Viagens B2B (ainda) pouco sustentáveis
A indústria das viagens B2B ainda tem um longo caminho a percorrer quando o tema é a sustentabilidade, destaca um relatório recente da Belvera Partners.

Victor Jorge
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Somente 17% das 350 principais companhias B2B da indústria do turismo a nível global dispõem de informação ou de um relatório de sustentabilidade disponível para o público na sua página de Internet. Além disso, somente 43% das organizações analisadas mencionam, sequer, o tema da sustentabilidade no seu site relativamente aos seus negócios de forma significativa, avança o mais recente relatório da Belvera Partners, consultora de comunicação especializada no setor turístico B2B.
As principais conclusões indicam que:
- somente 43% das organizações analisadas mencionam “sustentabilidade” (ou termo similar como, por exemplo, ambiente) no seu website de forma reveladora;
- só 17% possuem um relatório de sustentabilidade;
- somente 24% disponibilizam publicamente políticas de sustentabilidade;
- rent-a-cars lideram como piores exemplos, enquanto as companhias aéreas no que diz respeito a possuírem um relatório de sustentabilidade;
- quanto a qualquer referência a tópicos relacionados com a sustentabilidade, são as conferências que apresentam piores resultados, ao contrário das companhias aéreas que se destacam como melhores exemplos;
- são as companhias mais pequenas que pior performance possuem no que toca à comunicação do tema sustentabilidade. Nenhuma empresa com menos de 20 colabores possui um relatório. Só 5% das empresas com até 100 colaboradores possui um relatório de sustentabilidade, subindo esse número para 12% em empresas com 100 a 300 colaboradores;
- embora as empresas com mais de 10.000 colaboradores apresentem melhores resultados, ainda existem 20% que não possuem relatório de sustentabilidade;
- o país mais comum para a sede das organizações com relatório de sustentabilidade no estudo da Belvera Partners são os EUA, seguidos do Reino Unido e Espanha;
- só 3% possuem um menu ou possuem uma secção no topo da sua página na Internet;
- qualquer informação disponibilizada é difícil de encontrar e, muitas vezes, encontra-se dispersa no website da empresa;
- uma vez encontrada a informação, na sua maioria é informação que não faz sentido, não existindo qualquer uniformização em como é medida, recolhida, ou apresentada;
- nas mais de 100 companhias que não possuem qualquer informação referente ao tema da sustentabilidade, quando contactadas, somente sete em 100 responderam;
- de forma geral, existe um maior foco no aspeto ambiental da sustentabilidade e não tanto na parte social ou governança.
Para este estudo, a Belvera Partners definiu como viagens B2B “o ecossistema de empresas que existem no setor das viagens que prestam serviços a outras empresas, e não ao viajante final”, refere Roman Townsend, diretor da Belvera Partners.
Roman Townsend adverte que, “se uma empresa não pode demonstrar as suas credenciais relativamente à temática da sustentabilidade, é possível que o mercado possa fazer suposições erradas”. Nesse sentido, os dados da consultora mostram que “as organizações de turismo que não possuem nenhum tipo de relatório de sustentabilidade projetam uma perceção negativa em 83% dos casos”. Além disso, segundo concluem os resultados do estudo, “a falta de ação também pode impactar economicamente as empresas”. Ou seja, “os bancos têm menos probabilidade de emprestar capital, os parceiros descartam esses fornecedores e os funcionários sentem-se menos comprometidos com o negócio”.
Assim, a Belvera Partners faz 10 recomendações:
- nomeie alguém internamente para liderar o processo;
- realize uma auditoria;
- se não possuir políticas de sustentabilidade, crie algumas rapidamente;
- junte-se a um grupo ou comunidade que apoie negócios como o seu;
- consulte especialistas;
- dê formação ao seu pessoal quanto às políticas de sustentabilidade;
- publique os seus objetivos e performances;
- peça feedback, contínuo, a todos os seus stakeholders;
- envolva-se em ações de comunidades locais;
- comece hoje e não pense que, porque está atrasado, que não vale a pena.