CS em risco de insolvência
Grupo reunido esta quarta-feira para discutir proposta de solução.
Patricia Afonso
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A Hersal – Investimentos Turísticos, S.A., detentora do Grupo CS, dá conta, numa carta aos seus colaboradores e ex-colaboradores, assinada por Carlos Saraiva, presidente do conselho de administração, da grave situação económica em que se encontra. Como tal, a empresa marcou uma reunião para esta quarta-feira, 04 de Abril, com vista a arranjar uma solução a apresentar aos bancos dispostos a financiar a empresa e impedir uma eventual insolvência.
De acordo com a missiva, a que o Publituris teve acesso, a Hersal explica ter chegado a um acordo de princípio com o BES, Banco Popular e BCP, de 14 de Dezembro de 2011, que pressuponha a entrega das unidades da Herdade dos Salgados e do Solar da Rede em troca do financiamento destinado à liquidação das dívidas para com os trabalhadores e fornecedores. Acordo este que tinha como base, “designadamente, um valor de avaliação de activos imobiliários, então aceites por todos os intervenientes.” Como tal, no inicio do presente ano, a Hersal cessou os contratos de exploração dos empreendimentos da Herdade dos Salgado.
Após esta fase, segundo a empresa, as entidades bancárias começaram a negociar entre si, “tendentes a estruturar e formalizar a inerente operação de financiamento à Hersal”, chegando ao consenso de que os activos seriam, então, entregues a um fundo de investimento, gerido pela ECS.
Porém, a gestora de fundos solicitou uma nova avaliação das unidades, o que “determinou uma desvalorização dos mesmos, com especial impacto negativos na posição relativa do BES.” “De acordo com estes novos dados, para que a operação se concretizasse nos termos acordados, o BES teria um encargo acrescido de 35 milhões de euros.” Valor a somar aos 212 milhões de euros inicialmente acordados com os diversos bancos.
Impasse
Confrontada com “a recusa do BES em suportar o encargo acrescido”, no final de Março, e com o facto do BCP “não ter condições para ir mais além”, a Hersal, convicta de que o processo estaria próximo do final, encetou “negociações junto do Banco Popular para a possibilidade deste banco, com maior margem na avaliação dos activos por si financiados, suportar parte ou a totalidade dos 35 milhões de euros, resultantes desta nova avaliação.”
Ainda a aguardar resposta oficial definitiva quer desta entidade, quer das restantes, a Hersal escreve, ainda, ter tido conhecimento de que a ECS “defende junto dos bancos que, neste cenário de 35 milhões de euros, fica mais barato para os bancos a insolvência da Hersal do que a reestruturação com pagamentos aos trabalhadores e fornecedores.” Sendo que o BES deu conta de que, perante uma redução da dívida no valor do montante em causa, “avança com os outros bancos para a reestruturação de imediato”, permitindo, desta forma, o pagamento aos trabalhadores e fornecedores.
“De forma a sairmos deste impasse que, com grande probabilidade, caso não seja rapidamente ultrapassado, conduzirá muito em breve à insolvência da Hersal, e com o objectivo de diminuir o impacto que essa insolvência, cuja dimensão temporal não conseguimos antever”, escreve Carlos Saraiva, a empresa agendou para esta quarta-feira, em Lisboa, uma reunião com todos os fornecedores com quem tem obrigações e representantes da KPMG e da Secretaria de Estado da Economia e do Desenvolvimento Regional. Nesta reunião a Hersal pretende discutir uma proposta através da qual planeia reunir os 35 milhões de euros em causa e que estão a impedir a concretização da operação de financiamento.
Os pontos da proposta da empresa, que, ressalva, “não afecta os créditos dos trabalhadores” são: “Aos bancos, que aceitem a viabilidade de uma Assunção adicional de 15 milhões de euros de dívida pelo Grupo CS, associado ao negócio de exploração de hotéis, a juntar aos 12 milhões de euros que os bancos já lhe tinham designado, ficando, assim, esta dívida no máximo comprovável da capacidade de ser paga nos próximos 30 anos. Com isso reduzindo em 15 milhões os 35 milhões de euros necessários.” “Aos fornecedores, uma redução global da dívida em 20 milhões de euros, em cima dos acordos assinados em Dezembro passado, referentes ao Banco Popular e ao Bancos Espírito Santo. Assim se obtendo os 35 milhões de euros necessários.”
O Publituris tentou contactar a administração da Hersal, mas, até ao fecho da edição online desta quarta-feira, não foi possível chegar à fala com a mesma.