A MI e a Promoção Turística Nacional: Mais do mesmo ou uma “coisa” nova……
Opinião de João Paulo Oliveira, Managing Partner Leading.
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Por João Paulo Oliveira, Managing Partner Leading
Está na ordem do dia.
Não a promoção turística propriamente dita mas sim a futura (?!) Agência Nacional.
Se dúvidas houvesse sobre aquilo que realmente importa, estávamos conversados. E para bom entendedor meia palavra basta.
Em Portugal e no Turismo, interessa pouco o que se fez e por quem, não interessa nada o que devia ser feito e contínua por fazer. Interessa isso sim criar a “coisa” porque com a “coisa” estão resolvidas todas as questões da Promoção Turística Nacional.
Pois bem sobre a génese da “Agência Nacional” julgo que valem a pena algumas notas.
Desde logo é importante e devia acontecer com mais frequência, haver quem tenha novas ideias para o turismo. Nesta perspectiva os “inventores” não podem ser crucificados à partida, antes pelo contrário, devem ser saudados por isso. O sector não pode pedir inovação pela manhã e à tarde criticar o que é novo. Pessoalmente, acho de louvar quem agora tem a coragem de apresentar um novo modelo.
A segunda nota é pela negativa. E porquê?
Bom, por achar lamentável a forma escondida como se trata aquilo que é ou será do interesse público. Quando assim é fomenta-se o rumor, alimenta-se a suspeição e arrisca-se matar à partida o que podem ser boas ideias.
Quem representa o sector tem a obrigação de esclarecer e fomentar a discussão. Não deve esconder-se na oportunidade política de só aparecer quando tudo foi (ou não) discutido e está decidido.
A este propósito, fica uma palavra de apreço a quem pelo caminho, não se tem escusado a dar a cara por alguns esclarecimentos. Vítor Costa (Director Geral do Turismo de Lisboa), Vítor Silva (Presidente da ARPT Alentejo), Pedro Machado (Presidente da ER Turismo do Centro) e Francisco Calheiros (Presidente da CTP) souberam em diversos momentos, ainda que com alguma cautela, afirmar aquilo que pensam sobre a matéria.
As razões de uns e outros são do conhecimento público e mais ou menos defensáveis. Aquilo que falta é esclarecer melhor e convencer o Trade sobre questões de natureza mais prática.
Que estudos foram feitos, que evidências existem em outros destinos, para demonstrar que o modelo “Agência Nacional” é o mais adequado?
Como vai ser financiada a Agência Nacional? Será que não vão ser pedidos mais alguns Euros aos privados?
Porque havemos de aceitar que a falta de concertação e consistência de algumas acções promocionais, é apenas e tão só responsabilidade do Turismo de Portugal como alguns querem fazer parecer, quando na realidade muitos dos críticos são parte interventiva do processo?
Porque havemos de acreditar que quem vai ter assento na “Agência Nacional” (provavelmente os suspeitos do costume) vai conseguir resolver/influenciar na Agência o que não consegue resolver/influenciar num órgão com o peso institucional e competências do CEPT?
Que garantias temos de que a Agência Nacional não vai desvirtuar os canais de comercialização?
Que garantias temos que não trocamos a lei dos ciclos políticos pela lei dos grandes poderes instalados?
E decorrente de todas as outras, apresentem-nos razões claras para acreditar que com uma Agência Nacional vamos ter mais e melhor promoção?
É fácil de perceber que o sector está cansado de experiências e que algumas são de facto caras.
Mas também, todos sabemos que não é difícil evangelizar em Turismo e que se aceita com relativa passividade um novo modelo.
No que há Meetings Industry diz respeito, sou da opinião de que pouco ou nada mudará em termos de promoção. Com ou sem a “Agência Nacional”, será mais do mesmo.
E senão esperem para ver o que vai dar à Costa, ou melhor aos Costas…