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Baleares perto do limite de turistas definido

O Governo regional das ilhas Baleares definiu, no seu roteiro para a remodelação da indústria turística das ilhas, um limite de 16,5 milhões de turistas por ano.

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Baleares perto do limite de turistas definido

O Governo regional das ilhas Baleares definiu, no seu roteiro para a remodelação da indústria turística das ilhas, um limite de 16,5 milhões de turistas por ano.

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As ilhas Baleares receberam, em 2022, segundo dados oficiais, 16.475.579 turistas, número muito perto do limite do teto máximo que o Governo pretende impor para o turismo nas ilhas.

De acordo com o Executivo regional, 16,5 milhões é o máximo de turistas que o território poderá receber, limite esse definido no roteiro para a remodelação da indústria turística das ilhas.

O Governo tem vindo a referir que o objetivo é aumentar a qualidade dos visitantes nas ilhas Baleares em vez de uma evolução em quantidade, definindo que tal realidade terá de passar por uma melhoria na qualidade da oferta e dos serviços e até tentar reduzir o número de chegadas, sobretudo nos meses de verão, quando os locais e até os turistas se apercebem da saturação sofrida pelas Ilhas.

“Acreditamos que é viável ter mais ocupação com menos turistas. Apesar das teorias de quem aposta na quantidade em detrimento da qualidade, está demonstrado que vamos no bom caminho”, afirmou Iago Negueruela, ministro da Economia, Turismo e Trabalho, também em clara referência ao recorde alcançado pela Ilhas Baleares, em 2022, quando as ilhas alcançaram o maior gasto turístico da sua história.

Já Antoni Riera, diretor da Fundació Impulsa, discorda do ministro, tendo referido ao jornal “Periódico de Ibiza” que, “ninguém sabe a real capacidade de carga das Ilhas”, salientando que “não se pode falar num número, embora seja inegável o impacto social e ambiental que o turismo tem hoje”.

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Sevilha quer turistas portugueses para além da cidade e Isla Mágica

O Turismo da Província de Sevilha veio a Portugal mostrar aos agentes de viagens, em dois workshops, quarta-feira, no Porto e esta quinta-feira, em Lisboa, que a região é mais do que a cidade de Sevilha e a Isla Mágica, disse ao Publituris, Lola Martin, responsável de Planificação da Prodetur.

De janeiro a setembro deste ano, Sevilha acolheu 226 mil visitantes portugueses, sendo que os melhores meses foram julho e agosto, mercado que é o quinto internacional para aquela província espanhola. Neste período, por incrível que pareça, até pela proximidade de Portugal e Andaluzia, mais de 191 mil chegaram por via aérea, um acréscimo de 40% mais do que no período homólogo de 2022, sendo que mais do que 135 saíram do aeroporto de Lisboa, e os restantes do Porto.

Estes números foram revelados ao Publituris por Lola Martin, responsável de Planificação da Turismo da Prodetur, empresa instrumental do Conselho Provincial de Sevilha responsável pela promoção do turismo na província, à margem do workshop sobre o destino, que decorreu esta quinta-feira, 9 de novembro, em Lisboa, depois de ter passado pela cidade do Porto.

A Província de Sevilha mostrou a sua oferta turística aos agentes de viagens em Portugal, passando pelo património monumental e artístico, a cultura, a natureza, o turismo ativo, as festas, o artesanato, a gastronomia e a capacidade de organização de congressos e incentivos, a juntar-se a uma rede completa de infraestruturas de comunicação e uma elevada qualidade de serviços turísticos “que fazem desta província um destino competitivo e moderno”, foi apontado.

A mensagem que foi deixada é que “há outra Sevilha”, apelando os portugueses a visitarem não só a capital e o parque temático Isla Mágica, que têm sido as principais motivações das viagens, mas descobrir toda a oferta que os diferentes concelhos abarcam, com destaque para os mais de 300 monumentos declarados Bens de Interesse Cultural, sem contar que Carmona e Itálica constam da lista de património cultural da Unesco.

Nos workshops em Portugal, seguidos de pequenas apresentações do destino, estiveram 22 empresários dos diferentes setores, desde hotéis a empresas ligadas ao turismo ativo, de animação turística, Isla Mágica, a organizadores de congressos festas e eventos corporativos, DMC e empresas de autocarros.

Lola Martin evidenciou que Portugal é um emissor de turistas bastante importante para aquela província da região andaluza, que pela proximidade, é um cliente muito repetente.

O Turismo da Província de Sevilha normalmente vem mostrar-se em Portugal todos os anos, com ações em Lisboa, Porto e Faro, e em 2024, para além desses encontros, segundo a responsável, pretende promover viagens de agentes de viagens e de imprensa portugueses para contactarem in loco com o destino.

 

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Procura externa deverá manter crescimento, mas interna cai, revela Barómetro do IPDT

Os prognósticos para o turismo nacional apontam para uma estabilização da dinâmica do setor, perspetivando-se, contudo, um crescimento do mercado externo, contra a diminuição do mercado interno. As previsões são avançadas na 70.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT.

O nível de confiança médio no desempenho do turismo nacional atingiu, em outubro de 2023, os 81 pontos, correspondendo a um ligeiro decréscimo em relação ao valor apresentado na edição passada do Barómetro do Turismo do IPDT. Alguns membros do painel antecipam um período de estabilização para a dinâmica do setor do turismo, em resultado da instabilidade e insegurança causadas pelas atuais conjunturas, nacionais e internacionais, de crise.

Neste sentido o IPDT prevê que, nos próximos meses, os resultados dos indicadores turísticos se “mantenham” (procura externa, atividade do turismo, investimento privado e público, carga fiscal, rentabilidade e endividamento das empresas e número de pessoas empregadas), apontando como “exceção” a procura turística interna que deverá “diminuir, à semelhança do ano anterior”.

Relativamente à evolução dos mercados emissores, os resultados apontam para um crescimento mais significativo por parte dos mercados externos. 83% dos respondentes indicam que a procura turística externa deverá manter-se ou, mesmo, aumentar, esperando-se, assim, um crescimento do número de dormidas, receitas e RevPar com a chegada do Natal e fim de ano.

Mais de metade dos membros do painel que responderam a esta edição consideram que o mercado americano vai continuar a aumentar a procura por Portugal, em 2024. Recorde-se que, entre janeiro e agosto de 2023, o número de passageiros norte-americanos desembarcados no nosso país registou um acréscimo de 24%, em relação a 2022, segundo dados do Turismo de Portugal.

Relativamente à temática da sustentabilidade, mais de 50% dos membros que responderam afirmam que os turistas estão predispostos a adotar práticas sustentáveis, mesmo que estas impliquem a cobrança de uma taxa. “A promoção da sensibilização e a aposta na mobilidade verde são as principais soluções propostas para minimizar e colmatar alguns dos desafios impostos pelas alterações climáticas”, aponta o barómetro do IDPT.

António Jorge Costa, presidente do IPDT, refere que “os resultados globais desta edição comprovam, de um modo geral, um crescimento sustentado do setor, com boas perspetivas relativamente à procura turística externa, apesar de alguma preocupação derivada dos conflitos armados e das suas possíveis implicações para as viagens internacionais.”

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Novo aeroporto internacional de Luanda com capacidade para 15 milhões de passageiros por ano

A nova infraestrutura aeroportuária de Luanda é inaugurada esta sexta-feira, 10 de novembro, e terá capacidade servir 15 milhões e passageiros por ano e pretende ser um hub na sub-região da África Austral.

O novo Aeroporto Internacional Agostinho Neto, em Luanda, vai ser inaugurado esta sexta-feira, 10 de novembro, num investimento global de 2,5 mil milhões de euros.

A nova infraestrutura aeroportuária que servirá a capital de Angola terá capacidade para acolher 15 milhões de passageiros por ano e promete ser um hub para servir mais de 400 milhões de pessoas na sub-região da África Austral.

O Aeroporto Internacional Agostinho Neto começou a ser projetado há 26 anos, na sequência de um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial que apontava a necessidade de um novo aeroporto. Em 2005 foi apresentado um estudo de viabilidade, elaborado pela empresa norte-americana ‘Penkins & Will’ e, no ano seguinte, o Governo angolano procedeu à reserva dos terrenos destinados à construção do aeroporto. As obras de construção, a cargo do consórcio chinês para a aviação, a ‘Commercial Aircraft Company’, tiveram início em 2013, com o custo global da nova infraestrutura aeroportuária a ser totalmente suportados por fundos públicos.

O novo aeroporto fica a cerca de 40 quilómetros do centro de Luanda e está inserido numa área de 75 quilómetros quadrados que contempla a construção de uma cidade aeroportuária e possui duas pistas paralelas com capacidade para receber aeronaves do tipo B747 e A380, atualmente os maiores aviões comerciais. A pista Sul tem 4 mil metros de comprimento, por 60 de largura e já recebeu um voo experimental, um Boeing 777 da transportadora aérea angolana, TAAG.

O Ministério dos Transportes de Angola estima que dos 15 milhões de passageiros anuais, 10 milhões sejam passageiros internacionais. A placa de estacionamento tem 31 posições em manga, das quais 20 servirão voos internacionais e as restantes voos domésticos. Os passageiros vão dispor de seis ilhas com 94 balcões de check-in, 32 destinados aos voos domésticos.

Com o novo aeroporto, o Executivo angolano espera que Luanda se torne num hub que poderá servir várias ligações aéreas internacionais que beneficiam, aproximadamente, 415 milhões de habitantes da sub-região africana.

Para o Ministério dos Transportes de Angola, o novo aeroporto terá um “papel fundamental no aumento do turismo e na promoção de Angola junto de potenciais investidores internacionais”.

Os voos comerciais de passageiros no Aeroporto Internacional Agostinho Neto só terão, previsivelmente, início no 1.º trimestre de 2024, sendo que, nesta primeira fase, a infraestrutura só servirá voos de carga.

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“Há companhias aéreas a quererem criar novas rotas a partir de novas cidades do Reino Unido para Portugal”

Com a maior participação de empresas – 108, mais as sete regiões – no World Travel Market (WTM) London, o mercado britânico continua a ser um dos, senão, o maior mercado para o turismo português. Com os dados a indicarem 2,1 milhões de hóspedes britânicos até setembro de 2023, Lídia Monteiro, membro do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, admitiu ao jornal PUBLITURIS, no WTM London, chegar aos 2,5 milhões no final do presente exercício.

Victor Jorge

Os dados internos do Instituto Nacional de Estatística (INE), até setembro, são animadores relativamente ao turismo proveniente do Reino Unido e com destino a Portugal. A ABTA – The Travel Association (Associação de Viagens e Operadores Turísticos do Reino Unido) divulgou uma análise referente às intenções de viagens dos britânicos para os próximos 12 meses e Portugal aparece bem posicionado, indicando que há mais de pessoas a planear viajar para o exterior (64% para 2024 contra 61% de 2023). Portugal sobe um lugar, passando de 7.º para 6.º lugar nas preferências dos britânicos, o que deixa Lídia Monteiro, membro do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, confiante para o futuro.

Os últimos dados dão conta que o mercado britânico está em crescendo. A mais recente análise da ABTA dá, no entanto, que o mercado britânico já não procura o destino Portugal somente para sol e praia. Além disso, revela, igualmente, que a procura já não está concentrada nos meses de verão (julho e agosto), mas antes para meses como maio e junho e setembro e outubro. Portanto está-se a esbater um pouco a sazonalidade, bem como os destinos dentro do próprio destino. O que é que Portugal tem feito e poderá fazer ainda mais para que se continue a esbater esta sazonalidade e destinos dentro do destino?
É verdade. O último relatório que foi publicado pela ABTA indica justamente isso, que o perfil e motivação do turista britânico que visita Portugal já não é maioritariamente Sol e Mar, tendo passado de primeiro para segundo lugar. A primeira motivação são os city-break e seguem-se um conjunto de outras motivações que refletem aquilo que nós também vemos na performance deste mercado emissor, que é o estar de facto espalhado por todo o país. Portanto, já não se trata de um mercado como destino ao Algarve, embora continue a ser o primeiro destino, mas os outros destinos regionais começam a ser e são interessantes para o mercado britânico.

Portanto, é um reflexo do trabalho que tem sido feito nos mercados externos?
Exatamente. O mercado britânico tem sido alvo de um excelente trabalho, um trabalho de proximidade com a operação turística, com os operadores que são relevantes, muito para o mercado nacional.

Para o mercado português temos feito muitas iniciativas, mais dirigidas ao consumidor e temos estado presentes em alguns eventos de cariz B2C e não tanto B2B.

A presença nestes eventos permite uma maior diversidade de segmentos. Este ano estivemos no Taste London como país convidado em que a gastronomia portuguesa referência. Também temos estado nos últimos anos no Financial Times Weekend numa partilha com um público mais exigente.

Exigente e sofisticado, com maior poder de compra?
Sim, mais sofisticado, mais exigente. Temos procurado apresentar novas motivações, novas ofertas turísticas e novos produtos turísticos que passam, por exemplo, pelo turismo literário, pelo enoturismo, pelo turismo cultural, no sentido da imersão cultural que o turismo cultural permite, de autenticidade da relação com as comunidades da natureza, do cycling, do walking. Portanto, um conjunto de ofertas turísticas e de produtos que o britânico tem vindo a responder muito positivamente.

Em função dos números que tem foram revelados até setembro, que números é que poderão ser atingidos no mercado britânico?
Neste momento, até setembro, tivemos 2,1 milhões hóspedes britânicos. Acreditamos que irá subir.

Subir até quanto?
Poderemos, eventualmente, chegar aos 2,5 milhões de hóspedes ou muito próximo disso, já quer ainda faltam os dados de um trimestre inteiro.

Sabemos da afinidade que existe entre do Reino Unido e dos Estados Unidos da América. O facto de o mercado português estar a registar um grande boom do mercado norte americano, pode ser visto também como um fator influenciador para o mercado britânico?
É provável que sim. Devo dizer que não tenho nenhuma evidência dessa questão. Porém, também sabemos da influência que têm os consumidores e pelo mimetismo que os próprios consumidores têm relativamente aos outros turistas. Aliás, todos sabemos a relevância que é para o turista quando um outro turista recomenda um determinado produto ou uma determinada oferta.

A promoção boca-a-boca ainda é muito relevante e tem um impacto muito maior na recomendação, bem como na decisão e todos sabemos da relação que existe efetivamente entre o mercado britânico e o mercado americano.

Nós temos estado a crescer de uma forma muito significativa no mercado americano e também com esta particularidade de ser um turista que viaja por todo o país, viaja ao longo de todo o ano, com estadias mais longas e interesses muito alargados.

Isso é muito interessante para, justamente, podermos dinamizar o turismo e levá-lo a todo o território e ao longo de todo o ano.

Esta é a maior participação de empresas portuguesas no WTM London?
Sim estão presentes 108 empresas mais as regiões turísticas de Portugal. É a maior presença de sempre no WTM ficando somente atrás da FITUR.

Isso revela ou dá-vos garantias que, de facto, o mercado britânico é e continuará a ser importante para o os agentes portugueses?
Sim, sem dúvida. Torna evidente que as empresas portuguesas continuam a apostar neste mercado e que os britânicos continuam a apostar no destino Portugal. E é muito interessante até ver no relatório que referiu que Portugal aparece como o sexto mercado preferencial para os britânicos em 2024.

Portanto, Portugal sobe nas preferências?
Sim, exatamente. Portugal passa do 7.º para o 6.º lugar.

Este país é, de facto, muito relevante, tendo em conta que é um mercado maduro para Portugal. E nesse sentido, é fácil que existe cansaço relativamente ao destino, mas não é isso que acontece.

O mercado britânico continua a gerar e a ter interesse em Portugal. Mas isso também significa que as empresas portuguesas têm continuado a gerir, inovar e a criar novas ofertas e novas oportunidades. E os novos territórios também estão a acrescentar valor e diversificação a este portfólio de oferta que temos estado a apresentar no Reino Unido.

Mas sabemos que os tempos também não estão fáceis no mercado britânico, com a situação económico-financeira das famílias britânicas a não ser a mais favorável. Isso assusta-vos de alguma forma?
A incerteza nunca é positiva e claro que existe uma preocupação. Mas a análise da ABTA também aponta indicadores que os próprios operadores nos têm transmitido. Apesar de a confiança global do ponto de vista da economia no mercado ser naturalmente baixa, não o é no que diz respeito às viagens. Portanto, os britânicos continuam a colocar as viagens como uma das prioridades e vontades.

Mas pode baixar no que diz respeito ao gasto durante a estadia?
Pode, mas a informação que temos recebido dos operadores é que a vontade para viajar é alta e Portugal está em 6.º lugar como destino preferido.

Portanto, aparentemente as viagens não são influenciadas por essa incerteza económica que existe no Reino Unido.

Durante a pandemia Portugal diversificou a sua oferta, com uma forte contribuição das várias regiões que deram a conhecer produtos que até o próprio mercado interno desconhecia.
A questão é que o consumidor, o turista quer sempre coisas nova. Que capacidade tem Portugal para inovar e criar mais produtos diferentes?

O turismo é um setor de atividade que depende, justamente, da criatividade, da inovação, da capacidade de fazer diferente.

Além da autenticidade e propostas diferentes e inovadoras que Portugal tem vindo a apresentar, há algo onde não precisamos de inovar muito que é na capacidade natural de receber bem. Portanto, esta nossa forma de receber, esta nossa capacidade de cuidar de quem vem ao nosso país é desde logo uma oferta inigualável.

Os destinos, as empresas, os operadores, as pessoas os lugares pequenos, todos eles apresentam ofertas criativas inovadoras. Mas todas elas com um cariz de autenticidade, que é isso que torna, de facto, Portugal num destino onde se pode encontrar experiências únicas. E isso é muito importante para o mercado britânicos.

A conectividade já não é uma questão com e para o mercado britânico?
Temos uma conectividade muito forte, mas continuamos a crescer e continuamos há companhias aéreas a quererem criar novas rotas a partir de novas cidades do Reino Unido para Portugal e para diferentes aeroportos em Portugal.

Isso revela o interesse que existe em todo o Reino Unido pelo destino Portugal e alarga a possibilidade e atratividade de conexões mais rápidas e fáceis para os britânicos nos visitarem.

Portugal irá ter, em 2024, um novo stand para estar presente em feiras. Já há data para essa estreia?
Este stand tem um prazo de validade que decorre do próprio contrato. Um breve iremos entrar num processo de concurso público, o que é normal no Turismo de Portugal como entidade pública que é.

Portanto o concurso será lançado brevemente, não conseguindo dizer a data exata, mas queremos o novo stand em 2024. está. Quando é que esse, portanto, será lançado brevemente? Exatamente a data, mas não. Durante este ano para que em 2024, para o final não.

Será para estrear aqui no WTM 2024?
Possivelmente. Como sabe, os concursos públicos são processos dinâmicos. O contrato termina agora, mas o que posso afirmar é que o novo stand seguirá um conceito que refletirá o mais pertinente que Portugal terá para oferecer ao turismo do mundo.

 

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WTM: Recuperação dos EUA acontecerá, definitivamente, em 2024

O WTM Global Travel Report, apresentado em parceria com a Tourism Economics durante o WTM London 2023, conclui que a maioria dos principais mercados de viagens nas Américas já recuperaram da pandemia, com exceção dos EUA, que deverá voltar aos níveis de 2019 já em 2024.

Victor Jorge

O WTM Global Travel Report, publicado em parceria com a Tourism Economics, revelaram que, no presente ano de 2023, as Américas como um todo, ficaram aquém de 2019, tanto em volumes como em valor. Espera-se que a região receba 117 milhões de visitantes de lazer, 4% abaixo do número de 2019. Em termos de dólares, o défice é insignificante, apenas 2% abaixo das receitas obtidos no período pré-pandemia.

Ao analisar a região país por país, verifica-se que os outros grandes mercados tiveram um ano muito forte. Os EUA são de longe o maior mercado das Américas e registaram uma queda de 17% no valor do seu mercado de lazer recetivo. Em contraste, o número dois, México, estava 128% à frente de 2019, com o Canadá a registar uma subida de 107%.

No entanto, o mercado interno dos EUA teve um forte desempenho e encontra-se em território positivo, com os gastos internos de 2023 a atingirem 130% de 2019. Todos os principais mercados internos estão à frente. O México está 144% à frente e o Brasil, terceiro maior mercado interno, está 118%.

A Venezuela é o oitavo maior mercado interno da região. Prevê-se que atinja níveis 325% superiores aos de 2019, o segundo maior aumento percentual de qualquer mercado registado no relatório.

No geral, o turismo doméstico nas Américas, em 2023, estará 31% à frente de 2019 em valor.

O futuro imediato parece positivo, com o relatório a confirmar que os EUA recuperarão os níveis pré-pandémicos no próximo ano. As conclusões mostram que 2024 terminará com a entrada dos EUA em território positivo, 8% à frente de 2019. Internamente, os EUA continuarão a crescer, com o valor do turismo interno estimado em cerca de 1000 mil milhões de dólares.

O relatório olha também para 2033 e admite que o mercado de lazer recetivo dos EUA continuará a ser o segundo maior do mundo e valerá 82% mais do que 2024. Este é um dos crescimentos mais fortes dos dez maiores mercados emissores, com apenas a China (158%), Tailândia (178%) e Índia (133%) a registar aumentos maiores. Os EUA também terão um desempenho superior ao dos seus rivais regionais, com o México a prever um aumento de 80% nas despesas de entrada durante a próxima década, com o Canadá a crescer 71%.

Durante o mesmo período, espera-se que as viagens de lazer provenientes dos EUA cresçam em valor em mais de um terço (35%), embora este seja o valor mais baixo dos dez países analisados pelo relatório.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023
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WTM: Turistas abandonam praia e preferem novas experiências

Cada vez mais turistas estão a abandonar a praia em favor da natureza, de experiências gastronómicas e de bem-estar. Esta realidade foi apresentada no World Travel Market (WTM) London 2023, revelando o WTM Global Travel Report, em parceria com a Oxford Economics, “uma procura crescente por experiências únicas, autênticas e personalizadas” enquanto as pessoas estão de férias.

Victor Jorge

O WTM Global Travel Report, apresentado no primeiro dia do WTM London, revela que a procura por experiências únicas, autênticas e personalizadas está a aumentar em comparação com as habituais férias de sol e praia, salientando que “as atividades experienciais como bem-estar, natureza e turismo gastronómico aumentaram mais de 10% em comparação com 2019”.

“Entretanto, as atividades tradicionais, como sol e praia, foram menos importantes nas motivações dos viajantes em comparação com 2019”, afirma o relatório.

A análise apresenta observa, igualmente, como as pessoas “desejam mais oportunidades para se reconectarem” num mundo cada vez mais digital, com experiências pessoais mais significativas “tornando-se esta rapidamente a razão de ser das viagens”.

Além disso, as alterações climáticas parecem destinadas a desempenhar um papel mais importante na escolha dos destinos e épocas de férias dos consumidores, salientando o estudo que esta realidade está a “influenciar os padrões de viagem após sucessivos verões quentes na Europa”.

Em 2023, dados da European Travel Commission concluíram que a popularidade dos destinos no Mediterrâneo caiu 10% em comparação com 2022, o que foi influenciado, pelo menos em parte, pelas perceções referentes às condições meteorológicas dos destinos, afirmando ainda o estudo que “a crise climática tem outras influências nas tendências de consumo e nas políticas governamentais”.

“Isto poderá significar menos viagens de longo curso, mas potencialmente mais longas, e mais viagens locais de curta distância”, acrescenta, observando uma procura crescente de voluntariado e de interação com as comunidades locais.

“As viagens lentas, que envolvem viagens mais longas, mas potencialmente menos, também podem tornar-se uma tendência cada vez mais popular”, conclui o relatório.

“À medida que determinados países se tornam mais ricos, mais pessoas podem pagar viagens de lazer, gerando novas tendências com diferentes demografias e preferências culturais”, salientando ainda o relatório que “a ‘classe viajante’ na China deverá quase duplicar nos próximos 10 anos”.

“No entanto, isto representa apenas uma parcela muito pequena dos cidadãos chineses (2,3%), o que destaca um enorme potencial para crescimento futuro. Existem também oportunidades de crescimento semelhantes na Índia e na Indonésia, para citar apenas algumas”, refere o estudo apresentado no WTM.

Além disso, o relatório regista um ressurgimento da procura de agentes de viagens, à medida que os consumidores procuram ajuda para aproveitar ao máximo o seu tempo de férias.

Juliette Losardo, Exhibition Director do WTM London, salienta que “os turistas parecem mais determinados a aproveitar ao máximo o seu precioso tempo fora – em vez de apenas tomar banhos de sol. Querem criar memórias, reservando experiências e excursões para conhecer o destino, para explorar culturas, gastronomia e natureza”.

“Após o confinamento, também registamos o desejo crescente de desfrutar do ar livre e de nos conectarmos com outras pessoas – mas de uma forma cada vez mais sustentável”, conclui Losardo.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023

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Viagens de lazer são mais importantes do que nunca para os consumidores

Os consumidores de todo o mundo estão a dar prioridade às viagens de lazer, levando a uma perspetiva pós-pandemia positiva para a indústria do turismo global, revela o WTM Global Travel Report.

Victor Jorge

De acordo com o WTM Global Travel Report, apresentado em parceria com a Oxford Economics no WTM London 2023, o número de viagens de lazer realizadas em 2023 será apenas 10% inferior ao pico anterior em 2019. No entanto, o valor destas viagens, em termos de dólares, terminará o ano em território positivo em relação ao período pré-pandémico.

O relatório explica que a pressão sobre os custos de combustível, pessoal e financiamento para o setor da aviação é um dos fatores que impulsionam o aumento dos preços. No entanto, os consumidores nas economias mais avançadas estão a dar prioridade aos gastos com viagens de lazer no curto prazo, enquanto as tendências globais de crescimento das viagens de lazer nos mercados emergentes estão novamente em linha com as projeções pré-pandemia.

“O aumento dos custos combinado com potenciais mudanças descendentes nas perspetivas dos consumidores representa uma ameaça para a indústria, mas atualmente não há sinais claros de que os custos sejam um impedimento para os volumes de viagens”, conclui o relatório.

A procura por viagens de lazer em 2024 será “robusta”, continua o relatório, com o turismo doméstico a continuar a ter um bom desempenho.

“O crescimento a longo prazo da indústria do turismo é forte”, admite o relatório. Até 2033, espera-se que os gastos com viagens de lazer ultrapassem o dobro dos níveis de 2019. Um fator impulsionador, diz o relatório, será o aumento significativo do número de famílias na China, Índia e Indonésia capazes de pagar viagens internacionais.

Os destinos em linha para um aumento de três dígitos no valor do seu negócio de lazer recetivo durante a próxima década incluem Cuba (crescimento de 103%), Suécia (179%), Tunísia (105%), Jordânia (104%) e Tailândia (178%). %).

Uma advertência ao otimismo a longo prazo são, no entanto, as alterações climáticas, embora o relatório afirme que o principal impacto será a procura deslocada e as mudanças na sazonalidade.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023
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WTM: “Luxo acessível” cada vez mais popular, apesar de orçamentos mais reduzidos para férias

O “luxo acessível” está a tornar-se cada vez mais popular para quem deseja viajar e gozar umas férias, apesar do aperto nos orçamentos de muitos turistas, refere o World Travel Market London 2023.

Victor Jorge

Apesar do apertar de cinto de muitas famílias e de orçamentos para férias impactados pela crise e inflação, os consumidores continuam determinados a sair de férias e muitos ainda estão a dar prioridade a opções de luxo, conclui o WTM Global Travel Report, apresentado em parceria com a Oxford Economics, durante o WTM London 2023.

O relatório explica que esta área de crescimento nas viagens se alinha com uma tendência mais ampla de os consumidores procurarem experiências novas e únicas nas férias.

“Depois da pandemia e das restrições às viagens, muitos querem melhorar a sua experiência, à medida que os consumidores recuperam proativamente as experiências turísticas perdidas”, refere o relatório.

Parte desta procura pode ser o resultado da continuação da procura reprimida e das poupanças acumuladas durante os confinamentos, bem como de taxas de desemprego relativamente baixas na maioria dos países.

“Os consumidores não afetados pelas crises económicas, provavelmente, continuarão a optar por destinos de luxo”, observa o estudo.

Contudo, o estudo admite, igualmente, que “aqueles que pertencem a grupos de rendimentos mais baixos poderão sentir cada vez mais o impacto dos rendimentos pessoais reduzidos e procurar opções de viagem mais económicas ou reduzir as suas viagens em geral”.

O relatório alerta também para alguns dos impulsionadores da procura de viagens pós-pandemia que podem ter “revertido nos últimos meses”, representando um risco para a expansão contínua.

Aponta para “custos persistentemente elevados” e para a recuperação da libra esterlina e do euro, o que está a “enfraquecer o poder de compra do dólar americano na Europa”.

Por outro lado, o preço do combustível de aviação está significativamente mais elevado do que no início do ano, pressionando as tarifas aéreas.

Entretanto, a indústria das viagens continua a enfrentar problemas do lado da oferta, no meio de acontecimentos geopolíticos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, o conflito no Médio Oriente, bem como a escassez de pessoal que ainda afeta muitos mercados, frisando que “um grande número de trabalhadores mudou para outros setores de atividade durante a pandemia”.

O rendimento pessoal disponível dos consumidores também está sob pressão à medida que o seu próprio transporte e outros custos de vida aumentam.

Apesar destes ventos contrários, o relatório observa que “os custos mais elevados ainda não foram um impedimento significativo ao crescimento e os viajantes parecem dispostos a pagar preços mais elevados”.

Dave Goodger, diretor-geral EMEA da Tourism Economics, referiu na apresentação do relatório, que “a análise mostra como os consumidores têm uma procura aparentemente insaciável por viagens, apesar de um cenário económico complexo”.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023
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WTM: Oportunidades e riscos futuros para a indústria de viagens

O aumento dos custos das viagens e das férias ainda não registaram uma diminuição na procura entre os consumidores – principalmente porque a tendência das “viagens de vingança” ainda está em pleno  – mas os preços mais elevados foram identificados como um dos principais desafios que a indústria enfrenta, de acordo com o WTM Global Travel Report em parceria com o Oxford Tourism Economics e apresentado no WTM London 2023.

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A tendência das “viagens de vingança” ainda está em pleno andamento – mas os preços mais elevados foram identificados como um dos principais desafios que a indústria enfrenta, de acordo com o WTM Global Travel Report em parceria com a Tourism Economics, organismo pertencente à Oxford Economics.

O relatório, divulgado no primeiro dia do WTM London 2023 revela que “as viagens de vingança, uma tendência atual à medida que os consumidores recuperam o atraso nas viagens após a COVID-19, provavelmente mitigaram o impacto dos elevados custos no comportamento do consumidor”, restando saber “como os preços mais elevados continuarão a impactar as escolhas dos viajantes no futuro”.

As empresas de viagens também estão preocupadas com o aumento dos custos, bem como com questões de pessoal, referiu Dave Goodger, Managing Director EMEA na Tourism Economics.

Apesar do cenário económico incerto, as perspetivas são positivas, com muitos consumidores a demonstrar dar prioridade quando se trata de gastos em viagens, salienta o WTM Global Travel Report.

Além disso, muitos fatores que contribuíram para o sucesso do turismo global continuarão a contribuir para o crescimento futuro da indústria, apontando o relatório o crescimento económico nos mercados emergentes e as mudanças demográficas e sociais continuam a ser áreas de oportunidade.

Quando solicitados a identificar barreiras ou desafios ao turismo, os inquiridos referiram que o aumento dos custos dos negócios e as questões de pessoal eram duas das principais preocupações (59% e 57%, respetivamente).

O custo do alojamento (54%), o custo dos voos (48%) e a burocracia/regulamentações governamentais (37%) estão também no topo da lista de preocupações, mais do que a diminuição dos gastos entre os viajantes, que foi identificada como uma preocupação por 33% dos inquiridos.

O turismo global continua a recuperar fortemente, apesar dos riscos e desafios enfrentados pela indústria. Até ao final de 2023, a Tourism Economics prevê que as viagens globais ao exterior excederão as 1,25 mil milhões, o que representa mais de 85% do nível máximo alcançado em 2019.

O relatório afirma ainda que as empresas estão a utilizar a tecnologia para resolver a escassez de pessoal; os grandes eventos culturais e desportivos recuperaram e há uma procura crescente por parte dos consumidores de experiências únicas e memoráveis, que representam oportunidades para destinos e organizações turísticas.

O ‘Bleisure’ – uma combinação de viagens de negócios e lazer – entre outras tendências de viagens de negócios, como as ‘workcations’, foi destacado como a terceira maior oportunidade, afirmada por 53% dos inquiridos.

Muitas organizações e destinos reposicionaram-se para abraçar eficazmente esta tendência, à medida que os indivíduos desfrutam de maior flexibilidade no local de trabalho agora em comparação com a pré-pandemia.

A tendência mais ampla para maior personalização é um dos focos e considerado como oportunidade na e para a indústria. Um relatório recente da Harvard Business Review, patrocinado pela Mastercard, descobriu que mais de metade das empresas considera a personalização do cliente uma forma importante de aumentar receitas e lucros.

Mas os desafios económicos e os acontecimentos globais afetarão a confiança dos consumidores, e os avanços na tecnologia, os novos comportamentos dos consumidores e os fatores sociais e geopolíticos estão entre alguns dos riscos e oportunidades para as organizações de turismo em todo o mundo, afirma o relatório.

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WTM: Ministros do Turismo discutem educação e formação e admitem que, sem atrair juventude, a indústria não tem futuro

Na 17.ª conferência dos Ministros do Turismo, no âmbito do World Travel Market (WTM) London 2023, que abordou a importância da formação e educação na indústria, os responsáveis pelas respetivas pastas dos 38 países presentes admitiram que “a juventude é o futuro do turismo”, reconhecendo, contudo, que o turismo “não é o futuro para a juventude”.

Victor Jorge

Na conferência dos Ministros do Turismo mais participada nas 17 edições já realizadas no World Travel Market (WTM) London, foi destacada a importância da educação e formação para o futuro da indústria do turismo.

Sob o lema “You have the power to change travel. And travel has the power to change the world”, Natalia Bayona, responsável pela inovação, educação e investimento estratégico na Organização Mundial do Turismo (OMT), começou por salientar uma realidade: “existem 1,2 mil milhões de jovens com idades entre os 15 e 24 anos”.

Contudo, segundo a responsável da OMT “existe muito mercado para atingir”, mas que o turismo “não está na mente dos jovens quando questionam a sua formação”, questionando a razão por que o turismo não é atrativo para a juventude. De resto, frisou, a indústria do turismo não aparece no Top 3 numa análise realizada pela Google com enfoque nas indústrias mais atrativas para a juventude em termos de emprego.

Natalia Bayona salientou que 80% das formações existentes no mundo do turismo estão centradas na “gestão hoteleira”, admitindo que o turismo “é muito mais do que isso”. Por isso, frisou, “temos de definir os pilares de desenvolvimento para o turismo”, destacando que “a formação e educação é, sem dúvida, um deles”.

Julia Simpson, CEO e presidente do World Travel & Tourism Council (WTTC), repetiu, de certa forma, a mensagem dias antes no Global Summit da entidade, realizada no Ruanda de 1 a 3 de novembro, e que passa por identificar “para onde é que a indústria do turismo quer ir nos próximos anos. “Sem desenvolvimento não damos garantias à juventude e são essas garantias que a juventude procura”.

A responsável pelo WTTC frisou, de resto, que o setor do turismo é “um setor de crescimento”, deixando a mensagem de que “temos de mudar a perceção que existe relativamente a trabalhar no turismo”.

No fundo, o que Julia Simpson quis dizer foi que “temos de passar a mensagem que trabalhar no turismo é positivo e que, fundamentalmente, proporciona uma carreira a quem entre na indústria, algo que as tecnológicas conseguem fazer”.

Já a perceção de alguns ministros que falaram nesta conferência foi ao encontro do que as duas executivas referiram na abertura do evento, frisando ministro para os Media, Turismo e Indústrias Criativas, que “há que mostrar à juventude que o turismo é um criador de carreiras. Isso não é mostrado”.

Patricia de Lille, ministra do Turismo da África do Sul, destacou, por sua vez, a importância dos setores públicos e privados trabalharem em conjunto para ultrapassar este desafio que passa por atrair a juventude para o setor do turismo. “As necessidades do turismo estão a mudar e a indústria tem de acompanhá-las”, admitindo que “isto não está a acontecer”.

“Há que saber o que será necessário dentro de cinco a 10 anos e ajustar as formações e educação no turismo a esta realidade futura”, salientou de Lille, frisando ainda que “há novos skills, mas há um desalinhamento com a indústria do turismo”. Por isso, destacou, “há que aproveitar o interesse das novas gerações em tudo o que tem a ver com tecnologia”.

As Parcerias Público Privados foram outro tema destacado por todos os ministros do turismo presentes nesta conferência, embora o ministro do turismo do Egito, Ahmed Issa, tenha apontado a “baixa produtividade da indústria relativamente a outros setores”.

O ministro do turismo da Jordânia, Markam Al-Queisi, frisou, novamente, o facto da educação e formação da juventude estar “demasiado focada na gestão hoteleira, esquecendo-se de outras atividades que são tão ou mais importantes que a hotelaria”, dando como exemplo os guias turísticos, motoristas de táxis e de autocarros, restauração, entre outros. Além disso, frisou Markam Al-Queisi, “é fundamental formar a juventude nas mais diversas línguas, já que se queremos proporcionar experiências adaptadas aos vários públicos, temos de saber falar a língua desses turistas”.

Outra das questões destacadas por vários ministros foi a questão da relação custo/investimento. Clayoton Bartolo focou este ponto, referindo que “para muitos agentes na indústria, a educação é vista como um custo e não como um investimento”, admitindo que a formação na juventude é “o maior investimento que se pode fazer para qualquer país e economia”.

O ministro do Turismo da Indonésia, Kemenparekraf RI, por sua vez, ressaltou que “se quisermos que o setor do turismo cresça, esse crescimento será impossível obter sem apostar fortemente na educação e formação da juventude”.

“Há que ter a noção de que o setor do turismo mudou com a COVID tanto a nível da procura como da oferta e isso não está a ser tido em conta. Parece que queremos fazer as coisas como eram feitas como nos tempos pré-COVID e isso está errado. Se não evoluirmos, não conseguiremos atrair novos talentos para o nosso setor”.

Uma das questões deixadas pelo ministro do turismo da Jamaica foi: “Alguém da indústria já perguntou a quem é formado que tipo de formação pretende e procura quando se interessa pelo nosso setor?”.

O ministro das Maurícias, Louis Steven Obeegadoo, colocou a tónica na necessidade de “flexibilidade e mobilidade dos recursos humanos”, sem, contudo, esquecer que é “preciso manter a identidade e autenticidade do local”.

No final, o ministro do turismo da Indonésia voltou ao ponto das PPP, admitindo que “falta um ‘P’ nesta equação e esse ‘P’ são as ‘Pessoas’”.

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