“Os desafios da sazonalidade nos destinos turísticos”
Leia a opinião de Luís Matoso, Administrador do Turismo de Portugal.
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Esta realidade ameaça o desenvolvimento e competitividade internacional dos destinos turísticos, ameaçando os seus recursos ambientais e naturais (pela pressão exercida na época estival sobre o território, população local, serviços e infraestruturas), mas sobretudo a sua sustentabilidade social e económica.
O problema bate repetidamente à porta de cada destino regional no final do mês de Setembro. Em vez de se fechar a porta e ignorar o problema até ao verão seguinte, devemos combatê-lo com concentração de esforços de todas as entidades envolvidas.
A distribuição das chegadas e dormidas por todo o ano rentabiliza o investimento nas unidades de alojamento e garante ciclos de emprego mais longos e estáveis. Manter uma oferta turística disponível todo o ano, com padrões constantes de qualidade de serviço, melhora a atractividade externa do destino. É nisto que devemos todos concentrar-nos.
Estas preocupações levaram o Turismo de Portugal nos últimos meses a actuar em diversas frentes. Desde logo procurando minimizar o impacto dos efeitos deste fenómeno nos trabalhadores do sector (onde ressalta o programa Formação Algarve que envolve as Escolas de Hotelaria e Turismo).
Por outro lado, procurando gerar um aumento da procura e a diversificação de mercados nas épocas do ano habitualmente menos concorridas, através do reforço e criação de nova operação turística e da operação aérea para os períodos da época baixa e do desenvolvimento de campanhas online (mais flexíveis, ajustáveis no conteúdo e no tempo e complementares à oferta comercial das empresas).
Neste particular, gostaria de destacar o Plano de Combate à Sazonalidade no Algarve, iniciativa liderada pelo Turismo de Portugal que permitirá recuperar, entre Novembro de 2013 e Março de 2014, 25% das dormidas e um terço da capacidade aérea perdidas nos últimos seis anos nos Invernos naquela região. Serão 100 mil dormidas acrescidas, oriundas da Alemanha, Escandinávia, Irlanda e Polónia, através de operadores turísticos e companhias aéreas.
Também na Escandinávia assegurámos recentemente a vinda para a Madeira, no próximo inverno, de entre 10.000 e 12.000 turistas. Foi um dos primeiros resultados dos contactos estabelecidos com os maiores operadores turísticos daquela região da Europa e será um importante contributo para atenuar a sazonalidade e recuperar fluxos turísticos para aquele destino nacional.
Estes dois exemplos mostram ser possível, com uma liderança clara e concentração de esforços e recursos que nos garantam massa crítica, trabalho em parceira e sentido de oportunidade, inverter a tendência dos últimos anos e tornar Portugal um destino cada vez mais “all year round”.
O próximo ano será um marco decisivo nesta estratégia. Desde logo pela alteração do modelo de promoção, envolvendo as entidades locais, ERT e ARPT, no desenvolvimento do produto e na criação – com as empresas – de ofertas comerciais de maior valor acrescentado para os turistas.
Por outro lado, através da diversificação de mercados, levando a promoção a países onde nunca estivemos, ou onde temos estado intermitentemente, ou ainda onde não actuamos há alguns anos, reforçando a presença nos Emirados Árabes Unidos, Índia, China e Canadá, mercados onde teremos pela primeira vez um técnico dedicado exclusivamente ao turismo.
Por último, pela criação de um convention bureau nacional para atracção de congressos e eventos de negócios, que actuará no âmbito da estrutura da Direcção de Apoio à Venda do Turismo de Portugal e que contamos esteja pronto a funcionar já em 2014.
Se cada um fizer a sua parte – na disponibilização da oferta de alojamento, restauração e animação durante todo o ano, na manutenção dos padrões de qualidade e níveis de serviço, na melhoria das condições de comercialização, nos contactos com os parceiros internacionais – acredito que em breve estaremos em condições de interromper esta trajectória de crescimento da sazonalidade em Portugal.