FMI estima crescimento de 3,9% para Portugal em 2021 e impactos no turismo até 2024
Em 2021, a economia portuguesa cresce menos do que a zona euro, realidade que se inverte em 2022. Contudo, os impactos da pandemia no turismo deverão ir até 2024, diz o FMI.
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Victor Jorge
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou, esta terça-feira (6 de abril), um crescimento de 3,9% para a economia portuguesa para 2021, ligeiramente abaixo da previsão para a zona euro, cuja evolução foi apontada para 4,4%, com a Europa a beneficiar, eventualmente, das consequências do pacote de estímulos dos EUA.
Contudo, o fosso está a aumentar entre a zona euro e os EUA, que sairão mais rapidamente da crise da pandemia graças a uma vacinação mais rápida e, porque avança o FMI, “o plano Biden de 1,9 biliões de dólares terá um impacto mais maciço e rápido na economia norte-americana”.
Para Portugal, além da previsão de crescimento para 2021, é apontada, igualmente, uma estimativa de crescimento de 4,8% para 2022, ficando o nosso país, nesse ano, acima da evolução de 3,8% esperada para a zona euro.
Já para o ano (longínquo) de 2026, o FMI avança com crescimentos de 1,7% e 1,3, respetivamente.
A previsão anunciada esta terça-feira para a zona euro é 0,2 pontos percentuais superior à publicada em janeiro, mas espera-se que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA aumente 6,4% este ano, uma revisão em alta, de 1,3 pontos percentuais.
Quanto às principais economias europeias, o FMI aponta para crescimentos, em 2021, de 3,6% para a Alemanha (mais 0,1 pontos do que estimado em janeiro), 5,8% para a França (mais 0,3 pontos), 4,2% para Itália (mais 1,2 pontos) e 6,4% para a vizinha Espanha (mais 0,5 pontos).
O Reino Unido, que deixou o mercado interno europeu no início de janeiro, beneficia, tal como os EUA, de uma perspetiva melhorada graças a uma campanha de vacinação mais rápida do que na Europa continental. Assim, o PIB britânico deverá crescer 5,3% este ano, de acordo com o FMI, que aumentou a sua estimativa em 0,8 pontos percentuais face à de janeiro.
Ainda na Europa, o FMI aponta para 2022 crescimentos de 3,4% para a Alemanha, 4,2% para França, 3,6% para Itália, 4,7% para Espanha e 5,1% para o Reino Unido.
Enquanto a economia chinesa alcançou o seu nível pré-pandemia em 2020, o FMI aponta para um crescimento, em 2021, de 8,4%, baixando para 5,6%, em 2022, e para 49%, em 2026.
Já a economia dos EUA deverá recuperar para níveis pré-pandémicos já este ano, enquanto “na zona euro e no Reino Unido, a atividade deverá permanecer abaixo dos níveis do final de 2019 até 2022”, estima o FMI.
“Estas diferenças podem ser explicadas pelas diferenças nas políticas […] de saúde pública em resposta à pandemia, flexibilidade e adaptabilidade da atividade económica à baixa mobilidade, tendências pré-existentes e rigidez estrutural anteriores à crise”, observa a organização internacional, sem mais pormenores.
Espera-se que o plano Biden estimule a economia dos EUA durante 2021-22, “com efeitos colaterais significativos para os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos”, admite o FMI.
Em 2022, o FMI prevê um crescimento de 3,8% para os 19 países da zona euro (mais 0,2 pontos em comparação com a estimativa anterior).
Mas este último só marginalmente alcançaria o atraso face aos Estados Unidos, cujo PIB deverá crescer 3,5% (valor revisto em alta de um ponto).
Globalmente, as economias avançadas crescerão 5,1%, em 2021, e 3,6%, em 2022.
Turismo impactado até 2024
À medida que a recuperação se fortalece em 2021, o comércio global está projetado para acelerar para 8,4%, “principalmente devido à recuperação nos volumes de mercadorias”. Já o comércio de serviços transfronteiriço (turismo e transporte) permanecerá “subjugado até que a pandemia seja controlada mundialmente”, admite o FMI. A entidade liderada por Kristalina Georgieva destaca mesmo que “as restrições relacionadas à pandemia em viagens internacionais e um medo mais geral de viajar devem ter efeitos duradouros sobre a renda de serviços exportados”.
Assim, os maiores impactos da crise estão nas economias mais dependentes do turismo, “com um aumento de um desvio padrão no turismo e na participação das viagens no PIB associado a uma redução de 2,5% na produção esperada em 2022”. O FMI adverte ainda que “a exposição ao turismo deve diminuir um pouco com o tempo, mas permanecerá perto de 2% em 2024”.