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Turismo

Terminado 2022, que 2023 espera o turismo?

O ano de 2023 inicia-se, tal como 2022, sob o desígnio da “incerteza”. Se há um ano se iniciavam mais 365 dias com a variante Ómicron como tema, 2023 começa/continua com uma guerra, inflação crescente, subida de preços e taxas de juro em alta. Por isso, entre a certeza, a incerteza parece certa.

Victor Jorge
Turismo

Terminado 2022, que 2023 espera o turismo?

O ano de 2023 inicia-se, tal como 2022, sob o desígnio da “incerteza”. Se há um ano se iniciavam mais 365 dias com a variante Ómicron como tema, 2023 começa/continua com uma guerra, inflação crescente, subida de preços e taxas de juro em alta. Por isso, entre a certeza, a incerteza parece certa.

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Se há um ano se pensava que “pior não pode haver”, dada a incerteza que a variante Ómicron criava em todo o mundo, impactando o setor do turismo e das viagens, 2023 não começa de forma muito diferente, embora a causa ou as causas sejam outras e diversas.

Depois de passada a “tempestade” da COVID-19, graças aos planos de vacinação colocados em marcha em (praticamente) todo o mundo, Portugal incluído, o mês de fevereiro (de 2022) trouxe algo inesperado e que mantém grande impacto na realidade económico, social e financeira de todos nós.

Mas antes de olhar para os próximos 365 dias (que neste caso já não são 365), há que olhar um pouco para trás e perceber o que representou 2022 no setor do turismo e viagens. Para Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal (TdP), 2022 foi o ano da “retoma da atividade turística, a superar, inclusive, vários registos pré-pandemia como é o caso dos proveitos com crescimentos de 14% quando comparado com mesmo período de 2019”, confirmando o que o Banco de Portugal antecipara, já no Boletim de dezembro de 2021, ou seja, um crescimento de 84,8% para 2022, valor que se aproxima das previsões estimadas para 2024.

Este crescimento não se fez sem a vinda de milhares, ou melhor, milhões de turistas, destacando Luís Araújo, em termos absolutos, entre janeiro e outubro de 2022, os 23,7 milhões de passageiros (domésticos e internacionais) processados nos aeroportos nacionais, frisando que “a capacidade área com destino a Portugal está muito próxima de 2019”, prevendo a entidade a que preside que, no último semestre de 2022, os números fiquem “acima daquele ano [2019]”.

Os sinais dos mercados continuam a ser positivos e a indiciar um crescimento do setor em 2023, Luís Araújo (Turismo de Portugal)

No que diz respeito aos mercados emissores, o presidente do TdP destaca os Estados Unidos da América (EUA), Irlanda e Itália, com aumentos acima de 2019, com maior enfoque nos EUA, cujo crescimento esteve muito perto dos 40% (38,2%).

E se é preciso ter presente que “estamos a falar do setor mais afetado pela pandemia de COVID-19”, Luís Araújo salienta que “estes dados ganham ainda significado maior”. Para terminar o ano de 2022 de forma positiva, o presidente do TdP destaca ainda “o reconhecimento de Portugal como destino de excelência celebrado ao mais alto nível” com a conquista de mais 12 ‘Óscares’ no World Travel Awards.

A recuperação das viagens é também atestada por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), salientando que “o turismo recuperou antes do que esperávamos”, confirmando que “este será o melhor ano turístico de sempre em Portugal, acima de 2019”.

De resto, os stakeholders do setor do turismo e viagens são unânimes em destacar o “ano turístico verdadeiramente excecional”, como refere Berta Cabral, secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, considerando que “era o que todos precisávamos depois de dois anos de pandemia”.

No caso dos Açores em concreto, em termos agregados, Berta Cabral admite poder vir a atingir “marcos históricos”, já que os números mostram que a região está “20% acima do melhor ano de sempre”, registando, igualmente, que “há incrementos na procura fora da época alta, com efeitos na curva de sazonalidade”, o que salienta, “é ótimo para toda a cadeia de valor”.

O turismo recuperou antes do que esperávamos, Francisco Calheiros (CTP)

Ainda nas ilhas, Eduardo Jesus, secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, frisa que 2022 foi “um ano excecional em termos dos resultados turísticos”, considerando que o ano que terminou foi “o consolidar” de uma estratégia implementada durante o período pandémico, o que o leva a referir que: “os resultados estão à vista”.

Das ilhas para o Continente, Vítor Costa, diretor-geral do Turismo de Lisboa e presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, admite que o ritmo da recuperação da atividade turística na Região de Lisboa “surpreendeu pela positiva”, já que os números pré-pandémicos só eram esperados “em 2024”. E se ao nível dos passageiros desembarcados no aeroporto da capital, hóspedes e dormidas Lisboa ainda ficou abaixo de 2019, Vítor Costa destaca “os indicadores mais qualitativos como proveitos, preço médio de quarto vendido ou RevPar”, itens onde “devemos terminar o ano cerca de 14% acima de 2019”.

Considerando, no entanto, que se verificaram “significativos aumentos de custos como mão-de-obra, energia e outros fornecimentos”, Vítor Costa estima que “a riqueza gerada pelo Turismo em Lisboa possa ter crescido entre 5% a 7%”.

Viajando até mais a Sul, Vítor Silva, presidente do Turismo do Alentejo, considera que “2022 superou as melhores expectativas”. E se em termos de proveitos 2022 será “o melhor ano de sempre”, Vítor Silva admite que “ainda nos falta recuperar totalmente alguns mercados externos”.

Alcançámos em 2022 o que esperávamos alcançar em 2023, 2024, ou mesmo 2025, e isso é extraordinário, João Fernandes (Algarve)

Continuando a viagem para Sul, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, frisa que “vindos de dois anos de pandemia e chegados a um conflito entre a Rússia e a Ucrânia, tivemos, ainda assim, um desempenho muito acima das melhores expectativas”. Isto porque “alcançámos em 2022 o que esperávamos alcançar em 2023, 2024, ou mesmo 2025, e isso é extraordinário”.

Ao centro, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, também faz um balanço “francamente positivo”, tendo a região conseguido “consolidar o crescimento do mercado interno”, sublinhando mesmo subidas de “mais de 100% em partes importantes do território”. Pedro Machado destaca ainda o facto de as empresas de atividade turística do Centro de Portugal terem conseguido “ultrapassar os obstáculos que surgiram ao longo do ano, com maior ou menor dificuldade”, reconhecendo que “o tecido económico está em franca recuperação e a preparar-se devidamente para os desafios de 2023”.

Salientado é, também, de a região ter “alargado a oferta do Centro de Portugal na estruturação de novos produtos e no fortalecimento de produtos tradicionais”, de que são exemplos o turismo industrial, o ecoturismo, o enoturismo, o turismo religioso ou a arte urbana, entre outros, admitindo Pedro Machado que esta diversificação “consagra o Centro de Portugal como destino de eleição, não só para o mercado interno, mas também para os mercados externos”.

Finalmente, o presidente da Turismo do Centro realça o reconhecimento nacional e internacional que a região obteve, em 2022, com as distinções de “Melhor Região de Turismo Nacional” nos Publituris Portugal Travel Awards, “Melhor Stand Profissional de Turismo” na BTL ou o terceiro lugar no “Concurso Internacional de Filmes de Turismo” a nível mundial, na categoria Regiões.

O tecido económico está em franca recuperação e a preparar-se devidamente para os desafios de 2023, Pedro Machado (Centro)

No campo dos Congressos, Animação Turística e Eventos, António Marques Vidal, presidente da APECATE, refere o “excelente ano”, permitindo “recuperar algumas perdas dos dois anos de pandemia”. Contudo, não deixa de referir que “o ano que agora terminou “não colmatou os prejuízos de dois anos”, mas reconhece que “permitiu consolidar o destino Portugal”.

Futuro incerto
Mas se o balanço relativamente ao ano que terminou é, unanimemente, considerado positivo, as perspectivas sobre o que aí vem requer um otimismo mais moderado. Ao longo, principalmente, do último trimestre de 2022, a palavra “incerteza” esteve presente em todos os fóruns, conferências, congressos, estudos e/ou análises e é reiteradamente destacada pelos profissionais ouvidos pelo Publituris. Assim, os tempos que correm são de grande incerteza face aos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, ao crescimento da inflação e à desaceleração da economia em termos globais, mas ainda assim, Luís Araújo diz que os sinais dos mercados “continuam a ser positivos e a indiciar um crescimento do setor em 2023, que, no espaço europeu, se estima em 9,7%”, de acordo com uma publicação da European Travel Commission (ETC), “Tourism Economics”.

Para este otimismo, o presidente do TdP refere ainda outro estudo da ETC, da qual é também presidente, e que prevê que 70% dos europeus realizem uma viagem nos próximos seis meses, o que segundo o mesmo, “são sinais que antecipam boas perspetivas”.

Para Francisco Calheiros, 2023 deverá ser um ano “dentro do que foi 2022”, embora assinale a inflação, taxas de juro e preços da energia e combustíveis como elementos que nos fazem viver na tal “conjuntura de muita incerteza”, considerando, no entanto, que “teremos de certeza em Portugal a continuação e até o reforço de uma oferta turística diversificada e de qualidade”.

O ano que agora terminou não colmatou os prejuízos de dois anos, mas permitiu consolidar o destino Portugal, António Marques Vidal (APECATE)

“Otimismo moderado”, é como Berta Cabral se refere a 2023, frisando que “as pessoas vão continuar a viajar, mas restará saber para onde, como, quando e durante quanto tempo”. Por isso, salienta, “é algo que será necessário acompanhar”. Nos Açores, no entanto, “confiamos que a proposta de valor e o posicionamento que temos vindo a trabalhar permitirão continuar o incremento da notoriedade e da atratividade do destino, com base na sustentabilidade, proximidade, aventura e genuinidade”, afirma.

Na Madeira, Eduardo Jesus reconhece que a atual conjuntura “irá inibir as viagens mais longas”. No entanto, afirma que, em 2023, “voltaremos a assegurar um dos maiores orçamentos de sempre para a promoção do destino Madeira, manteremos o trabalho que está a ser realizado em termos da Estratégia do Turismo para a Região, aprovada em 2022 e que está em vigor até 2027, e contamos concluir o processo de certificação para a sustentabilidade do destino em fevereiro de 2023”.

Se no Alentejo Vítor Silva acredita que 2023 será “um bom ano para o turismo”, apesar dos “grandes fatores de incerteza” iniciados em 2022 e que transitam para 2023, Vítor Costa diz que “não é possível prever, neste momento, o real impacto destes fatores”. Contudo, com a experiência de outras crises económicas a mostrarem que “os consumidores reduzem as viagens em caso de diminuição dos seus rendimentos”, salientando a “relação direta entre rendimentos e turismo”, Vítor Costa refere ainda os “fatores psicológicos que podem afetar especialmente mercados europeus, que representam 80% da nossa clientela”. Por isso, assinala, por exemplo, “o comportamento negativo do mercado alemão, em 2022”, que já indicia esta situação. No fundo, admite, “os europeus sabem que têm que pagar a guerra e que ela está à porta”.

Para Pedro Machado, 2023 começa com “ameaças, à semelhança do que acontece todos os anos desde 2020”, acreditando, no entanto, que 2023 “poderá ser um ano de continuidade na recuperação que se iniciou em 2021 e prosseguiu em 2022”. A “crença” de Pedro Machado está alicerçada em indicadores “muito positivos” no Centro de Portugal, dando como exemplo os campos de golfe da região que, nalguns casos, têm já pré-reservas para 2023 superiores a 2022, em valor e em número. Por isso, admite, “se Portugal fizer bom uso dos fundos comunitários disponíveis, nomeadamente se o PRR reverter para as empresas e se o novo Programa Operacional trouxer instrumentos financeiros que possam ajudar as empresas – que são o músculo da atividade turística – então acredito que 2023 será um ano com bons resultados”, termina.

As pessoas vão continuar a viajar, mas restará saber para onde, como, quando e durante quanto tempo, Berta Cabral (Açores)

“Desafiante, mas com oportunidades”. É desta forma que João Fernandes olha para o ano que agora se inicia. E se os desafios são conhecidos, as oportunidades podem, ou devem, estar na “promoção”. Até porque, considera, “sem tanta disponibilidade financeira, é expectável que os turistas optem por viagens mais curtas, devido aos custos mais elevados que representam as deslocações de longa distância”. Assim, o Sul da Europa será uma preferência entre os europeus e aqui o Algarve “pode destacar-se”, porque “somos um destino reconhecidamente seguro e oferecemos uma melhor relação qualidade/preço, fatores que poderão ser determinantes nas preferências dos turistas”, admite o presidente do Turismo do Algarve.

E para essa captação de turistas contribui a “diversificação da oferta” algarvia e o aproveitamento de fatores como o preço da energia que poderá levar ao crescimento de estadias de longa duração de “reformados, trabalhadores remotos ou nómadas digitais”.

Outro sinal positivo é a consolidação do Algarve enquanto palco de grandes eventos desportivos, com a realização, novamente, do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que é um “add-on muito interessante”. “A primeira prova do campeonato de MotoGP acontece este ano no Algarve, em finais de março, o que vai gerar certamente muito entusiasmo, e ainda estamos a tentar trazer a Fórmula 1”, reconhecendo João Fernandes que, se isso acontecer, “será obviamente um boost para este período mais exigente em termos de procura”.

Desafios a enfrentar
Por norma, incertezas trazem consigo desafios, sendo que Luís Araújo assinala que, já em janeiro, o Governo irá disponibilizar uma nova linha de apoio com uma dotação de 30 milhões de euros, que permitirá às micro-empresas financiarem-se, junto do Turismo de Portugal, com um prazo total de reembolso de seis anos.

“Inovação, formação, sustentabilidade”. Estas são as três linhas-chave que orientam a estratégia de Portugal no plano turístico e, mesmo perante um contexto muito complexo, “devemos concentrar aí as nossas atenções principais”, salienta o presidente do TdP.

Em matéria de inovação, o Programa FIT – Fostering Innovation in Tourism continuará, em 2023, a dinâmica “imparável” desde o seu lançamento, em 2016, tendo os mais de cinco milhões de euros investidos, até à data, permitido estruturar uma rede com 47 incubadoras e aceleradoras, o desenvolvimento de 69 programas de ideação, aceleração e inovação aberta envolvendo mais de mil startups e projetos tecnológicos e não tecnológicos, a participação de 56 startups nacionais em nove feiras internacionais de turismo, o investimento de cerca de 500 mil euros pela Portugal Ventures em quatro startups em 2019 e 2020, e a concretização de 11 contratos comerciais entre startups e empresas ligadas ao setor do turismo na sequência da sua participação em programas de inovação aberta em 2020 e 2021.

Os europeus sabem que têm que pagar a guerra e que ela está à porta, Vítor Costa (Lisboa)

No capítulo da formação e da valorização das profissões, Luís Araújo sublinha o programa “Formação +próxima”, de que resultam, até agora, 107 protocolos firmados com Municípios, envolvendo 128 ações e um total de 2.300 participantes.

Já quanto ao terceiro vetor estratégico, o compromisso é “acelerar o crescimento sustentável das empresas turísticas”. Lançado em 2020 e projetando-se muito para além de 2023, o “Plano Turismo +Sustentável 20-23” contribui para promover uma oferta “mais distintiva” e acelerar o crescimento sustentável das empresas do setor. “Empresas com o futuro bem presente, determinadas que estão em melhorar os seus resultados com menor pegada ambiental e maior contributo positivo na sociedade – e o turismo não pode ser exceção, tem de ser exemplo”, refere Luís Araújo.

Ainda no contexto da sustentabilidade, o presidente do Turismo de Portugal considera ser “imperativo” destacar o “Programa Empresas Turismo 360º”, pelo seu “compromisso de monitorização, melhoria e responsabilidade face ao turismo do futuro”. Modelo operacional orientado para o apoio às empresas na integração dos fatores ESG (Environmental, Social and Governance), o “Turismo 360” regista já 74 empresas aderentes, com perfil diferenciado e atuando nas áreas do alojamento, restauração, animação, termas, agências de viagem e rent-a-car, representativas, no seu conjunto, de um universo que supera os 15 mil colaboradores e um volume de negócios estimado em dois mil milhões de euros.

E se estas são mais linhas de apoio que permitirão ao setor do turismo e às empresas enfrentarem os desafios que surgirão, Francisco Calheiros refere a “continua adaptação da atividade turística às questões que se prendem com a sustentabilidade, com os avanços tecnológicos e a resposta às novas necessidades e objetivos dos turistas”. Contudo, o presidente da CTP não deixa de apontar o novo aeroporto, bem como o futuro da TAP e a falta de mão de obra como “grandes desafios para o turismo em 2023”. E lembre-se, relativamente ao novo aeroporto, o contador que a confederação lançou, em julho de 2022, já soma 550 milhões de euros em valor perdido pela não decisão de um novo aeroporto para a região de Lisboa.

Será necessária uma adaptação da oferta mediante as necessidades do mercado, Eduardo Jesus (Madeira)

Se os desafios podem criar oportunidades, como já apontadas pelo presidente do Turismo do Algarve, também Berta Cabral aponta a grave crise internacional como algo a aproveitar, já que criarão “alterações nos fluxos de viajantes”. Contudo, a “pressão inflacionista”, com a consequente diminuição do poder de compra das famílias, acoplado à subida das taxas de juro que “reduzirá a disponibilidade para o consumo de viagens e lazer”, Berta Cabral indica, simultaneamente, que a crise energética e o resultante aumento do preço dos combustíveis “não ajudam a toda esta conjuntura, deixando o setor do turismo numa encruzilhada entre o incremento de gastos operacionais e o surgimento de novas exigências europeias no que concerne à transição energética e ao custo que isso poderá acarretar”.

No que respeita estruturalmente ao setor, a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores admite que “continuaremos a sentir algumas lacunas na disponibilidade de mão-de-obra, em particular a qualificada, para além de subsistirem dificuldades financeiras nas empresas, sobretudo nas mais pequenas e frágeis, que ainda não recuperaram totalmente dos dois anos de pandemia”. Porém, “abrem-se outras perspetivas, sabendo que em 2023 teremos, finalmente, disponíveis os fundos comunitários 2021-2027, que poderão trazer oportunidades de financiamento e investimento ao setor”. Desta forma, diz Berta Cabral, “será preciso investir na transição energética, numa verdadeira transição digital, com a devida literacia, e na qualificação rápida e eficaz de mão-de-obra”, concluindo ser “fundamental que exista a perceção da importância que estes desafios terão no setor do turismo e que é preciso um acompanhamento cabal do mesmo”.

Para os próximos tempos, Eduardo Jesus acredita que será necessária uma “adaptação da oferta mediante as necessidades do mercado”, referindo, por sua vez, Vítor Silva que “a recuperação total dos mercados externos e a falta de mão de obra no setor, que ameaça a manutenção do nível de qualidade dos serviços que prestamos aos nossos turistas”, são os principais desafios a vencer”.

A recuperação total dos mercados externos e a falta de mão de obra no setor, que ameaça a manutenção do nível de qualidade dos serviços que prestamos aos nossos turistas, são os principais desafios a vencer, Vítor Silva (Alentejo)

Mais resumido é Vítor Costa que aponta “somente” a “viabilização do turismo através dos clientes e não através de programas de apoio como aconteceu durante a pandemia” como apenas um desafio para 2023. Não desvalorizando os apoios públicos criados na pandemia, “porque foram eles que salvaram o setor”, nem a necessidade de continuarem a existir programas, Vítor Costa frisa que “o foco tem que ser nos clientes”, já que “só o regresso em força dos clientes pode dar sustentabilidade à atividade turística”.

A inflação é, para Pedro Machado, o “principal desafio para 2023, reconhecendo que “faz disparar os custos operacionais” e que “já está, neste momento, a condicionar mercados como Espanha, Alemanha ou Reino Unido, que estávamos habituados a ver florescer”. Perante este cenário, Pedro Machado considera que os empresários do setor do turismo “têm de manter as suas margens de lucro muito abaixo do que seria desejável, não refletindo nos clientes o aumento dos custos operacionais”. Ou seja, “é um esforço hercúleo para as empresas, em especial para as de menor dimensão”.

A escassez de mão de obra é outro “enorme desafio”, que já vem de antes da pandemia “e que não dá mostras de poder ser vencido em breve”, o que poderá fazer com que se repita “o cenário de unidades turísticas sem capacidade de responder à procura, como aconteceu no verão passado”.

Assim, a conjugação destes dois fatores vai, segundo o presidente da Turismo do Centro, “pôr, mais uma vez, à prova a resiliência dos nossos empresários”.

Além dos desafios já apontados, João Fernandes acrescenta as anunciadas greves em companhias aéreas e estruturas aeroportuárias ou em empresas de transportes rodoviários que poderão constituir “entraves que merecem a nossa atenção e preparação para agir”.

Finalmente, António Marques Vidal segue o mesmo diapasão, referindo que “os desafios são vários, desde o superar a diminuição de clientes, aumento da inflação e crise económica, continuando a lutar pelos principais objetivos como a diminuição dos custos de contexto, redução do IVA para o sector dos Congressos, Eventos e Animação Turística, a luta do Ordenamento Sustentável, envolvendo as múltiplas tutelas que são ineficientes em relação â resolução desta problemática e a melhoria do funcionamento das parcerias entre o sector publico e o sector associativo”.

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Nações Unidas discutem papel do turismo para o desenvolvimento sustentável

O papel do turismo no desenvolvimento sustentável foi o tema central da recente Assembleia-Geral das Nações Unidas. No evento, além do foco dado à importância do setor para as sociedades e economias, houve também uma chamada de atenção para o consumo insustentável e como este está a provocar a perda de biodiversidade.

Publituris

A Assembleia-Geral das Nações Unidas realizou, recentemente, um segundo evento temático centrado no turismo e no papel fundamental do setor no desenvolvimento sustentável e na resiliência.

Organizado pelo presidente da Assembleia-Geral em colaboração com o Turismo da ONU (UN Tourism), o evento teve lugar na sede da ONU no âmbito da Semana da Sustentabilidade. A presença de Estados Membros, Observadores, organizações da sociedade civil e agências da ONU refletiu um crescente compromisso coletivo para aproveitar o poder transformador do turismo para o desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Dirigindo-se à Assembleia-Geral, o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, destacou a “importância crescente do setor do turismo para as nossas sociedades e economias acarreta uma responsabilidade acrescida. Não podemos permitir que a tábua de salvação do turismo seja novamente cortada. A resiliência no setor do turismo não é apenas uma questão de planeamento ou de reação a crises. Trata-se também de abordar de forma proactiva os factores subjacentes a essas crises”.

Pololikashvili salientou ainda que “o consumo insustentável está a provocar a perda de biodiversidade, as alterações climáticas e o aparecimento de pandemias”. Por isso, considerou que “é vital que adotemos políticas que acelerem a mudança transformadora”.

Já o presidente da Assembleia-Geral da ONU, Dennis Francis, reconheceu que “precisamos de um setor de turismo global que seja sustentável – um setor com cadeias de valor locais profundas que expandam a procura de produtos e serviços feitos localmente de forma a beneficiar direta e positivamente as comunidades locais; um setor que sirva como uma força positiva para a conservação da biodiversidade, proteção do património e meios de subsistência amigos do clima”.

Plataforma de partilha
O evento temático proporcionou também uma plataforma para os Estados-Membros partilharem as melhores práticas, estratégias e abordagens inovadoras para promover o turismo sustentável e resiliente, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os principais destaques incluíram o “Fireside Chat: O Futuro do Turismo” onde os líderes da indústria do turismo, do meio académico e da sociedade civil participaram numa discussão dinâmica sobre o futuro do turismo e a necessidade de soluções inovadoras para enfrentar os desafios e oportunidades emergentes.

Nas Mesas redondas ministeriais foram realizadas discussões sobre o lançamento do Quadro Estatístico para Medir a Sustentabilidade do Turismo e estratégias para promover um turismo resiliente face aos desafios globais. Ministros e funcionários de alto nível partilharam ideias e compromissos para promover práticas e políticas de turismo sustentável.

Recorde-se que a Assembleia-Geral da ONU adotou uma resolução para declarar 2027 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável e Resiliente. A resolução convida o Turismo da ONU a trabalhar com governos, agências da ONU e organizações internacionais para a implementação do ano temático.

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Francisco Calheiros: “Cá estaremos para dar voz a todos os ramos do turismo representados na CTP”

Na tomada de posse dos órgãos sociais da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) para o mandato de 2024-2027, que teve lugar esta terça-feira na Sociedade de Geografia de Lisboa, Francisco Calheiros, presidente desta confederação, afirmou que apesar de estarem “cientes dos desafios”, vão continuar “a dar voz a todos os ramos do turismo representados na CTP com vista à defesa dos seus interesses”.

Carla Nunes

Apontando que “o país e o turismo enfrentam atualmente vários desafios internos”, nomeadamente “a decisão sobre o novo aeroporto, a privatização da TAP, a execução do PRR e questões fiscais e laborais”, aos quais acrescem a instabilidade a nível internacional, o presidente da CTP afirma que “é muito difícil fazer previsões de curto ou médio prazo, muito menos a longo prazo”.

No entanto, mostra-se seguro ao afirmar que “o turismo é valor” e que “mesmo enfrentando todas as incertezas, resiste como um dos setores que mais contribui para o país, seja através dos impostos que paga, do emprego que gera e do investimento que realiza”.

Indicando que a confederação “não representa apenas os interesses empresariais do turismo”, assumindo também “uma importância muito relevante na sociedade civil”, Francisco Calheiros afinca que a CTP continuará a “influenciar decisões estratégicas para o turismo, através de compromissos, de consensos sociais e institucionais”. No entanto, deixa um aviso: “Não contarão connosco para facilitismos”.

“Vamos continuar, neste mandato, a tudo fazer para influenciar decisões que permitam a construção de legislação mais adequada ao estabelecimento de políticas públicas cada vez mais eficientes, mais amigas do investimento e da iniciativa privada, mais propiciadoras da geração de riqueza e do fortalecimento do tecido empresarial da atividade económica do turismo”, declarou.

CTP define 11 eixos estratégicos para 2024-2027

Para o efeito, Francisco Calheiros refere que a CTP definiu “11 eixos estratégicos” de atuação, nomeadamente: crescimento, dimensão e internacionalização das empresas; transportes, com acessibilidades aeroportuárias e ferroviárias, além da privatização da TAP; promoção turística externa; fiscalidade e custos de contexto; reforma do Estado; concertação social, capital humano e sua qualificação; transformação digital; fundos comunitários, como o PRR e o PT2030; sustentabilidade ambiental; reforço do papel do associativismo do turismo e demografia.

Apesar de afirmar que todos estes eixos são importantes, o presidente da CTP destaca “o tema dos transportes, com a necessidade imperiosa de um novo aeroporto”, através de “uma decisão que tenha em conta o curto, o médio e o longo prazo”.

Refere ainda que Portugal e o turismo necessitam de “uma reforma do Estado, para que se torne mais ágil, menos burocrático e que olhe mais para as empresas” – que, acrescenta, “necessitam de pagar menos impostos e ter menos custos de contexto, assim como é necessário redefinir os apoios à internacionalização e o reforço da promoção externa do país”.

Numa nota final, Francisco Calheiros afirma que “estes são temas bem conhecidos” dos atuais ministro da Economia, Pedro Reis e do Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, que acredita que vão “delinear as políticas públicas necessárias, já que conhecem a atividade turística, os seus problemas e desafios”.

O tempo “da decisão, da execução e da implementação”

Na sua primeira intervenção pública enquanto ministro da Economia, Pedro Reis afirmou na tomada de posse da CTP que “este é o tempo da decisão, da execução, da implementação”.

No seu entender, “o desafio do país e deste Governo é a execução”, apontando que “a economia portuguesa tem desafios interessantes e oportunidades estratégicas”, como “a internacionalização, a inovação, a capitalização, o talento, o ganho de escala, produtividade e competitividade”. Neste contexto, Pedro Reis considera o turismo “como um setor estratégico” para a economia, referindo a sua “capacidade de desmultiplicação noutros setores”.

“Não sou dos que acha que temos demasiado turismo. O desafio, sim, é termos mais indústria, mais comércio e serviços, e mais agricultura e agroindústria. E verão que, se o conseguirmos, diluímos virtuosamente a nossa economia em mais setores estratégicos. Para isso precisamos de uma visão integrada e articulada da economia”, termina.

O local escolhido para a tomada de posse dos órgãos sociais da CTP para o mandato de 2024-2027, na Sociedade de Geografia de Lisboa, teve em conta o facto de ter sido aí que se realizou 1.º Congresso Nacional de Turismo, em 1936, além do 4.º Congresso Internacional de Turismo, em 1911, como referiu Francisco Calheiros.

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Carla Nunes

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Foto: Diana Quintela

Turismo

Programa de Governo destaca 12 pontos para o Turismo

Entregue esta quarta-feira ao presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, o Programa do Governo tem diversos pontos referente ao turismo. Decidir “rapidamente sobre a construção do novo aeroporto” e “iniciar o processo de revisão da Lei nº 33/2013” são dois deles. Mas há mais.

Victor Jorge

São 12 os pontos que o Programa do Governo, liderado por Luís Montenegro, destaca para o setor do Turismo. Entregue esta quarta-feira, 10 de abril, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, ao presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, o Programa do Governo tem como horizonte o final da Legislatura, em 2028, e assume uma linha de ação convergente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, assim como, com a Estratégia Portugal 2030, que enquadra a aplicação dos fundos europeus estruturais e de investimento.

Assim, no que diz respeito ao Turismo, o Governo pretende “eliminar de imediato a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local (AL)”, bem como a “caducidade das licenças anteriores ao programa Mais Habitação, e revendo simultaneamente as limitações legais impostas pelo Governo socialista”.

Aposta é também a “qualificação da oferta turística” e o aumento da procura, concentrando em mercados que garantam um “crescimento em valor e combatendo a sazonalidade”.

Relativamente aos Transportes pode ler-se que a aposta passa por “atrair Transporte Aéreo regular e diversificado nos aeroportos nacionais” e “decidir rapidamente” a construção do novo aeroporto.

“Clarificar as regras de investimento imobiliário e atração de investimento (residentes e não residentes); Identificar necessidades de infra-estrutura turística, promovendo o seu investimento público e privado, incluindo as áreas necessitadas de alojamento e infra-estrutura de transportes e lançar programas de apoio à satisfação dessas necessidades” são outros pontos destacados neste Programa de Governo.

No emprego e formação, “valorizar o ensino e formação contínua em Turismo e criar/consolidar uma rede nacional integrada de formação (hubs), com escala e qualidade, suportando conteúdos programáticos complementares que potenciam a oferta de qualidade” são outras preocupações espelhadas no programa do XXIV Governo da República, além de referir-se a promoção de um turismo sustentável, partindo do princípio que o turista “além de visitar lugares, pretende viver experiências, respeitando o meio-ambiente e as comunidades locais”.

“Consolidar Portugal como destino turístico de excelência em tudo o que está ligado à economia azul, ao mar e às atividades náuticas” é considerado como “eixo fundamental para a nossa oferta”.

Nos pontos dedicados ao Turismo não falta, também, uma referência ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), referindo-se o “acelerar a componente 16” do mesmo, focada na transição digital do tecido empresarial (aceleradoras do comércio digital e bairros comerciais digitais).

Pelo descrito, percebe-se, igualmente, que é intenção “iniciar o processo de revisão da Lei nº 33/2013 no quadro de consolidação e autonomia das Entidades Regionais de Turismo (ERT), face ao processo de assunção de novas competências pelas comunidades intermunicipais, resultante do processo de descentralização em matéria da promoção turística”.

Finalmente, “concretizar a Agenda do Turismo para o Interior” e “iniciar o processo de criação de uma nova agenda para o turismo, que assegure a sua sustentabilidade económica, social e cultural, bem como a definição de novas metas, num espírito de cooperação com todos os parceiros que potencie a competitividade de Portugal”, fecham os pontos do Programa de Governo dedicados ao setor do Turismo.

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Turismo de Portugal, CMVM e IAPMEI assinam protocolo de colaboração

O Turismo de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P., assinaram um protocolo de colaboração com vista a alcançar objetivos comuns respeitantes ao desenvolvimento empresarial.

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A assinatura deste protocolo representa um marco significativo para o reforço da cooperação entre instituições com contacto relevante junto das empresas, contribuindo para um empreendedorismo ativo e conhecedor das oportunidades e desafios, promovendo o crescimento sustentável da economia portuguesa.

Neste âmbito, a CMVM, o IAPMEI e o Turismo de Portugal comprometem-se a desenvolver iniciativas conjuntas, nomeadamente para a promoção do recurso a opções alternativas de financiamento, incluindo o mercado de capitais, e para incentivar a adoção pelas empresas de boas práticas ambientais, sociais e de governance.

O conjunto de iniciativas planeadas incluem a realização de encontros com empresas para partilhar informação sobre o financiamento através do mercado de capitais, nomeadamente através da organização de encontros no âmbito do “Roteiro de Financiamento em Mercado” e da colaboração da CMVM em iniciativas e eventos do IAPMEI e do Turismo de Portugal nos quais a sua participação se justifique.

O protocolo prevê ainda o desenvolvimento de projetos de apoio às empresas que visam a respetiva capacitação e o reforço da governance bem como a divulgação de iniciativas relevantes conjuntas ou de cada uma das instituições, através dos seus canais de comunicação.

De forma a estimular a partilha de conhecimentos entre as três instituições, serão promovidas ações de capacitação, entre as quais sessões dedicadas ao processo de entrada e as vantagens do mercado de capitais para as empresas portuguesas.

Esta parceria vem na sequência do trabalho já desenvolvido nesta matéria e reflete o compromisso e a dedicação das instituições em identificar oportunidades para desenvolver mais ações de cooperação para o desenvolvimento empresarial.

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Novo SET: “Uma ótima escolha”, diz a CTP

Numa pequena nota de imprensa, a Confederação do Turismo de Portugal congratula-se com a nomeação de Pedro Machado para a Secretaria de Estado do Turismo.

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De acordo com Francisco Calheiro, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), a nomeação de Pedro Machado “é uma ótima escolha para secretário de Estado do Turismo”.

Numa breve nota de imprensa, a CTP congratula-se com o facto de o turismo voltar a ter uma Secretaria de Estado exclusiva no âmbito da orgânica do XXIV Governo, algo que tinha deixado de existir no anterior Executivo.

Para o presidente da CTP, Pedro Machado “é uma ótima escolha do primeiro-ministro e do ministro da Economia para secretário de Estado do Turismo. Pedro Machado irá seguramente exercer bem as suas funções, já que conhece em profundidade a atividade turística, os seus problemas e desafios, graças aos cargos que exerceu no setor, pelo que irá com certeza dar a máxima atenção ao turismo e aos vários temas estratégicos que lhe estão subjacentes”, conclui Francisco Calheiros.

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Pedro Machado é o novo secretário de Estado do Turismo

Após 10 anos à frente dos destinos da Turismo do Centro, Pedro Machado é o novo secretário de Estado do Turismo do XXIV Governo de Portugal.

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Após algumas horas de espera, foi publicada a lista dos secretários de Estado que compõem o XXIV Governo, com Pedro Machado, ex-presidente da Região de Turismo do Centro de Portugal, a ser nomeado secretário de Estado do Turismo.

Licenciado em Filosofia, Mestre em Ciências de Educação, na Área de Especialização – Psicologia Educacional, Doutorando em Património Alimentar: Culturas e Identidades, bem como em Turismo, Pedro Machado foi presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal entre 2013 e 2023.

Desde do término das funções como presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado manteve-se à frente da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal, cargo que acumulava desde 2007 com a presidência da ERT.

Nascido a 27 de novembro de 1966, do curriculum de Pedro Machado fazem ainda parte passagens pelo Conselho Geral do Instituto Politécnico de Coimbra (desde 2021); Membro Cooptado da Escola Superior de Turismo e Hotelaria, Guarda Politécnica (desde 2018); Personalidade Convidada do Conselho Consultivo do Instituto Superior de Ciências Empresariais e Turismo (desde 2018); Membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Viseu (desde 2017); Membro Cooptado do Departamento de Gestão, Economia e Turismo da Universidade de Aveiro (desde 2017); Presidente da Assembleia Geral da Centro de Portugal Film Commission e Presidente da Assembleia Geral da iNature.

Na última entevista que deu ao jornal Publituris, Pedro Machado destacava o legado deixado ao longo destes últimos anos: “A marca Centro de Portugal”.

Leia a última entrevista concedida por Pedro Machado ao jornal Publituris por altura da FITUR 2023.

A tomada de posse dos 41 secretários de Estado do XXIV Governo de Portugal está marcada para 5 de abril, a partir das 18h00, no Palácio da Ajuda.

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Portugal Ventures fecha 1.º trimestre com cinco novos investimentos no valor de 5,3M€

Batardas Circular Unity, Neptune, Yon Living e Your Tours são as cinco startups que receberam um total de 5,3 milhões de euros de investimento por parte da Portugal Ventures.

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A Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do Grupo Banco Português de Fomento (BPF), fechou o 1.º trimestre com investimento em cinco startups da área do turismo – Batardas Circular Unity, Neptune, Yon Living e Your Tours – num total de 5,3 milhões de euros.

Estes investimentos resultam da 1.ª edição da Call “Turismo+Crescimento”, uma iniciativa da Portugal Ventures em parceria com o Turismo de Portugal e o Nest – Centro de Inovação para o Turismo, tendo como objetivo investir em projetos/empresas do setor do turismo que contribuam para aumentar a competitividade da oferta turística do país; melhorar a experiência do turista em Portugal e promover a eficiência das empresas do setor.

A Call “Turismo+Crescimento” privilegiou projetos envolvidos no Programa Empresas Turismo 360º e que contribuem para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apresentando soluções que promovem a desmaterialização de processos e serviços, reciclagem, reutilização e redução de resíduos, integração de energias limpas, eficiência energética, eficiência hídrica, mobilidade inteligente, bem como os localizados nos territórios de baixa densidade.

Pedro de Mello Breyner, vogal Executivo da Portugal Ventures, salienta que “estes novos investimentos que veem agora reforçar o portefólio de turismo desenvolvem soluções inovadoras dentro do seu segmento, aliando o Turismo a outros setores absolutamente fundamentais para o desenvolvimento da economia atual como é o caso da alimentação da náutica, da tecnologia e da sustentabilidade”.

Pedro de Mello Breyner reforça ainda que “esta capacidade de criar sinergias e retirar o melhor de cada área é o caminho para um futuro do setor mais forte, dinâmico e que responde às necessidades de um mercado emergente”.

Conheça as start-ups que receberam o investimento por parte da Portugal Ventures:

  • Batarda’s: A Batarda’s é uma empresa de produção alimentar sem glúten com o propósito de proporcionar experiências gastronómicas seguras, saudáveis e saborosas numa base de oferta de excelência para celíacos e não celíacos. Produção controlada pela empresa, e implementação de canais de distribuição próprios, B2B e retalho, grande distribuição e canal Horeca.
  • Circular Unity: A Circular Unity é uma organização pioneira de tecnologia ecológica que facilita a sustentabilidade para as indústrias de eventos, entretenimento, desporto, audiovisual e hotelaria. O seu principal produto, impactALL, é uma solução inteligente que automatiza a recolha de dados, a gestão da sustentabilidade, a elaboração de relatórios e a comunicação de dados de sustentabilidade. Aproveitando Inteligência Artificial treinada em sustentabilidade, sensores IoT, integrações API e a tecnologia de visão computacional, o impactALL simplifica o processo de relatório de sustentabilidade, facilitando às organizações a medição da sua pegada carbónica e a tomada de medidas para reduzir o seu impacto ambiental.
  • Neptune: A Neptune é uma empresa de prestígio ibérico no setor náutico, sediada em Aveiro, que detém um estaleiro naval de referência, dedicando-se à produção de embarcações de luxo sob a marca ROM. Os seus serviços não se limitam à produção de barcos de alta gama, mas também de remodelação e refits de embarcações à vela e a motor, bem como ao parqueamento de embarcações em seco (Dry-Dock).
  • Yon Living: A Yon Living é uma startup de co-living que tem como objetivo proporcionar experiências de vida partilhada inesquecíveis em casas de luxo para nómadas digitais. As casas estão totalmente equipadas com tudo o que um nómada digital precisa para uma estadia prolongada, incluindo internet de alta velocidade, comodidades partilhadas, serviços de limpeza regulares e acesso a eventos comunitários, como aulas de surf, clubes de jantar e passeios artísticos, para ajudar a promover um sentido de comunidade entre os hóspedes.
  • Your Tours: A Your Tours Portugal é um DMC e recetivo português, muito focado no B2B, que cria viagens hiper-personalizadas e autênticas em todo o território português incluindo, claro, Ilhas da Madeira e Açores e, brevemente, em toda a Península Ibérica, combinando e utilizando tecnologias imersivas e inovadoras. Pelo facto de ser uma DMC criada por guias, a sua visão é disruptora e inovadora, na forma como as viagens personalizadas são criadas, promovidas e geridas, para no final serem experienciadas verdadeiramente. A sua proposta centra-se em produtos e serviços de viagem de alto nível de detalhe e atenção, combinando tecnologias como VR360, itinerários digitais, IA, entre outros, que culminam em recomendações de viagem personalizadas e mapas interativos, para uma experiência de viagem única e inteiramente personalizada. Oferecem variados serviços, tais como excursões privadas de um dia ou pacotes de viagem multi-dias, itinerários e pacotes Self-Guided – os quais permitem a exploração e experiências auto-guiadas, fornecendo itinerários compatíveis com o Google Maps – e programas de viagens à medida (Tailor-Made), customizados ao ínfimo detalhe para satisfazer as preferências únicas de cada grupo/pessoa.
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Francisco Calheiros mantém-se à frente da CTP por mais três anos

Francisco Calheiros foi reeleito presidente da Confederação do Turismo de Portugal para o período 2024-2027, em representação da AHRESP.

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A lista encabeçada por Francisco Calheiros para liderar a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em representação da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), foi eleita para o próximo mandato de 2024 a 2027.

A eleição decorreu no dia 27 de março de 2024, em Assembleia Geral Eleitoral, tendo a lista única que se apresentou ao ato eleitoral recebido 94,9% do número total de votos expressos.

O presidente da CTP reeleito, Francisco Calheiros, “regista com satisfação a votação expressiva neste ato eleitoral, o que significa um voto de confiança dos associados da CTP nesta lista constituída pelos representantes do turismo nacional”.

Neste novo mandato, o presidente da CTP reeleito salienta pretender dar “continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver em prol do setor do turismo e em defesa dos interesses dos nossos associados”.

“Neste próximo triénio temos muitos desafios pela frente e são várias as prioridades estratégicas que definimos, sabendo bem as dificuldades que enfrentamos, numa conjuntura nacional e internacional de grande incerteza. Mas sou um otimista e sei bem que saberemos ultrapassar todos os obstáculos e continuar a fazer do turismo o motor da economia portuguesa”, frisa Francisco Calheiros.

Os novos órgãos sociais para o próximo mandato têm como presidente da Mesa da Assembleia Geral, a Sociedade Grupo Pestana, SGPS, S. A., representada por José Theotónio e como presidente do Conselho Fiscal a Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A., representada por Jorge Rebelo de Almeida.

Para o triénio 2024-2027, a direção da Confederação do Turismo destaca como principais eixos estratégicos do novo mandato, num âmbito geral, a reforma do Estado; a execução do PRR; o PT2030; a fiscalidade e os custos de contexto e as questões da demografia.

Especificamente para o turismo, os temas prioritários da direção da CTP até 2027 são os apoios à consolidação e internacionalização das empresas; a transformação digital, a privatização da TAP e obviamente a decisão sobre o novo aeroporto.

Os órgãos sociais da CTP para o triénio 2024-2027 são:

Conselho Diretivo
Presidente: Francisco Calheiros (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
Vice-presidente: Bernardo Trindade (AHP – Associação da Hotelaria de Portugal)
Vice-presidente: Carlos Moura (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
Vice-presidente: Pedro Costa Ferreira (APAVT – Associação Portuguesa das Agência de Viagens e Turismo)
Vice-presidente: Jorge Armindo Teixeira (APC – Associação Portuguesa de Casinos)
Vice-presidente: Rodrigo Pinto de Barros (APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo)
Vice-presidente: Vítor Costa (ATL – Associação Turismo de Lisboa – Convention and Visitors Bureau)
Vogal: Hélder Martins (AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve)
Vogal: Joaquim Robalo de Almeia (ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos)
Vogal: Luís Eduardo Miranda (ALEP – Associação de Alojamento Local em Portugal)
Vogal: José Luís Arnaut (ANA – Aeroportos de Portugal, S.A.)
Vogal: Manuel Proença (Hoti Hotéis, SGPS, S. A.)
Vogal: Luís Rodrigues (TAP, Transportes Aéreos Portugueses, S. A)

Mesa da Assembleia Geral
Presidente: José Theotónio (Grupo Pestana, SGPS, S. A)
Vice-presidente: António Moura Portugal (RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal)
Secretária: Rosa Maria Costa (Associação Visit Azores)

Conselho Fiscal
Presidente: Jorge Rebelo de Almeida (Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A.)
Vice-presidente: António Jardim Fernandes (ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira)
Vogal: Frederico Sanches (CNIG – Conselho Nacional da Indústria do Golfe)

A tomada de posse dos novos órgãos sociais realizar-se-á no dia 11 de abril, às 15h00, no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa

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Sites de reservas de viagens e companhias aéreas lideram o volume de queixas ao setor do turismo

De acordo com o Portal da Queixa, as reclamações dirigidas ao setor do turismo aumentaram 30%, que alerta que a burla é um dos motivos denunciados pelos consumidores. Sites de reservas de viagens e companhias aéreas lideram o volume de queixas.

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O Portal da Queixa registou um aumento de 30% no número de reclamações dirigidas ao setor do turismo. Os sites de reservas de viagens e as companhias aéreas somam o maior volume de queixas: 68%. Entre os principais motivos de insatisfação estão cobranças indevidas, problemas com o reembolso, atrasos nos voos e mau atendimento. TAP, Ryanair, Easyjet e Booking são as marcas mais reclamadas.

A análise efetuada à categoria hotéis, viagens e turismo, entre os dias 1 de janeiro e 17 de março, revela que o número de reclamações dirigidas ao setor registou um aumento na ordem dos 30%, em comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo os dados aferidos, este ano, os consumidores portugueses já registaram 1140 reclamações no Portal da Queixa, e em 2023, no período homólogo, foram contabilizadas 878.

Entre as subcategorias do setor com o maior volume de reclamações recebido, estão os sites de reserva de viagens (49%); as companhias aéreas (18.9%); os marketplaces – viagens, produtos e serviços (8.6%); as agências de viagens (7.4%); os sites de reservas de alojamento (7.4%) e os hotéis – cadeias hoteleiras, a ocupar uma fatia de 2.2% no total de queixas apurado no início do ano.

Os cinco principais motivos de reclamação apresentados pelos consumidores relacionam-se com cobrança indevida, a gerar 33.6% das queixas recebidas. Dificuldades com o reembolso acolhem 16.3% das reclamações e problemas com a qualidade da hospedagem/serviço: 6.7%. Os problemas com o cancelamento de reserva ocupam uma fatia de 6.5% e os constrangimentos no apoio ao cliente motivaram 5.6% das ocorrências.

De acordo com os dados, o motivo burla é denunciado pelos consumidores em queixas apresentadas contra as categorias marketplaces (12.5%) e agências de viagens (9.8%).

Por adivinhar-se um ano histórico e, uma altura em que se aproximam as férias da Páscoa, o Portal da Queixa informa os consumidores sobre quais são os principais constrangimentos que estão a assolar, este ano, o setor do turismo, quais as entidades com mais reclamações e que marcas têm o melhor Índice de Satisfação na plataforma.

A análise permitiu ainda aferir que as quatro entidades mais visadas – TAP, Ryanair, Easyjet e Booking – registam um baixo nível de performance no Portal da Queixa, no que se refere à resolução dos problemas reportados pelos consumidores. Todas as marcas têm Índices de Satisfação (IS) abaixo dos 17 pontos (em 100) e Taxas de Solução (TS) inferiores a 16%.

Relativamente às entidades com melhor Índice de Satisfação – uma avaliação exclusiva e da inteira responsabilidade dos consumidores –, os dados analisados apontam nas agências de viagens: a Rickytravel com um IS pontuado em 86 (em 100); Viagens El Corte Inglés (77.9) e Top Atlântico com um Índice de Satisfação de 69.9.

Nos sites de reserva de viagens, a melhor pontuação vai para a eDreams (85.3 de IS) e nos sites de reservas de alojamento, destacam-se a Traventia com 84.2 e a Holidu com 81.1 de IS.

Já nos marketplaces – viagens, produtos e serviços, sobressai o Grupo Interpass com um IS de 75.3 em 100. Nas companhias aéreas o bom exemplo vem da EuroAtlantic com 75.2 pontos de IS. A cadeia hoteleira HF Hotels é a marca com melhor pontuação da categoria ao alcançar 71.1 de IS.

 

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“Poupe Água, Seja Futurista” é mote de campanha do Turismo de Portugal

Este é mais um passo do movimento “Não é turismo. É Futurismo”, que o Turismo de Portugal lança em 2024 e que apela à ação dos turistas do futuro para adotar formas de viajar baseadas na sustentabilidade, na responsabilidade e na autenticidade, em prol de um legado de bem-estar para as próximas gerações e para o planeta.

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Poupe água, proteja o futuro é o mote da campanha direcionada aos turistas, que o Turismo de Portugal está e levar a cabo, e que se enquadra no âmbito dos desafios que o país enfrenta, relativamente à utilização e preservação deste recurso escasso, mas essencial para a vida no planeta que é a água.

Na sua página oficial, o Turismo de Portugal lembra que a água é imprescindível para a existência dos ecossistemas naturais, assim como para a continuação das comunidades e para o desenvolvimento das atividades económicas, para destacar que, perante a ameaça da sua escassez e fazendo face à urgência da situação, “o turismo pode contribuir de forma significativa e tem um papel importante no caminho para um futuro sustentável do planeta”.

 

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