Portugal sem comissão zero à vista
No mês em que a Iberia reduziu as comissões às agências, com o objectivo de chegar à “comissão zero”, o Publituris sondou outras companhias para ver quais os objectivos destas e descobriu que ninguém se quer comprometer”Comissão zero”. É este o objectivo que a Iberia quer atingir daqui a um ano, logo no início de… Continue reading Portugal sem comissão zero à vista
Joana Barros
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No mês em que a Iberia reduziu as comissões às agências, com o objectivo de chegar à “comissão zero”, o Publituris sondou outras companhias para ver quais os objectivos destas e descobriu que ninguém se quer comprometer”Comissão zero”. É este o objectivo que a Iberia quer atingir daqui a um ano, logo no início de 2008. Aliás, era suposto esta finalidade ter sido atingida logo este ano, mas a pressão exercida pelas agências de viagens fez com que 2007 fosse o ano da transição.
A transportadora passou assim de uma comissão de um por cento para 0,4 pontos percentuais. Mas só em território espanhol. Por cá as coisas funcionam de forma diferente, como explica Cristián Kuhn, gerente comercial da companhia aérea para Portugal. “Trabalhamos independentemente de Espanha. Para Portugal ainda não foi sequer analisada uma descida das comissões além do um por cento [valor que pagam actualmente]”.
Esta é a mesma percentagem que a TAP também paga às agências de viagens que vendam bilhetes da transportadora portuguesa. O valor tem vindo a ser reduzido gradualmente desde 2001. Na altura, a comissão era de nove por cento, mas desde Novembro de 2005 que estabilizou no um por cento.
Resta saber qual o próximo passo da companhia aérea nacional. “Não está nada previsto”, começa por dizer António Monteiro, porta-voz. “A TAP acompanha a evolução do mercado. A eventual implementação da comissão zero apenas acontecerá se, e quando se justificar”, remata o responsável.
Mercado em mudança
Outras duas companhias que também introduziram o um por cento como comissão a pagar às agências são a Lufthansa e a Swiss Airlines. Também nestes dois casos, esta percentagem está em vigor desde Novembro de 2005.
“A Lufthansa tem seguido o mercado com muita atenção”, refere fonte da companhia alemã, quando questionada se está nos horizontes da empresa seguir o exemplo espanhol. “As agências de viagens têm tido uma grande evolução no modo de estar no mercado nos últimos anos: De meros vendedores de produtos, o agente de viagens tornou-se um assessor do seu cliente”, continua a mesma fonte.
E para explicar qual a política da transportadora nesta questão alemã nada melhor do que pegar no exemplo do que se faz na Alemanha: “A introdução da comissão zero em 2004 não trouxe desvantagens para a indústria, os agentes de viagens e as companhias aéreas introduziram o Ticket Service Fee [taxas de serviço adicionais às que as agências de viagem cobram aos seus clientes], que aplicam de acordo com o serviço prestado”, continua.
Também a resposta da transportadora suíça não deixa antever um futuro com ou sem comissão zero: “A Swiss Airlines está atenta à evolução do mercado e reagirá de acordo com as tendências do mercado”.
Incentivos substituem comissões
De volta ao exemplo espanhol, Cristián Kuhn reforça a ideia de que a redução das comissões foi acordada com os agentes de viagens. “A 1 de Janeiro de 2007 já tinham assinado o novo contrato 90 por cento dos agentes de viagens”, recorda o gerente comercial.
A implementação da comissão zero vai fazer com que os agentes de viagens recebam apenas incentivos de vendas, que podem ir até três por cento se as vendas subirem 15 por cento. Há ainda a hipótese de receberem um por cento, mas isto é só no caso das vendas aumentarem em cinco por cento.
De salientar ainda que este incentivo aplica-se apenas a vendas internacionais, dado que a posição de domínio que a Iberia tem em Espanha faria com que se criasse uma situação de desigualdade.
Além da Iberia, também a Air Europa e a Spanair seguiram a tendência e baixaram as suas comissões. A primeira passou de dois para um por cento enquanto que a segunda passou de 1,5 para um por cento. Ambas as companhias seguiram a tendência e baixaram os valores no início de 2007.
Agora resta saber como vão reagir as agências de viagens quando chegar a comissão zero, dado que já surgiram alguns protestos aquando da aplicação dos actuais 0,4 por cento. Cristián Kuhn prefere não apostar na futurologia ao responder a esta questão: “Isso só vai depender do resultado das negociações entre as companhias aéreas e os agentes de viagens”.
Caminhos-de-ferro seguem Iberia
Renfe com descida vertiginosa
Não foi só a Iberia que decidiu rumar em direcção à comissão zero. Também a empresa Renfe aproveitou a vaga de descidas que assolou Espanha e tentou descer as comissões de 8,5 de uma só vez. Só que com o recuo da Iberia (de só aplicar a comissão zero em 2008), também a companhia ferroviária pôs um travão e decidiu baixar as comissões para 0,5 por cento, com um período transitório de seis meses – durante o qual seriam cobrados dois por cento.
A Renfe estava assim esperançada em conseguir com esta súbita redução dos valores a pagar às agências, atingir o objectivo de conseguir ser rentável em 2010, sem ter de recorrer aos subsídios do Estado espanhol.