Alojamento turístico recupera em março mas só o rendimento médio por quarto ocupado ultrapassou 2019
Os dados do INE esta revelam que, entre os principais indicadores da hotelaria, o único que apresentou uma melhoria face a 2019 foi o rendimento médio por quarto ocupado, que chegou aos 74,3 euros, 4,4% acima do período pré-pandemia.

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No passado mês de março, o alojamento turístico nacional contabilizou 1,6 milhões de hóspedes e 4,0 milhões de dormidas, número que indicam subidas de 464,1% e 543,2%, respetivamente face ao ano passado, mas que, em comparação com 2019, continuam 15,3% e 12,7% abaixo de 2019, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados divulgados pelo INE esta sexta-feira, 13 de maio, revelam que, entre os principais indicadores da hotelaria, o único que apresentou uma melhoria face a 2019, ainda antes da pandemia da COVID-19, foi o rendimento médio por quarto ocupado, que chegou aos 74,3 euros em março, ficando 4,4% acima do registado no período pré-pandemia.
Em março, o mercado nacional foi responsável por 1,3 milhões de dormidas, enquanto o mercado externo realizou 2,7 milhões de dormidas, o que traduz decréscimos de 16,5% nas dormidas de não residentes e, em menor grau, nas de residentes, onde a quebra foi de 3,6%.
Já os proveitos de março chegaram aos 233,9 milhões de euros, incluindo 168,8 milhões de euros relativos aos proveitos por aposento, o que quer dizer que, em comparação com março de 2019, houve uma descida de 5,8% tanto nos proveitos totais como nos relativos a aposento.
Já o rendimento médio por quarto disponível foi de 31,3 euros em março, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado atingiu 74,3 euros em março, o que no primeiro caso traduz uma descida de 7,4%, enquanto o ADR, como já referido, aumentou 4,4%.
O INE indica que o crescimento das dormidas foi comum a “todas as regiões”, ainda que Lisboa tenha concentrado 30,1% das dormidas, seguindo-se o Algarve (21,8%), o Norte (16,7%) e a RA Madeira (14,2%).
Face a igual mês do ano passado, a situação muda, contudo, de figura, pois “todas a regiões apresentaram diminuição do número de dormidas, mais acentuada no Algarve (-18,8%) e AM Lisboa (-16,2%)”, ainda que a RA Madeira (+50,5%) e RA Açores (+4,0%) tenham apresentado crescimentos, sendo também de realçar o decréscimo no Algarve (-19,5%).
Já o Alentejo registou um aumento de 2,1% nas dormidas dos não residentes, enquanto as restantes regiões apresentaram descidas, com destaque para o Centro (-22,4%) e para a RA Açores (-21,1%), que apresentaram as maiores descidas.
Em março, a taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico foi de 33,4%, o que traduz um aumento de 23,3 p.p., ainda que, face a março de 2019, a taxa líquida de ocupação-cama tinha sido 38,6%.
No acumulado do primeiro trimestre do ano, as dormidas totais aumentaram 398,5%, com destaque para os não residentes, onde este indicador aumentou 845,6% face ao ano passado, enquanto as dormidas de residentes subiram 176,2%. Face a 2019, o INE identifica, no entanto, uma descida de 18,8% nas dormidas, incluindo uma quebra de 1,6% nos residentes e de 26,4% nos não residentes.
No caso dos proveitos, o desempenho também não foi melhor no primeiro trimestre do ano, uma vez que, segundo o INE, os proveitos registaram crescimentos de 536,4% no
total e 509,2% relativos a aposento face ao ano passado, ainda que, em comparação com o período pré-pandemia, se continue a identificar uma descida de 15,7% no proveitos totais e de 14,6% nos proveitos por aposento.
O INE indica ainda que, nos três primeiros meses de 2022, e considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 3,9 milhões de hóspedes e 9,7 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 356,6% e 346,8%, respetivamente.