36% dos 6,1MM€ do PRT já estão no terreno
Um ano depois de anunciado o plano de ação “Reativar o Turismo | Construir o Futuro” foi feito um balanço. As contas indicam que mais de 2,1 mil milhões de euros (36% dos 6,1 mil milhões do PRT) já foram alocados e que das 52 medidas, 40 (78%) já têm iniciativas lançadas ou em curso.
Victor Jorge
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Pouco mais de um ano depois de ser apresentado (maio de 2021), foi feito o balanço da implementação e desenvolvimento do plano de ação “Reativar o Turismo | Construir o Futuro” (PRT), com o presidente do Turismo de Portugal (TdP), Luís Araújo, a indicar que dos 6,1 mil milhões de euros a que corresponde o plano, cerca de 2.169 milhões de euros, ou seja, 35,5% já estão no terreno “para benefício do setor”.
Deste montante, 825 milhões de euros foram disponibilizados às empresas nos diversos pilares de atuação do PRT em medidas como: Linha de Apoio ao Turismo, Linha de Apoio à Qualificação da Oferta (reforço), Linha de Apoio a Tesouraria de MPEs (reforço), programas Banco Português de Fomento Recapitalização estratégica e Consolidar, Programa Transformar Turismo, Programa Adaptar Turismo, Portugal Events e Programa Portugal Ventures call for tourism.
Numa sessão que, para além da presença do presidente do TdP, contou com a presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, para além do presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, e diversos presidentes das Regiões de Turismo, também foi mostrado que das 52 medidas 40 têm já iniciativas lançadas ou em curso, correspondendo a uma taxa de implementação superior a mais de 78%.
19,1 MM€ de receitas em 2022
Na apresentação do plano de ação para o turismo, Luís Araújo relembrou o objetivo de chegar a 2027 com receitas superiores a 27 mil milhões de euros, destacando que para 2022, as estimativas apontam para se atingir 19,1 mil milhões de euros, admitindo que “se está no bom caminho para se atingir o objetivo a que nos propusemos”.
O presidente do Turismo de Portugal salientou ainda os mais de 136 mil milhões de euros que o turismo deverá gerar em receitas de 2021 a 2027. Referenciados foram também as 37,4 milhões de dormidas no ano de 2021, correspondendo a uma subida de 41,2% face a 2020, mas a uma quebra 46,6% relativamente a 2019.
As dormidas no primeiro quadrimestre de 2022 (janeiro-abril) atingiram as 15 milhões, significando uma subida de 449,2% face ao mesmo período de 2021 e de 64,7% relativamente a período homólogo de 2020. Já comparadas com os primeiros quatro meses de 2019, os números mostram ainda uma diferença negativa de 12%.
A região em destaque neste período de 2022 é a do Alentejo, única região ficou acima dos números de 2019 (+5,5), seguida de Norte e Centro, contudo ambas com resultados ainda negativos (-4,7% e 4.8%, respetivamente).
E se as receitas de 2021 ficaram ligeiramente abaixo dos 10 mil milhões de euros (9.943 milhões para precisar), os indicadores para os primeiros quatro meses são animadores, já que revelam que ficaram 267,2% acima de 2021 e 56,9% relativamente, sendo, contudo, a boa notícia a indicação de que, no primeiro quadrimestre de 2022 as receitas ultrapassaram em 0,7% as de 2019, atingindo os 4.286 milhões de euros.
Luís Araújo passou ainda em revista os quatro pilares de atuação do PRT (1. Apoiar as Empresas; 2. Fomentar Segurança; 3. Gerar Negócio; e 4. Construir o Futuro), sendo que dos 2.169 milhões de euros já alocados, a maior fatia está no apoio às empresas, com 1.470 milhões de euros de uma dotação de 3.000 milhões de euros.
Referindo ainda que o PRT não é um plano estático, mas que carece sempre de “flexibilidade e adaptabilidade”, Luís Araújo anunciou, também, que o PRT vai ter “um ‘dashboard’ público no qual toda a informação será disponibilizada e atualizada semanalmente com cada uma das iniciativas lançadas”.
No início da sessão, Rita Marques (SETCS), enfatizou a necessidade de o setor aproveitar a oportunidade que este plano “Reativar o Turismo | Construir o Futuro” oferece às empresas nacionais do turismo, para que “definitivamente enveredem pela dupla transição verde e digital, de modo a se ajustarem às necessidades e exigências dos novos turistas e se tornarem mais resilientes a choques conjunturais, como aqueles que vivemos nestes dois últimos anos”.
Turismo como locomotiva
A fechar a sessão, António Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar, salientou “a importância para Portugal de termos um setor do turismo em plena atividade o mais rapidamente possível, pois o seu efeito irá fazer-se sentir também num conjunto vasto de outros setores da nossa economia”, considerando o setor um “pilar essencial para o desenvolvimento do país”.
Mostrando-se preocupado com os custos e a subida de preços, António Costa e Silva destacou ainda o facto de “precisamos de empresas fortes, de um Banco de Fomento (BdF) forte para conseguir apoiar as empresas no desenvolvimento do país”, admitindo mesmo que o BdF é “estratégico para a capitalização do setor”, já que “não será a banca comercial a ajudar as empresas a regressarem a balanços positivos”.
António Costa e Silva considerou ainda que o PRT é um instrumento “muito poderoso” para esse efeito e manifestou-se confiante de que o mesmo continuará a ser executado “a bom ritmo, como tem acontecido desde o seu lançamento em junho de 2020”.
No final o ministro da Economia e do Mar salientou que o setor do Turismo pode ser “uma locomotiva para puxar pelos outros setores de atividade e áreas, considerando ainda que “é um pilar fundamental na transformação sustentável que o país vai fazer”.