Impacto da COVID-19 na imagem de Portugal preocupa CTP
Francisco Calheiros, presidente da CTP, teme que os recentes números da COVID-19 em Portugal possam atrasar a recuperação turística do país.

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O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, está preocupado com o impacto dos números da COVID-19 que o país apresentou no início do ano poderá ter no turismo nacional e lembra que a segurança sanitária “é um critério que muitos turistas colocam à frente do preço”.
“Esse é um critério que muitos turistas colocam à frente do preço, mas a segurança não é apenas de pessoas e bens e bens, é também de segurança sanitária. E neste momento o que é que os nossos clientes veem? Veem exatamente as mesmas notícias que nós, que somos o país que há muito pouco tempo era infelizmente o primeiro do ‘ranking’ quer em número de mortes quer de infetados”, disse o responsável, citado pela Lusa.
Francisco Calheiros, que esteve esta quarta-feira, 17 de fevereiro, em Belém, no âmbito das audiências do Presidente da República aos parceiros sociais, receia que, quando os corredores turísticos abrirem, os turistas internacionais se lembrem deste cenário e que isso prejudique a retoma da atividade turística, que no ano passado recuou para níveis de 1993, numa descida que o presidente da CTP classificou de “impensável”.
Nas declarações depois da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Calheiros reclamou ainda urgência na criação de novas medidas de apoio às empresas, avisando que as existentes estão “gastas”, já que foram desenhadas para três ou seis meses.
“Todas as medidas que tivemos foram desenhadas para três e seis meses. No mês que vem fazemos um ano e não vai parar”, referiu Francisco Calheiros, considerando que essas medidas “estão ultrapassadas” e “gastas”.
Na audiência em Belém, o presidente da CTP pediu ainda um prolongamento das moratórias fiscal e financeira, assim como a criação de medidas de recapitalização para as empresas do setor.
“Não podemos continuar a ter empréstimos em cima de empréstimos. São essenciais medidas de capitalização e de apoios a fundo perdido”, explicou, mostrando-se ainda preocupado com o facto das grandes empresas terem sido excluídas da generalidade dos apoios criados para fazer face ao impacto da pandemia.
“Não percebemos porque não podem ter apoios, costuma-se dizer que ‘grande é a nau, grande é a tormenta’”, disse, atribuindo esta discriminação a uma visão ideológica.