Novo grupo hoteleiro nasce na Madeira
Os Irmãos Chaves lançaram-se na hotelaria com a Quinta Mirabela. Em Junho, abriram o Funchal Design Hotel e vão investir em Angola. A sociedade pretende assumir-se como uma nova cadeia […]

Patricia Neves
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Os Irmãos Chaves lançaram-se na hotelaria com a Quinta Mirabela. Em Junho, abriram o Funchal Design Hotel e vão investir em Angola. A sociedade pretende assumir-se como uma nova cadeia no mercado
A sociedade Irmãos Chaves, com actividade centrada na construção, aventurou-se no negócio da hotelaria há cerca de cinco anos, com a abertura da Quinta Mirabela, na ilha da Madeira. Em Junho, o grupo repetiu a experiência com a inauguração do quatro estrelas Funchal Design Hotel.
Entretanto surgiram outras duas oportunidades hoteleiras no Funchal, uma delas uma casa senhorial na zona antiga da cidade, já adquirida pelo grupo, cujo projecto “deverá arrancar em 2009”, segundo Ricardo Rodrigues, director geral das duas unidades.
O grupo pretende continuar a crescer na hotelaria madeirense com a aquisição de edifícios históricos ou classificados como Património Regional, “o que tem os seus benefícios financeiros, mas ao mesmo tempo é interessante do ponto de vista comercial”, sustenta o responsável.
Por outro lado, o grupo analisa a compra de duas unidades em Lisboa. “São hotéis ainda recentes, um no Saldanha e outro na Lapa”, explica, esclarecendo de imediato que “não é o Hotel da Lapa”, embora sem adiantar mais pormenores. “Há uma grande vontade em entrarmos no Continente, mas ainda não há nenhuma decisão”, refere. Porém, segundo o director, a expansão do grupo na hotelaria está dependente de como correr o negócio em Angola.
É que embora a hotelaria ainda seja para o grupo “um part-time”, conforme definição do próprio Ricardo Rodrigues, a ida para Angola colocou novamente em perspectiva a vertente hoteleira. “Os Irmãos Chaves são muito activos na construção civil e este ano internacionalizaram a sua actividade para Angola, onde estão a construir uma espécie de condomínio com apartamentos. A segunda fase do projecto abrange a construção de um hotel, com os lucros das vendas da parte residencial”, explica, sem no entanto avançar mais pormenores.
De qualquer forma, a expansão terá como modelo inspirador a Quinta da Mirabela, unidade considerada a “pérola” do grupo. “Queremos centrar-nos nos hotéis boutique, com um número limitado de quartos, entre os 15 e 20 quartos”, adianta Ricardo Rodrigues.
As duas unidades hoteleiras em operação e os futuros projectos fazem com que a sociedade Irmãos Chaves tenha por objectivo criar uma cadeia hoteleira. Ricardo Rodrigues confirma que esta sociedade está a desenvolver um estudo para “uma identidade corporativa” e que “há várias ideias para a designação, como IC Hotéis”. Todavia, ainda “não está ainda nada decidido”.
Adesão à Design Hotels
O Funchal Design Hotel abriu a 16 de Junho, em regime de soft-opening. Esta unidade de quatro estrelas apresenta 16 quartos duplos e resulta de um investimento de dois milhões de euros. Brevemente o hotel contará com um restaurante com conceito bistrot, baseado na gastronomia italiana, que adoptará a designação de “560”.
O grupo Irmãos Chaves já contactou a rede Design Hotels para uma futura adesão. “Já tinham sido estabelecidos contactos com a Design Hotels para a Quinta Mirabela, mas como a unidade tem apenas 24 quartos, o suporte financeiro do grupo para entrar na rede era pesado. Agora com o Funchal Design, que funciona como um anexo da Quinta Mirabela, a realidade aumenta para 40 quartos, o que talvez permita a adesão”, avança Ricardo Rodrigues.
O hotel apresenta uma preocupação com o design, “na base do trabalho do designer francês Philippe Starck”, dispondo mesmo de algumas peças de produções limitadas, como cadeiras em corda e lustres.
Em suma, a unidade combina a modernidade com a tradição, patente numa das laterais do edifício que pertence às antigas muralhas do Funchal, cujos restos foram preservados e restaurados.
Ricardo Rodrigues explica que “no centro do Funchal existem alguns hotéis, mas o grupo Irmãos Chaves trouxe para esta área um novo conceito de hotelaria e um novo produto”. “O centro do Funchal estava já a necessitar de alguma dinamização, pois a maioria dos hotéis estão concentrados na zona nova da cidade”, acrescenta.
Ocupação a 60%
O Funchal Design Hotel tem registado, desde a abertura, uma taxa média de ocupação de 60%, com uma maioria de clientes directos, especialmente alemães e ingleses, que chegam via Internet. O director geral explica que o atraso na abertura do hotel “complicou a contratação com os operadores, e por isso o hotel apenas receberá clientes de operadores a partir de Novembro”.
Porém, Ricardo Rodrigues defende que “o hotel tem tido uma aceitação fabulosa pelo segmento empresarial, apesar do lazer ter mais peso”. “Tínhamos muita contratação de empresas para a Quinta Mirabela e estou a perdê-la a favor do Funchal Design”, observa.
O grupo Irmãos Chaves estão com expectativas elevadas com a abertura da rota Lisboa-Funchal da easyJet. O director geral defende que “vai haver uma abertura maior do mercado nacional à Madeira”. “Com a rota da low cost desde o Reino Unido, o mercado inglês aumentou 200% nas nossas unidades. E falo pelos outros hoteleiros, que sentiram o mesmo”, constata.
No final do ano
Mirabela deixa Quintas da Madeira
A Quinta Mirabela vai abandonar a rede Quintas da Madeira no final do ano, adianta Ricardo Rodrigues. O director explica que “é uma opção que surge na sequência do grupo estar a criar a sua identidade, no sentido de se tornar uma cadeia hoteleira e, portanto, terá a sua própria capacidade para desenvolver todo o trabalho comercial”.
A Quinta Mirabela é uma unidade cinco estrelas situada na freguesia do Monte, a cerca de dois quilómetros do Funchal. Em operação desde 2003, a quinta apresenta uma taxa média de ocupação na ordem dos 60%, com predominância dos mercados espanhol, nacional, alemão e inglês.
A unidade dispõe de 24 quartos, um restaurante, terraço panorâmico, piscina exterior aquecida, solário, ginásio, banho turco, sauna e massagem.