Recuperação do turismo estimado para 2022, mas tem “riscos”
As observações feitas pelo Conselho das Finanças Públicas ao Programa de Estabilidade apresentado pelo Ministério das Finanças, colocam algumas reservas em alíneas como o turismo, consumo privado e investimento.

Victor Jorge
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Depois do Ministério das Finanças (MF), pela voz do ministro João Leão, ter traçado o cenário para o crescimento macroeconómico de Portugal para os próximos anos, o Conselho das Finanças Públicas (CFP), vem agora sugerir alguma contenção.
De acordo com o cenário macroeconómico subjacente ao Programa de Estabilidade/2021, o Produto Interno Bruto (PIB) em volume deverá apresentar um crescimento de 4% em 2021 (-7,6% em 2020). “Esta previsão situa-se dentro do limite superior do intervalo das projeções das restantes instituições, as quais variam entre os 1,7% da OCDE e os 4,1% da CE”, indica o CFP
As previsões do PE/2021 parecem, assim, “assentar numa hipótese favorável para o conteúdo importado da procura, o que beneficia o crescimento previsto para o PIB, sendo que tem subjacente uma redução da elasticidade das importações face à procura global em 2021 e uma redução adicional em 2022”. Segundo o Ministério das Finanças, esta realidade é justificada pelo “forte crescimento neste período ocorrer nas componentes da despesa com menor conteúdo importado”, indicando o MF o “consumo privado de bens e serviços, gastos, investimento em obras públicas e exportações de turismo”.
Ora, para o CFP, “esta premissa representa um risco descendente para o crescimento económico subjacente ao cenário, atendendo ao risco de esta redução poder não se concretizar”.
Para 2022, o MF prevê uma aceleração no ritmo de crescimento do PIB em volume para 4,9%, um valor que se encontra no intervalo das projeções das restantes instituições, compreendido entre os 1,9% da OCDE e os 5,2% projetados pelo Banco de Portugal (BdP).
O CFP considera que “esta dinâmica resulta exclusivamente da expectativa de um aumento no contributo da procura interna para 4,2 p.p., uma vez que o contributo das exportações líquidas deverá reduzir-se para 0,7 p.p..”
Assim, o Conselho das Finanças Públicas considera que “o contexto atual de elevada e invulgar incerteza não permite uma identificação segura do cenário mais provável, assim prejudicando a avaliação do princípio da prudência a que estas previsões se encontram sujeitas”.
Se para 2021 a previsão para o crescimento do PIB real se enquadra, segundo o CFP, “dentro do intervalo resultante das projeções das instituições de referência”, a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral, salienta que o mesmo “não acontece no que respeita ao PIB nominal, agregado de referência importante para a determinação da evolução das variáveis orçamentais”.
Finalmente, para o período de 2022 a 2025, apesar de as previsões serem “ligeiramente mais favoráveis do que as elaboradas pelas instituições de referência”, essa diferença deve-se, segundo o CFP, “à incorporação dos efeitos na economia do Plano de Recuperação e Resiliência português, principalmente no investimento”.