Congresso APAVT: “Temos que forçar a situação para podermos ter uma decisão relativamente ao Montijo”, reclama presidente da CTP
Tomada a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete, e passados seis meses, o presidente da CTP, Francisco Calheiros, na sua intervenção na abertura do 49º Congresso da APAVT, reclama que seja conhecido o cronograma do aeroporto, realçando “é urgente, temos uma alternativa, temos que forçar a situação para podermos ter Montijo daqui a dois ou três anos”, defendeu.
Carolina Morgado
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“Todos sabemos que estivemos a bater recordes até 2019 e depois do Covid, em 2022, quando se discutia quem é que conseguir chegar primeiro aos números de 2019, Portugal foi o único país da Europa a conseguí-lo, e em 2023 elevou esses resultados: 77 milhões de dormidas, 30 milhões de turistas, e mais importante do que isto, 25 mil milhões de receitas, o que contribuiu decisivamente para o equilíbrio da nossa balança comercial. Os últimos números que temos disponíveis de 2024, de agosto, continua a subir 4% o número de dormidas. Mas, mais importante do que isso, a receita sobe mais de 10%. Ou seja, o turismo continua a criar valor”, lembrou Francisco Calheiros na abertura do 49º Congresso da APAVT, esta quinta-feira, em Huelva.
O presidente da CTP evidenciou que “para aqueles que dizem que os portugueses desistiram do Algarve e que desistiram de Portugal, não é verdade. Os portugueses subiram em Portugal, subiram o Algarve e, portanto, nunca nos podemos esquecer que estamos a falar só do maior mercado que nós temos: 30% das nossas dormidas são de portugueses”.
O Calheiros sublinhou, e uma vez que o 49º congresso da APAVT decorre em Espanha, mais precisamente, em Huelva, que “o maior destino do mundo é a Península Ibérica. Ou seja, se reunimos Portugal e Espanha, temos o maior destino do mundo, e se numa Europa nós somos concorrentes, estamos a disputar os clientes ingleses, os clientes alemães, ao contrário, quando saímos da Europa, quando estamos a disputar o mercado americano, ou o chinês, temos de estar alinhados, e o desafio é que temos que ser mais cooperantes. O exemplo da Andaluzia com o Algarve é um belo exemplo. Temos que de fazer isso em Portugal e Espanha. Eu acho que todos temos a lucrar se tivermos uma promoção mais conjunta entre Portugal e Espanha”, apelou.
O presidente da CTP realçou o futuro como uma das notas da sua intervenção, e que tem a ver com a gestão dos destinos turísticos: “Não temos turistas a mais, o que nós temos todos que desejar é que os outros setores de atividade aprendam um bocadinho com o turismo para ver se têm a nossa performance”, destacando, igualmente que o futuro passa pela mobilidade sustentável, sobretudo aérea e uma ferroviária que quase não existe”.
Não esqueceu também a privatização da TAP num país periférico em que mais de 90% dos nossos visitantes vem por via aérea”. Assim, é evidente que todos temos que estar muito atentos e respeitar a privatização da TAP. Ela é fundamental. Ela é um grande responsável pelos turistas que vêm ao nosso país”
O futuro ainda é para Francisco Calheiros, o investimento em infraestruturas, e neste caso, o novo aeroporto de Lisboa. Para o dirigente, “a decisão está tomada, é Alcochete. Já pedi para que se conhecesse o cronograma do aeroporto, e se ele existe, que seja público. Se não existe, que se faça. Mas o que é facto é que já lá vão seis meses e, como sabemos, a decisão tomada é sobre uma estrutura não estatal” lembrando que o aeroporto de Berlim, que demorou 16 anos a ser construído. Neste sentido, para o presidente da CTP, “é urgente, temos uma alternativa, temos que forçar a situação para podermos ter Montijo daqui a dois ou três anos”, defendeu.
Francisco Calheiro apontou, por outro lado, que o futuro passa pela valorização dos profissionais do turismo. “Não nos podemos nunca esquecer que trabalhamos numa atividade que é de pessoas e para pessoas”, para finalmente, destacar a tecnologia, e a inteligência artificial ao serviço da atividade das pessoas.
A concluir a sua intervenção no congresso da APAVT, o dirigente dirigiu-se ao partido no Governo e da oposição: “Não queremos eleições, não queremos duodécimos, queremos um orçamento aprovado na generalidade, quer na especialidade. Nós estamos a fazer o nosso trabalho e bem como os números o demonstra. Exigimos ao Governo e a oposição exatamente o mesmo”.