IATA: Julho trouxe aumento de tráfego mas procura continua muito abaixo dos níveis pré-pandemia
De acordo com a IATA, as viagens internacionais continuaram a ser, em julho, fortemente prejudicadas pelas restrições adotadas na sequência da COVID-19 e que nem a vacinação parece conseguir aliviar.

Inês de Matos
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No passado mês de julho, o tráfego aéreo conheceu uma significativa melhoria face ao mês anterior, avança a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que explica que a procura por viagens aéreas internacionais e domésticas conheceu um “impulso significativo”, ainda que tenha permanecido “muito abaixo dos níveis pré-pandémicos”.
De acordo com um comunicado da associação, divulgado esta quarta-feira, 1 de setembro, a procura global por viagens aéreas registou uma descida de 53,1% face a igual mês de 2019, ainda antes da pandemia da COVID-19, num resultado que, apesar da quebra face ao período pré-pandemia, indica uma melhoria face a junho, quando a descida tinha sido de 60% face a igual mês de 2019.
Nas viagens internacionais, a procura dos passageiros 73,6% abaixo do registado em julho de 2019, mas foi, ainda assim, melhor que o que tinha sido apurado no mês anterior, quando a quebra na procura por viagens internacionais tinha sido de 80,9%, com a IATA a destacar que “todas as regiões mostraram melhorias e as companhias aéreas norte-americanas registraram a menor queda em RPKs internacionais”
Já a procura doméstica desceu 15,6% face a julho de 2019, também neste caso traduzindo uma melhoria face ao mês anterior, quando tinha sido contabilizada uma descida de 22,1% face a junho de 2019. Nas viagens domésticas, o destaque pela positiva volta a ir para a Rússia, que registou “o melhor resultado por mais um mês, com RPKs com uma subida de 28,9% face a julho de 2019”.
“Os resultados de julho refletem a ansiedade das pessoas em viajar durante o verão no hemisfério norte. O tráfego doméstico voltou a 85% dos níveis anteriores à crise, mas a procura internacional só recuperou pouco mais de um quarto do volume de 2019”, lamenta Willie Walsh, diretor geral da IATA.
Para o responsável, o problema continua a residir nas medidas de controlo nas fronteiras, uma vez que os governos de todo o mundo continuam a decidir restrições sem terem por base dados científicos, como a eficácia da vacinação.
“A recuperação das viagens internacionais precisa que os governos restaurem a liberdade de viajar. No mínimo, os viajantes vacinados não devem enfrentar restrições”, acrescenta o diretor geral da IATA, considerando que esta visão torna mais longo o caminho para a recuperação das viagens aéreas.
Por regiões, foi na Ásia-Pacífico que o tráfego internacional mais foi afetado em julho, com as transportadoras aéreas a registarem uma descida de 94,2% face a julho de 2019, valor que melhora ligeiramente o resultado de junho, quando o tráfego internacional nesta região tinha descido 94,7% face a igual mês de 2019. As apertadas restrições às viagens nesta região levaram também a uma descida de 86% na capacidade disponibilizada, enquanto o load factor desceu 48,2 pontos percentuais, para 34.3%, o mais baixo entre todas as regiões.
Já no Médio Oriente a descida do tráfego aéreo internacional, em julho, chegou aos 74,5%, valor que compara com a descida de 79,2% identificada em junho. No Médio Oriente, a capacidade caiu 59,5%, enquanto o load factor desceu 30,1 pontos percentuais, fixando-se nos 51,3%.
Na América Latina também houve uma descida de 66,3% no tráfego internacional face a julho de 2019, o que traduz, ainda assim, um resultado melhor que o apurado em junho, quando a quebra tinha sido de 69,8%, enquanto a capacidade desceu 60,5% e o load factor perdeu 12,6 pontos percentuais, para 72,9%, mantendo-se como o mais alto entre todas as regiões por nove meses consecutivos.
Na Europa, a descida no tráfego internacional foi de 64,2% em julho, com a IATA a destacar que este resultado foi, no entanto, “significativamente melhor” que a descida de 77% contabilizada em junho. Já a capacidade desceu 53,8% face a julho de 2019, enquanto o load factor caiu 19,9 pontos percentuais, fixando-se nos 69%.
Foi, no entanto, na América do Norte que se registaram os resultados menos negativos, ainda que a IATA alerte para a falta de dados relativos ao mercado africano em julho. As companhias aéreas norte-americanas assistiram a uma descida de 62,1% no tráfego de julho, o que traduz uma melhoria face à descida de 69,4% observada em junho, mas que não chegou para aumentar a capacidade oferecida, que caiu 52% em julho, enquanto o load factor desceu 18,6 pontos percentuais, para 69,3%.
“À medida que a temporada de viagens de verão no hemisfério norte chega ao fim, fica claro que muitos governos perderam a oportunidade de aplicar uma abordagem com base nos riscos para administrar as suas fronteiras. O número crescente de viajantes totalmente vacinados e a prevalência de testes proporcionaram uma oportunidade para restaurar a conetividade internacional e trazer o alívio tão necessário para as economias que dependem fortemente das viagens e turismo. Em vez disso, os governos continuaram a comportar-se como se fosse o verão de 2020”, lamenta Willie Walsh, que considera que vão ser as economia e o emprego a pagar “o preço pelas decisões tomadas não com base na ciência, mas na conveniência política”.