AHRESP alerta para consequências “cada vez mais preocupantes” da inflação no setor
A associação deu a conhecer esta segunda-feira, 14 de novembro, os resultados do seu inquérito mais recente, no qual 54% das empresas de restauração e 49% das empresas de alojamento apontaram ter quebras na faturação até 20%.

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Em comunicado de imprensa, a AHRESP alerta que o atual contexto de inflação – “cuja estatística oficial revela aumentos de 27,6% nos produtos energéticos e de 18,9% nas matérias-primas alimentares” – está a ter consequências “cada vez mais preocupantes para a sustentabilidade dos negócios”.
A afirmação é feita após os resultados do mais recente inquérito da associação, realizado durante a segunda quinzena de setembro e a primeira de outubro, no qual foram apuradas 473 respostas válidas nos setores da restauração e similares e do alojamento turístico.
De acordo com os resultados deste estudo, para 71% das empresas da restauração, e para 83% das empresas de alojamento, os custos com matérias-primas aumentaram até 50%.
A escassez de produtos essenciais também já se faz sentir nestas atividades, como apontado por 73% das empresas da restauração e 26% do alojamento inquiridas.
Neste contexto, a AHRESP afirma que “a atualização dos preços de venda foi inevitável”, com 83% dos inquiridos na área da restauração e 69% do alojamento a indicarem que aumentaram os seus preços de venda. Na restauração (51%) e no alojamento (45%), os aumentos não ultrapassaram os 10%.
Fazendo a correlação deste cenário com a entrada na época baixa, a associação garante que “a retração no consumo já se evidenciou”: em setembro, 54% das empresas de restauração e 49% do alojamento sentiram quebras na faturação até 20%. O inquérito revelou ainda quebras significativas, superiores a este intervalo.
Para atenuar os efeitos deste ciclo inflacionista, a AHRESP volta a afincar em comunicado as medidas temporárias que tem vindo a propor, “como a aplicação da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas e nas tarifas de energias, gás e eletricidade”. Ainda no mesmo inquérito, 89% das empresas de restauração confere como prioritária a medida do IVA, enquanto 81% das empresas de alojamento a redução do IVA na energia.
A associação alerta que “a ausência de medidas preventivas irá provocar um novo aumento de preços, despedimento de trabalhadores e encerramento de empresas”, já que, das empresas inquiridas, e no caso da restauração, 68% ponderam aumentar preços, 37% provocar despedimentos e 13% encerrar a atividade. No caso do alojamento turístico, 63% das empresas refere que terá de aumentar preços, 15% irá avançar com despedimentos e 8% equaciona o encerramento da atividade.
Antecipando o último trimestre de 2022, as perspetivas “são muito preocupantes”, de acordo com a AHRESP, que indica que 45% das empresas da restauração e 31% de alojamento inquiridas consideram que este último trimestre será pior ou muito pior que o quarto trimestre de 2019.
A somar a este cenário, a associação considera que “a subida das taxas de juros certamente provocará um forte impacto no rendimento disponível das famílias, conduzindo inevitavelmente a uma retração no consumo dos nossos serviços”.
“Estamos certos de que o Governo, atento à conjuntura e ao seu provável agravamento, procure melhorar o nível de rendimento familiar”, afirma a associação, esperando ainda que “o Governo venha a implementar mecanismos que permitam um saudável desenvolvimento das atividades económicas que representamos, assegurando o contributo que o Turismo confere à economia nacional”.