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“A ligação do azeite ao turismo é algo perfeitamente natural”

Tal como o vinho, o setor do azeite pretende afirmar-se como um novo produto turístico em Portugal. Para Gonçalo Morais Tristão, presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), o sucesso do Olivoturismo passa pelo trabalho conjunto de produtores, entidades, hotelaria, restauração e municípios. Em 2025 iniciar-se-á um projeto, com duração de 24 meses, para o desenvolvimento deste “novo” produto turístico que “tem um futuro muito promissor”.

Victor Jorge
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“A ligação do azeite ao turismo é algo perfeitamente natural”

Tal como o vinho, o setor do azeite pretende afirmar-se como um novo produto turístico em Portugal. Para Gonçalo Morais Tristão, presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), o sucesso do Olivoturismo passa pelo trabalho conjunto de produtores, entidades, hotelaria, restauração e municípios. Em 2025 iniciar-se-á um projeto, com duração de 24 meses, para o desenvolvimento deste “novo” produto turístico que “tem um futuro muito promissor”.

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Segundo dados da Pordata, com base nas Estatísticas da Produção Vegetal do Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal possuía, em 2023, mais de 380 mil hectares de olival. Já de vinha, para a produção de vinho, Portugal possuía, segundo a mesma fonte e no mesmo ano, pouco mais de 173 mil hectares.

O Enoturismo é considerado um dos produtos turísticos com maior potencial em Portugal e, nos muitos fóruns, destacado como valor acrescentando na oferta e diversificação do turismo em Portugal.

O Olivoturismo ou Oleoturismo – não existindo ainda uma definição quanto ao nome a utilizar – ainda não possui o mesmo estatuto, embora exista quem afirme que o potencial está cá. Gonçalo Morais Tristão, presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), acredita que está na hora de afirmar o azeite como um produto turístico e vê no Enoturismo um exemplo a seguir.

Portugal apresenta-se na Europa e no mundo como um dos principais produtores de azeite. Essa realidade é aproveitada a nível do turismo?
Não tem sido, mas achamos que está a começar e o CEPAAL (Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo) está a dar alguns passos importantes nesse sentido. De facto, Portugal sempre produziu azeite de grande qualidade. Nos últimos anos, houve um grande incremento na produção, o que fez de Portugal um player muito importante a nível mundial.

Quando se fala deste setor – azeite – ligado ao turismo, que perceção existe?
É uma ligação muito primitiva, nova, que está a nascer. Achamos que temos alguma responsabilidade e tenho a certeza que começa a verificar-se alguma cadência.

Ao nível da produção, que lugar ocupa Portugal no ranking mundial?
Quinto, sexto, sétimo. As produções vão variando. Há países com anos piores e nós subimos, há anos em que não corre tão bem em Portugal e somos ultrapassados, mas ocupamos sempres esses lugares. Contudo, com tendência de crescimento, ao contrário de outros países.

Portugal é o país que está a crescer mais em termos mundiais e a qualidade, embora sempre com azeites muitos bons, está cada vez melhor, uma vez que as práticas nos lagares se têm modernizado.

Mas voltando à pergunta inicial, de facto, ainda não ligámos muito esse sucesso do setor, em termos agrícolas ao turismo. Achamos que é importante, porque a ligação do azeite ao turismo é algo perfeitamente natural.

Um produto nacional
Esta entrevista é feita no Alentejo, mas poderia ser feita noutra região com produção de azeite. Fazendo uma comparação, quantitativa e qualitativa, com o universo do vinho, este é um exemplo que deve ser seguido pelo azeite?
É, não há dúvida. Aprendemos muito com o vinho e até temos uma vantagem, uma vez que se trata de um setor que está muito mais adiantado que o nosso. Por isso, o setor do azeite só tem de aprender com os erros que o vinho cometeu e não cometer os mesmos.

Mas há um aspeto em que tem razão, o percurso é muito idêntico e as regiões onde se produz vinho de excelente qualidade são as mesmas onde se produz azeite da mesma excelência. Falo de Trás-os-Montes, das Beiras, do Ribatejo, do Alentejo e até mesmo do Algarve.

Mas existe, de facto, essa ligação à terra, ao património, às tradições, ao modo de fazer o vinho, aos novos lagares, aos lagares antigos. É um mundo que temos de mostrar e valorizar.

 

Qualquer lagar novo é feito para ser mostrado, têm a intervenção de arquitectos famosos ou menos famosos, mas já são mais do que simples lagares

 

Mas para começar a ter essa preocupação a nível de promoção interna e externa, há que partir de uma base. Para começar é Oleoturismo ou Olivoturismo?
Essa é uma boa pergunta, porque é uma dúvida que existe no próprio setor. Diria que nós, o setor, ainda não fixámos qual é a denominação. Aqueles mais ligados ao azeite, à produção de azeite, gostam mais da expressão Oleoturismo, até porque é a expressão utilizada por outros países como Grécia, Itália ou Espanha que têm este produto turístico muito desenvolvido.

A tendência é para que, de facto, se utilize a mesma denominação em Portugal, embora reconheça que existe também a expressão Olivoturismo que parece ter mais a ver com o olival. Mas seja com Oleoturismo ou Olivoturismo, o que pretendemos fazer é mostrar tudo o que está relacionado com o azeite, desde o olival, aos lagares, às garrafas, à produção, à colheita, à prova, à história.

Mas convém existir uma padronização do termo?
Claro que sim. Dir-lhe-ia que as minhas dúvidas são o sinal de que estamos, de facto, no princípio de todo este processo. É evidente que já há muitos produtores de azeite em Portugal, no Alentejo, em Trás-os-Montes, que já fazem Oleoturismo ou Olivoturismo, que recebem turistas, que fazem provas de azeite, com visitas aos lagares e olivais.

O que queremos é uma multiplicação desse tipo de iniciativas e, no fundo, a criação de um verdadeiro produto turístico que passe a ombrear com o Enoturismo, setor que está ao nosso lado e do qual gostamos de copiar os bons exemplos.

O CEPAAL nasceu em 1999 e tem como objetivo valorizar e promover o azeite do Alentejo dentro e fora de Portugal. Essa promoção passa somente pela produção ou também tem formas e ferramentas de promover esta atividade a nível turístico?
Diria que até agora a promoção tem sido feita sobretudo em função da produção, do que é o nosso azeite do Alentejo, do que são as nossas marcas. Temos levado e mostrado, em projetos em que dinamizamos o azeite do Alentejo, as nossas marcas lá fora.

Passa, fundamentalmente, por mostrar que existe azeite em Portugal, que existe azeite no Alentejo e que temos estas marcas. Nestes últimos 25 anos, o trabalho tem tido esse foco. Achamos que estamos agora numa nova fase. Vamos iniciar um projeto no sentido de ajudar a criação deste produto turístico que é o Olivoturismo. E aí não é a promoção da marca X ou Y, é a promoção do produto turístico Olivoturismo no Alentejo.

Existe, portanto, uma colaboração ou cooperação com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo (ERT Alentejo)?
Completa. Nesta fase ou neste projeto, é muito com a ERT do Alentejo, numa segunda fase, tenho a certeza absoluta que será também com a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA).

 

O produto turístico tem de ser lançado pelo próprio setor e por variadíssimas razões até hoje ainda não se conseguiu fazê-lo

 

E como é que a ERT Alentejo vê o potencial deste produto para atrair cada vez mais o turismo interno e externo?
O presidente da ERT, José Santos, dizia há algum tempo que é necessário criar novos produtos turísticos. Este é ou pode ser um desses novos produtos turísticos? Sem dúvida. Aliás, quem sou para desdizer o José Santos, pessoa muita amiga do CEPAAL, e com quem falamos há muitos anos sobre a questão do Olivoturismo e com quem já estive em várias conferências a falar sobre este assunto.

O produto turístico tem de ser lançado pelo próprio setor e por variadíssimas razões, até hoje, ainda não se conseguiu fazer. Achamos que este é o momento e a ERT Alentejo está completamente ao nosso lado.

Mas que projeto é e quando tem início?
Pela natureza do projeto, o programa implica só um beneficiário. Portanto, terá de ser o CEPAAL, embora tenhamos a ERT do nosso lado, mas, de facto, necessitamos de algum apoio financeiro para construir este produto turístico. É um projeto que vai ter início em 2025 e terá a duração de 24 meses.

Mas consiste no quê?
A base é a criação do produto, mas para essa criação temos várias iniciativas que passam não só por um evento público para lançar o produto, mas pelo desenvolvimento de uma aplicação que o CEPAAL já tem noutro projeto e que vamos utilizar para telemóveis onde teremos uma rota, através da qual vamos dar a possibilidade aos turistas nacionais ou estrangeiros de criarem a sua própria rota.

Acreditamos que essa aplicação será muito utilizada pelos turistas na procura de locais a visitar, na integração dos produtores, da hotelaria, dos restaurantes, das câmaras, envolvendo o património, que é muito importante.

Mas há uma marca?
Não posso desvendar muito, mas há essa ideia de fazermos uma marca, de termos uma marca registada no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), haver uma marca Rota dos Azeites do Alentejo, por exemplo.

Para isso, têm de estar agregados não só os produtores de azeite, representados por nós, mas eles próprios, o turismo, e depois a própria hotelaria e os restaurantes, as câmaras.

O interesse na e da Rota não passa somente pela visita aos olivais.

E a integração de agentes e operadores está também equacionada?
Obviamente, são eles que vendem o produto turístico. Por isso, serão essenciais.

Ligação gastronómica essencial
E a ligação deste produto à gastronomia?
Essa preocupação tem vindo a ser executada pelo CEPAAL ao longo dos anos. Temos muitas ligações, tivemos vários exemplos com ligações a vários chefs nacionais e estrangeiros. Convidámos há tempos um chef francês – Antoine Westermann -, um chef com três estrelas Michelin, com restaurantes em Paris e em Nova Iorque, que esteve quatro ou cinco dias no Alentejo, levámo-lo a lagares e olivais, ele adorou, mas uma das coisas que mais o impressionou foi, de facto, a comida regional que o deixou completamente siderado com o que comeu com base no azeite.

Voltando à sua pergunta, essa ligação aos chefs, à cozinha, à gastronomia, é fundamental. Estamos a falar de um produto integrado que terá o azeite como chapéu. Estamos a organizar esse produto, de forma que não seja uma coisa feita aqui e acolá, sem qualquer conexão. O objetivo é que exista uma rota, um mapa, que as pessoas saibam exatamente o que podem e onde podem encontrar. Tanto faz que seja em Borba, no Redondo, na Vidigueira, em Aljustrel, Beja ou Serpa. O importante é que o turista saiba que existe, o que existe e onde existe.

E qual tem sido a resposta dos agentes económicos?
A resposta tem sido magnífica e ainda estamos muito no começo.

Não houve nenhuma objeção?
Nenhuma. Sobretudo os produtores, e esses são os primeiros que temos de agarrar, estão perfeitamente alinhados. Numa segunda fase, teremos os hotéis e os restaurantes. Mas primeiro temos de agarrar os produtores, até porque esses são os principais interessados, grandes, médios e pequenos e o entusiasmo é muito grande.

Atualmente, qualquer lagar novo que é feito, sobretudo, no Alentejo, no Baixo Alentejo onde esta questão se tem vindo a desenvolver mais, para ser mostrado, tem a intervenção de arquitectos famosos ou menos famosos, mas já são mais do que simples lagares.

E há essa preocupação de informar os produtores que, para este produto ter sucesso, é preciso, de facto, investir numa boa sala de provas, num circuito, em comunicação, em marketing?
Sim, há bocado perguntou e eu não dei a resposta completa. Uma das ações que vamos ter neste projeto é a elaboração de um caderno de especificações. Ou seja, não é qualquer pessoa, só por levantar o dedo, que diz “eu quero pertencer à Rota dos Azeites do Alentejo” que poderá entrar. Obviamente tem de cumprir condições mínimas.

Ainda não as definimos, mas parece óbvio que um lagar que esteja dentro da Rota tem de ter condições para receber as pessoas, os visitantes, os turistas.

Uma sala grande ou uma sala pequena não é isso que interessa, mas tem de ter condições para a prova do azeite, visualizarem o modo de produção do azeite, os depósitos, etc.. Isso é tudo importante.

Outra questão que queremos ver implementada são as Cartas de Azeite. Se existem Cartas de Vinho, porque não haver Cartas de Azeite? Já fizemos essa experiência, não passou disso mesmo, mas vamos repeti-la, porque o que interessa é que isto seja feito de uma forma consistente por toda a gente e a Carta de Azeites tornar-se algo normal.

Queremos aprender com os erros que alguns setores cometeram e não repeti-los.

No caso dos restaurantes, eles já possuem um menu, muitas vezes com os vinhos incluídos. Por isso, não custa nada acrescentar mais uma página e colocar uma secção com quatro, cinco ou seis azeites.

 

Olhando para um produto turístico que possa ser copiado, o Enoturismo é, claramente, um deles. O setor do azeite só tem de aprender com os erros que o vinho cometeu e não cometer os mesmos

 

Mas este projeto é regional?
É um projeto regional com ambição nacional. Para já, é um projeto regional, porque a linha de financiamento é do Programa Operacional Regional (POR) Alentejo, do Alentejo 2030. Agora, a ambição, obviamente, que é nacional.

E há conversas com outras regiões nesse sentido?
Sim, nomeadamente com os nossos amigos de Trás-os-Montes, mas também outras regiões.

O objetivo é que o Alentejo possa dar um pontapé de saída. Naturalmente que a Rota do Alentejo é do Alentejo, mas não pretendemos reservar o Olivoturismo para o Alentejo. Pelo contrário, o objetivo é trabalhar a nível nacional, só assim é que se entende. É assim que é feito em Itália, que depois tem a Toscânia e outras regiões. É feito em Espanha e há a Estremadura, a Andaluzia e outras regiões.

Uma questão de promoção
Mas há alguma entidade a promover o azeite a nível nacional onde a promoção do Olivoturismo poderá ser englobada? Por exemplo, a Casa do Azeite?
A Casa do Azeite é uma entidade que representa os produtores embaladores de azeite, também faz promoção de azeite e tem âmbito nacional, mas não tem este tipo de pormenor. Há uma entidade constituída, mas ainda não conseguiu exercer a sua função por variadíssimos obstáculos, a Associação Interprofissional da Fileira Olivícola (AIFO), que poderia servir para alavancar este tipo de promoção.

Só para enquadrar, Espanha tem uma entidade deste tipo, e que alavanca muito dinheiro para a promoção dos azeites espanhóis a nível internacional. Portanto, os espanhóis estão em Nova Iorque, no Japão, na Ásia, à custa do dinheiro que essa interprofissional capta da produção, cobra 6 euros por tonelada de azeite produzido e 6 euros por tonelada de azeite comercializado a todos os produtores e comercializadores em Espanha, e com base nesse dinheiro, que é muito, consegue ir a programas da União Europeia, e conseguem multiplicar os 3 ou 4 milhões que têm por mais três.

Nós não temos a nossa AIFO a funcionar e é uma pena porque poderíamos, à nossa escala, se calhar conseguir 3 ou 4 milhões de euros anualmente para fazer só promoção.

Gonçalo Morais Tristão, presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) – Foto: Frame It

Isso é possível a curto prazo?
É algo que já dura há 10 anos. Vejo algumas pessoas muito ligadas a essa organização a perder algum ânimo. Há um pormenor jurídico ou formal com os governos, não é com este nem com o anterior, é com os governos, e a coisa ainda não resultou. Pessoalmente, acho que é muito importante.

É uma questão de pressão?
Sim, é uma questão de pressão, é uma questão de convencer quem decide. Eu próprio já falei com o atual ministro, já tivemos essa oportunidade, é uma questão de pressão e é uma questão muito pequenina.

É impossível não fazer a associação ou comparação entre o vinho e o azeite, ou entre o Enoturismo e o Olivoturismo. Até porque alguns produtores de vinho também têm azeite. A ajuda diria que é essa. Nós no CEPAAL, e também podemos falar fora do CEPAAL, temos imensos associados que são simultaneamente produtores de vinho e produtores de azeite.

Por exemplo, temos associados como o Esporão ou a Fundação Eugénio de Almeida que são dois produtores de vinho e de azeite e promovem os dois produtos e os dois turismos. Mas sim, essa associação é muito importante, porque nos dá uma base.

Olhando para um produto turístico que possa ser copiado, o Enoturismo é, claramente, um deles. Agora é afinar o que há a afinar, não cometer alguns erros que foram cometidos e mostrar este novo produto turístico de qualidade e diferenciador ao mundo.

 

Se existem Cartas de Vinho, porque não haver Cartas de Azeite?

 

Olhando para este produto turístico e para os mercados internacionais que Portugal capta no turismo, quais é que veria com interesse pelo Olivoturismo?
Digo-lhe já um: o americano. É um mercado com grande poder de compra, com uma grande apetência para o azeite, para o consumo e para o turismo. É o país que está a crescer mais em consumo, os americanos visitam muito o Alentejo, é um mercado muito interessante para as unidades hoteleiras, para os operadores turísticos e, portanto, achamos que facilmente “agarramos” o mercado americano para o Olivoturismo.

Tal como no vinho poderia verificar-se uma linha crescente entre a visita dos turistas e a exportação do produto? Ou seja, quanto mais “Olivoturistas”, mais a possibilidade de os produtores também exportarem os seus azeites?
É uma operação win-win, ganham todos. Ganham os produtores, porque conseguem mostrar mais a sua marca e vender mais, e ganham com certeza todas as entidades que andam à volta do turismo no Alentejo e a nível nacional. E, claro, o turista que tem à sua disposição um produto diferenciador.

O americano tem, de facto, um maior poder de compra, fica cá mais tempo, já tem uma experiência no Alentejo, já conhece o vinho. Outro mercado muito interessante é o brasileiro, também com um bom poder de compra, alguns já estão estabelecidos em Portugal, e gostam muito de provar o azeite e o vinho.

Nos EUA competimos com todos. Já no Brasil, onde Portugal era dominador, estamos a perder, porque os espanhóis com a tal AIFO espanhola está a fazer campanhas maciças no mercado brasileiro e está a virar o mercado.

Seria muito importante Portugal conseguir manter a sua quota no Brasil e, por aí, também alavancar o Olivoturismo.

Nesta comparação internacional, qual é o mercado/país mais avançado neste produto turístico do Olivoturismo?
Os italianos e os gregos. São os dois mercados que, eventualmente, o fazem há mais tempo. Os espanhóis também, mas começaram há pouco tempo. Os italianos têm “pinta” para estas coisas, tem o labeling das garrafas muito bem desenvolvido, o turismo da Toscânia, aquela paisagem magnífica, e, depois, têm uma grande apetência para o marketing.

Portugal ainda não conseguiu fazer esse marketing gastronómico?
Não, não conseguiu. Pelo menos em comparação com França, Itália ou Espanha.

Não é fácil, mas isso não quer dizer que Portugal não tenha a possibilidade de valorizar os nossos vinhos e os nossos azeites e, por aí, o Enoturismo e Olivoturismo no exterior.

E Portugal aí pode ter um fator extra, porque como é menos conhecido, toda a gente anda à procura de algo novo. Aliado à segurança que o nosso país oferece, temos, de facto, de aproveitar todas essas vantagens para mostrar o que de novo e bom temos.

 

Achamos que facilmente “agarramos” o mercado americano para o Olivoturismo

 

Mas em termos de promoção, há abordagens ao Turismo de Portugal, à Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), a uma Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para a promoção deste produto turístico?
Ainda não chegámos lá. A parte mais institucional é a relação muito próxima com a ERT do Alentejo. Achamos que é por aí que devemos começar. Numa segunda fase, obviamente, temos de ter a ARPTA, virada para o exterior, e já falámos com o presidente da ERT do Alentejo na relação com o Turismo de Portugal. É tudo por fases.

Há um ranking que destaca os melhores destinos turísticos para o turismo do azeite e aparecem Espanha, Itália, Grécia, Turquia, Albânia, Marrocos, Argentina, e Portugal em 8.º lugar.
Obviamente, quem fez esse estudo olhou para Portugal e verificou que ao nível do Olivoturismo não se passa nada ou passa-se muito pouco. Por isso, só temos um caminho, crescer e melhorar o nosso ranking.

Quanto se produz de azeite em Portugal?
A produção em Portugal muda, como todos mudam, dependendo das campanhas, das alterações climáticas, da safra. Portugal tem vindo nos últimos anos, tendencialmente, a crescer, porque há novos olivais, novos olivais mais produtivos. A produção recorde que temos é de 2021-2022 com 200 mil toneladas de azeite.

Nos últimos dois anos, baixou para 125 mil toneladas e em 2023-2024 subiu para 170 mil toneladas. Na campanha de 2024-2025 poderemos ficar novamente perto das 200 mil toneladas.

E o Olivoturismo é um produto turístico sazonal?
Não. Temos, de facto, construir bem o produto, já que existe uma época especial, de maior interesse, que é a altura da colheita, de levar a azeitona para o lagar e fazer o azeite. Estamos a falar nos três últimos meses do ano. Portanto, outubro, novembro e dezembro. Mais janeiro, eventualmente.

Agora, em todo o resto do ano, não quer dizer que o Olivoturismo pare, porque as árvores estão a “dormir” até fevereiro-março, depois começam a renascer, mas há património para mostrar, há operações no campo para mostrar, e há sempre azeite para provar.

Isso pode ser um fator diferenciador para um produto turístico?
Claro, porque não é fazer a mesma coisa durante todo o ano. E mesmo depois, a partir de janeiro, embora os lagares comecem a fechar, em termos industriais, em termos de operação, não quer dizer que não possam ser visitados.

Claro que um turista não pode perder um dia num lagar, até seria maçador, mas se tiver uma prova de azeite, a visita a um lagar, a seguir vai para uma prova de vinho e, depois, vai almoçar a um restaurante espetacular onde tem novamente o vinho e o azeite, é uma experiência fenomenal.

E se juntar a isso tudo uma oferta hoteleira de qualidade e a hospitalidade portuguesa, é uma fórmula de sucesso.

Como é que vê este produto turístico no futuro?
Só podemos olhar para este produto com otimismo. Às vezes perguntamo-nos como é que o setor, de facto, ainda não pegou neste produto, neste produto turístico há mais tempo. Claro que há pessoas e empresas a desenvolverem atividade com este produto, mas temos de fazê-lo de forma mais organizada.

Por isso, pelo que sentimos do turismo a crescer em Portugal, das ofertas que o turista tem no nosso país e, no pós-pandemia, ver que o turista cada vez vem mais ao interior, só podemos pensar que o Olivoturismo tem um futuro muito promissor.

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O 2º Encontro de Turismo das Nações Unidas para África e Américas, que terminou esta quinta-feira, na Zâmbia, delineou planos concretos para alcançar objetivos comuns, com foco na inovação, cooperação técnica, conectividade , investimentos em turismo e confiança do turista através da segurança.

De acordo com dados da ONU Turismo, ambas as regiões recuperaram dos impactos da pandemia: em 2024, a África recebeu 74 milhões de chegadas internacionais, mais 7% face a 2019 e mais 12% em comparação com o 2023, enquanto as Américas acolheram 213 milhões, o que equivale a 97% das chegadas pré-pandemia. O encontro da Zâmbia deixou claros os fortes vínculos entre as duas regiões, tanto em termos de visitantes entre as regiões e dentro delas, como em termos de mercados de origem e destinatários de investimentos.

O Secretário-Geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, afirmou que este encontro “é prova do compromisso duradouro da África e das Américas com a cooperação além das fronteiras e dos oceanos”, para avançar que “o nosso propósito é promover o crescimento inclusivo e garantir que o turismo continue a ser um motor de prosperidade partilhada. Acima de tudo, ao focar em formação e desenvolvimento de competências, estamos a dar às pessoas, especialmente aos jovens, os meios para ter sucesso no mundo competitivo de hoje.”

Aumentar e direcionar o investimento para o turismo é um dos pilares fundamentais da Declaração de Punta Cana. Na Zâmbia, a ONU Turismo partilhou as suas conquistas nessa área prioritária. Até o momento, foram publicadas 18 edições das “Diretrizes para Negócios no Turismo ” para investimentos para destinos na África e nas Américas, enquanto outras 10 estão em desenvolvimento.

As diretrizes destacam o enorme potencial de investimento em turismo dentro e entre as regiões. Entre 2019 e 2024, a África investiu cerca de 3,9 milhões de dólares em 36 projetos nas Américas, enquanto a América Latina e as Caraíbas investiram o mesmo valor em 34 projetos na África. Com o objetivo de elevar esses níveis, a ONU Turismo anunciou planos para organizar uma Conferência Bienal de Investimento em Turismo África-Américas. A conferência reunirá governos, instituições financeiras, atores do setor privado e parceiros de desenvolvimento com o objetivo de impulsionar os fluxos de investimento intercontinentais e direcionar o investimento através de prioridades partilhadas.

Com mais de 50% da força de trabalho do turismo com menos de 25 anos, o setor oferece vastas oportunidades para os jovens, especialmente na África – o continente mais jovem do mundo – e nas Américas. Para colocar em prática os objetivos educacionais da Declaração de Punta Cana, a ONU Turismo está a promover ações de formação em ambas as regiões, pretendendo alcançar cerca de 2.000 beneficiários em África e nas Américas através dos seus novos cursos via WhatsApp para desenvolvimento profissional.

Em sintonia com a educação, a Declaração de Punta Cana coloca a inovação no centro da cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento do turismo. Em Livingstone, a ONU Turismo anunciou o lançamento de uma primeira Competição de Startups para as regiões. O desafio “Pontes de Inovação” procurará empresas prontas para enfrentar desafios nas áreas de sustentabilidade, inclusão e transformação digital, com foco nas comunidades locais.

O investimento também será o principal objetivo do primeiro Escritório Temático de Turismo da ONU em Marrocos. O escritório pretende ser um centro de inovação, com programas de aceleração para startups regionais, pesquisa e desenvolvimento, e para celebrar novos talentos através de Aventuras Tecnológicas no Turismo.

No que diz respeito à conetividade e segurança turística, refira-se que a 2ª Conferência Ministerial sobre Turismo e Transporte Aéreo em África, que terá lugar realizada em Angola em julho, terá como foco IA e inovação para conectividade, e na Zâmbia, o encontro destacou o progresso da ONU Turismo na elevação dos padrões de segurança para turistas, aumentando assim a confiança em viagens para ambas as regiões.

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Com o apoio do Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China (RPC), do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM e do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da RPC na RAEM, a 13.ª Expo de Turismo (Macao International Travel (Industry) Expo – MITE) conta a organização da Direção dos Serviços de Turismo (DST), e a coordenação da Associação das Agências de Viagens de Macau.

Em conferência de imprensa, que contou com a presença da diretora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, dos subdiretores da DST, Cheng Wai Tong e Ricky Hoi, e do presidente da Associação das Agências de Viagens de Macau, Alex Lao, foram divulgados os pormenores do evento.

Na sua intervenção, a diretora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, referiu que a Expo de Turismo continua a elevar a qualidade e a inovação, a aumentar a eficácia, a atrair mais operadores turísticos nacionais e estrangeiros, e a impulsionar as oportunidades de cooperação intersectorial “turismo +”. Indicando que, até à data, existem mais de 300 stands internacionais, o que representa um aumento significativo de 50% em relação ao ano passado, e que compradores nacionais e estrangeiros também participam ativamente na expo, assinalou que tal demonstra o papel eficaz da Expo de Turismo como plataforma de oportunidades de negócios para o turismo internacional, beneficiando a expansão empresarial, promovendo o intercâmbio e a cooperação turística regional e internacional, e contribuindo para a construção de Macau como uma plataforma de abertura ao exterior de alto nível.

A DST volta a organizar este ano a participação de compradores convidados em visitas de familiarização em Macau e na Ilha de Hengqin. Durante as visitas, serão organizados passeios a diferentes bairros comunitários de Macau para experienciar os elementos de “turismo +”, incluindo dispositivos para tirar fotografias de grande escala de propriedade intelectual a nível internacional instalados na Zona Norte. Por outro lado, mais de uma centena de representantes de associações de agências de viagem locais e estrangeiras foram convidados a participar na Bolsa de Contactos para Operadores Turísticos, para contactos com operadores turísticos de Macau e exploração de oportunidades de negócio, e participação ainda em visitas de familiarização.

A 13.ª Expo de Turismo, que ocupa uma área de 30 mil metros quadrados, trará novas informações e produtos turísticos de Macau e do resto do mundo, incluindo ofertas especiais durante o período do evento, lançadas por vários expositores, e mais de 70 apresentações temáticas de turismo e fóruns, entre outros.

 

Sobre o autorCarolina Morgado

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Enoturismo

Unidades turísticas do Pacheca Group renovam certificação Biosphere para 2025

A Quinta da Pacheca, o Hotel Folgosa Douro, o Olive Nature Hotel & Spa e o Caminhos Cruzados, acabam de ser reconhecidos pelo compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com a renovação dos certificados Biosphere para 2025.

O compromisso do Pacheca Group com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, no âmbito da Agenda 2030, foi reconhecido com a renovação dos certificados ‘Biosphere’ das quatro unidades turísticas do grupo empresarial para 2025: Quinta da Pacheca, Hotel Folgosa Douro, Olive Nature Hotel & Spa e Caminhos Cruzados.

As unidades no Douro (Quinta da Pacheca e Hotel Folgosa Douro) e de Trás-os-Montes (Olive Nature Hotel & Spa da Quinta Valle de Passos) obtiveram a primeira certificação em 2024, enquanto o produtor do Dão (Caminhos Cruzados) é certificado pela entidade internacional desde 2023.

A certificação da ‘Biosphere’, sistema desenvolvido pelo Instituto de Turismo Responsável (RTI), é concedida a destinos e empresas que garantam um equilíbrio adequado, a longo prazo, entre os aspetos económicos, socioculturais e ambientais.

A Quinta da Pacheca é elogiada pela “oferta gastronómica, preparada seguindo protocolos de segurança sanitária”, a criação de “emprego de qualidade, promovendo a contratação e a formação de profissionais locais” e o incentivo ao “uso responsável da água”, enquanto o Hotel Folgosa Douro promove “sistemas de gestão mais responsáveis e participativos”, fornece “informações sobre os recursos naturais do território” e incentiva o “planeamento, projeto e construção de infraestruturas sustentáveis”.

Por sua vez, a ‘Biosphere’ destaca a “notável contribuição” do Olive Nature Hotel & Spa da Quinta Valle de Passos, em Trás-os-Montes, nos parâmetros de “água limpa e saneamento”, “energia acessível e não poluente” e “inovação e infraestrutura industrial”. A unidade hoteleira de Valpaços é ainda reconhecida por fornecer “informações sobre os recursos naturais do território” e por promover “a conservação do património cultural e natural local” e a “adoção de estilos de vida e hábitos mais saudáveis”.

A Caminhos Cruzados, por fim, vê a certificação renovada por participar, entre outros, no “desenvolvimento de projetos educacionais de outras entidades”, dar a conhecer “os compromissos, boas práticas e esforços sustentáveis” e tomar medidas “para evitar o desperdício de alimentos”.

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Enoturismo

Quinta do Quetzal tem nova diretora de Enoturismo

Joana Lança é a nova diretora de Enoturismo da Quinta do Quetzal, responsável por desenvolver e implementar estratégias inovadoras que visem aprimorar a experiência dos visitantes e promover a riqueza dos vinhos da herdade, além de coordenar visitas guiadas, degustações e eventos especiais.

A nova diretora de Enoturismo da Quinta do Quetzal, na Vidigueira, coração do Alentejo, é técnica superior de turismo pelo Instituto Politécnico de Beja, estagiou em Londres, em Roma e em Portugal passando pelo S. Lourenço do Barrocal, pelo departamento de reservas do Troia Resort e por fim pelo Convento do Espinheiro em Évora. Posteriormente passou para a Herdade dos Grous de onde transitou para este novo desafio.

Nas novas funções, trabalhará em estreita colaboração com o chefe João Mourato, o Sommelier João Santos e toda a sua equipa, para criar programas que destacam a singularidade dos vinhos produzidos na Quinta do Quetzal, assim como a beleza da região.

Joana Lança será responsável por desenvolver e implementar estratégias inovadoras que visem aprimorar a experiência dos visitantes e promover a riqueza dos vinhos da herdade, além de coordenar visitas guiadas, degustações e eventos especiais.

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Análise

Viagens e turismo criarão 4,5 milhões de novos empregos na UE até 2035

A pesquisa de Impacto Económico elaborado pelo WTTC estima que, até 2035, as viagens e turismo deverão gerar mais 4,5 milhões de empregos, para atingir mais de 30 milhões, o que reforça o papel do setor na União Europeia. Isto quer dizer que um em cada sete empregos será neste setor, tornando-a numa das indústrias estrategicamente mais importantes dentro da UE.

As previsões do WTTC mostram que a contribuição de viagens e turismo para o PIB aumentará para quase 2,3 biliões de euros, com sua participação económica subindo para pouco menos de 11%, no mesmo período. O setor continuará a superar o crescimento económico mais amplo, com um CAGR de 10 anos de 1,8%, em comparação com 1,3% para a economia da UE em geral, enquanto o setor contribuirá com mais de 900 mil milhões de euros anualmente para os governos da UE através de receitas fiscais.

Por outro lado, o WTTC estima que, na União Europeia, os gastos dos visitantes internacionais cheguem a 730 mil milhões de euros nos próximos 10 anos, enquanto os gastos dos visitantes nacionais devem ultrapassar 1,2 biliões de euros.

Com os olhos postos apenas neste ano, o organismo estima que o setor de viagens e turismo em toda a UE contribua com quase 1,9 biliões de euros para o PIB da região, representando 10,5% da economia da UE. Espera-se que o emprego atinja quase 26 milhões, representando 12% de todos os empregos da União Europeia, o que classifica como um sinal claro do crescente impacto do setor.

As previsões do WTTC é que os gastos dos visitantes internacionais atinjam 573 mil milhões de euros este ano, crescendo mais de 11% em relação a 2024, enquanto os gastos domésticos devem aumentar, atingindo 1,1 biliões, uma subida de 1,6% face ao ano anterior.

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Destinos

Barómetro do Turismo do IPDT antecipa uma Páscoa positiva

Além das expectativas para o período da Páscoa, a 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT – Turismo e Consultoria procurou também saber o impacto que os especialistas do setor esperam que as próximas eleições autárquicas tenham no turismo, assim como a importância do segmento MICE.

A 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT – Turismo e Consultoria traz expectativas positivas para o próximo período festivo da Páscoa, com a maioria dos inquiridos a anteciparem um aumento nas receitas do turismo do mercado interno, assim como do mercado externo.

“Relativamente aos indicadores analisados, verifica-se uma perspectiva de evolução positiva na rentabilidade dos negócios do turismo durante o período da Páscoa de 2025. Cerca de 56% dos membros do Barómetro do Turismo antecipam um aumento nas receitas do turismo do mercado interno, apontando para um desempenho superior face ao período homólogo de 2024”, lê-se na informação divulgada pelo IPDT.

Os membros do Barómetro do Turismo antecipam também que “o número de dormidas e de hóspedes no mercado interno apresentará um comportamento semelhante ao verificado na Páscoa de 2024”, com 61% dos inquiridos a defenderem que “estes indicadores deverão manter-se estáveis”.

O Barómetro do Turismo do IPDT apurou ainda que também em relação ao mercado externo as expectativas estão em alta, uma vez que “as previsões para o mercado externo revelam-se mais positivas do que as apresentadas para o mercado interno”.

“Cerca de 66% dos membros do Barómetro do Turismo antecipam um crescimento das receitas do turismo durante o período da Páscoa de 2025 face ao período homólogo de 2024”, acrescenta a informação divulgada.

Os resultados do Barómetro do Turismo mostram também que o “indicador número de dormidas verifica uma tendência de crescimento no mercado de externo, com cerca de 49% dos membros do painel a considerarem que este irá melhorar face ao ano transato”.

O inquérito que serve de base à 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT decorreu entre 19 a 27 de fevereiro de 2025, reunindo 46 respostas válidas.

Além das expectativas para a Páscoa, o estudo mostra também que, em fevereiro de 2025, o nível de confiança no setor turístico registou 85,2 pontos, naquele que é “o valor mais elevado da série histórica”, com um crescimento de 2,3 pontos face à última edição.

“Este valor indica que apesar dos fatores exógenos, como a instabilidade política global e os cenários de guerra, os membros do painel apresentam-se confiantes face ao crescimento positivo do turismo”, lê-se na informação divulgada.

O estudo procurou ainda avaliar o impacto que os membros do Barómetro do Turismo esperam que as eleições autárquicas, que vão decorrer no último semestre do ano, venham a ter no setor, apurando que 78% dos especialistas não preveem que as eleições autárquicas 2025 representem impacto para o turismo, ainda que “33% consideram que a colaboração entre as autarquias e os empresários é baixa, apontando para a necessidade de maior coordenação”.

Outro dos temas em destaque foi o MICE, com a pesquisa do IPDT a indicar que a “captação de grandes eventos é essencial para o crescimento do setor MICE em Portugal”.

“Os membros do Barómetro do Turismo destacam a segurança e a estabilidade política (23%) e a relação custo-benefício (19%) como os principais atrativos de Portugal para o turismo de negócios. Para impulsionar o setor MICE, 65% dos especialistas indicam a captação de grandes eventos e 63% o investimento em infraestruturas especializadas”, refere ainda o IPDT.

Sobre o autorInês de Matos

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Destinos

Turismo do Algarve e do Alentejo lançam campanha que reforça posicionamento do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

A nova campanha insere-se no Programa de Comunicação e Gestão de Branding do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, lançado pelo Turismo do Algarve e pela ERT do Alentejo para “regenerar, valorizar e promover os territórios de Aljezur, Monchique e Odemira”, que foram “severamente afetados pelos incêndios do verão de 2023”.

O Turismo do Algarve e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo lançaram o Programa de Comunicação e Gestão de Branding do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, iniciativa que visa “regenerar, valorizar e promover os territórios de Aljezur, Monchique e Odemira”, que foram “severamente afetados pelos incêndios do verão de 2023”, no âmbito do qual se destaca a campanha “Ao Natural é melhor!” para reforçar o posicionamento destes territórios como destinos autênticos e sustentáveis.

“Financiado pelo Turismo de Portugal no âmbito da Linha + Interior Turismo – Aviso “Regenerar Territórios”, o programa estende-se até agosto de 2026 e representa uma aposta firme na coesão territorial, na sustentabilidade e na valorização da identidade local”, lê-se num comunicado conjunto do Turismo do Algarve e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo.

A nova campanha de branding, que “posiciona o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina como um refúgio de autenticidade, onde a natureza dita o ritmo, e onde o essencial volta a ter protagonismo”, assenta num conjunto de mensagens que “convidam os visitantes a abrandar e reconectar-se com os valores mais simples e puros da vida”.

“Troca as notificações por sensações”, “Faz refresh com os dedos dos pés. Na relva e no mar” ou “Ver casas caiadas de branco, é natural” são as mensagens desta campanha que, segundo a informação divulgada, apresenta um “tom poético e provocador, promovendo uma nova forma de estar no território — descomplicada, presente e consciente”.

Este programa tem também associadas várias iniciativas, a exemplo da já executada reposição da ponte de madeira sobre a Ribeira de Seixe, que é vista como um “símbolo da união entre o Algarve e o Alentejo e que havia sido destruída pelos incêndios”.

“Esta intervenção é parte de um conjunto mais vasto de medidas de qualificação da oferta turística, que inclui também a recuperação de trilhos pedestres e cicláveis da Rota Vicentina, permitindo devolver aos residentes e visitantes o acesso seguro e sustentável à paisagem protegida”, acrescenta o mesmo comunicado.

O plano contempla igualmente a definição e implementação da imagem da campanha, a produção de conteúdos multimédia e materiais de suporte à promoção, bem como um vasto conjunto de ações de comunicação e relações públicas nos mercados nacional e espanhol.

“Entre estas ações destaca-se o evento promocional que terá lugar no Consulado de Portugal em Sevilha e um evento de animação dedicado ao turismo de natureza, a realizar-se em simultâneo nos dois territórios, no último trimestre de 2025. A promoção será reforçada através da participação em feiras internacionais, visitas de familiarização com operadores e jornalistas, e ações de comunicação dirigidas a diferentes públicos e plataformas, em Portugal e na Andaluzia”, referem as duas entidades.

Este programa, refere ainda o comunicado, “traduz uma resposta ambiciosa e estratégica à necessidade de regenerar o território, reposicionando-o como um destino de experiências genuínas, ancorado na natureza, na cultura local e na hospitalidade das suas gentes”, uma vez que, “mais do que um simples destino turístico, o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina apresenta-se como um lugar onde é possível viver devagar, saborear o tempo e recuperar a ligação com o mundo natural”.

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TAAG estreia novo B787 Dreamliner na rota de Joanesburgo

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola já está a voar com o novo avião Boeing 787 Dreamliner, aparelho que se estreou a 6 de abril, nos voos entre Luanda, capital angolana, e Joanesburgo, na África do Sul.

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola já está a voar com o novo avião Boeing 787 Dreamliner, aparelho que se estreou a 6 de abril, nos voos entre Luanda, capital angolana, e Joanesburgo, na África do Sul.

“O Boeing 787 #Dreamliner fez no passado dia 6 de Abril o seu primeiro voo comercial, rumo a Joanesburgo”, lê-se numa nota informativa divulgada pela companhia aérea angolana.

Com capacidade para transportar 313 passageiros em três classes de bordo, concretamente Economy, Premium Economy e Business, o novo aparelho da TAAG é um “moderno avião”, que se destaca pela eficiência e pelo conforto oferecido aos passageiros.

De acordo com a TAAG, o aparelho estreou-se na rota de Jonesburgo, sendo que, acrescenta a transportadora aérea angolana, “em breve novas rotas do 787 serão anunciadas”.

 

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WTTC saúda o comissário europeu do Turismo em reunião com a CE

Durante uma reunião em Bruxelas com a Comissão Euroeia, o WTTC saudou a nomeação de Apostolos Tzitzikostas como comissário europeu para Transporte e Turismo Sustentáveis, que considera marcante para a União Europeia e para o setor de viagens e turismo.

Esta pasta dedicada sinaliza um foco renovado num setor que sustenta milhões de meios de subsistência em todo o continente e desempenha um papel vital na promoção do crescimento económico, da inclusão e da inovação, diz o organismo.

O WTTC também aplaudiu o anúncio do comissário sobre uma futura Estratégia para o Turismo Sustentável e espera contribuir para o desenvolvimento deste roteiro crítico para o futuro das viagens e turismo na UE.

A presidente e CEO do WTTC, Julia Simpson, enalteceu, na ocasião que “o setor de viagens e turismo da UE continua a demonstrar resiliência, impulsionando empregos, inovação e crescimento regional”, para realçar que “a próxima década é uma oportunidade para construir um ambiente mais conectado e sustentável, fortalecendo a resiliência em destinos turísticos estabelecidos e abrindo novos em toda a Europa”.

A responsável referiu ainda que a nomeação de um comissário com uma pasta dedicada ao turismo “é um forte sinal de que a UE reconhece o poder do setor para apoiar as comunidades e impulsionar a prosperidade”, para avançar que “estamos ansiosos para trabalhar com o comissário Tzitzikostas para moldar políticas que correspondam à escala e às oportunidades do setor”.

 

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