ASSOCIATIVISMO – Por outro lado, além da carência de bons especialistas de marketing electrónico nas vertentes do turismo receptivo e doméstico, as regiões de turismo não têm conseguido concentrar estratégias nem promover estudos sobre as tendências da procura externa e interna nem sobre como atrair mais estrangeiros para as diferentes modalidades e práticas de turismo, por grupos etários e opções pessoais.
Não se promovem medidas de turismo sem acompanhar as tendências da procura dos vários quadrantes e sem estudos e análises dos organismos e conselhos internacionais e nacionais. Destaco o WTTC, mas não faltam outros parceiros. Já a Comissão Europeia de Turismo (ETC) tem passado despercebida, enquanto a preocupação da UNWTO se foca nos países mais distantes do eixo ocidental. De facto, pouco «input» válido nos chega de tais fontes.
COMPLEXIDADE LUSITANA – A Associação Nacional de Turismo reuniu-se recentemente para atrair a adesão da ERT de Lisboa e da DRT dos Açores, visando melhores e mais alargadas soluções para o turismo sustentável. Congregar sinergias junto das dezenas de entidades associativas do sector, para conceder mais voz à ANT como interlocutora do Turismo de Portugal, não é tarefa fácil. Aliás, a CTP foi criada para essa função.
Por isso, Portugal poderia liderar a proposta para um novo modelo de organização turística mais simples, dando o exemplo a outros países, e influenciando os parceiros descontentes com a situação actual.
No portal VISITE PORTUGAL constam as seguintes ASSOCIAÇÕES: de Empresas Turísticas Portuguesas; dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-Os Montes; dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA); da Hotelaria de Portugal (AHP), da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA); de Empresas de Turismo Activo (ANETURA); das Agências de Viagens e Turismo (APAVT); de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE); de Transporte Aéreo (Aportar); de Turismo em Espaços Rurais e Naturais (APTERN); de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT-Norte); dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC); de Caminhos do Ribatejo e Turismo em Espaço Rural; das Termas de Portugal (deve acrescentar Termas e Spas de Portugal); Nacional de Cruzeiros; dos Municípios Portugueses, Pinus Verde – Aldeias de Xisto; Portuguesa de Casas Antigas; de Profissionais de Turismo; Regional dos Hoteleiros da Costa do Estoril, Sintra, Mafra e Oeiras; de Casas Açorianas de Turismo em Espaço Rural; Casas Brancas de Turismo de Qualidade do Litoral Alentejano e da Costa Vicentina; Casas da Beira de Turismo em Espaço Rural; Casario do Ribatejo de Turismo em Espaço Rural; Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG); de Municípios Portugueses (A ANMP representa quase 308 municípios… turísticos); Confederação do Turismo Português (CTP); Federação de Campismo e Motanhismo de Portugal; dos Industriais de Hotelaria, Restaurantes e Similares do Centro (HRCentro); Liga de Protecção da Natureza; Madeira Rural; de Turismo no Espaço Rural (Privetur); e de Turismo de Habitação (Turihab).
RIVALIDADES REGIONAIS – Esta extensa lista (na qual faltam ainda as associações de transportes turísticos e regionais no Norte, Beiras, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores) terá sido uma das causas da extinção do Conselho Nacional de Turismo, um núcleo de conselheiros das associações empresariais e comissões regionais e locais de Turismo, criado em 1956 e reformulado em 1979, que não chegou ao século XXI. Mas uma constelação de actividades tão dispersas como o Turismo sem um conselho representativo perde oportunidades.
TURISMO BALNEAR – Estamos no mês da abertura da época balnear com muitas praias sem areia e com os apoios de praia, acesso, e restaurantes danificados pelos recentes temporais.
Ora a primeira modalidade turística que oferecemos a turistas nacionais e estrangeiros são algumas das melhores praias europeias e mundiais, a da Ponta da Piedade em Lagos acaba de ganhar este titulo, em 2014, no Travellers Choice.
Portugal tem, de facto, uma das mais belas costas atlânticas na Europa. Mas uma parte está sujeita a grandes rivalidades locais, em especial a Norte, pois no sul há consenso.
Simplex é a Costa de Lisboa, englobando as praias e portos dos concelhos de Sintra, Cascais, Almada e Sesimbra, desde o Cabo da Roca ao Cabo Espichel, seguindo-se as Costas Alentejana e Vicentina, e o Algarve.
Na vizinha Galiza reina também o consenso. No Minho surgem as rivalidades locais, que se refugiam na geografia, com a generalização da COSTA E REGIÃO NORTE, esquecendo que os turistas estrangeiros indagam: a Costa Norte da Europa? Ou da Península Ibérica?
O Minho (mais propriamente o Alto Minho e o Minho Verde) fica assim afastado dos roteiros turísticos.
Portugal apresenta, entretanto, a Costa Norte «retalhada», pelo menos, em onze zonas de praias e marinas, nomeadamente: as do Minho, Douro Litoral, Costa Nova em Aveiro (de Ovar a Mira), da Figueira da Foz e Buarcos, de Pedrogão a São Pedro de Muel, da Nazaré a São Martinho do Porto, da Foz do Arelho a Óbidos, de Peniche, da Lourinhã a Santa Cruz, da Ericeira ao Lisandro, e de Sintra- Cascais (acima da foz do Tejo).
Mais fácil seria dividir toda a Costa Norte em oito zonas balneares e de recreio náutico especializado: a Costa do Minho, Costa de Porto-Gaia, Costa de Aveiro, Costa da Figueira da Foz, Costa de Leiria, e Costa da Nazaré, Costa das Berlengas, e Costa de Lisboa.
Tem sido difícil desenvolver uma política consensual, com poucos dirigentes dispostos a passar procuração da defesa dos interesses dos associados à Confederação, às regiões (reduzidas de 19 a cinco, mas reformatadas em entidades), ou aos pólos que aspiram à autonomia, como a Costa Oeste.
Autarcas e empresários turísticos desta extensa zona nem chegam a acordo na adopção de um nome mais forte do que esta georeferência. West Coast é para esquecer, além de WC faz lembrar Far West na ponta ocidental da Europa. Que tal abrir um concurso? Avanço já com Costa das Berlengas? Haverá quem sugira Costa do Carnaval Português. Por que não?
Este simples caso confirma que nos faltam vultos consensuais, preparados para gerirem as potencialidades internacionais do Turismo. E quando aparecem, deixamo-los procurar outras tarefas.
Haverá, hoje, em Portugal missão mais importante do que elaborar, aprovar, e aplicar um novo modelo de opções articuladas de Turismo, Transportes, Natureza, Cultura, Eventos, e Animação, com projeção internacional?
PEDRO REIS – Foi substituído, a pedido próprio, na presidência da AICEP pelo deputado Miguel Frasquilho. Pedro Reis tem um CV invejável e é um excelente comunicador, como o Turismo, transportes e desenvolvimento articulado do País exigem. Desde António Ferro – histórico impulsionador da cultura e do turismo entre 1934 e 1949 – não me lembro de outro visionário na projeção externa de Portugal. António Ferro ganhou na expansão da arte e cultura, mas Pedro Reis é imbatível na gestão e acordos internacionais.
Entre Dezembro de 2011 e Março de 2014, Pedro Reis afirmou-se como o embaixador da economia, com o seguinte programa linear: «As exportações, a internacionalização e a captação de investimento externo são cruciais para voltarmos a crescer». Oxalá Miguel Frasquilho apresente equivalentes propostas, planos e capacidade de diálogo. Pedro Reis foi uma perda lamentável.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL INVTUR – De 7 a 10 de Maio realiza-se uma nova edição desta iniciativa do prof. Carlos Costa, na Universidade de Aveiro, sob o tema «Quando Viajamos Construimos Novas Sociedades». Partindo do facto que os turistas possuem uma forte capacidade para despoletar processos de desenvolvimento sócio-económico nos destinos escolhidos, os quais se adaptam às preferências de produtos e serviços que divergem da economia tradicional de cada lugar, valorizando-os com unidades de saúde, ciência, ensino, entretenimento, desporto, comércio, etc. O Turismo é, assim, um importante factor de modernidade, que vai criando «novos mundos ao mundo» e satisfazendo as necessidades de férias e pausas no trabalho, estudos e rotinas dos diversos segmentos populacionais.
Há grande expectativa sobre os temas apresentados pelos oradores nacionais e estrangeiros.
As universidades são as fontes mais indicadas para se estudar a questão de actualizar o modelo seguido, há mais de seis décadas, pela maioria das complexas organizações públicas e privadas do Turismo, recomendando, em conjunto, um novo modelo europeu com procedimentos mais compatíveis com o conceito contemporâneo de Turismo pelos dedos.