Primeiro hotel subterrâneo do mundo terá a marca Lágrimas
O hotel para as minas de Sal-Gema, em Loulé, não estava propriamente no segredo dos deuses, mas foi com a realização do Prós e Contras, há 15 dias, in loco, […]

Fátima Valente
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O hotel para as minas de Sal-Gema, em Loulé, não estava propriamente no segredo dos deuses, mas foi com a realização do Prós e Contras, há 15 dias, in loco, que o projecto ganhou visibilidade, da classe política à empresarial. Convidado para o programa por fazer parte da nova geração do turismo, Miguel Júdice declarou que “Portugal precisa de vestir uma mini-saia” para se tornar “mais sexy e atraente” e deu como exemplo o hotel que vai trazer nova vida às minas e pôr o país e o Algarve nas bocas do mundo.
Interpelado pelo Publituris para falar sobre o projecto, Miguel Júdice destaca que este “vai ser o primeiro hotel subterrâneo e o mais profundo em todo o mundo”, observando que será instalado a 280 metros de profundidade, e a 30 do nível do mar. “Este não é um projecto arriscado como o hotel do gelo. Há é o preconceito da profundidade”, desmistifica, acrescentando que “a realização do programa [Prós e Contras] nas minas deu para perceber que as pessoas desceram e sentiram-se completamente confortáveis lá em baixo”. Na opinião do empresário, a parte mais interessante de todo o conceito será mesmo a viagem de elevador até ao hotel. Esta “será sem dúvida mais rápida do que a actual – até porque hoje em dia o único propósito do elevador é o de transportar os cerca de 40 trabalhadores da mina, em turnos diferentes -, mas não pode ser demasiado rápida, porque esta é a parte mais engraçada”, adianta. Curiosamente, o elevador do futuro (com capacidade para 30 pessoas) será também “o maior investimento” a fazer em todo o projecto, revela Júdice.
Ao contrário do que possa parecer, a construção da unidade não levantará grandes problemas técnicos, e poderá ser feita à medida das necessidades de alojamento, que começará com 30 quartos. “A gruta pode ser perfeitamente aumentada. São trabalhos que se fazem com alguma facilidade, porque a cada oito horas de trabalho, consegue-se escavar um túnel com cinco metros”, defende. Os trabalhos também não se apresentam demorados, até porque são “construções modulares, pré-fabricadas” – a maior parte feita em Portugal, embora algumas componentes possam vir de fora – as quais “são montadas na gruta, com todos os elementos de conforto”.
A história do hotel
Segundo o empresário, o “hotel surgiu um pouco por acaso” no portfolio do Grupo Lágrimas. “Não estávamos à procura de um hotel tão especial; fomos contactados pelo Grupo Cuf, que é o concessionário das Minas, e que estava à procura de um parceiro”, revelou.
O hotel será operado pela Lágrimas Hotels & Emotions, em regime de arrendamento, estando o número de anos por definir.
Miguel Júdice confirmou ainda que já houve vários contactos com as entidades e que a arquitectura “está mais ou menos definida”, mas o projecto só deverá dar entrada na câmara após o Verão. “Só então faremos uma apresentação formal”, declara.
Por enquanto, estão a ser afinados orçamentos e outros detalhes. O nome e as estrelas serão definidos lá mais para a frente, até porque neste caso, isso é o menos importante. “O que importa mesmo é o conceito”, ressalva, salientando que por ser completamente diferente da oferta local e mundial, “não vai competir” com os hotéis existentes.
“Verão é uma incógnita”
Proprietário de três hotéis – Quinta das Lágrimas (Coimbra), Vila Monte Resort (Olhão) e Infante Sagres (Porto) – o grupo Lágrimas Hotels & Emotions tem ainda três unidades em construção: o Douro 41, no Douro; o L’AND Vineyards, em Montemor-o-Novo; e o Paço de Maiorca, na Figueira da Foz. O primeiro a abrir é o Douro 41, no final do Verão, altura em que será lançada a obra do Paço de Maiorca, que tem abertura prevista para o final de 2010, a mesma data que o L’AND Vineyards, já com algumas fases concluídas.
Além destes hotéis, o grupo continua à procura de oportunidades de investimento em Lisboa, e tem vindo a desenvolver parcerias com algumas unidades hoteleiras. Assim, no final de Maio estabeleceu uma parceria com o Palácio Belmonte, ao nível do catering, comercialização e marketing e, na semana passada, assinou um contrato de prestação de serviços com o Grupo SLN para a gestão do Hotel da Costa da Caparica, Hotel WR São João da Madeira e Hotel do Caramulo. Contrato este que é válido até 31 de Dezembro de 2010, sendo anualmente renovável.
No que respeita à operação das unidades, Miguel Júdice diz que “o Verão ainda é uma incógnita”. “O ano passado foi bom, com muitas reservas last minute, mas acabámos por crescer 20% nas vendas em relação ao ano anterior. Neste momento estamos mais ou menos em linha com o ano passado, mas prognósticos só no fim do jogo”, remata o responsável.