AHRESP apresenta nove propostas para inverter crise dos recursos humanos
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) defende que as empresas devem “empreender estratégias criativas para atrair e reter profissionais, que devem ir além da retribuição”.
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A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apresentou um conjunto de nove propostas para “ajudar a resolver o problema crónico da falta de profissionais para os setores da restauração, similares e do alojamento turístico”.
Num comunicado enviado à imprensa, a associação considera que é “urgente a adoção de medidas que atenuem o impacto da diminuição do poder de compra dos portugueses” e defende que, se “a agilização dos vistos para os imigrantes oriundos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa é de saudar”, o Governo e os operadores não podem deixar de tomar outras medidas.
Nesse sentido, a associação defende que as empresas devem “empreender estratégias criativas para atrair e reter profissionais, que devem ir além da retribuição e que podem passar por sistemas de avaliação, práticas de reconhecimento, garantias de progressão na carreira e a uma melhor conciliação entre vida profissional e vida familiar”.
Para a associação, fundamental é também que o valor da retribuição tenha “sempre em consideração os ganhos de produtividade, fruto do desempenho individual do trabalhador, mas também do desempenho coletivo ao nível de toda a estrutura empregadora”, assim como a “criação de um ambiente mais favorável ao funcionamento das empresas, nomeadamente por via da redução de encargos fiscais, em particular aqueles diretamente relacionados com o trabalho”.
Paralelamente, é também necessário que exista uma “melhor e mais adequada gestão da organização do tempo de trabalho”, fator que, segundo a AHRESP, “gera maior produtividade, o que aumenta a disponibilidade financeira para que as empresas possam proporcionar melhores condições de trabalho”.
A associação defende ainda a promoção de “iniciativas e mecanismos ao nível da dignificação e da valorização das profissões, para o que pode contribuir uma redenominação das categorias profissionais e uma adequação dos seus conteúdos funcionais, por forma a adequá-los à realidade atual e às exigências das nossas atividades” e considera que é “urgente uma aposta séria e estruturada na qualificação dos trabalhadores do turismo, promovendo-se um sistema de ensino dual, complementando a aprendizagem com a experiência prática”.
O desenvolvimento e implementação de um “programa de formação de início de carreira”, de curta duração, para as categorias profissionais mais carentes de mão-de-obra qualificada, assim como o encarar a imigração como parte da solução, são também soluções que podem ajudar a resolver o problema dos recursos humanos.
Tudo isto deve, no entanto, ser acompanhado da elaboração de um ‘Livro Verde do Mercado do Trabalho HORECA’ que, de forma clara e precisa, permita “identificar as atuais carências do mercado, quer em termos de quantidade de recursos humanos, quer em termos da sua qualificação”, uma vez que, defende a associação, “só desta forma é possível preparar as melhores e mais adequadas soluções”.
“Apesar da atividade turística estar com desempenhos positivos neste verão, o final da época alta vai trazer fortes desafios. Com a maioria das empresas ainda em recuperação dos impactos de dois anos de pandemia, o contexto inflacionista e a subida das taxas de juro irão provocar uma perda acrescida do poder de compra das famílias. Este é um fator de extrema relevância para a atividade nos diversos setores representados na AHRESP”, considera a associação, na informação divulgada esta sexta-feira, 12 de agosto.
A AHRESP apela ainda ao Governo para que as medidas de apoio sejam lançadas já no próximo mês, de forma a que seja possível responder “às adversidades que se anteveem” para o setor da hotelaria e restauração.
“As empresas do alojamento turístico e da restauração e similares não podem ficar esquecidas e devem ser contempladas nas medidas que venham a ser disponibilizadas”, conclui a associação.