Alojamento turístico recupera a três dígitos em abril face a 2020
Não é uma recuperação face a 2019, mas comparando com 2020, o mês de abril (primeiro mês de confinamento no período de pandemia) foi francamente melhor.
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No mês de abril de 2021, o setor do alojamento turístico registou um crescimento superior a 760% nos hóspedes e 510% nas dormidas, face a igual mês de 2020, quando praticamente a atividade turística cessou (-59,6% e -67,1% em março, pela mesma ordem), revelam os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Estas variações traduzem-se em 460 mil hóspedes e 946,8 mil dormidas em abril de 2021, embora, face a abril de 2019, estes números signifiquem um decréscimo de 80,3% e 84,2%, respetivamente.
Se as dormidas de residentes aumentaram 517% (-20,8% em março), as de não residentes cresceram 496,5% (-86,7% no mês anterior), o que, comparando com o mês de abril de 2019, mostra decréscimos de 60,3% e 93,5%, respetivamente. Já a taxa líquida de ocupação-cama (12,9%) aumentou 6,1 p.p. (-7,1 p.p. em março).
Na comparação entre mercado interno e externos, o doméstico teve um penso de 70,6%, contribuindo com 668,1 mil dormidas, enquanto o mercado internacional foi responsável por 278,7 mil dormidas.
Comparando com o mês de abril de 2019, observaram-se decréscimos de 60,3% nas dormidas de residentes e 93,5% nas de não residentes.
Já no que diz respeito às receitas, o INE indica que os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 47,7 milhões de euros no total e 35,9 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de 838% e 696,4%, respetivamente (-73,5% e -71,5% em março, pela mesma ordem).
Comparando com abril de 2019, os proveitos totais diminuíram 85,8% e os relativos a aposento decresceram 85,6%.
A Área Metropolitana de Lisboa concentrou 25% dos proveitos totais e 25,3% dos relativos a aposento em abril, seguindo-se o Norte (18,6% e 18,9%, respetivamente) e o Algarve (14,7% e 14,9%, pela mesma ordem).
No conjunto dos primeiros quatro meses do ano, os proveitos registaram diminuições de 73,6% no total e de 72,3% relativos a aposento.
Neste quadrimestre, a evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento. Se na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 75,9% e 74,9%, respetivamente (peso de 80,8% e 78% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem), considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 12,2% e 14,7%) apresentaram evoluções de -64,7% e -63%, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 7% e 7,2%) observaram-se evoluções de -22,2% e -20,1%.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 10,8 euros em abril (7,4 euros em março), enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 61,9 euros em abril (51,0 euros em março). Em abril de 2019, o RevPAR e o ADR foram 45,5 euros e 81,3 euros, respetivamente.
Quatro meses impactados por confinamento
Analisado o primeiro quadrimestre de 2021, o INE mostra uma diminuição de 70,1% das dormidas totais, resultante de variações de -39% nos residentes e de -85,6% nos não residentes. Neste período, os proveitos registaram diminuições de 73,6% no total e 72,3% relativos a aposento.
Nos quatro meses em questão, na generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude) registaram-se 1,4 milhões de hóspedes e 3,3 milhões de dormidas, correspondendo a variações negativas de 65,9% e 67,2%, respetivamente.
Certo é que, em abril e segundos dados do INE, 47,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (60,4% em março).
¼ das dormidas registaram-se na capital
A Área Metropolitana de Lisboa (AML) concentrou 24,4% das dormidas em abril, seguindo-se o Norte (19,7%), Centro (15,5%) e Algarve (14,9%), revelam os dados do INE.
Neste período, todas as regiões apresentaram decréscimo no número de dormidas de residentes, com as menores reduções a registarem-se na Madeira (-20,1%), Açores (-23,8%) e Alentejo (-26,6%).
No conjunto dos primeiros quatro meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-38,4%), Açores (-45,5%), Centro (-56,7%) e Norte (-63,6%), enquanto as restantes regiões registaram decréscimos superiores a 70%.
Neste quadrimestre, em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo registou uma redução de 64,6%, enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 70%.
Contudo, no conjunto dos primeiros quatro meses de 2021, Lisboa registou uma diminuição de 82,1% nas dormidas, correspondendo a 385 mil dormidas (14,1% do total). Neste período, as dormidas de residentes (peso de 54,4%) recuaram 50,4% e as de não residentes diminuíram 89,8%. Lisboa concentrou 20,1% do total das dormidas de não residentes nos primeiros quatro meses do ano.
As dormidas no município do Funchal (6,9% do total) diminuíram 80,9% no primeiro quadrimestre (-26,5% nos residentes e -86,7% nos não residentes) e no Porto (3,7% do total), esse decréscimo foi de 85%, (-56,6% nos residentes e -93,3% nos não residentes).