Rui Alves (Flytour Gapnet): “A experiência negativa dos consumidores com o suporte na venda on-line levou a uma valorização do papel do intermediário”
Para o diretor da consolidadora brasileira Flytour Gapnet, Rui Alves, a previsão passa por “um retorno aos modelos de uso de ‘hubs’ para receção de voos longos e distribuições regionais com mais escalas, tudo em nome de maior produtividade”.
Victor Jorge
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Rui Alves, diretor da consolidadora brasileira Flytour Gapnet, não prevê tempos fáceis e admite um “redesenho de oferta de voos e uma busca de melhoria de performance, de modo a alcançar economia de custos”. Certo é que foi dado ao agente de viagens “um papel relevante de consultor e solucionador de problemas não só para os passageiros, como também para as próprias companhias aéreas”.
Conhecido o impacto que a pandemia teve no setor da aviação, que preocupações passaram a ter as companhias aéreas que anteriormente não tinham ou que eram secundárias? Mais segurança, mais proximidade, mais e melhores serviços, mais rotas, aviões mais sustentáveis, etc.?
Entendo que a indústria de aviação ao mesmo tempo que teve de encontrar alternativas de sobrevivência neste duro período da pandemia, teve ainda de olhar para dentro e repensar o negócio no momento em que começou a existir alguma retoma de atividade. A mudança do perfil de comprador com predominância do passageiro de lazer e com advance purchase curto, deixa a indústria com a difícil tarefa de refazer o seu preço que, na maioria dos players, contava com o passageiro corporativo como determinante na sua receita.
O cenário inverte-se e projeta uma diminuição do segmento corporativo em viagens. Alguns falam em quebras de 25 a 30%, mas pouco se sabe ainda de como será o hábito de compra deste segmento. Nalguns mercados existe mesmo a projeção de um cenário de 50% de passageiros de lazer e 50% de passageiros corporativos o que levará a um redesenho de oferta de voos e a uma busca de melhoria de performance, de modo a alcançar economia de custos. Não prevejo mais rotas, mas sim um retorno aos modelos de uso de hubs para receção de voos longos e distribuições regionais com mais escalas, tudo em nome de maior produtividade. Um bom exemplo desta tendência foram os recentes aproveitamentos dos A380 que estavam condenados a serem encostados.
Como vê o futuro da consolidação aérea depois da pandemia?
Vejo espaço na continuidade da consolidação aérea com as companhias norte-americanas como principais players, pois estão a sair em primeiro do momento mais crítico e fortalecendo-se graças a retoma do seu mercado doméstico. Na Europa, parece ser mais difícil esta tendência, agora com a maior presença do Estado como investidor. Já as companhias do Médio Oriente e Ásia encontram-se num momento de redefinição dos seus projetos.
Que mudanças espera no e para o turismo de forma geral e quais são, efetivamente, os maiores ensinamentos que retira desta crise para o futuro da sua atividade e negócio?
A experiência negativa dos consumidores com o suporte na venda on-line, seja das OTA´s, seja das próprias companhias aéreas durante o período da pandemia, levou a uma valorização do papel do intermediário, reforçando o Agente de Viagens, dando-lhe um papel relevante de consultor e solucionador de problemas não só para os passageiros, mas para as próprias companhias aéreas que muito e bem viram e compreenderam esta atuação dos agentes.
Talvez isto seja uma tendência daqui para a frente, com mais projetos de distribuição omnichannel e atendimento mais humanizado pelas OTA’s.
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