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“A ideia de qualificar a experiência é hoje um objetivo global”

Em final de mandato, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal, falou com o Publituris durante a FITUR 2023. Considerado “decisivo” para a região Centro, o mercado espanhol não é visto como concorrente, mas como um todo da Ibéria. A consolidação dar-se-á com o mercado doméstico, mas também com mercado emergentes e, fundamentalmente, com o crescimento dos EUA e a reabertura da Ásia. No final, é a “marca Centro de Portugal” que importa e que Pedro Machado deixa como legado.

Victor Jorge
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“A ideia de qualificar a experiência é hoje um objetivo global”

Em final de mandato, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal, falou com o Publituris durante a FITUR 2023. Considerado “decisivo” para a região Centro, o mercado espanhol não é visto como concorrente, mas como um todo da Ibéria. A consolidação dar-se-á com o mercado doméstico, mas também com mercado emergentes e, fundamentalmente, com o crescimento dos EUA e a reabertura da Ásia. No final, é a “marca Centro de Portugal” que importa e que Pedro Machado deixa como legado.

Victor Jorge
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Depois de no início do ano ter afirmado que 2022 foi um ano “francamente positivo” para a região do Centro de Portugal, o Publituris esteve à conversa com Pedro Machado na FITUR 2023. O presidente da Turismo do Centro de Portugal admite que foi o mercado doméstico que permitiu recuperar para números de 2019, salientando que o grande desafio que a região tem frente passa pela “qualificação da experiência” e “consolidar aquilo que já foi feito”. De olhos postos em Espanha, mas não só, Pedro Machado frisa que o território “é absolutamente crítico” e considera ser fundamental “atrair mais investimento qualificado que nos permita manter esta leva de diferenciação da nossa oferta instalada”.

No início do ano fez um balanço relativamente a 2022 e perspetivou este ano de 2023, referindo que, relativamente ao ano passado, este foi “francamente positivo”. Os últimos dados do INE colocam a região do Centro basicamente senão acima dos números de 2019. Como atingiram estes números?
Primeiro, houve e há um trabalho de estruturação de produto que nos permite alargar a nossa oferta, sair dos produtos turísticos mais convencionais e, nalguns casos, com procura mais massificada para uma aposta crescente em novos segmentos, em novos nichos de mercado. Um turismo mais associado à natureza, um turismo mais ativo, mais ligado aos vinhos, mais ligado à arte urbana, mais ligado àquilo que, no fundo, são outras grandes tendências que o mercado nos está a pedir e que vem culminar um período de consolidação e confirmação daquilo que tinha sido a expectativa criada que era os espaços, destinos, marcas, territórios em que a segurança e a saúde são prioridade. E o Centro de Portugal tem essas características.

Responderam a uma tendência. Portanto, foram reativos ou também foram, de certa forma, proativos.
Reativos no que diz respeito à consolidação de produtos turísticos que já vínhamos a trabalhar e que estavam dentro do Plano Estratégico Nacional para o Turismo, o turismo de natureza, o turismo ativo. Proactivos na capacidade de podermos oferecer àqueles que queriam estes produtos complementaridades, o turismo religioso, a arte urbana, o enoturismo, o ecoturismo, que sabemos que são hoje prioridades absolutas para quem viaja, o Centro de Portugal tem essas características.

Em segundo lugar, consolidação e crescimento do mercado interno. Estas dormidas que citámos estarem em linha com 2019 e superar 2019, estão muito na consolidação do mercado nacional, do mercado doméstico. Ainda não recuperámos totalmente o mercado externo, nomeadamente o mercado de longa distância. Quando pensamos Fátima, cuja dependência substantiva da Coreia do Sul, da China, das Filipinas, da Tailândia, do Vietname, de todos esses países do Oriente, ainda não estão a reconquistados e, portanto, a consolidação e o crescimento faz-se, essencialmente, através do mercado interno, do crescimento e da sustentação do mercado interno e do alargamento para novos mercados. O caso dos Estados Unidos, o caso do Canadá, que têm hoje muito mais dormidas do que tinham em 2019, comparativamente, e que nos ajudam a compensar ainda a falta dos mercados brasileiro e dos mercados chineses.

O turismo massificado já não era e não é um problema em Portugal

A força do mercado doméstico
Os residentes tiveram melhor performance do que os não residentes?
O mercado doméstico cresce acima de 2019, é o mercado doméstico interno que nos permite recuperar 2019, e são mercados emergentes, mercados em crescimento como o caso dos Estados Unidos, do Canadá e outros que nos ajudam a recuperar o mercado internacional e a compensar ainda aquela não recuperação dos mercados asiáticos.

Mais quais são os mercados chave neste momento?
Neste momento o Centro de Portugal tem no seu Top 5, Espanha e, por isso, a nossa aposta estruturada, consolidada na FITUR de Madrid, e, depois, num conjunto de ações que desenvolvemos ao longo do ano noutras feiras de Espanha. A seguir temos a França, não podemos escamotear que França, Espanha e Itália foram, durante muitos anos, os três mercados tradicionais. Em 2019, o Brasil destrona a Itália e passámos a ter Espanha, França, Brasil e depois a Itália. E em 2022 percebemos que há mercados que estão entre o quinto e o sexto lugar, como é o caso dos mercados dos Estados Unidos e de outros mercados. Portanto, significa que neste Top 5, hoje, podemos dizer que Espanha, França, Brasil, Estados Unidos, Itália são os nossos mercados prioritários.

E espera alguma flutuação ou variação para 2023?
Espero e por duas ordens de razão. Se virmos as projeções para 2023, temos na Europa dois países com crescimento francamente positivo: a Irlanda e a Noruega. Não são mercados muito decisivos para o Centro Portugal. Temos muitos mercados com crescimento até os 1%, onde estão a Espanha, a França, e temos mercados, como é o caso da Índia, com 6% de crescimento, ou caso da China, com 4% de projeção de evolução, que nos vão abrir portas novas. Não tenho nenhuma dúvida sobre isso.

Portanto, a ideia de procurarmos hoje mercados de crescimento consolidados, mercados emergentes, apostarmos mais nos mercados emergentes como, por exemplo, o caso da China, têm uma forte relação com produtos como aqueles que nós temos, como é o turismo cultural e o turismo religioso.

Os desafios
Vou citá-lo novamente relativamente às perspetivas do ano turístico 2023, em que afirmou que “o tecido económico está em franca recuperação e a preparar-se devidamente para os desafios 2023”. Que desafios são esses?
Essencialmente, qualificação da experiência. É o grande desafio que temos pela frente, nós destino e os agentes económicos. A ideia de qualificar a experiência é hoje um objetivo global, porque qualificar a experiência significa sermos capazes de respeitar uma agenda que é incontornável da sustentabilidade, a eco agenda. Não é um desafio, é uma condição. Portanto, nós percebemos que, do ponto de vista da estruturação dos mercados e, sobretudo, da preferência dos consumidores, é decisivo destinos cuja experiência seja amiga do ambiente, que trabalhe a descarbonização, que diminua a pegada ecológica, que tenha a economia circular. Estes aspetos estão, hoje, na panóplia da preferência dos grandes mercados e dos mercados internacionais.

O segundo grande desafio é crescer em valor E crescer em valor significa que a qualificação da experiência deve, em primeiro lugar, satisfazer quem nos visita; em segundo lugar, somar, subir o valor pago para acabarmos também, de uma vez por todas, com aquela perceção que existe, que somos um país muito simpático, bom clima, boa gastronomia, grande hospitalidade, relativamente barato.

Nós vamos ter que deixar essa condição para termos uma economia verdadeiramente sustentável. Não é apenas sustentável do ponto de vista ambiental, também é do ponto de vista económico.

Qualificar a experiência e crescer em valor, esses são, para mim, os dois grandes desafios.

O território é absolutamente crítico

Em 2021 e 2022, foi possível ver, ouvir, ler várias, várias campanhas do Centro de Portugal. De certa forma, os resultados que o Turismo do Centro obteve, em 2022, foram fruto dessas campanhas?
Temos três indicadores fortes que nos permitem, nuns casos, podermos de alguma forma estimar o resultado, noutros casos, mensurar. Mensuramos nas dormidas reais, mensuramos nos rendimentos que temos e, objetivamente, o Centro de Portugal cresce em 2022. O país cresce, o Centro de Portugal também cresce, cresce substantivamente em rendimento, sobretudo.

Depois temos um crescimento da perceção da marca e essa perceção da marca é muito avaliada naquilo que são as preferências daqueles que escolhem o Centro Portugal para virem passar as suas férias. Vimos isso no mercado interno, vimos isso com novos mercados emergentes. Portanto, o que significa que nós, de alguma forma, o investimento que fizemos nas várias mensagens de campanhas ininterruptas. E aqui o Centro de Portugal, tem, diria, duas diferenças, grosso modo, comparativamente com aquilo que eu vejo noutras regiões. Nós estabilizamos o nosso processo de comunicação de 1 de janeiro a 31 de dezembro, ou seja, quando lançamos a primeira campanha a 1 de janeiro, já sabemos o que é que vamos fazer durante os 12 meses do ano e como é que vamos terminar o ano com as mesmas campanhas, havendo um fio condutor.

Portanto, não estão à espera do resultado de uma campanha para começar outra?
Este ano a campanha tinha a assinatura “Um destino e tanto”, tanto mar, tanta natureza, tanta gastronomia, tanta saúde, tanto bem-estar, tanto para visitar. Portanto, nós somos coerentes e consistentes no nosso processo de comunicação, porque achamos que é esse o caminho. Em segundo lugar, porque isso permite dar previsibilidade também aos nossos operadores. A ideia de que os nossos operadores, os nossos empresários, os nossos responsáveis, os nossos stakeholders do turismo, sabem que têm, da parte da Turismo Centro de Portugal, uma previsibilidade sobre o planeamento dos eventos, o planeamento dos certames e um planeamento da comunicação.

Pedro Machado com o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, e secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, na FITUR 2023

E para 2023 está pensada alguma nova campanha?
Em 2023, queremos, naturalmente, consolidar aquilo que já foi feito. Esse é um processo ininterrupto que todos os anos seguimos e a equipa tem instruções muito claras para isso. O nosso processo de comunicação implica consolidação. Portanto, não temos saltos qualitativos na nossa comunicação, nem temos saltos qualitativos naquilo que é o discurso e narrativa da Turismo Centro de Portugal.

O que é que nós fazemos? Procuramos consolidar aquilo que já é conhecido e trazermos algumas novidades.

Quais as apostas para 2023 e porque viemos a Madrid e estaremos em Düsseldorf [feira BOOT]? Uma fortíssima aproximação ao produto Mar. A ideia de reforçarmos a nossa relação com o mar, a ideia das nossas rotas turísticas e as nossas estâncias náuticas terem aqui um papel de cumulativo em relação àquilo que é a oferta dos anos transatos. Arte, Cultura, Aveiro é cidade capital portuguesa da Cultura 2024. Nós vamos trazer camadas novas para aquele processo que consolidou em 2022 e que, consideramos nós, tem as condições necessárias para permitir continuar o crescimento em 2023.

Estruturar a oferta
Falou na estruturação da oferta, passando pelo turismo industrial, por exemplo, pelo ecoturismo, pelo enoturismo, turismo religioso, a arte urbana, entre outros. Sem essa (re)estruturação e essa diversificação seria possível ter recuperado da mesma forma em 2022?
É difícil de avaliar com base em projeções. Aquilo que nós sentimos é, ponto 1, o mercado espanhol. Nós sabemos que o mercado espanhol tem quatro grandes preferências sobre Portugal: a gastronomia e os vinhos, a nossa cultura e a nossa história, a nossa hospitalidade e a nossa natureza. É claríssimo para nós e para os espanhóis que estes quatro itens, estes quatro segmentos, estas quatro ofertas turísticas, são ofertas que consolidam o mercado espanhol. Mas o mercado asiático, por exemplo, a nossa relação com a Coreia do Sul, a nossa relação com a China, com a Tailândia, com o Vietname, com as Filipinas, é uma relação na área do turismo religioso.

Por isso, procuramos consolidar a nossa oferta em turismo religioso. Mas também sabemos, por exemplo, que os nómadas digitais e outros segmentos da procura hoje querem produtos diferentes. Aquilo que é, no fundo, o nosso expertise, partindo de uma boa base que a Turismo Centro de Portugal construiu o seu observatório dinâmico, é um observatório que liga os seis Institutos Politécnicos às três Universidades e muitas das empresas do Centro de Portugal, no sentido de perceber estas tendências, perceber as características de quem nos está a visitar e sermos capazes de responder a isso.

Mas o mercado está mais segmentado?
Do meu ponto de vista, sim. Nota se que nós hoje temos mais mercados de nicho. O turismo massificado já não era e não é um problema em Portugal. Acho que é uma falsa questão. Discutir Portugal como um destino de turismo massificado é uma falsa questão. Existem, de facto, destinos que têm uma fortíssima procura muito associada, por exemplo, ao turismo das city breaks, ao turismo urbano nalguns pontos do país, mas esmagadoramente não é essa a tendência de Portugal. Portugal tem muito para crescer.

O que é que me parece? Quando nós hoje olhamos para as três gerações que em 2030 vão ter 50 anos, a geração X, a geração Y, a geração Z, estas gerações têm preferências distintas daquelas que nós oferecemos nos últimos 20 anos. Estas gerações estão disponíveis para alterar o seu destino de férias se a proposta de valor for amiga do ambiente. Estão disponíveis para gastar menos na viagem e mais no destino. Estão disponíveis para terem experiências mais imersivas nas culturas locais. A questão da ética, a questão da inovação são novos problemas que existem ou novas aspirações, novas expectativas. E é para aí que nós temos que conduzir o nosso saber fazer.

E o destino tem de redefinir a estratégia para se aproximar dessas tendências?
Claramente, mas há um trabalho que não está feito, que está a ser feito, não está acabado, e que passa muito por um conjunto de novos parceiros que estão ligados à causa do turismo. Quando olhamos para as comunidades intermunicipais, os municípios e outras associações de desenvolvimento que estão hoje viradas para o turismo, percebemos que é preciso este trabalho de estruturação e, sobretudo, desta agenda global chegue também à base do território. O território é absolutamente crítico. Primeiro, porque os recursos são finitos. Segundo, porque há mais entidades e há mais organismos a fazerem promoção. E terceiro, porque nós sabemos que o cliente final importa pouco quem faz essa promoção, importa muito que tipo de produto lhe que está a ser oferecido e o disposto que está a pagar. E por isso, este trabalho tem de ser.

Quando falou das perspetivas para 2023 também falou num “novo” produtos para a Turismo do Centro de Portugal: o golfe. Está a assumir uma tendência cada vez maior?
O golfe tem duas variáveis particularmente importantes. Por um lado, há investimentos a consolidar no Centro de Portugal. Normalmente, a nossa oferta de golfe está muito concentrada na nossa região Oeste, sobretudo os campos que estão em Torres Vedras, Óbidos, mas depois também um episódio que temos em Viseu e, portanto, estes campos de golfe são, de facto, uma oferta do Centro de Portugal.

Os campos de golfe estão em crescimento, em consolidação e estão, segundo os dados que recolhemos, por exemplo, na preferência de muitos jogadores em 2023, mais do que tínhamos em 2022. À data de hoje [19 de janeiro], temos nas perspetivas de reserva de 2023 face ao período homólogo, mais reservas, o que significa que os jogadores de golfe do centro da Europa do norte da Europa estão a fugir do perímetro da insegurança e estão a procurar destinos a Sul.

E há sazonalidade nessa procura?
Sim, ainda há sazonalidade que precisamos de combater. Aliás, estaremos com a Federação de Golfe Espanhola, num evento aqui em Madrid, a reforçar a nossa ligação aos campos de golfe do Oeste, exatamente puxando e dinamizando aquilo que é uma oferta que tem tudo para crescer, porque está muito em linha com aquilo que são todas as apetências dos novos consumidores.

Espanha, mas não só
Na FITUR foi apresentada a primeira Estratégia do Turismo Transfronteiriço 2022-2024 entre Portugal e Espanha. De que forma é que a Turismo Centro de Portugal pode beneficiar desta estratégia?
Há três níveis, desde logo naquilo que é um trabalho que temos vindo a desenvolver. Começámos em 2017, a primeira apresentação na FITUR, era ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, quando lançámos o primeiro projeto de cooperação transfronteiriça Centro de Portugal, Alentejo, Extremadura. Desse projeto, desenvolvemos um conjunto significativo de ações em mercados ibérico e em mercados internacionais.

Segundo, porque esta agenda da cooperação transfronteiriça vai-nos permitir alargar este leque. Trabalhámos com o Alentejo e com a Extremadura, trabalhámos com o Porto e Norte e com a Castilha Leão e, eventualmente, também com a Galiza. Quer do ponto de vista de projetos POCTEP, quer de projetos como o NAPOCTEP, quer o que já fizemos com as Rotas Napoleónicas ou o que estamos a lançar para 2023, por exemplo, com as Rotas Gastronómicas de Carlos V.

Terceiro, porque há uma agenda, que é uma agenda que o turismo não pode ficar alheado quando pensamos a mobilidade e a acessibilidade que vai ser trabalhada nesta conferência, no nosso caso, do IC 31, é particularmente critica a nossa ligação com Moraleja. Há uma agenda do ciclo da água. Lembrar que o Douro e o Tejo nascem em Espanha e tem implicações com aquilo que é a nossa relação com Espanha num produto essencial que é a água. E Portugal, em 2021 e 2022, sofreu muito com a questão da gestão do ciclo da água. E há uma agenda da sustentabilidade dos destinos que é incontornável.

Portanto, a mobilidade, seja ao nível da ferrovia, ao nível daquilo que é a rodovia, a agenda da sustentabilidade que passa pelo ciclo da água e tem de passar, por exemplo, pela questão da gestão da floresta ou, eventualmente, o reforço da cooperação, são três eixos que estão nesta agenda da cooperação transfronteiriça.

Nós temos essa boa experiência. Lembro-me que em 2018, no nosso Fórum do Turismo Interno, o primeiro-ministro, já António Costa, veio da Feira Ibérica da Guarda diretamente para Leiria encerrar o nosso “Ver Portugal” onde já tínhamos a participação da Extremadura e de Castilha e Leão no nosso fórum. Portanto, é um trabalho de proximidade por duas ordens de razão. Primeiro, a Ibéria é um mercado muito próximo que permite usufruir de uma procura interna consolidada e substantiva ao longo dos 12 meses do ano. 10 milhões de portugueses com perto de 50 milhões de espanhóis dá um mercado extraordinário. Se somarmos os estrangeiros que entram na Península Ibérica, falamos da maior placa turística do mundo. Falamos em quase 200 milhões de consumidores.

Falta-nos continuar um caminho de consolidação e de reforço da captação de investimento

Há que trabalhar mais esse conceito ibérico e não tanto Portugal e Espanha?
Do meu ponto de vista, sim. Nós fazemo-lo com esta cooperação transfronteiriça trabalhamos muito o conceito “dois países, três regiões, um destino”.

Neste momento, acho que nada pode impedir, não é isso que nos vai, digamos, minimizar nem nos vai debilitar na nossa estratégia. Desde logo, na disputa do mercado interno, do mercado doméstico, 10 milhões de portugueses contra 50 milhões de espanhóis, teremos de ter sempre saldo positivo para Portugal.

Que importância tem o mercado espanhol?

Decisivo. O primeiro mercado absoluto para o Centro de Portugal, mais de um milhão de dormidas, turismo ao longo do ano, turismo de proximidade, turismo de valorização do interior.

E sentem um crescente interesse por parte dos operadores espanhóis relativamente ao Centro de Portugal?
É muito notório porque hoje, quando pensamos em viajar ou pensamos em fazer viagens de curta distância, Portugal é a escolha óbvia dos espanhóis. Não só o Centro, o Alentejo, Porto e Norte, também Lisboa, seguramente, e o Algarve. Nós somos países vizinhos, temos contiguidade geográfica, temos afinidade cultural, temos compreensão linguística e temos depois produto turístico. O que significa que somos o destino óbvio dos espanhóis.

Há outro fator importante a ter em conta que é Portugal deixar de ser conhecido como um destino barato. No entanto, esta conjuntura de crise económica, inflação, está a levar a um aumento de preços por parte de todos os stakeholders. Teme que isso possa prejudicar a perceção do destino Portugal ou é uma coisa que tem de acontecer e é percetível globalmente?
É conjuntural e, portanto, infelizmente para nós e para o mundo, não é apenas Portugal que está hoje limitado a ter que se confrontar com uma inflação galopante, com um problema de segurança internacional e com um cuidado acrescido no que diz respeito às medidas de precaução em relação à saúde. É global. Portanto, o mundo sabe que é assim e, por isso, Portugal continua, do meu ponto de vista, comparativamente bem posicionado e, do ponto de vista daquilo que são os preços que pratica, muito em conta com aquilo que é o poder de compra das outras economias. Quando há pouco falámos das previsões e vemos uma Índia a crescer 6%, uma China a crescer 4% e uns Estados Unidos a crescer 1%, sentimos que são economias muito fortes.

Segundo, cada vez mais um turismo alavancado num poder de compra com maior esperança de vida, o turismo sénior, e com mais elevado poder de compra. O que significa que, sendo nós como somos, um destino privilegiado pela hospitalidade, pelo clima, pela gastronomia, estamos cada vez mais em linha com um dos segmentos do futuro. O “Sénior Tourism”, no fundo, a idade dos nossos turistas, por força de uma longevidade daquilo que é hoje a constatação da vida humana, por força de essa longevidade apontar para segmentos de mercado que estão na reforma e que têm, digamos, amealhado e acumulado ao longo da sua vida, poder de compra, isso faz com que Portugal continue a ser procurado.

Pedro Machado com SETCS, Nuno Fazenda; ministro da Economia, António Costa e Silva; ministra do Turismo de Espanha, Reyes Maroto; Embaixador de Portugal em Espanha, João Mira Gomes; presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo; e presidente do TPNP, Luís Pedro Martins, no final da apresentação da Estratégia Transfronteiriça Portugal Espanha na FITUR 2023

Um Centro ligado
Falou, também, num aspeto basilar para o sucesso do turismo em Portugal que é a conectividade. As ligações existentes, neste momento, são suficientes para suportar o crescimento do turismo na região Centro?
Nós beneficiamos daquilo que são duas portas de entrada, os aeroportos do Porto e de Lisboa, e de uma ligação rodoviária através da Espanha e da França para a Europa e para o mundo. Temos hoje consciência que há companhias aéreas, ainda agora há companhias que estão a viajar para Telavive, que vão abrir dois voos semanais para o Porto, vêm muito em linha de conta com também um dos nossos produtos, que é o turismo judaico, o turismo religioso. Acredito que a data de hoje existe oferta suficiente para podermos continuar este trabalho de crescimento. Admito que, com as projeções que são publicadas, que o nosso Aeroporto Internacional de Lisboa tenha limitações no curto prazo. Julgo que é possível ainda explorar mais e melhor o nosso Aeroporto Sá Carneiro, que serve a nossa região Centro.

Agora, não podemos escamotear a ligação rodoviária e muito particularmente a ferrovia. Diria que Portugal, nesta sua ambição de um país pequeno, que aposta numa agenda da sustentabilidade, do meu ponto de vista, o investimento que está a fazer e a projeção em relação aquilo que é o aeroportuário deveria considerar em complemento, não em alternativa, em complemento, a possibilidade do desenvolvimento de uma estratégia europeia da ferrovia assente na mobilidade suave.

Os três grandes problemas estruturais estadia média, sazonalidade e rendimento são indicadores onde ainda temos muito trabalho para fazer

Quais são os maiores receios no que toca ao turismo global e, particularmente, ao turismo no Centro de Portugal?
Claramente, aquilo que são hoje os três “fantasmas da sala”. Falamos na questão da segurança e no facto de uma guerra estúpida como aquela que assistimos se prolongar no tempo.

Já se deixou de pensar na pandemia?
A pandemia, tínhamos deixado de pensar, percebemos agora com aquilo que aconteceu com a Itália, que está a acontecer com a Espanha em relação à China, não nos deve descansar. Por isso, sim, há um novo normal, sim, temos de nos habituar a viver de acordo com aquilo que são as boas regras em relação àquilo que é a prevenção e o adequado tratamento que temos que dar ao processo da pandemia. Mas não está afastada de todo.

Somada uma inflação galopante, mas a ser verdade que o Banco Central Europeu, a partir do primeiro semestre, baixe as taxas de juro, julgo que assistiremos a condições favoráveis.

O que é que falta à Turismo do Centro fazer?
Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. Falta-nos continuar um caminho de consolidação e de reforço da captação de investimento. Isto é, nós temos hoje extraordinárias condições, precisamos de atrair mais investimento qualificado que nos permita manter esta leva de diferenciação da nossa oferta instalada.

Falta-nos, de facto, tratar uma questão crítica que nos tem assolado nos últimos anos, os grandes incêndios de 2017 e 2022.

O Centro de Portugal ficou “manchado”?
Diria que ficou marcado, porque um processo de recuperação, por exemplo, da Serra da Estrela 2022 demora meses, senão um ou dois anos até, pelo menos, o coberto vegetal disfarçar aquela realidade cinzenta e negra que lá temos. Falta haver na política pública, de facto, medidas efetivas e que passam pelo cadastro da floresta, pela gestão da silvicultura, pela gestão do ciclo da água e muitos outros.

Essas são duas componentes da política pública que precisamos de continuar a trabalhar. Obviamente, eu não diria que nos falta, neste caso, é continuarmos a ter a confiança dos empresários, a resiliência e a confiança dos empresários para fazer desta região aquilo que ela já é hoje, uma aposta certa para o mercado nacional e o seu caminho de crescimento nos mercados internacionais.

Numa recente entrevista com o ministro do Turismo da Jordânia, este admitiu na forte possibilidade de se deslocar a Fátima no segundo semestre de 2023, para, de certa forma, iniciar uma colaboração mais estreita entre a região do Centro, de Fátima com a Jordânia. Como é que olha para este facto?
Fátima não foi durante muitos anos, nomeadamente pelo Turismo de Portugal, interpretada como um dos nossos produtos e marcas de grande afirmação internacional. Fátima tem hoje manifestações físicas e culturais em dezenas de países espalhados pelo Oriente e pelo Ocidente. A Coreia do Sul tem 25 milhões de católicos, a sua relação é claramente com Fátima. Os brasileiros têm uma relação extraordinária com Fátima. Por isso, é muito natural, até fruto até do trabalho que temos vindo a realizar, os workshops do Turismo Religioso de Fátima, de fevereiro-março, já são, pela nona vez, o maior workshop europeu de turismo religioso.

Percebe-se que é um segmento de mercado que está em crescimento e é, por isso, gratificante e simultaneamente desafiante que o senhor ministro da Jordânia tenha feito esta afirmação, porque vem, no fundo, ao encontro daquilo que durante anos fizemos sozinhos, que agora fazemos em conjunto e que também é uma aposta de Portugal.

Pelas contas, acaba o mandato este ano. Olhando para trás, o que é que deveria ter feito que não fez e o que é que fez que não deveria ter feito?
Ainda não é tempo de balanço, mas podemos tirar já algumas ilações. O que devia ter feito, julgo que fiz. Eventualmente, podia ter feito mais e melhor do que aquilo que eu já consegui fazer. E isso está expresso hoje numa consciência de marca que o Centro de Portugal é e que à data não era, nos números que temos vindo a atingir, seja no número de dormidas de proveitos, seja na estatística, seja na consciência da marca. Portanto, aquilo que eu devia ter feito e consegui fazer foi criar uma verdadeira consciência de marca Centro de Portugal, para dentro e para fora. Para dentro, para os agentes, para os stakeholders, para os operadores turísticos, para perceberem que estavam e estão numa região que está em crescimento, que se pode afirmar inter-pares e nalguns casos até pode ser uma região de referência do ponto de vista do mercado doméstico e do mercado internacional.

Segundo, fiz e podíamos fazer ainda mais ainda, nesta aproximação em relação aos agentes públicos que hoje tratam o turismo. A questão da ligação das comunidades intermunicipais, a questão dos municípios e dos agentes económicos, nós construímos, em 2014, o primeiro grande projeto financiado em fundos europeus chamado “Produtos Turísticos Integrados” que fez com que a região pudesse aceitar e tratar aquilo que é política pública com os interesses económicos privados e daí resultar uma equação positiva.

O que é que ainda não fui capaz de fazer e, provavelmente, não serei capaz de o concretizar? Eventualmente, sermos uma região que, do ponto de vista, sobretudo internacional, sobretudo ao nível daquilo que são os grandes mercados, à exceção de alguns segmentos de mercado, possa hoje almejar amanhã ter uma rentabilidade maior. Falta-nos aumentar o preço do rendimento, o nosso RevPAR, falta-nos conseguir ultrapassar uma sazonalidade que ainda hoje é marcante no Centro de Portugal, falta-nos aumentar uma estadia média que ainda hoje é possível melhorarmos no Centro de Portugal.

Para mim, os três grandes problemas estruturais estadia média, sazonalidade e rendimento são indicadores onde ainda temos muito trabalho para fazer.

Na recente edição do WTM Londres, o secretário-geral da OMT, considerava que os responsáveis, tanto nacionais como locais, tanto privados como públicos do turismo devem deixar um legado. Qual é o legado deixado por Pedro Machado?
A marca Centro de Portugal?

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A segunda edição do mês de março faz capa com o Turismo Religioso que reclama maior valorização. Nesta edição ainda poderá ler sobre o turismo na Ucrânia, as tendências de viagens da Amadeus, a estratégia da Embratur e a relevância do Enoturismo. Isto e a BTL 2024 em imagens.

Publituris

A edição de 15 de março de 2024 do jornal Publituris destaca o Turismo Religioso. Como Santuário de Fátima a receber quase 7 milhões de peregrinos, em 2023, correspondendo a um aumento de 39% face a 2022 e mais 9% relativamente a 2019, Europa, América – com destaque para os EUA, Brasil e México – e Ásia (Filipinas, Coreia do Sul e Vietname) são os principais continentes que procuram este destino. Contudo, Purificação Reis, presidente da ACISO, entidade organizadora dos Workshops Internacionais do Turismo Religioso, apela à valorização do Turismo Religioso Nacional.

Na “Distribuição”, o Publituris esteve à conversa com Olena Kazmina, vice-presidente da Associação de Operadores Turísticos Incoming da Ucrânia (AITO), que pede que “não esqueçam a Ucrânia”. De resto, Kazmina refere que, apesar do conflito existente na Ucrânia, iniciado pela Rússia, o turismo no país não parou. “Grande parte dos visitantes são, naturalmente, apoiantes da causa ucraniana”, admitindo que “sabemos que, atualmente, o destino não é de lazer, seguro, onde se pode ter umas férias relaxadas, mas há regiões não afetadas pela guerra, nomeadamente, mais a Ocidente”.

No âmbito da BTL 2024, a Amadeus revelou as últimas tendências de viagens a nível mundial. Apresentados os resultados, a empresa deu a conhecer duas tendências em lazer e duas em business: o turismo musical e a classe executiva; o poder do networking e a sustentabilidade, respetivamente. Como tendência transversal encontra-se o Assistente Pessoal com recurso à Inteligência Artificial (IA).

Em imagens, trazemos o que foram os “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2024”, bem como uma amostra do que foi a maior feira do turismo em Portugal, para nas “Capas que fazem história”, trazermos os destaques do Publituris da edição de 15 de março de 1974.

Nos “Destinos”, um ano depois de ter assumido a presidência da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo regressou a Portugal para dar conta da nova estratégia de promoção que o Brasil definiu para os mercados europeus e na qual Portugal tem um lugar de destaque.

Também no âmbito da BTL 2024, o Publituris co-organizou a conferência dedicada ao Enoturismo, uma atividade, um mercado já histórico em Portugal, que tem as suas tradições, tem o seu valor acrescentado, mas, no entanto, só agora começou a ser olhado como tal. A especificidade deste segmento, a sua interligação com outros produtos turísticos e a sua promoção foram temas da conferência em que participaram Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, Pedro Valle Abrantes, Managing Partner da Trypor, Alexandra Leroy Maçanita, Events & Wine Tourism Manager da Fita Preta, Luís Santos, General Manager do Palácio Ludovice Wine Experience Hotel, e Ana Maria Lourenço, Public Relations do World of Wine (WoW).

Além do Pulse Report da GuestCentric, as opiniões desta edição pertencem a Jaime Quesado (economista e gestor) e Manuel de Carvalho e Sousa (docente no ISAG-European Business School).

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Edição Digital: Turismo Religioso, AITO Ucrânia, Tendências Amadeus, Embratur e a Conferência dedicada ao Enoturismo

O “dossier” dedicado ao Turismo Religioso é o destaque desta edição do Publituris. Além disso, poderá ainda ler sobre o turismo na Ucrânia, Embratur, as tendências de viagens da Amadeus, os pontos mais importantes saídos da conferência sobre o Enoturismo e rever os “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2024” e a BTL 2024 em imagens.

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A edição de 15 de março de 2024 do jornal Publituris destaca o Turismo Religioso. Como Santuário de Fátima a receber quase 7 milhões de peregrinos, em 2023, correspondendo a um aumento de 39% face a 2022 e mais 9% relativamente a 2019, Europa, América – com destaque para os EUA, Brasil e México – e Ásia (Filipinas, Coreia do Sul e Vietname) são os principais continentes que procuram este destino. Contudo, Purificação Reis, presidente da ACISO, entidade organizadora dos Workshops Internacionais do Turismo Religioso, apela à valorização do Turismo Religioso Nacional.

Na “Distribuição”, o Publituris esteve à conversa com Olena Kazmina, vice-presidente da Associação de Operadores Turísticos Incoming da Ucrânia (AITO), que pede que “não esqueçam a Ucrânia”. De resto, Kazmina refere que, apesar do conflito existente na Ucrânia, iniciado pela Rússia, o turismo no país não parou. “Grande parte dos visitantes são, naturalmente, apoiantes da causa ucraniana”, admitindo que “sabemos que, atualmente, o destino não é de lazer, seguro, onde se pode ter umas férias relaxadas, mas há regiões não afetadas pela guerra, nomeadamente, mais a Ocidente”.

No âmbito da BTL 2024, a Amadeus revelou as últimas tendências de viagens a nível mundial. Apresentados os resultados, a empresa deu a conhecer duas tendências em lazer e duas em business: o turismo musical e a classe executiva; o poder do networking e a sustentabilidade, respetivamente. Como tendência transversal encontra-se o Assistente Pessoal com recurso à Inteligência Artificial (IA).

Em imagens, trazemos o que foram os “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2024”, bem como uma amostra do que foi a maior feira do turismo em Portugal, para nas “Capas que fazem história”, trazermos os destaques do Publituris da edição de 15 de março de 1974.

Nos “Destinos”, um ano depois de ter assumido a presidência da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo regressou a Portugal para dar conta da nova estratégia de promoção que o Brasil definiu para os mercados europeus e na qual Portugal tem um lugar de destaque.

Também no âmbito da BTL 2024, o Publituris co-organizou a conferência dedicada ao Enoturismo, uma atividade, um mercado já histórico em Portugal, que tem as suas tradições, tem o seu valor acrescentado, mas, no entanto, só agora começou a ser olhado como tal. A especificidade deste segmento, a sua interligação com outros produtos turísticos e a sua promoção foram temas da conferência em que participaram Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, Pedro Valle Abrantes, Managing Partner da Trypor, Alexandra Leroy Maçanita, Events & Wine Tourism Manager da Fita Preta, Luís Santos, General Manager do Palácio Ludovice Wine Experience Hotel, e Ana Maria Lourenço, Public Relations do World of Wine (WoW).

Além do Pulse Report da GuestCentric, as opiniões desta edição pertencem a Jaime Quesado (economista e gestor) e Manuel de Carvalho e Sousa (docente no ISAG-European Business School).

Leia aqui a edição.

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Destinos

Turismo da Alemanha quer capitalizar crescimento do mercado português com o Euro 2024

Depois de ter registado um crescimento de 5% nas dormidas de turistas portugueses em 2023, face a 2019, totalizando mais de 544 mil, o Turismo da Alemanha pretende que a realização do Euro 2024 sirva de mote para atrair ainda mais portugueses a visitar terras germânicas.

Victor Jorge

A Alemanha registou 80,9 milhões de dormidas internacionais, em 2023, um aumento de 18,8% relativamente a 2022, sendo que de turistas provenientes da Europa, o número foi de 62,1 milhões de dormidas (+15,3% face ao ano anterior). Isto só para dormidas calculadas em hotéis com mais de 10 camas e todo o território alemão.

Em 2023, Portugal registou 544.135 dormidas, um aumento de 14,3% face a 2022 e uma evolução de 5% quando comparado com 2022, salientando Ulrike Bohnet, diretora do Turismo da Alemanha para Portugal e Espanha, em conferência de imprensa, tratar-se de “um novo recorde”, depois de, em 2022, as dormidas terem totalizado 476.190, um crescimento de mais de 110% relativamente a 2021.

Na opinião da responsável pelo Turismo da Alemanha para Portugal e Espanha, a realização do Campeonato Europeu de Futebol, de 14 de junho a 14 de julho, para o qual Portugal está apurado, terá “uma importância enorme para o turismo na Alemanha, já que chamará milhões de pessoas”.

Ora, é precisamente neste evento que o Turismo da Alemanha alavanca a sua estratégia para atrair mais visitantes internacionais. “Não queremos que os turistas internacionais visitem a Alemanha somente neste período de um mês que dura o Euro 2024, mas que utilizem o evento para visitar e ficar mais tempo”.

Por isso mesmo, a campanha que o Turismo da Alemanha tem preparada para o turismo internacional ter o claim “Stay longer”. Utilizando este claim, a Alemanha prepara-se para mostrar as regiões e cidades onde decorrem os jogos dos diversos países, sendo que no caso português, Leipzig, Dortmund e Gelsenkirchen serão os palcos onde a seleção nacional jogará as suas partidas.

Se na primeira cidade, a “Rota da Música” é uma das atrações principais, havendo conexões diretas de Lisboa Porto, Faro e Funchal até ao aeroporto de Berlim, o aeroporto de Düsseldorf servirá de ponto de chegada para quem quiser ver os jogos em Dortmund e Gelsenkirchen, e onde a região de Wuppertal e Ruhr, respetivamente, são alguns dos destinos a visitar.

Mas a campanha do Turismo da Alemanha quer capitalizar o Euro com mais atrações. “A Campanha Cultura 2024 terá um foco muito forte nos 7.200 museus, 8.000 exposições, 80 salas de ópera, 700 teatros e 13 regiões vitivinícolas existentes em todo o território alemão e dos quais queremos fazer uso para promover a Alemanha nos mais diversos mercados internacionais, Portugal incluído”, admitiu Ulrike Bohnet.

“Queremos que, quem nos visite, possa usufruir dos 52 lugares declarados Património da Humanidade da UNESCO e que siga a máxima ‘viajar menos, mas ficar mais tempo’”.

Mas não é só no Turismo Cultural que a Alemanha aposta. Também o Turismo Industrial é uma das vertentes que a entidade responsável pelo turismo da Alemanha pretende divulgar em força, além de colocar a Alemanha como um dos destinos turísticos mais sustentáveis.

Assim, o Euro 2024 “serve só de ‘branding’, já que o nosso papel não passa por promover o Campeonato de Futebol, mas todo o território alemão com a sua diversidade de oferta”, esclareceu Ulrike Bohnet.

Com um total de 23 voos que ligam Portugal à Alemanha diariamente, o Turismo da Alemanha espera que a média de noites dormidas pelos visitantes portugueses possam aumentar para além das 6,8 registadas em 2023, número que, segundo a responsável do Turismo da Alemanha para Portugal e Espanha indicou como “bastante positivos, mas que queremos que aumentem”.

E se o período do Euro 2024 é o mote para atrair os turistas de todo o mundo à Alemanha, os responsáveis pelo turismo do país já estão a pensar mais à frente e apontam baterias aos Mercados de Natal, “outra época forte no turismo na Alemanha e que será promovido ao longo deste período”.

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Transportes

Início de 2024 mantém tendência de crescimento na movimentação de passageiros nos aeroportos nacionais

Os aeroportos nacionais continuam em alta, com a movimentação de passageiros a registar um crescimento de 1,6% face ao primeiro mês de 2023, totalizando 4 milhões de passageiros em janeiro de 2024. França liderou como principal país de origem e de destino. Lisboa mantém a liderança, seguida do Porto e Madeira.

Victor Jorge

Em janeiro de 2024, os aeroportos nacionais movimentaram 4 milhões de passageiros, correspondendo a um crescimento de 1,6% face a janeiro de 2023, verificando-se “máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais”, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No primeiro mês deste ano, os aeroportos nacionais assinalaram um desembarque médio diário de 61,4 mil passageiros, valor superior ao registado em janeiro de 2023 (60,7 mil; +1,2%).

“O movimento diário de aeronaves e passageiros é tipicamente influenciado por flutuações sazonais e de ciclo semanal. Os valores diários mais elevados são geralmente encontrados no período de verão e o sábado é o dia da semana com maior número de passageiros desembarcados”, refere o INE.

Em janeiro de 2024, 80,5% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, atingindo 1,5 milhões de passageiros (+2,7%), na maioria provenientes do continente europeu (63,6% do total), correspondendo a um aumento de 0,9% face a janeiro de 2023. O continente americano foi a segunda principal origem, concentrando 11% do total de passageiros desembarcados (+12,1%).

Relativamente aos passageiros embarcados, 82,2% corresponderam a tráfego internacional, perfazendo um total de 1,7 milhões de passageiros (+3,5%), tendo como principal destino aeroportos no continente europeu (67% do total), registando um crescimento de 2,2% face a janeiro de 2023. Os aeroportos no continente americano foram o segundo principal destino dos passageiros embarcados (10,3% do total; +13,1%).

Considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais em janeiro de 2024, França foi o principal país de origem e de destino dos voos, apesar de ter registado decréscimos no número de passageiros desembarcados e embarcados face a janeiro de 2023 (-9%; -7,7%). Espanha e Reino Unido ocuparam a 2.ª e 3.ª posições, como principais países de origem, e posições inversas como principais países de destino. Brasil e Alemanha alternaram a 4.ª e 5.ª posição consoante país de origem ou de destino dos voos.

O aeroporto de Lisboa continuar a ser a principal porta de entrada, movimentando 56,4% do total de passageiros (2,3 milhões), +0,7% comparando com janeiro de 2023. O aeroporto de Faro registou um crescimento de 8,5% no movimento de passageiros (292,1 mil) e o aeroporto do Porto concentrou 23,2% do total de passageiros movimentados (930,1 mil) e aumentou 3,8%.

De salientar que o aeroporto da Madeira foi o 3.º aeroporto com maior movimento de passageiros em janeiro de 2024 (302,1 mil; -3,7%), superando o aeroporto de Faro.

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Análise

Negócios no setor das viagens e turismo caiu 22,5%, revela a GlobalData

Nos primeiros dois meses de 2024, a atividade de negócios no setor das viagens e turismo passou de 120, no mesmo período de 2023, para os atuais 93.

Publituris

 

 

 

O setor das viagens e turismo registou 93 negócios globalmente durante os primeiros dois meses de 2024, uma quebra de 22,5% em comparação com o anúncio de 120 negócios durante o mesmo período em 2023, revela GlobalData.

Uma análise do Banco de Dados de Negócios da GlobalData revela que o número de fusões e aquisições (M&A) e negócios de financiamento de risco diminuiu, enquanto o volume de negócios de private equity apresentou melhora durante o período.

O número de negócios de fusões e aquisições diminuiu 25,8%, enquanto o volume de negócios de financiamento de risco registou um declínio anual de 22,2%. Enquanto isso, o volume de negócios de private equity aumentou de quatro durante janeiro-fevereiro de 2023 para seis durante janeiro-fevereiro de 2024.

Aurojyoti Bose, analista da GlobalData, refere que “a queda no sentimento de negociação em todos os setores e geografias face às condições voláteis do mercado também afetou a atividade de negociação no setor das viagens e turismo. Como resultado, o setor viu o anúncio de menos de 100 negócios durante os primeiros dois meses de 2024”.

A maioria das regiões e mercados-chave também registou um declínio no volume de negócios durante janeiro-fevereiro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A América do Norte, Europa, Oriente Médio e África e região da América do Sul e Central registaram um declínio no volume de negócios, enquanto a região da Ásia-Pacífico apresentou uma melhoria marginal.

Já os mercados-chave como os EUA, o Reino Unido e a França registaram um declínio no volume de negócios durante janeiro-fevereiro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto a Índia, a Coreia do Sul e a Austrália testemunharam alguma melhoria.

Bose conclui que, “apesar desta recessão, existem áreas de resiliência e oportunidade, particularmente em regiões como a Ásia-Pacífico. À medida que os mercados evoluem, a identificação de bolsas de crescimento e inovação torna-se fundamental para as partes interessadas do setor”.

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06 MAR 2024, BERLIN/GERMANY:
Emirates Airlines, ITB Berlin
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Transportes

Parceria entre Emirates e TUI Cruises renovada por mais duas temporadas

Com a renovação desta parceria, Emirates e TUI querem explorar sinergias operacionais com o objetivo de aumentar a procura por cruzeiros no Dubai.

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A Emirates renovou a sua parceria com a TUI Cruises para as próximas duas épocas de cruzeiros, reforçando o estatuto do Dubai como um centro de turismo de cruzeiros a nível mundial.

A parceria renovada com a TUI Cruises sublinha o compromisso da companhia aérea em trabalhar com parceiros que partilham os mesmos valores para proporcionar experiências de viagem perfeitas, tanto no ar como em terra, através das suas áreas de check-in dedicadas no terminal de cruzeiros e com o apoio colaborativo dos seus parceiros no Dubai.

A Emirates irá trabalhar em estreita colaboração com a TUI Cruises para oferecer opções de voo dedicadas que se alinham de perto com os próximos horários de cruzeiros, assegurando uma transição suave do ar para o mar para os seus passageiros. A companhia aérea irá, também, explorar soluções de transporte melhoradas entre o Dubai International (DXB) e o Porto Rashid, aproveitar os conhecimentos para melhorar os serviços em terra e fornecer equipas de apoio dedicadas aos passageiros dos cruzeiros. Atualmente, o porto do Terminal de Cruzeiros Hamdan bin Mohammed, o maior terminal de cruzeiros coberto do mundo, tem capacidade para receber 14 000 passageiros por dia.

Para além da coordenação das operações e da exploração de sinergias de marketing, a parceria centrar-se-á no desenvolvimento de pacotes e experiências de luxo exclusivas que mostrem o melhor do Dubai e dos programas da TUI Cruises na região.

Adnan Kazim, vice-presidente e diretor Comercial da Emirates, salienta que “a Emirates orgulha-se de desempenhar um papel vital no apoio ao estatuto do Dubai como um dos melhores destinos de cruzeiros do mundo. Este é o resultado de muitos anos de trabalho para construir uma infraestrutura marítima inigualável, atrações turísticas e pontos de referência excecionais e uma conetividade aérea sem paralelo, juntamente com alfândegas e instalações de manuseamento em terra simplificadas para os turistas de cruzeiro que chegam.”

“Todos estes fatores fizeram do Dubai uma porta de entrada fundamental para alguns dos itinerários de cruzeiro mais procurados. O nosso acordo com a TUI Cruises tem como objetivo continuar os nossos esforços para aumentar as chegadas de passageiros de cruzeiros de toda a nossa rede, para que possam experimentar o melhor das viagens marítimas a bordo dos magníficos navios da TUI”, concluiu.

Já Wybcke Meier, diretor-executivo da Tui Cruises, frisa que “há mais de dez anos que fazemos escala no Dubai com a frota ‘Mein Schiff’ para dar aos nossos hóspedes a oportunidade de descobrirem connosco o mundo do Oriente. O Dubai não é apenas um importante porto de escala, mas o destino e a região oferecem aquilo que os clientes da ‘Mein Schiff’ desejam: uma mistura de metrópoles em constante evolução, praias maravilhosas e conhecimentos especiais sobre a cultura. Com a Emirates, sabemos que estamos a trabalhar com sucesso com uma companhia aérea que proporciona aos nossos passageiros, logo desde o início, aquela maravilhosa sensação de férias”.

De referir que no ano passado, a Emirates transportou, sensivelmente, 400.000 passageiros de cruzeiros para o Dubai. A cidade recebeu mais de 166 navios durante a última época de cruzeiros, tornando-a o maior porto de embarque da região e a escala mais popular para os navios de cruzeiro. A cidade espera um aumento de 23% de passageiros de cruzeiros na próxima época.

O crescimento das chegadas de navios de cruzeiro ao Dubai representa os esforços coletivos de parceiros de todo o ecossistema de viagens e aviação que trabalham em conjunto para uma experiência perfeita. Isto inclui procedimentos alfandegários e de entrada sem complicações e facilidades de visto sem problemas para os passageiros dos navios de cruzeiro, lojas e pontos de venda duty-free, balcões de operadores turísticos e serviços de transporte gratuitos para a cidade, para além dos balcões de check-in remoto da Emirates no Porto Rashid.

Os 16 balcões de check-in da Emirates permitem que os passageiros que desembarcam dos seus navios de cruzeiro façam o check-in da sua bagagem e obtenham os seus cartões de embarque até 4 horas antes da partida do voo, com a conveniência de explorar o Dubai sem as suas malas antes de se dirigirem diretamente ao aeroporto para o seu voo.

A TUI Cruises irá enviar dois navios para Porto Rashid na próxima temporada, sendo que cada navio pode acomodar mais de 2.500 passageiros. Os passageiros podem escolher entre dois programas, um com embarque e desembarque no Dubai, com destinos do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) como Abu Dhabi, Omã, Qatar e Arábia Saudita. O outro itinerário inclui pontos asiáticos como Singapura e Hong Kong.

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Distribuição

Top Atlântico abre nova agência no Alameda Shop & Spot

A Top Atlântico continua a expandir a sua rede de lojas. Recentemente abriu uma nova loja no Alameda Shop & Spot.

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A Top Atlântico iniciou o ano de 2024 com um reforço na tónica de expansão da rede. No passado dia 9 de março, renovou a imagem da sua loja no Alameda Shop & Spot, abrindo num novo espaço no Piso 1 do Shopping, loja 101 e encerrando o seu antigo espaço do piso 0, loja 12.

Paralelamente terminou o ano de 2023 com a abertura de uma nova loja no Braga Parque.  Reforçando assim a sua presença na cidade de Braga, onde já tinha uma agência no Largo do Barão de São Martinho 70 e 71 R/C.

As novas lojas Top Atlântico surgem no contexto de ampliação continua da rede de agências da marca e com o objetivo de estreitar cada vez mais a proximidade com os seus clientes já que o atendimento em loja e o contacto cara a cara com os clientes continua a ser uma variável muito valorizada no planeamento e marcação de viagens.

“O conhecimento dos consultores da marca, a oferta variada e competitiva, associada a uma experiência agradável de compra, são parte do segredo para uma viagem de sucesso. Conhecer a cara de quem vai acompanhar e apoiar na viagem até ao regresso a casa, é algo que muitos clientes não prescindem e valorizam”, refere em comunicado.

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Destinos

Turismo do Dubai aposta no crescimento do mercado português

Com uma média de 4,3 de noites dormidas no Dubai, o mercado português configura-se como um dos mais interessantes para o Turismo do Dubai. Por isso, o roadshow realizado nas cidades de Lisboa e Porto são “fundamentais para consolidarmos esta posição”, admite Najla Mohammad, Manager International Operation do Departamento e Economia do Turismo (DET) do Dubai.

Victor Jorge

Depois de ter alcançado o melhor desempenho de sempre com 17,15 milhões de turistas, em 2023, o Turismo do Dubai realizou um roadshow para o trade português, no qual participaram 12 stakeholders, representando companhia aérea, hotéis, parques temáticos e DMC, que mostraram a oferta a mais de 75 agentes.

Sem avançar com um número total de visitantes de portugueses ao Dubai, Najla Mohammad, Manager International Operation do Departamento e Economia do Turismo (DET) do Dubai, indicou que “as chegadas de turistas portugueses ao Dubai cresceram 4,9%, em 2023, face ao ano anterior, o que revela tratar-se de um mercado estável”.

De Portugal, refere Mohammad, existem dois voos semanais da Emirates, com partida de Lisboa, esperando a responsável, para breve, “a ligação com o Porto”.

De resto, o mercado português é um dos de maior aposta do Turismo do Dubai, refletindo-se na média de noites dormidas pelos portugueses (4,3), acima das 3,7 noites de média global.

“Por isso, julgamos que o mercado português tem muito potencial e queremos que a visita ao Dubai não se limite aos stop-overs, mas sim a uma maior permanência na cidade”.

A segurança é um dos pontos destacados pelos responsáveis do Turismo do Dubai, bem como a hospitalidade proporcionada pelas mais de 200 nacionalidades que vivem no Dubai e que recebem, maioritariamente, turistas do Médio Oriente e Norte de África, Europa Ocidental e sul da Ásia.

Num país em constante dinamismo, a realidade atual do Dubai mostra 821 hotéis, com um total superior a 150 mil quartos, indicando a Manager International Operation do Departamento e Economia do Turismo (DET) do Dubai, que existem ofertas “para todas as bolsas”.

De resto, Najla Mohammad admitiu que é difícil estarmos a falar no parque hoteleiro do Dubai, “já que este encontra-se com aberturas constantes”. Mas os números mostrados no roadshow, que se iniciou em Lisboa nesta terça-feira, 12 de março, seguindo posteriormente para o Porto, indicam a existência de 157 hotéis de 5 estrelas, 194 hotéis de 4 estrelas e 274 unidades entre 1 e 3 estrelas, existindo ainda 85 unidades Deluxe e 111 Standard.

Mas, como referiu a responsável do Turismo do Dubai, “o país é muito mais do que hotéis. Existe uma panóplia de ofertas que vão desde praias lindas, a parques temáticas, a centros comerciais, museus, diversos monumentos e outros locais obrigatórios visitar no Dubai”.

Assim, desde o Museu do Futuro, passando pelas Sky Views, Deep Dive, Theatre of Digital Art, Art Museum, SIRO One Za’abeel (um luxuoso hotel especializado em fitness holístico e wellbeing) e, no futuro, o Real Madrid World, numa parceria com o clube espanhol, “não faltam motivos para visitar o Dubai”.

Certo é que, segundo Najla Mohammad, “não queremos olhar para trás”, fazendo referência ao período pré-pandémico, “mas sim para o futuro”.

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SRI LANKA

Templo Dourado de Dambula

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Localizado bem no centro do país, poderíamos assim dizer “Coração do Sri Lanka”, no topo de uma montanha, que se eleva a 160 metros de altura acima da planície, encontramos um complexo de cinco templos budistas, escavados na rocha granítica.

Para alcançarmos este reduto de serenidade e reflexão, temos de subir 350 degraus de uma escadaria, que se oferece como palco de uma paisagem magnífica, fazendo-nos esquecer o cansaço da subida.

A fundação destes templos Budistas data do século I aC e foram admitidas no Património Mundial da UNESCO em 1991. São visita imperdível para quem deseja conhecer a Pérola do Indico, o Sri Lanka.

Constituído por mais de oitenta cavernas, apenas cinco foram enriquecidas com pinturas e estátuas que representam Buda ou belíssimas pinturas que ilustram momentos da sua vida. Há também algumas estátuas de deuses hindus: Vishnu e Ganesh.

Devaraja Viharaya

É a primeira caverna/templo onde se destaca uma enorme estátua de Buda deitado, com quinze metros de comprimento. Representação dos últimos momentos de vida do Senhor Buda, que simboliza com o sorriso a compaixão e a calma, advindas da Iluminação.

Maharaja Viharaya

Ou o Templo do Grande Rei, é a segunda caverna/templo. De todos é o maior. Com os seus 50 metros de comprimento, 23 metros de largura e sete metros em altura. Nas suas paredes e tectos está expressa a vida terrena de Buda, muito especialmente os momentos mais conhecidos.

A quantidade de estátuas e a existência de algum dourado que ainda se pode encontrar nelas, ou nos desenhos, reflecte a luz que entrega ao espaço uma atmosfera mágica e serena.

Maha Alut Viharaya

A terceira entrada leva-nos um templo mais recente que os anteriores, datado já do século dezoito. No seu interior encontramos uma estátua de Buda deitado ou reclinado, que parece ser protegido por dezenas de outras estátuas de Buda em pé.

Pachima Viharaya

A menor das cavernas é precisamente a quarta caverna/templo, onde se destaca um enormíssimo Buda sentado, tendo à sua frente uma stupa ou dagobah, estruturas muito usadas nos templos budistas.

Devana Alut Viharaya

Por último, visitamos o templo mais recente de todo o complexo e também o mais simples. Um belíssimo buda deitado, “protegido” por Budas sentados. A simplicidade do lugar não lhe retira a espiritualidade, que as poucas pinturas e estátuas conferem-lhe.

Enquanto exploramos este complexo de templos escavados na rocha, podemos sentir a reverência e a espiritualidade que permeiam o local, tornando-o num destino de peregrinação importante para os budistas do mundo inteiro, que não é indiferente a todos os que o visitam.

Para chegar ao paraíso consulte os especialistas

https://www.quadranteviagens.pt/sub_destinos.php?subcat=Sri%20Lanka

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Aviação

Atual contrato de concessão entre Estado e ANA é “uma das condicionantes mais importantes” para nova solução aeroportuária

Depois de indicar Alcochete e Vendas Novas como as soluções mais favoráveis para a localização do novo Aeroporto de Lisboa, a Comissão Técnica Independente (CTI) admite que o atual contrato de concessáo existente entre o Estado e a ANA é “uma das condicionantes mais importantes face à urgência da solução para a expansão da capacidade aeroportuária” em Lisboa.

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“O contrato de concessão atualmente em vigor tem uma importância fulcral na decisão de aumento da capacidade aeroportuária da Região de Lisboa”, refere a Comissão Técnica Independente (CTI) no relatório final sobre a localização do novo aeroporto para a região de Lisboa, publicado esta segunda-feira, dia 11 de março.

No documento pode ler-se que “todas as opções estratégicas em avaliação são, de uma forma ou de outra, influenciadas e/ou influenciam o contrato existente”, referindo-se no relatório que o contrato de concessão “não torna o direito de preferência da concessionária absoluto, permitindo ao concedente fazer escolhas para lá dos 75 Km da constrição territorial”. Contudo, a CTI alerta para o facto de “mesmo esta opção tem possíveis implicações contratuais: ou quanto à articulação de aeroportos, na solução dual; ou no phase out do AHD, na opção única”.

“A revisão do contrato de concessão é, porventura, inevitável, sendo urgente assegurar a designação de um gestor do contrato por parte do concedente e ponderadamente reequilibrar a posição das partes na relação contratual”, frisa a CTI.

Assim, dada a sua complexidade, o contrato de concessão “é uma das condicionantes mais importantes face à urgência da solução para a expansão da capacidade aeroportuária, pelo que deve ser das primeiras questões a ser revista”, refere o relatório da CTI.

A finalizar, a CTI refere ainda que “os resultados indicam que, excluindo a eventual necessidade de um pagamento por reequilíbrio financeiro da atual concessionária, não é necessário um sistema de subsidiação para construir um novo aeroporto no âmbito das opções estratégicas, considerando os horizontes temporais até 2082, ou mesmo até 2062”.

A CTI destaca ainda que, “o facto de existir um promotor privado disponível para operar um aeroporto em Santarém em concorrência, sem necessidade de financiamento público, comprova que o VAL incremental será positivo em todas as outras opções dentro da área de concessão da ANA, dado que beneficiam dos efeitos mais favoráveis da operação em monopólio”.

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