Incerteza provocada pela pandemia obriga a maior prudência na operação
Desde o início da pandemia, o operador turístico Lusanova focou a maior parte da sua programação em Portugal, uma aposta que se revelou acertada.

Raquel Relvas Neto
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O surgir da pandemia obrigou a um encerramento de fronteiras e com isso trouxe condicionantes àqueles que fazem das viagens e da livre circulação de pessoas o seu negócio. Os operadores turísticos tiveram de suspender grande parte das suas operações e focar as suas programações nos destinos portugueses ou nos poucos destinos internacionais para os quais ainda se pôde viajar este verão.
O operador turístico Lusanova também não foi exceção. Tiago Encarnação, diretor operacional, corrobora que “a pandemia obrigou ao cancelamento de muita da nossa programação, não só ao nível dos nossos grandes destinos, mas também ao nível dos nossos circuitos europeus”. Com isto, o operador turístico focou toda a sua programação em Portugal, “mas como é óbvio sem deixar de acompanhar a evolução dos outros destinos”.
Esta aposta acabou por se revelar acertada, uma vez que os portugueses optaram também por viajar dentro de fronteiras, seja a nível de individuais como de grupos. “Foi constante a procura dos portugueses para destinos no interior do país, longe de grandes centros populacionais e das zonas de praia”, indica. Entre a oferta da Lusanova, os circuitos mais vendidos foram “Magnífico Minho, com circuito guiado de todo-o-terreno pelo Gerês; Alma do Douro, com cruzeiro no rio Douro; Segredos da Serra da Estrela, com circuito com guia pela serra; Évora fascinante, com várias atividades gastronómicas”. Logo que foi possível retomar os circuitos em autocarro, os clientes do operador turístico procuraram também circuitos como “Arouca, Freita e Passadiços do Paiva; EN2 – Portugal de Norte a Sul; Roteiro Alentejano; Aldeias Típicas das Beiras; Rota dos Templários”.
A oferta de circuitos do operador foi acompanhada por uma reestruturação da operação e uma adaptação em conformidade com as indicações da Direção Geral de Saúde. Além de que a adesão à certificação Clean & Safe do Turismo de Portugal e ao selo Safe Travels da WTTC levou a Lusanova a desenvolver um grupo de trabalho para, junto de todos os fornecedores, “assegurar a implementação correta das medidas exigidas, assim como a adaptação e atualização das mesmas de acordo com as exigências e limitações específicas de cada destino”.
Quanto aos destinos internacionais, o responsável revela que Malta e Chipre foram os campeões de vendas, para os quais “tivemos mais vendas do que era esperado”. Tiago Encarnação realça que, nesta segunda fase, em que as restrições às viagens estão a ser progressivamente levantadas, a Lusanova vai, “sempre dentro das normas de segurança e bem-estar adotadas, retomar as suas operações para outros destinos”.
Médio prazo
Com o verão a não correr da forma como o operador turístico esperava, as atenções viram-se agora para a temporada de inverno, com especial destaque para o fim-de-ano. Porém, diz o diretor operacional do operador turístico, “a atual pandemia obriga-nos a ter uma visão de curto prazo”. Assim, a Lusanova encontra-se a preparar a programação de fim-de-ano, mas também, “e dentro do que é possível”, a programação do próximo ano. “Neste momento, certo serão os nossos circuitos em Portugal para o fim-de-ano, com novidades e sempre em segurança”.
Questionado acerca dos desafios que o desenvolvimento da operação pode encontrar na próxima temporada, o responsável sublinha novamente que “não é possível neste momento ter uma visão tão longa”. E explica: “Tudo vai depender da evolução das restrições às viagens para muitos dos destinos e da evolução da confiança dos clientes”.
Os fatores externos que os operadores turísticos não conseguem controlar e até mesmo antecipar dificultam as expectativas para os próximos meses. “Acreditamos que temos de continuar atentos, confiantes e proativos, mas agora cada vez mais prudentes”, destaca.
Tiago Encarnação acredita ainda que o próprio modelo de negócio vai sofrer uma reestruturação em toda a cadeia de valor, mas para já a urgência está em “retomar a confiança dos clientes em viajar”. “Deste modo, a primeira prioridade deverá ser o levantamento das restrições às viagens em todos os destinos, assegurado por medidas de segurança e saúde universais e iguais em todos os países”, ressalta. Para tal, considera que é necessário o desenvolvimento de mais parcerias, entre o público e o privado, seja a nível nacional como internacional, de forma a “encontrar soluções que restituam a confiança e salvem um setor tão importante para Portugal”.