Algarve contesta pré-aviso de greve no SEF para junho
Presidentes da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e do Turismo do Algarve contestam o ‘timing’ da greve e temem que esta venha “manchar a imagem internacional do destino”.

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A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e o Turismo do Algarve vieram esta segunda-feira, 24 de maio, contestar o pré-aviso de greve no SEF, que tem anunciada uma greve parcial entre 1 e 15 de junho, pelo “previsível impacto na atividade económica do principal destino turístico nacional e no emprego de muitos residentes na região, no início da época alta do verão”.
“Face ao pré-aviso de greve do SIIFF, referente aos funcionários da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – CIF/SEF, no período das 09h00 às 12h00 da manhã, entre os dias 01 e 15 de junho, exortamos o sindicato a ponderar as consequências gravosas desta posição, atendendo ao impacto que terá na atividade turística do principal destino nacional e no emprego de muitos residentes na região do Algarve”, indicam as duas instituições, num comunicado que é assinado pelos presidentes da AMAL e do Turismo do Algarve, António Pina e João Fernandes.
Para os responsáveis, “não está em causa o legítimo direito constitucional à greve”, mas sim “o direito ao trabalho de muitos residentes no Algarve e o retomar da atividade motora da economia regional, num período sensível em que o país dispõe de uma vantagem competitiva face aos destinos turísticos concorrentes”.
“Não podemos desaproveitar esta vantagem após um longo período sem atividade com forte impacto nas empresas e nas famílias algarvias”, acrescenta o comunicado da AMAL e do Turismo do Algarve.
António Pina e João Fernandes reforçam que “a primeira quinzena de junho um período fulcral, que antecede o pico da procura turística de julho e agosto na região”, pelo que “este pré-aviso de greve poderá manchar a imagem internacional do destino e marcar negativamente a operação turística de todo o verão”.
“Recorde-se que o grande impacto da pandemia de COVID-19 foi sobretudo por falta de procura externa, que tem como principal porta de entrada na região é o Aeroporto Internacional de Faro, estrutura também ela muito impactada do ponto de vista do emprego nas diferentes empresas que ali operam”, justificam os responsáveis.
Os presidentes da AMAL e do Turismo do Algarve pedem, por isso, “para que não conclua o pré-aviso de greve, cuja oportunidade não é compreensível, num momento em que o Brexit e a crise sanitária acarretam acrescidas responsabilidades e acrescido volume de trabalho dos inspetores do SEF no controlo de fronteiras”.
“Caso esta pretensão não seja atendida, e face ao estado de necessidade de uma região que regista a taxa de desemprego mais alta do país, enviaremos ao Governo um pedido de requisição civil”, rematam.