TAP com derrapagem de 180M€
As contas da TAP continuam em voo picado. Depois de, em Outubro passado, Fernando Pinto ter reunido os jornalistas para anunciar prejuízos na ordem dos 132 milhões de euros (entre Janeiro e Outubro), sabe-se agora que o total de perdas para o ano fiscal de 2008 podem ascender aos 280 milhões de euros. Resultados… Continue reading TAP com derrapagem de 180M€
Joana Barros
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As contas da TAP continuam em voo picado. Depois de, em Outubro passado, Fernando Pinto ter reunido os jornalistas para anunciar prejuízos na ordem dos 132 milhões de euros (entre Janeiro e Outubro), sabe-se agora que o total de perdas para o ano fiscal de 2008 podem ascender aos 280 milhões de euros. Resultados que ficam muito aquém do que foi estimado pelo próprio presidente da TAP (Fernando Pinto tinha falado em 170 milhões de prejuízo até Outubro) e da meta governamental – que tinha fixado os objectivos em 64 milhões de euros (ver caixa).
Os resultados agora avançados ainda não são oficiais, mas deverão ser apresentados à imprensa no final deste mês, altura em que será possível conhecer mais a fundo outros valores referentes ao ano fiscal que agora termina.
Segundo apurou o Publituris, na origem desta descida a pique estará o preço dos combustíveis, que provocaram um desvio nas contas de 180 milhões de euros. 2008 foi o ano em que o preço do barril atingiu máximos históricos de 145 dólares por barril, o que fez com que a média mensal de gastos da TAP com o combustível fosse de cem dólares.
Depois do pico histórico a meio do ano, veio um período marcado por descidas consecutivas do ouro negro, período esse também marcado pelo acentuar de um crise que ninguém previu ser tão grave. Será que as descidas últimos meses do ano conseguiram compensar os gastos avultados? A fonte contactada pelo Publituris acredita que a descida dos preços terá dado para não subir mais a factura do combustível, mas não para recuperar as perdas.
Operação em contraste
Mas o combustível não é o único culpado da situação da companhia de bandeira. Também as participações que o grupo tem na empresa de handling Groundforce (49,9 por cento) e na empresa de engenharia e manutenção VEM (90 por cento) causaram mossas nas contas. No primeiro caso foi antecipado pelo administrador-delegado da Groudforce que os prejuízos de 2008 poderiam ascender aos 36 milhões de euros, o que eleva os prejuízos da TAP para 18 milhões de euros. No segundo caso, não são conhecidos valores concretos, mas fonte ligada ao processo avançou ser um “valor expressivo”.
O objectivo inicial da participação da TAP na VEM era o de criar uma parceria estratégica, que a seu tempo iria ter retorno de capital. No entanto, o agravar da conjuntura económica não viabilizou esta iniciativa.
Mas apesar destes prejuízos que prometem ser históricos, a mesma fonte ressalva que a TAP, em termos operacionais, teve um bom desempenho. “O que fez desacelerar esteve além da exploração”, solta. Em 2008, voaram com a TAP um total de 8,7 milhões de passageiros, o que representa uma subida de 12,3 por cento comparativamente com o ano anterior. Para este ano, a meta dos passageiros transportados subiu para 9,2 milhões.
Mas antes de se lembrar objectivos traçados, resta ver o que vai ser feito a nível financeiro. 2009 será um ano decisivo onde “equilíbrio” é a palavra-chave. Se por um lados o principal culpado dos 280 milhões de euros em 2008 foi o combustível, por outro, a conjuntura não permite que se fale em crescimentos. “Todas as companhias estão a apresentar reduções e descidas de tráfego, onde é que se vai encontrar o ponto de equilíbrio é que é decisivo”, remata a mesma fonte.
Recondução no cargo
Fernando Pinto pode manter-se no cargo
Os números que a TAP deverá apresentar dentro em breve à comunicação social ficam muito aquém da meta governamental estabelecida para 2008. O executivo de José Sócrates tinha fixado a meta em 64 milhões de euros, mas positivos. Caso o objectivo não seja cumprido há apenas duas consequências. A primeira afecta directamente a administração, já que não recebem os prémios anuais. A segunda, afecta o nome e a marca, tornando a empresa mais frágil.
Agora, paira a dúvida que dentro em breve deverá ser esclarecida: Será que Fernando Pinto vai ser reconduzido no cargo de presidente da TAP? A decisão da tutela deverá ser conhecida após a apresentação dos resultados, mas fonte ligada ao processo adverte que não se pode olhar para os números de uma forma crua. “É importante ver quais foram os motivos”, solta, avançando de seguida que há que distinguir maus resultados obtidos por causa da gestão levada a cabo, ou por causa de factores externos, tais como a actual crise económica que tem afectado todas as empresas de um modo geral. “Se todos os administradores fossem despedidos por maus resultados, então todas as companhias aéreas ficavam decapitadas”, refere a mesma fonte.
Em finais de Outubro do ano passado, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, tinha reafirmado a sua confiança em Fernando Pinto, apesar de na altura já serem conhecidos os prejuízos de 132 milhões de euros, entre Janeiro e Agosto de 2008.