“Há uma grande probabilidade do verão ser melhor” e permitir retoma turística
Virologista Pedro Simas esteve esta quinta-feira, 25 de março, à conversa com o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, sobre as perspetivas de evolução da pandemia da COVID-19 e retoma do turismo.

Inês de Matos
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O virologista Pedro Simas considera que “a vacina é a solução” para o regresso à normalidade e defende que, se o processo de vacinação contra a COVID-19 decorrer como previsto, com imunização total dos grupos de risco até abril, “há uma grande probabilidade do verão ser diferente, ser melhor”, incluindo ao nível da atividade turística.
“Se tudo correr bem, há uma grande probabilidade do verão ser diferente, ser melhor. Já achava isto em dezembro e acusaram-me até de ser imprudente, mas as pessoas precisam de ver a luz ao fundo do túnel. Acho que as coisas vão correr bem”, afirmou o especialista do Instituto de Medicina Molecular (IMM), durante uma conversa com Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que foi transmitida online.
Pedro Simas diz que “a vacina é a solução” para o regresso à normalidade, uma vez que ela é totalmente eficaz na proteção contra a morte, e entende que isso deverá acontecer quando todos os grupos de risco estiverem completamente imunizados contra a COVID-19.
“Vamos conquistar a liberdade quando tivermos 100% dos grupos de risco vacinados”, afirmou o especialista, lembrando que isso deverá acontecer em abril e defendendo que é importante cumprir os prazos estabelecidos para que o regresso à normalidade seja tão breve quando possível.
“Espero que seja cumprida a data. Em maio já será diferente e, em junho, ainda mais diferente será”, acrescentou, explicando que só se consegue “acelerar o regresso à normalidade vacinando os grupos de risco”.
Pedro Simas também não está particularmente preocupado com as novas variantes da COVID-19, uma vez que, explicou, a história mostra que isso é algo que tradicionalmente acontece com os coronavírus e que resulta numa competição entre variantes, que leva ao desaparecimento das mais fracas.
“É o que está a acontecer com a variante do Reino Unido em Portugal e isso não nos impediu de sermos o país com melhores índices epidemiológicos da Europa”, afirmou, sublinhando que o importante é que a vacina continue a garantir a proteção da vida, ainda que possa não evitar a infeção.
A apesar de concordar com a adoção dos certificado de vacinação digitais, que têm vindo a ser adotados por vários países para permitir a retoma das viagens, o virologista do IMM considera que estas ferramentas vão ter uma vida curta, uma vez que, frisou, “este problema vai desaparecer rapidamente”.
“Concordo com a iniciativa dos certificados digitais, do ponto de vista cientifico faz todo o sentido para retomar a atividade do turismo numa fase inicial. Mas acho que vão ter uma vida curta porque este problema vai desaparecer rapidamente”, explicou.
Para o especialista, “a partir do momento em que deixem de haver hospitalizações, volta tudo ao normal” e nem a possibilidade de existirem sequelas da doença deverá atrasar a retoma da normalidade.
“As sequelas, naquilo que diz respeito à retoma, não vão fazer diferença”, salientou, sublinhando que a possibilidade da doença deixar sequelas tem “um espectro muito variável” e atinge apenas uma “percentagem da população mundial muito pequena”.
Pedro Simas acredita ainda que o plano de vacinação vai ser cumprido e que, por isso, até ao final do ano se deverá atingir a imunidade de grupo, o que vai permitir que o verão de 2022 já seja marcado pela normalidade.
“Não nos vamos esquecer do que aconteceu, mas no verão de 2022 estará tudo resolvido, este vírus tem-se comportado como os outros primos coronavírus”, concluiu.