As propostas da candidata Ilda Figueiredo (CDU) para o turismo do Porto
As propostas da candidata Ilda Figueiredo (CDU) para o turismo do Porto
Victor Jorge
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Que importância possui o turismo para a cidade do Porto?
É uma importantíssima atividade económica, da qual não podemos depender tanto como dependemos e que precisa de existir com peso e medida. É necessário prevenir o que aconteceu com a excessiva concentração na zona histórica, o que prejudicou moradores, incentivou a especulação imobiliária e contribuiu para a autêntica expulsão de moradores e comerciantes tradicionais dessa zona.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado? O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo na cidade do Porto e quais os principais desafios esperados?
Faltou um planeamento turístico que tivesse em conta a necessidade de manter os moradores com o seu modo de vida no centro histórico e na zona central, com criação atempada, como a CDU propôs, de zonas de contenção de alojamento local unidades hoteleiras e outros serviços turísticos, incluindo transportes. Faltou criar mecanismos de facilitação da possibilidade de dispersão do turismo por toda a cidade, disponibilizando roteiros culturais ligados à história, às lutas, ao património cultural, incluindo as tradições do povo portuense, o rio Douro e um maior diálogo com as autarquias vizinhas. Faltou acabar, ou no mínimo, suspender, a taxa turística durante a pandemia, e uma intervenção mais dirigida aos moradores, ao pequeno comércio, restauração e serviços mais atingidos pela pandemia.
Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade, estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
Impõe-se apostar no planeamento do turismo em diversos aspetos, em diálogo com moradores, comerciantes, organizações representativas desta área, incluindo empresariais e sindicais. O turismo é importante, mas não pode pôr em causa a vida normal da cidade nos seus mais diversos aspetos. Cabe à autarquia planear, programar e coordenar o turismo, usando os meios legais disponíveis para que a cidade não fique tão dependente desta atividade e esta não sirva de pretexto para continuar a pôr em causa a vida dos moradores na cidade.
O que falta fazer na cidade do Porto no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito?
Falta fazer quase tudo para impedir o completo descontrolo que chegou a existir no centro histórico e zona central da cidade do Porto. O planeamento e a contenção são questões centrais, aliadas à criação de roteiros alternativos, de programas culturais dispersos pela cidade, tendo em conta o seu património material e imaterial.
Eleita presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo da cidade do Porto?
Elaborar e executar um plano e programa de apoio à dispersão do turismo por toda a cidade e criando medidas de contenção diversas no centro histórico e na zona central.