Hilton inaugura oficialmente o seu primeiro hotel nos Açores
A cerimónia de inauguração do DoubleTree by Hilton Lagoa Azores contou com a presença de Erwin Verhoog, vice-presidente de operações da Hilton, que deu conta de um pipeline de 12 hotéis da cadeia hoteleira a abrir em Portugal nos próximos “três a quatro anos”. Também Berta Cabral, Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, marcou presença no evento, onde reiterou que a sustentabilidade “é o grande pilar do desenvolvimento turístico” do arquipélago.
Carla Nunes
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O DoubleTree by Hilton Lagoa Azores, localizado em São Miguel, Açores, foi oficialmente inaugurado na passada quinta-feira, 19 de setembro, após ter aberto portas em junho deste ano.
Na festa de inauguração da unidade, Erwin Verhoog, vice-presidente de operações da Hilton, lembrou que este hotel com 101 quartos, restaurante, bar, um primeiro piso dedicado a salas de reuniões e um spa, além de um terraço com piscina exterior aquecida, é o 12.º hotel da Hilton no país. O profissional apontou ainda que este “tem sido um ano incrível para a Hilton em Portugal”, onde a cadeia hoteleira tem “12 hotéis em pipeline”, que planeia “abrir nos próximos três a quatro anos”.
Recorde-se que o grupo já inaugurou dois hotéis na Área Metropolitana de Lisboa este ano: o Curio DUO Hotel, em Lisboa, junto à sede da EDP; e o Legacy Hotel Cascais, Curio Collection by Hilton, o primeiro hotel da cadeia em Cascais. Em linha está ainda a abertura de três unidades hoteleiras na sequência de acordos de gestão com o Arrow Global Group e de franchising com o grupo Mercan Properties, nomeadamente: o Santo André Beach Hotel, Tapestry Collection by Hilton (Santiago do Cacém); o DoubleTree by Hilton Lisbon Airport (Lisboa) e o Canopy by Hilton Vilamoura Marina (Vilamoura, em Quarteira).
Em Lisboa está também planeada a abertura de mais dois hotéis deste grupo hoteleiro na sequência de um acordo de gestão com a Feuring Asset Management GmbH, com quem a Hilton acordou a abertura das unidades Canopy by Hilton Lisbon Praça São Paulo e Hampton by Hilton Lisbon Baixa.
Apostar na sustentabilidade
Na sua intervenção na cerimónia de abertura, Erwin Verhoog apontou como o chef João Fevereiro, responsável pelo restaurante “Frondoso” do DoubleTree by Hilton Lagoa Azores, bem como o manager de Food and Beverage (F&B) da unidade, Mário Nelson, são “embaixadores de tudo o que vive na ilha”, valor que indica “encaixar perfeitamente com a ideia [da Hilton] de viajar com propósito”.
“[Queremos] fazer as coisas de forma verdadeiramente sustentável e acrescentar valor à comunidade, em vez de retirar. E esse é exatamente o nosso objetivo para os próximos anos, continuar a acrescentar à comunidade”, declara o vice-diretor de operações da Hilton.
À margem do evento, Berta Cabral, Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, indicou a este órgão de comunicação que “o aparecimento de novos hotéis, sobretudo de grande qualidade e com notoriedade internacional, é muito bem-vindo”.
Como referiu “já tínhamos hotéis de qualidade, muitos deles de empresários regionais, o que é importante, porque os empresários regionais quando investem cá têm maior capacidade de retenção do valor acrescentado e gerado pelos hotéis e por toda a cadeia de valor na região. Mas é verdade que precisamos de cadeias internacionais que levem o nome dos Açores e que integrem o nosso destino na sua rede de hotéis”.
Sobre a possibilidade do crescente interesse hoteleiro pelo arquipélago, nomeadamente pela ilha de São Miguel, poder prejudicar a sustentabilidade do destino, Berta Cabral reiterou que têm “o maior cuidado na gestão do território e da oferta turística”, afincando que a sustentabilidade “é o grande pilar do desenvolvimento turístico dos Açores” e que “tudo o que se faz tem de ter esse pressuposto”.
Como explicou, apesar de se poder pensar que “há algum excesso de carga”, a Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas relembrou que o arquipélago é composto por nove ilhas.
“Nunca há o risco de haver uma grande sobrecarga de uma ou outra ilha, porque as pessoas passam dois a três dias numa ilha e fazem um périplo por várias ilhas. Em média, as pessoas passam 2,8 a 2,9 noites na ilha de São Miguel, e depois vão para outras ilhas”, justifica.
Ligações aéreas e taxa turística
Relativamente à redução de ligações aéreas de e para os Açores durante o inverno IATA, Berta Cabral refere que há “cada vez menos” constrangimentos e que o destino tem dado “passos de gigante” no que diz respeito à conectividade aérea. Com explica, “há bem pouco tempo só havia as companhias nacionais e uma ou outra estrangeira, normalmente em charter. Desde 2015, com a abertura do espaço aéreo e a liberalização dos transportes aéreos para os Açores, já estão 14 companhias a voar para Ponta Delgada para 26 destinos. Há de facto um crescimento grande, é um novo capítulo, e agora estamos permanentemente atentos à forma como tudo isto evolui”.
Admitindo que “o inverno não é tão intenso quanto o verão”, Berta Cabral é da opinião de que o destino “tem dado passos no sentido de reduzir a sazonalidade”, que no seu entender “não está a aumentar, está a reduzir”, embora “não com a velocidade que gostariam”.
Num último ponto, e sobre a aplicação de uma taxa turística no destino, Berta Cabral relembrou que “já houve uma proposta para a criação da taxa turística por um partido político na assembleia legislativa regional”, sobre a qual se mostrou contra, “porque efetivamente estávamos a sair [da pandemia por] COVID-19 e não tinha sentido quando toda a gente estava a tentar recuperar os números de 2019”.
“Não digo que não seja uma questão a ponderar, mas não ainda neste momento. Somos um destino ainda jovem, recente, temos de nos consolidar, e de facto qualquer tipo de constrangimento a esse nível pode afastar alguma procura”, termina.