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Tour10 vai pela primeira vez ao WTM

No meio de um plano de internacionalização, a participação da Tour10 no WTM de Londres servirá para “reforçar o posicionamento da marca”.

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No meio de um plano de internacionalização, a participação da Tour10 no WTM de Londres servirá para “reforçar o posicionamento da marca”.

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A Tour10, plataforma de distribuição turística independente B2B espanhola, irá participar, pela primeira vez no World Travel Market (WTM) de Londres, salientando tratar-se de um “marco no seu plano de expansão internacional”.

Fran Serón, CEO da Tour10, que liderará a delegação comercial, refere, em comunicado, que o objetivo é “ampliar a contratação”, bem como “estreitar laços com os partners internacionais com os quais a empresa vem trabalhando”.

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“Estamos no meio de um plano de internacionalização que reforçará o posicionamento da marca Tour10”, refere o CEO, adiantando ainda que a presença no WTM “é um passo significativo nesse sentido”.

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Atualmente, a Tour10 trabalha um portefólio de mais de 200.000 hotéis em mais de 150 países, superando as 11.000 agências de viagens em Espanha e Portugal.

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WTM Global Travel Report aponta para 2 biliões de turistas internacionais em 2030

No dia em que decorreram as eleições nos Estados Unidos da América (EUA), Dave Goodger, Managing Director EMEA da Tourism Economics, apresentou o WTM Global Travel Report 2024, avisando, desde logo, que “a análise realizada pode e deve mudar já no dia seguinte a esta apresentação”. Os dados recolhidos apontam, no entanto, para que o turismo internacional possa passar de 1,5 biliões viajantes, em 2024, para 2 biliões, em 2030. Mas haverá alterações na forma como as viagens serão feitas e o propósito das mesmas.

Victor Jorge

Com a apresentação do WTM Global Travel Report 2024 a decorrer num clima de grande incerteza, devido às eleições nos EUA, que ditaram a eleição de Donald Trump como 47.º Presidente dos EUA, Dave Goodger, Managing Director EMEA da Tourism Economics, começou por referir “que as empresas e os destinos turísticos estão a transformar-se e a reinventar-se para atender a um cliente mais perspicaz e exigente”, admitindo que “à medida que saímos totalmente das perturbações causadas pela pandemia, as preferências dos consumidores evoluíram”.

Prova disso é que os gastos do turismo de lazer atingirão 5,5 biliões de dólares (ligeiramente acima dos 5 biliões de euros), representando um crescimento de 24% face a 2019, reconhecendo Goodger que “os viajantes procuram agora mais experiências únicas e mais ricas do que nunca, desencadeando uma nova vaga de oportunidades para o turismo a nível mundial”.

Assim, prevê-se que as viagens internacionais atinjam, em 2024, um marco significativo de 1,5 biliões de viajantes, antecipando o WTM Global Travel Report 2024 que, em 2030, as chegadas de turistas internacionais possam aumentar para mais de 2 biliões, correspondendo a um aumento de 29%.

Europa lidera, mas olhem para a Ásia
Sem grandes alterações, os mercados avançados como os países da Europa Ocidental e os EUA continuarão a representar a maior parte dos mercados emissores. No entanto, revela o relatório apresentado no WTM London 2024, “os mercados emergentes deverão crescer mais rapidamente, com a procura chinesa a aparecer na linha da frente”, destacando Dave Goodger ainda “a Índia com um mercado a ter em atenção”.

As viagens de curta distância continuarão a dominar, especialmente no curto prazo, com muitas famílias a enfrentarem pressões financeiras acrescidas devido à inflação persistente dos últimos anos. “O contexto económico difícil está a moldar um consumidor cada vez mais consciente dos custos”, reconheceu o responsável da Tourism Economics. Os dados recolhidos revelam ainda que 80% dos profissionais do turismo inquiridos consideram que a “sensibilidade aos preços influenciará cada vez mais as viagens para o ano de 2025”.

O relatório da Tourism Economics revelou ainda que três quartos de todos os inquiridos continuam a dar prioridade às viagens, mas procuram opções “mais económicas”, bem como “novos destinos e experiências”. Já a duração média da estadia nas viagens internacionais continuará elevada, uma vez que algumas viagens mais curtas estão a ser sacrificadas e substituídas por viagens mais longas, frisando Goodger que “esta realidade faz parte da tendência ‘slow travel’” e que grande parte dos viajantes ouvidos estão agora mais interessados em conhecer “a cultura local do destino que visitam.

Na Europa, os maiores mercados – nomeadamente a Alemanha, a França e o Reino Unido – continuarão a impulsionar os gastos em lazer em 2025, beneficiando, ao mesmo tempo, de uma “maior atividade turística interna”, que, no caso da Alemanha representa cerca de 95% de todos os gastos com turismo de lazer.

Entretanto, o facto de cada vez mais viajantes procurarem experiências novas e mais acessíveis, o relatório aponta para que “o crescimento mais forte virá dos mercados mais pequenos”. Isto inclui mercados emergentes ou em desenvolvimento, como a Eslováquia, Azerbaijão, Albânia ou Arménia.

Já na América do Norte, o turismo interno continuará a ser o pilar da procura, influenciada pelos EUA, representando cerca de 90% das despesas de viagem. No entanto, as viagens internacionais de lazer deverão registar um crescimento de 9% ao ano até 2030, proporcionando “mais oportunidades para os mercados destinos”.

Já na Ásia, a recuperação mais lenta das viagens na China está a pesar sobre as perspectivas regionais, salientando o relatório que “tal situação está a ter um impacto desproporcionado nos vizinhos próximos, com a Tailândia e o Vietname particularmente dependentes dos viajantes chineses”. A recuperação para níveis de 2019 está “atrasada”, mas espera-se um crescimento global das despesas com viagens internacionais em cada um dos mais de 20 territórios em 2025, em comparação com 2024, com destaque para o Sri Lanka, Laos e Camboja.

“Slow travel“ de regresso
Outra conclusão do relatório frisa o aumento da classe média mundial que está a impulsionar o aumento da procura de novas experiências turísticas. “Isto está a levar a mudanças nos modelos tradicionais de viagem”, salientando o responsável da Tourism Economics o papel que a “tecnologia deverá desempenhar na influência e comportamento do viajante. Não se trata apenas e ter a tecnologia como fonte de informação, mas também como parte de um novo conjunto de ferramentas utilizado pelas empresas de viagens para melhorar a eficiência e oferecer experiências mais experiências mais envolventes”, referiu Goodger, considerando ainda que “a crescente adoção de novas tecnologias poderá aumentar significativamente a rendibilidade para as empresas de turismo”.

Certo é que a adoção de novas tecnologias é mais elevada entre os mais jovens, com a Geração Z muito mais dependentes da tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial (IA) para o planeamento das viagens.

Também as escolhas de viagens sustentáveis continuarão a ganhar destaque e a influenciar a atividade. “O elevado reconhecimento dos pontos negativos das viagens nos ambientes sociais, culturais e naturais, combinados com os impactos das alterações climáticas irá alterar os comportamentos dos viajantes, principalmente dos mais jovens”, considera Goodger. Este facto poderá alimentar ainda mais a tendência para as tais “viagens lentas”, uma vez que os consumidores dão prioridade às experiências, efetuando viagens mais longas e com maior significado.

A concluir, o relatório aponta ainda para “a possibilidade de os desafios climáticos e ambientais poderem levar ao desaparecimento de alguns produtos turísticos tradicionais em alguns países, à medida que as condições naturais se deteriorem”.

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Meeting Industry

“Os operadores britânicos estão a olhar para Portugal como uma boa aposta no presente, mas, principalmente, para o futuro”, admite SET no WTM London

No arranque do World Travel Market (WTM) London 2024, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, enfatizou a importância do mercado britânico para Portugal, visível na maior presença portuguesa no evento, com 112 empresas, mas, também, “na diversificação de produtos turísticos apresentados pelo país”.

Victor Jorge

Com o mercado britânico a representar cerca de 20% do turismo internacional em Portugal, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo (SET), referiu ao Publituris que a forma de fazer escalar este mercado passa, desde logo, “por esta grande presença de Portugal numa das maiores feiras mundiais do setor, com a presença de 112 empresas no stand do Turismo de Portugal”.

Pedro Machado fez questão de reforçar esta ideia, não só com a presença destas 112 empresas, mas pelo facto de “estas empresas representarem o todo do território nacional. Portugal já não se apresenta somente com o Algarve, Lisboa ou Madeira, mas como um país turístico completo e diversificado”.

“Durante muito anos, a nossa presença não espelhava, de facto, o que era Portugal em termos turísticos”, admitiu o SET. “Temos vindo a crescer e a mostrar um Portugal diferente, diverso e de valor. Temos visto crescer o Porto, o Centro, os Açores, o Alentejo, o que significa que existe hoje uma distribuição mais equitativa daquilo que é, por um lado, a aptidão para o mercado do Reino Unido do ponto de vista das nossas empresas, mas também, e esta é a justificação de estarem aqui, do Reino Unido olhar para Portugal de uma forma diferente, mais global, mais alargado e com maior diversidade”, salientando ainda o “reposicionamento de Portugal com novos produtos turísticos”.

“A presença do statement de ‘Portugal é Arte’ significa que somos gastronomia, natureza, mas também arte, enoturismo, literatura, turismo industrial”, frisando que “estamos, no fundo a abrir aquilo que são as nossas propostas de valor de um país que está mais moderno, mais competitivo e pode, perfeitamente, responder a várias motivações, a várias expectativas”.

Pedro Machado destacou ainda o que a sua própria presença, bem como do Turismo de Portugal, está a fazer no WTM. “Ainda agora terminei uma reunião com a Jet2 que vai ter voos diretos para o Porto, para o Algarve e vai pensar seriamente em reforçar a presença na Madeira. Isto significa que os próprios operadores britânicos estão a olhar para Portugal como uma boa aposta no presente, mas principalmente, para o futuro”.

Todo este cenário faz Pedro Machado antever que “possamos, definitivamente, ultrapassar a fasquia das 10 milhões de dormidas em 2024, depois de, em 2023, termos superado as 9 milhões de dormidas e chegado perto dos 4 milhões de hóspedes”.

Segundo as contas do SET, o mercado do Reino Unido deverá crescer “9% em receitas e 3% em fluxo”, o que faz Portugal chegar “muito perto dos 5 mil milhões de euros em receitas, somente do mercado britânico”.

Para Pedro Machado, esta realidade deve-se a “estarmos a intensificar as campanhas de promoção de Portugal, mas também por induzirmos as próprias regiões a fazer as suas campanhas”. E a prova disso está, segundo o SET, na “capacidade que temos estado a desenvolver para captarmos grandes eventos como o MotoGP, a WSL, vamos ter a ICCA, a Gala Michelin”, reconhecendo que “todos estes eventos seduzem positivamente estes operadores que reforçam a sua operação para o nosso país”.

Pedro Machado reforçou o destaque dado à “diversificação que temos mostrado não só ao nível dos produtos turísticos, mas também relativamente à aposta que temos feito no âmbito da sustentabilidade”. E novamente, a reunião com os responsáveis da Jet2 foi mencionada, já que “foi a própria Jet2 que quis mostrar o seu plano de sustentabilidade e a sua agenda na mitigação das alterações climáticas, da diminuição da pegada, da descarbonização e que contamina positivamente os consumidores”, revelou.

“Quando lançarmos a nossa Estratégia Turismo 2035 é, no fundo, olharmos para aquilo que é o cluster do turismo e percebermos da sua conectividade com outras áreas de intervenção e ação, sempre numa lógica de que Portugal se quer posicionar como um destino friendly em vários segmentos, mas também como um destino sustentável”, algo que reconhece “é cada vez mais relevante para o turista britânico”.

Quanto ao poder influenciador do mercado britânico, Pedro Machado admite que “um mercado com 70 milhões de pessoas pode sempre influenciar outros mercados emissores. Estamos a falar de uma das praças financeiras mais poderosas do mundo, aqui se cruzam imensas geografias, o que significa que a imagem de Portugal, que é francamente positiva, pode alargar-se de forma exponencial”.

A concluir, o secretário de Estado do Turismo não deixou de frisar um fator muito importante, não só para o mercado britânico, mas para todos: “a segurança. A perceção que o mundo tem de Portugal relativamente ao facto de ser um destino seguro não tem preço”, concluindo que, “aliado à boa perceção internacional na saúde, Portugal apresenta padrões que jogam, para ganhar, em qualquer mercado”.

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Enoturismo

“Este é um projeto pioneiro, somos o primeiro canal de enoturismo do mundo”

Lançada a 18 de outubro, a Wine Tourism TV afirma-se como um projeto pioneiro, que a APENO – Associação Portuguesa de Enoturismo lançou para ajudar a promover e internacionalizar a oferta nacional de enoturismo. O Publituris falou com Maria João Almeida, presidente da associação, para conhecer todos os detalhes deste projeto.

Inês de Matos

Nascida mesmo à beira da pandemia, a APENO tem o objetivo organizar o sector, de nivelar por cima o enoturismo nacional e de promover a sua internacionalização, razões que já levaram a associação a lançar vários projetos, entre os quais o recém-lançado canal WineTourism TV. Segundo Maria João Almeida, presidente da APENO, a plataforma é inédita e vai ajudar muito à promoção, contribuindo para que o enoturismo português se torne numa referência lá fora e ajude a atrair novos públicos para Portugal. “O enoturismo pode ser um catalisador para que os estrangeiros descubram vários destinos vitivinícolas portugueses”, considera a responsável, que revela ainda ao Publituris outros projetos que a associação tem em carteira e que visam igualmente afirmar o enoturismo nacional.

A APENO lançou, a 18 de outubro, o Wine Tourism TV, o primeiro canal de televisão nacional dedicado ao enoturismo. Porque surgiu a ideia de lançar este canal?

A Wine Tourism TV foi pensada para internacionalizar o nosso enoturismo. A APENO – Associação Portuguesa de Enoturismo nasceu antes da pandemia, precisamente para nivelar por cima o enoturismo português.
Antigamente, o vinho português tinha uma conotação negativa por ser barato, havia algum preconceito e o enoturismo era colocado na mesma carruagem. Mas, a partir do momento em que o nosso vinho tem uma perceção de qualidade diferente, principalmente nos concursos internacionais, o enoturismo tinha de ir atrás.
Portanto, um dos principais objetivos da APENO é nivelar por cima o enoturismo português. Como tal, e como este é um setor que, apesar de tudo, precisa de muita organização e que não tem enquadramento, obviamente, tínhamos muita coisa para fazer, mas também tínhamos de começar a pensar nessa internacionalização.

A ideia do canal de televisão já nasceu com a associação, ou seja, desde o início que existia a ideia de lançar a Wine Tourism TV?

Não exatamente. A associação nasceu para organizar o setor porque é inacreditável que, sendo o enoturismo um dos pilares das políticas do turismo, não houvesse um enquadramento legal, nem um conceito legal para o enoturismo. Isso leva a grandes confusões, até porque o conceito do enoturismo não existia, assim como não existe legislação especifica em Portugal. Já existe legislação em Itália ou no México, mas não temos em Portugal, onde o enoturismo nem é considerado uma atividade económica.
Portanto, havia tanta coisa para organizar que, quando a associação nasceu, foi exatamente para regularizar o setor, para falar com o Governo e com as autoridades, abordando esta necessidade. Não nos parece possível que o Turismo de Portugal queira que o enoturismo seja um dos pilares do turismo mas, depois, nada esteja organizado.
Já chateámos toda a gente, porque esta problemática foi apresentada ao Turismo de Portugal, partidos políticos e até ao Presidente da República, e temos feito, realmente, alguns progressos. O governo já nos ouve de outra forma, já nos disse que a situação vai melhorar, apesar de não sabermos muito bem o que isso quer dizer.
O papel de uma associação não é só defender os interesses dos associados, é também promover o melhor possível esses mesmos associados e, como nós não temos enquadramento legal nem apoio do Estado, a única forma que tivemos de fazer esta promoção foi juntando-nos a empresas que nos ajudaram na construção do canal.

 

Se queremos que o enoturismo português seja tão bom como qualquer enoturismo a nível mundial, temos de o promover de forma profissional. Acredito que o canal vai ajudar muito à promoção

 

Qual tem sido a reação e feedback relativamente ao lançamento da Wine Tourism TV?

O feedback tem sido incrível. Fizemos alguns programas piloto e os nossos associados estão contentes com o resultado porque é um trabalho profissional. Se queremos que o enoturismo português seja tão bom como qualquer enoturismo a nível mundial, temos de o promover de forma profissional. Acredito que o canal vai ajudar muito à promoção.
E, apensar de não termos apoio estatal, trabalhamos com todas as comissões vitivinícolas nacionais, os institutos do vinho e com as ERT do turismo. Isso é importantíssimo porque demonstra que estas entidades estão connosco e todos enviaram vídeos das suas regiões, o que nos dá uma grande diversidade de conteúdos.
Estamos a trabalhar neste canal há mais de um ano e acredito que o seu potencial é incrível. Será algo também importante para que o Turismo Portugal, que é a única entidade que não trabalha connosco, e a quem nós apresentámos o projeto mas que não o considerou relevante, perceba o potencial disto.  Não posso deixar de achar estranho que todos estejam a trabalhar connosco, menos o Turismo de Portugal, que tem um pilar da sua estratégia no enoturismo.

Em que consiste a programação da Wine Tourism TV?

Neste momento, será mais centrada nos nossos associados, queremos dar uma primazia aos associados. E até nos parece uma vantagem, uma vez que na nossa lista de associados temos os melhores enoturismos de Portugal. A APENO já representa, a nível vitivinícola, mais de 80% da produção nacional nos seus associados. Temos também garrafeiras e agências de viagens, ou seja, empresas do setor do turismo que trabalham o enoturismo. Isso também acontece com hotéis, nomeadamente os que se localizam em espaço rural, mas também nos urbanos que dão atenção ao enoturismo, uma vez que o enoturismo não é só praticado nos meios rurais, existe também nas cidades.
Além dos nossos associados, temos uma programação específica feita pela APENO, com um programa chamado “O Mundo do Enoturismo” e as Wine Tourism Talks, ou seja, conversas sobre enoturismo, em que falamos com pessoas não só do setor, a exemplo de personalidades famosas, que já visitaram adegas e gostam desta área.
Temos ainda um noticiário semanal, apoiado pela inteligência artificial porque vamos fazer esse noticiário com um avatar, que se vai chamar Daniel Garcia, escolhemos este nome porque é um nome que também existe em inglês.
Mas o objetivo é apostar nas CVR, nas ERT e nos produtores que queiram algum programa porque temos uma equipa altamente preparada.

Objetivo: internacionalizar o mais possível

O canal vai estar disponível apenas em português?

Vai estar disponível em português, mas toda a programação aparece em inglês. Não fazia sentido, apesar de um dos nossos mercados principais ser o Brasil, que o canal estivesse disponível apenas em português. Queremos internacionalizar o mais possível e, como tal, tínhamos de disponibilizar os conteúdos em inglês.

 

O enoturismo pode ser um catalisador para que os estrangeiros descubram outros destinos portugueses


Quais são os mercados que a APENO pretende atingir com este canal?

Temos dados muito específicos sobre os mercados. Neste momento, os nossos principais mercados são os EUA, que representam 19,2%, e o Brasil, com 16,1%. Mas, depois, temos países como o Canadá, Itália, França e Espanha, que são fortíssimos na internacionalização e que também são possíveis espectadores dos nossos programas, porque são países fortes no enoturismo e aos quais queremos mostrar a nossa oferta.
Por outro lado, este é um projeto pioneiro, somos o primeiro canal de enoturismo do mundo. Não conheço outro projeto semelhante e devo dizer que, antes de avançarmos, fizemos uma investigação alargadíssima, até junto das delegações do AICEP, para saber se havia algum canal do género e não existe. É algo pioneiro, queria que tivéssemos sido o primeiro país a ter legislação para o enoturismo e não fomos, mas somos pioneiros com o lançamento da Wine Tourism TV.

Como é que o canal é financiado, por parte da associação e dos associados, ou existem apoios de fundos comunitários, por exemplo?

Não tivemos hipótese de concorrer a nada porque não existe nenhum fundo para a promoção ou internacionalização do enoturismo. Há do vinho, mas não do enoturismo.
Portanto, ficámos muito tristes e pensámos que não iríamos conseguir avançar com o projeto, mas, embora a APENO seja uma associação sem fins lucrativos, não somos uma associação com uma visão não lucrativa. Temos de ter uma visão empresarial do setor porque se não tivermos essa visão, os nossos associados não ganham.
Portanto, reunimos com empresas e com os associados, onde dissemos que tínhamos um projeto importante para a internacionalização e visto que não tínhamos a capacidade de recolher apoios públicos, nem de concorrer a nenhum fundo comunitário, foi com a ajuda das empresas que avançámos. Já gastámos cerca de 100 mil euros ao longo destes últimos meses, tudo com o trabalho e investimento das empresas.

Setor estratégico ou nem por isso?

Qual é a opinião da APENO sobre a estratégia nacional para o enoturismo e a forma como o Turismo de Portugal tem vindo a promover a oferta?

Achamos importantíssimo que exista uma estratégia e, aliás, ficámos muito felizes por perceber que o enoturismo estava incluído nessa estratégia.
Não estamos, em absoluto, contra o Turismo de Portugal, queremos trabalhar com o Turismo de Portugal e achamos que é muito importante dar as mãos ao Turismo de Portugal, porque já damos as mãos a todas as outras entidades.
Queremos trabalhar com o Turismo de Portugal mas não entendemos porque é que o Turismo de Portugal não se aliou a este projeto. É muito estranho, principalmente a partir do momento em que o enoturismo passou a ser um pilar estratégico, que o Turismo de Portugal não apoie a única associação dedicada ao enoturismo do país.

A APENO tem alguma justificação para essa falta de apoio?

Não sei, penso que nos podíamos ajudar uns aos outros mas não podemos deixar de dizer que não há qualquer relação e não entendemos porquê, uma vez que somos pessoas profissionais, que leva isto muito a sério e que quer realmente ver o enoturismo a ser desenvolvido. E, lá está, a representação dos nossos associados é de cerca de 80% do universo do enoturismo nacional, sem falar no próprio setor do turismo. Temos, por exemplo, a Abreu, que é uma das maiores agências de viagens do país, a trabalhar connosco. As maiores garrafeiras também estão a trabalhar connosco, assim como os restaurantes. O que é que falta? Falta o Turismo de Portugal.
O Turismo de Portugal faz as suas escolhas, agora, nós não podemos mais ficar calados. É até inacreditável que o Turismo de Portugal tenha formado um conselho estratégico para o enoturismo sem incluir a APENO, que é a única associação do país a dedicar-se ao enoturismo. Mas, o mais curioso, é que esse conselho estratégico, que foi formado há cerca de dois anos, reuniu apenas uma ou duas vezes. É algo inacreditável.
Não estamos aqui para dar alfinetadas a ninguém, queremos trabalhar com todos, mas a verdade é que há imenso tempo que temos vindo a apresentar iniciativas e a concorrer a projetos que foram chumbados, e nunca conseguimos trabalhar com o Turismo de Portugal. Portanto, para termos voz, temos de reclamar e, se a associação está a ter sucesso, é porque estamos a desempenhar bem o nosso papel.

 

Não posso deixar de dizer que é muito estranho, principalmente a partir do momento em que o enoturismo passou a ser um pilar estratégico, que o Turismo de Portugal não apoie a única associação exclusivamente dedicada ao enoturismo do país


Relativamente à promoção do enoturismo, que outros projetos tem a APENO em carteira, além da televisão, para promover a oferta nacional?

Temos muita coisa, lá está, dentro das nossas possibilidades. Por exemplo, ainda não conseguimos avançar com a revista. Temos a Wine Tourism Magazine pronta, só que ainda não conseguimos divulgar isso.
Atualmente, vivemos num mundo de vídeos, a procura por vídeos está cada vez a aumentar mais e o que estamos a fazer é a seguir essa tendência. A nossa revista também não é uma revista qualquer, é uma revista de autor, trimestral e que é dirigida a assinantes. E devo dizer que este projeto também tem recebido um bom feedback, toda a gente gosta do projeto a nível gráfico e a nível de conteúdos mas ficou um pouco para trás também porque ainda não tivemos a possibilidade de financiar o site, porque será uma revista que também tem a vertente online. Agora com o canal de televisão, quem sabe se até será possível inserir a revista no Wine Tourism TV.
Neste momento, temos uma newsletter nacional que chega aos associados e, com o lançamento da Wine Tourism TV, vamos começar a anunciar não só notícias dos nossos associados, como as coisas que a APENO faz, as festas e os eventos, para que os jornalistas internacionais possam ter acesso a esses conteúdos.
Temos trabalhado com algumas ERT que nos têm ajudado ao nível dos jornalistas internacionais e agora queremos começar a trazer esses jornalistas internacionais para cá, em colaboração com as ARPT que trabalham o setor a nível internacional.
E temos estado ainda, através da Wine Tourism TV, em contacto com empresas de media e transportes para estarmos presentes nos ecrãs dos meios de transporte. Por exemplo, os comboios têm televisão e queremos que esses ecrãs comecem a passar a Wine Tourism TV. Temos feito vários contactos para alargar a divulgação deste canal.

Motivo para atrair novos turistas

Como está a procura pelo enoturismo nacional?

Os principais mercados são o americano e o brasileiro, assim como são para o turismo em geral. A questão é que temos apenas estudos de oferta e procura, não temos nenhum de quantificação, ou seja, não sabemos quanto é que vale o enoturismo, nem sabemos, entre os turistas que vêm a Portugal, quantos vão para o enoturismo.
Seria importante que conseguíssemos quantificar o setor mas só temos valores do investimento estrangeiro e, em 2024, estima-se um investimento estrangeiro de cerca de oito mil milhões de euros em Portugal, podendo o investimento no enoturismo representar 10%. Numa perspectiva a três anos, pensamos ser possível atingir os mil milhões de euros. Estes valores mostram o grande potencial do enoturismo.

Até que ponto o enoturismo pode ser um trunfo para atrair para Portugal turistas de mercados que são, aos dias de hoje, ainda pouco representativos?

Sem dúvida que o enoturismo pode ter esse papel. Fora questões de religião, todos os mercados são possíveis, principalmente o chinês, seria fantástico atrair os chineses, os indianos e todos os mercados impensáveis.
As pessoas que gostam de vinho podem ser atraídas pela qualidade do nosso vinho. É isso queremos fazer com esta questão da comunicação e até me espanta como é que não se pensou mais cedo na promoção digital, porque, virtualmente, podemos dar a conhecer as quintas e as atividades que temos a esses mercados.
Se pensarmos na Hungria, por exemplo, um país com ótimos vinhos mas que não representa um grande mercado em Portugal, o enoturismo pode ser uma oportunidade, porque um húngaro que seja impactado por esta promoção, via web, vai descobrir que Portugal tem coisas tão interessantes como Itália, África do Sul ou França. Por vezes as pessoas pensam nesses países porque, da nossa parte, não houve um esforço de comunicação que pudesse chamá-los para Portugal. Se começarmos a aparecer em vídeos, na internet, vamos começar a captar esses turistas inesperados.
Atualmente, temos a web para facilitar a promoção, principalmente quando a procura de vídeos está a crescer.  Em Portugal, a procura de vídeos ‘over top’, que são distribuídos pela internet, atingiu, em 2023, 5,4 milhões de visualizações. Por outro lado, o Advertising Video On Demand (AVOD), em 2023, apresentou proveitos de 29 milhões de euros. Ou seja, nota-se um aumento da procura desses conteúdos e também se estima um crescimento de 8% até 2027. Os anunciantes olham para este crescimento e começam a perceber que o vídeo também é um bom meio de anunciar.

Em que medida pode o enoturismo contribuir para desenvolver novos destinos nacionais, uma vez que os estrangeiros, por norma, conhecem o Douro e o Alentejo, mas podem não ter ideia de que há quintas e vinhos por todo o país?

Sem dúvida. Geralmente, quando algum jornalista estrangeiro vem a Portugal, tentamos mostrar aquilo que pensamos que lhe vai interessar, que são as regiões mais visíveis, como o Douro, que a nível internacional é o mais visível, e o Alentejo, que a nível nacional é o mais visível mas que tem vindo a ganhar também projeção internacional, assim como a região dos vinhos verdes.
Mas se dissermos a esses turistas que, no resto do país também há vinhos incríveis, podemos dar a conhecer projetos fantásticos e que se localizam em regiões que ninguém imaginaria. Estou a pensar, por exemplo, na Azores Wine Company, onde as pessoas chegam e descobrem uma adega fantástica, assim como é a Madeira Wine Company. Apesar dos mais conhecidos serem os licorosos, a Madeira também tem vinhos de mesa fantásticos e com um perfil completamente diferenciador porque têm uma salinidade que a vinha absorve. Isto é incrível e é muito giro as pessoas verem essas coisas através do vinho e do enoturismo.
Portanto, sim, o enoturismo pode ser um catalisador para que os estrangeiros descubram outros destinos portugueses.

 

Em 2024, estima-se um investimento estrangeiro de cerca de oito mil milhões de euros em Portugal, podendo o investimento no enoturismo representar 10%. Numa perspectiva a três anos, pensamos ser possível atingir os mil milhões de euros. Estes valores mostram o grande potencial do enoturismo


Para terminar, queria saber quantos associados tem a APENO atualmente, esse número tem vindo a subir, a descer ou tem-se mantido?

Lançámos a associação um mês antes da pandemia e, por isso, foi difícil arrancar com o projeto e receámos não ter associados, mas a verdade é que, até ao final de 2020, já tínhamos cerca de 20 associados. Isso só prova a necessidade que o setor tinha de ser organizado. Entretanto, fomos crescendo e, neste momento, temos 140 associados, é um número muito bom e que tem vindo sempre em crescendo.
Há imensas vantagens para as empresas associadas da APENO, oferecemos aconselhamento legal e profissional, e todos aqueles serviços que são sempre vantajosos para os associados. A APENO fornece os meios e as armas para que os associados possam trabalhar mas são os produtores que têm de estruturar a oferta e apresenta-la aos canais certos. Por isso, houve empresas que entraram e depois saíram, porque estavam à espera de fazer negócio fácil e não é para isso que uma associação serve. Estamos aqui para encontrar os meios mais viáveis para as pessoas poderem trabalhar, mas se o trabalho de casa não for feito, não podemos fazer milagres.
Portanto, o número de associados tem vindo sempre a crescer e a verdade é que, nos três primeiros anos, ninguém desistiu, as entradas foram sempre mais do que as saídas.

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Destinos

Espanha recebe 74 milhões de turistas internacionais até setembro

Em setembro, Espanha recebeu 9,6 milhões de turistas, correspondendo a uma subida de 9,1%. Já no acumulado do ano, a subida foi quase de 11% para perto de 74 milhões. Os visitantes portugueses aumentaram em ambos os períodos em análise.

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Mais de 73,9 milhões de turistas estrangeiros visitaram Espanha até setembro, mais 10,9% do que no período homólogo de 2023. Este é o valor mais alto para este período na série Frontur, uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol. De igual modo, segundo o Egatur, as despesas efetuadas por estes viajantes foram de 99,1 mil milhões de euros.

Os principais mercados emissores nos primeiros nove meses do ano foram o Reino Unido, com mais de 14,7 milhões de turistas (+7,4%); França, com quase 10,3 milhões (+10,5%), e Alemanha, com quase 9,4 milhões (+8%).

No acumulado do ano, Portugal surge com 2,4 milhões de turistas (+6,4%), enquanto a análise mensal dá uma subida de 7,6%, correspondendo a pouco mais de 303 mil portugueses a visitarem o território espanhol no novo mês de 2024.

As comunidades autónomas que receberam mais turistas durante este período de nove meses foram a Catalunha com 15,8 milhões (+10%), seguindo-se as Ilhas Baleares com 13,3 milhões (+5,9%) e Ilhas Canárias com11 milhões (+10%).

Recorde-se que Espanha recebeu pouco mais de 85 milhões de turistas internacionais em 2023, um novo número histórico.

Nas dormidas, Espanha regista mais de 107 milhões nestes primeiros nove meses de 2024, uma subida de 10% face aos mesmos meses de 2023.

Em setembro deste ano, Espanha recebeu 9,6 milhões de turistas, uma subida de 9,1% face a igual mês de 2023, enquanto as dormidas aumentaram 6,6% para 13,2 milhões.

Nesta análise mensal, o mercado do Reino Unido é o único a ultrapassar a fasquia dos 2 milhões, seguindo-se Alemanha e França acima do milhão (1,3 milhões e 1,1 milhões, respetivamente.

No que diz respeito aos gastos dos turistas, o Egatur revela que, até setembro, os visitantes internacionais atingiram 99.086 milhões de euros, sendo o Reino Unido o país com maior despesa acumulada, 18,4% do total. Seguiram-se a Alemanha (12,1%) e a França (9%).

As regiões autónomas que mais beneficiaram das despesas efetuadas por estes viajantes foram a Catalunha, com 19,1% do total, as Ilhas Baleares, com 17,5%, e as Ilhas Canárias, com 16,7%.

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Turismo cresce em setembro à custa dos não residentes

A atividade turística voltou a crescer no mês de setembro, embora os dados demonstrem que não foram os residentes nacionais a contribuir para essa evolução, mas sim os estrangeiros. No acumulado, Portugal soma 24,6 milhões de hóspedes e 63,6 milhões de dormidas.

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A atividade turística em Portugal registou 3,3 milhões de hóspedes e 8,4 milhões de dormidas em setembro de 2024, correspondendo a variações de +2,8% e +2,4%, respetivamente (+5,9% e +3,9% em agosto de 2024, pela mesma ordem), indicam os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As dormidas de residentes registaram um ligeiro decréscimo de 0,3% (após +4,7% em agosto), correspondendo a 2,3 milhões, enquanto as dos não residentes cresceram 3,5% (+3,4% em agosto), totalizando 6,1 milhões.

Na análise mensal ao número de hóspedes, verifica-se que todas as regiões do país registaram crescimentos, com as maiores evoluções a denotarem-se nos Açores (+7,5%), seguindo-se o Centro (+5,6%) e a Península de Setúbal (+4,8%). Os crescimentos menores foram atingidos no Oeste e vale do Tejo (+0,3%), Alentejo (+0,6%) e Madeira (+0,9%).

Assim, no número de hóspedes, Lisboa lidera com 806 mil, seguindo-se o Norte com 773 mil e Algarve com 607 mil.

Já na análise por hóspedes residente e não residentes, depois de destacada a descida verificada nos turistas nacionais (-0,6%) verifica-se que somente o Norte (293.025 vs 292.891), Centro (184.201 vs 175.181) e Açores (37.666 vs 37.351) aumentaram o número de residentes em setembro de 2024 face ao mesmo mês de 2023.

Já nos hóspedes não residentes, o INE mostra que houve uma subida de todas as regiões, com Lisboa a somar 646 mil, seguindo-se o Porto com 480 mil e, em terceiro lugar, o Algarve com 452 mil.

A liderança nos hóspedes não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico pertence ao Reino Unido com 286 mil turistas, seguindo-se os EUA com 262 mil e Espanha com 210 mil.

Nas dormidas, os dados do INE indicam, igualmente uma subida em todas as regiões, com os Açores liderarem os crescimentos, tendo obtido mais 9% que em igual período do ano passado, ou seja, passaram de 331 mil para 362 mil. Aqui, também o Centro ocupa o segundo lugar, com um crescimento de 6,2% (passando de 492 mil para 522 mil), seguindo-se o Norte (+4,6%, ou seja, de 1,418 milhões para 1,483 milhões). Já entre as regiões que registam os crescimentos menores contam-se a Madeira (+0,1%) e Algarve (+0,9%).

Nas dormidas, a liderança pertence ao Algarve com 2,4 milhões, seguido de Lisboa com 1,9 milhões e do Porto com 1,483 milhões.

Passando às dormidas de residentes por região no mês de setembro, cinco das nove NUTS II analisadas pela INE registam subidas e quatro descidas. Assim, Norte (de 457 mil para 481 mil), Centro de 289 mil para 302 mil), Oeste e Vale do Tejo (de 159 mil para 168 mil), Península de Setúbal (de 67 mil para 70 mil), e Alentejo (210 mil para 228 mil) apresentam números positivos, enquanto Lisboa, Algarve, Açores Madeira, ficaram no vermelho.

Situação contrária é registadas nas dormidas não residentes, análise na qual o INE demonstra uma subida em todas as regiões. As duas únicas regiões a ficaram acima do milhão foram o Algarve (1,845 milhões) e Lisboa (1,533 milhões), embora o Norte se aproxime cada vez mais, terminado o nono mês com 937 mil hóspedes não residentes.

Os 10 principais mercados emissores, em setembro, representaram 77,3% do total de dormidas de não residentes neste mês, com o mercado britânico a manter-se com o maior peso (19,8% do total das dormidas de não residentes em setembro) com 1,2 milhões e a registar um aumento de 0,2% face ao mês homólogo.

As dormidas do mercado alemão (738 mil), o segundo principal mercado emissor em setembro (11,9% do total), diminuíram 1,9%. Seguiu-se o mercado norte americano, na 3.ª posição (quota de 10,7%, equivalente a 577 mil), que cresceu 13,5%.

No grupo dos 10 principais mercados emissores em setembro, o mercado canadiano foi o que registou o maior crescimento (+14,6% para 200 mil). Em sentido contrário, destacaram-se os decréscimos registados pelos mercados brasileiro (-5,9% para 246 mil) e francês (-1,5% para 452 mil).

Em setembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,59 noites) continuou a diminuir 0,4% (-2,0% em agosto). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na RA Madeira (4,68 noites) e no Algarve (3,99 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,78 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,81 noites).

Em setembro, a estada média dos residentes (2,09 noites) aumentou 0,3% e a dos não residentes (2,85 noites) decresceu 1,1%.

A estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões, com exceção do Alentejo. A RA Madeira registou as estadas médias mais prolongadas por parte dos não residentes (4,99 noites), enquanto o Algarve registou as estadias mais longas por parte dos residentes (3,64 noites).

Acumulado rumo a novo recorde
No 3.º trimestre de 2024, as dormidas aumentaram 3% (+2,9% no 2.º trimestre). As dormidas de residentes cresceram 1,1% (-0,7% no 2.º trimestre) e as de não residentes aumentaram 3,9% (+4,3% no trimestre anterior). Importa relembrar que os resultados do 2º trimestre foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que este ano se repartiu entre março (1.º trimestre) e abril (2º trimestre), enquanto no ano anterior se concentrou apenas no 2.º trimestre.

De janeiros a setembro de 2024, Portugal registou 24,6 milhões de hóspedes, correspondendo a uma subida de 4,8% face aos 23,5 de igual período do ano passado.

Nesta análise do INE, os residentes aumentaram 2,3%, passando de 9,1 milhões para 9,3 milhões. Já nos não residentes, a subida foi mais acentuada (+6,4%), passando de 14,3 milhões para 15,3 milhões.

Nesta comparação dos números acumulados de 2024 com 2023, regista-se que todas as regiões obtiveram subidas com destaque para os 7,7% dos Açores (de 758,2 mil para 816,2 mil), dos 6,9% da Península de Setúbal (de 555,2 mil para 593 mil) e dos 6,3% do Norte (de 5,4 milhões para 5,7 milhões). As menos subidas foram registadas na Madeira (1%) e Algarve (2,4%).

Já na comparação das dormidas dos primeiros nove meses de 2024 com os mesmos meses de 2023, registou-se uma subida de 3,9%, passando-se de 61,2 milhões para 63,5 milhões. Também aqui todas as regiões estão no “verde”, com destaque para as subidas dos Açores (8,8%, de 2,3 milhões para 2,5 milhões), do Norte e Oeste Vale do Tejo, ambos com +6%, passando de 10,4 milhões para 11 milhões e de 2,6 milhões para 2,7 milhões, respetivamente.

Nas hóspedes não residentes, o Reino Unido lidera nos primeiros noves meses de 2024, com muito perto de 2 milhões de turistas, seguindo-se Espanha com 1,9 milhões, EUA com 1,8 milhões e Alemanha e França, ambos com 1,3 milhões.

Já nas dormidas não residentes, o Reino Unido aparece destacado com quase o dobro do segundo do ranking. Assim, o mercado britânico foi responsável por mais de 8,2 milhões de dormidas, seguindo-se a Alemanha com 4,9 milhões, Espanha com 4,5 milhões e EUA com 4 milhões, sendo estes os únicos mercados com dormidas acima das 4 milhões no acumulado de 2024.

 

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Lusófona comemora 60 anos de ligação entre Portugal e Cabo Verde

60 anos depois do primeiro voo da TAP para Cabo Verde e após a inauguração do primeiro voo low cost por parte da easyJet entre os dois destinos, a Universidade Lusófona comemora estas datas com uma conferência.

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No dia 4 de novembro de 1964, inaugurava-se o primeiro voo comercial, operado pela TAP, entre Lisboa e a ilha do Sal, em Cabo Verde. Quase 60 anos depois, a 29 de outubro de 2024, coube à companhia aérea easyJet realizar o primeiro voo low cost entre os mesmos destinos.

Para comemorar estas duas datas, a Universidade Lusófona organiza a 4 de novembro, pelas 14h00, um evento especial que celebra estas duas datas de grande relevância para a história da aviação entre Portugal e Cabo Verde.

O evento contará com a presença de especialistas da área da aviação, turismo, economia e direito, e será composto por três mesas redondas que discutirão o impacto e as perspectivas futuras deste marco na cooperação luso-cabo-verdiana.

O painel de aviação explorará o passado e o futuro dos voos entre Portugal e Cabo Verde, marcando presença Mário Chaves, COO da TAP Air Portugal; Jorge Benchimol Duarte, CEO da Cabo Verde Airports; e José Lopes, country manager da easyJet em Portugal.

O painel de turismo painel abordará o impacto da aviação no setor turístico de Cabo Verde e contará com a presença de José Correia Guedes, ex-comandante da TAP e autor de livros; Nuno Mateus, CEO da Solférias; Mário Almeida, membro do Board e ex-delegado da Cabo Verde Airlines; e a administradora da cadeia de Hotéis Oásis.

Finalmente, no painel de Lei e Economia, para discutir as implicações jurídicas e económicas deste setor, participarão Ana Vieira da Mata, presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC); Hugo Ramos Alves, professor de Direito; e Avelino Bonifácio Lopes, economista cabo-verdiano.  A moderação das mesas redondas será assegurada por:

O evento, de entrada livre, decorrerá no Auditório Agostinho da Silva, no Campo Grande, em Lisboa, e tem como objetivo estimular o diálogo entre especialistas e público sobre os desenvolvimentos e desafios da ligação entre Portugal e Cabo Verde, com ênfase na relevância da aviação para a economia, turismo e relações bilaterais, envolvendo a academia na participação, debate e resolução dos desafios da mobilidade dentro da CPLP.

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Transportes

Edelweiss Air reforça ligações entre Suíça e Açores em 2025

A companhia aérea Edelweiss Air vai reforçar, a partir de março de 2025, os seus voos de Zurique (Suíça) para Ponta Delgada (Açores) e introduzir uma nova rota para a ilha Terceira.

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Segundo uma nota de imprensa da Associação Visit Azores, a partir do início de março e até novembro de 2025, a Edelweiss Air operará uma frequência semanal para o aeroporto de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

A partir de maio, a transportadora introduzirá uma segunda frequência semanal, que continuará até outubro, e durante os meses de junho a setembro haverá uma terceira frequência por semana. Já a nova rota ligando Zurique à ilha Terceira terá uma frequência semanal de junho a setembro.

Segundo a Visit Azores, entidade responsável pela promoção externa do arquipélago, este novo percurso representa “uma oportunidade única para aumentar a visibilidade da ilha e distribuir melhor os fluxos turísticos, contribuindo para um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável das ilhas”.

A aeronave que fará as ligações será o Airbus A320-NEO, com 174 lugares.

A Visit Azores sublinha que esta ação é resultado de “uma forte aposta” no mercado da Suíça, em décimo no lugar no ranking dos mercados emissores de turistas para a Região Autónoma dos Açores, com um número de dormidas de 26.115 em 2023, o que representa um crescimento de 30% face a 2022.

Citado na nota de imprensa, o presidente da associação, Luis Capdeville, referiu que a expansão da operação da Edelweiss Air para a região “fortalece a conectividade” com a Europa e assinalou “a crescente atratividade dos Açores” enquanto destino turístico de excelência.

“A nova rota para a ilha Terceira é uma grande vitória, proporcionando aos visitantes uma oportunidade única de acesso mais direto às ilhas do grupo Central, bem como de entrar e sair da região por aeroportos diferentes”, considerou.

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Distribuição

Sabre e TAP expandem acordo de acesso a conteúdo NDC para agentes de viagens

A TAP e a Sabre alargaram o acordo de distribuição de conteúdos, podendo os agentes de viagens, a partir de agora, solicitar a ativação para ofertas NDC.

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A Sabre Corporation e a TAP Air Portugal acabam de expandir o acordo de distribuição, possibilitando aos agentes de viagens conectados ao Sabre começar, imediatamente, a solicitar a ativação para ofertas NDC. Uma vez ativados, os agentes de viagens têm a possibilidade de reservar ofertas NDC da TAP Air Portugal, juntamente com o conteúdo EDIFACT tradicional da companhia aérea portuguesa.

Justin Jovignot, diretor de Distribuição e Estratégia Comercial da TAP Air Portugal, refere que “a extensa rede Sabre oferece uma oportunidade valiosa para disponibilizar o nosso conteúdo NDC para agentes de viagens e viajantes em todo o mundo”, reconhecendo “o papel vital que os agentes de viagens desempenham no nosso sucesso”, destacando ainda a “dedicação em equipá-los com as ferramentas necessárias para oferecer um serviço excecional.”

De acordo com o comunicado enviado pela empresa fornecedora de software e tecnologia em viagens, os agentes conectados ao Sabre podem começar a fazer solicitações de ativação para comprar, reservar e emitir as ofertas NDC da TAP Air Portugal. Essas ofertas ficarão lado a lado com o conteúdo tradicional do Sabre, oferecendo aos agentes de viagens “uma gama abrangente de opções para melhor atender seus clientes”, adiantando que “os agentes poderão aceder ao conteúdo por meio das API de ofertas e pedidos do Sabre, da solução de ponto de venda da agência, o Sabre Red 360, e da ferramenta de reservas corporativas, o GetThere”.

“O principal mercado de viagens do Sabre integra perfeitamente uma ampla gama de ofertas de fontes tradicionais e novas, incluindo NDC”, refere Alessandro Ciancimino, vice-presidente de distribuição de companhias aéreas da EMEA da Sabre Travel Solutions.

Segundo o mesmo, o acordo com a TAP demonstra o “compromisso em equipar os agentes de viagens com o conteúdo de várias fontes, disponibilizadas no GDS Sabre, para oferecer experiências de viagem aprimoradas aos clientes e melhorar a eficiência operacional”.

O acordo aponta ainda a evolução da indústria de viagens para um retalho moderno, salientando que o NDC “permite às companhias aéreas personalizarem melhor as ofertas e oferecerem aos viajantes experiências mais satisfatórias”.

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Cascais recebe evento mundial de treino em aviação

De 5 a 7 de novembro, Cascais será palco do maior evento a nível mundial de treino em aviação

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Cascais recebe, pela segunda vez, o maior evento a nível mundial de treino em aviação que irá reunir as principais empresas da indústria da aviação. O Centro de Congressos do Estoril vai receber, de 5 a 7 de novembro, mais de 1.200 participantes de 60 nacionalidades, entre eles os líderes executivos de gigantes como a Airbus, Boeing, CAE, Lufthansa ou L3Harris.

Só estas cinco empresas empregam mais de 120.000 pessoas em todo o mundo e têm uma receita superior a 250 mil milhões de euros.

O European Airline Training Symposium (EATS) vai permitir a realização de várias conferências, e é, também, uma feira comercial e um espaço de networking para os líderes mundiais do treino em aviação.

Ao longo destes três dias serão divulgadas as mais recentes tecnologias no treino, apresentados os avanços inovadores no setor e discutidas as questões mais urgentes da indústria, bem como o futuro da aviação e conta pela primeira vez com o ramo da manutenção aeronáutica.

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“Lucy” on short final into YYZ

Aviação

Euroairlines consolida presença no mercado africano com aliança com a Ethiopian Airlines

A partir desta aliança a Ethiopian Airlines poderá aceder aos mais de 60 países onde a Euroairlines está presente.

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A Ethiopian Airlines escolheu a Euroairlines para gerir as suas rotas domésticas e internacionais, após a assinatura de um acordo de colaboração entre as duas companhias. Com esta aliança, a companhia aérea africana terá acesso à extensa rede de agentes de viagens, agregadores e consolidadores da empresa espanhola em mais de 60 países através da sua placa IATA Q4-291.

Com 78 anos de experiência, a Ethiopian é atualmente um dos principais grupos de aviação em África, tendo criado redes de conectividade aérea transcontinentais e em toda a África, ligando o seu principal centro de operações, Adis Abeba, ao resto do mundo.

A companhia aérea serve 136 destinos internacionais de passageiros e carga, incluindo 63 cidades africanas, com voos diários e múltiplos com uma escala mínima em Adis Abeba.

Antonio Lopez-Lázaro, diretor-executivo da Euroairlines, considera que este acordo “reforça e consolida a expansão da companhia espanhola”, salientando que este acordo permite à Euroairlines continuar a sua estratégia de crescimento neste continente”.

O acordo agora estabelecido permitirá à Ethiopian Airlines desenvolver a conectividade com a América Central e do Sul através do hub de Madrid”.

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