Cimeira do Turismo V Fundação Calouste Gulbenkian /Fotos: Vítor Machado/bluepeach
“Fim do lay-off simplificado é erro estratégico”
Presidente da CTP, Francisco Calheiros, foi esta segunda-feira, 28 de setembro, um dos intervenientes na sessão de abertura da V Cimeira do Turismo Português – Turismo pós-covid.

Inês de Matos
Ministro da Economia anuncia medidas para setor “aguentar” meses sem procura
Turismo de Lisboa quer Plano de Resgate do Turismo
“Se não atuarmos com rapidez, não haverá empresas para salvar”, alerta CTP
CTP quer apoio extraordinário à retoma progressiva prorrogado até final do ano
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, considera que o “fim do lay-off simplificado é um erro estratégico”, uma vez que a crise provocada pela COVID-19 “ainda não terminou nem vai terminar tão cedo”, assim como os seus efeitos para as empresas e o emprego no setor, que necessita de mais apoio.
“Os recursos das empresas de turismo estão canalizados para a sobrevivência do negócio”, alertou Francisco Calheiros, durante a sessão de abertura da ‘V Cimeira do Turismo Português – turismo pós-covid’, esta segunda-feira, 28 de setembro.
Na opinião do presidente da CTP, o Governo esteve bem no início da pandemia, mas cometeu um erro estratégico ao determinar o fim do lay-off simplificado, numa altura em que deveria “centralizar-se num esforço conjunto para não deixar o país mergulhar numa forte crise”.
Apesar das várias medidas que foram lançadas além do lay-off simplificado, Francisco Calheiros considera que Portugal vai viver “uma crise económica com reflexos no mercado de trabalho” e alertou mesmo para o efeito de arrastamento que o turismo pode ter sobre outros setores da economia, cuja recuperação não deverá acontecer antes de 2022.
“2020 está perdido, 2021 pode trazer alguma recuperação, mas a retoma só em 2022”, estimou o presidente da CTP, revelando que, nas empresas de turismo, a quebra chega já a 80% face ao ano passado, exemplo de que os “desafios são inúmeros e exigem elevado compromisso”, motivo pelo qual pediu ao governo que desenvolva mais esforços na diplomacia económica e crie mais apoios “à medida das circunstâncias”.
Em relação aos fundos europeus, Francisco Calheiros afirmou que continua a manter-se “um quadro de indefinição sobre quando chega o apoio financeiro a Portugal”, aproveitando também a ocasião para voltar a insistir na criação de uma linha de apoio específica para o turismo e de forma a “apoiar a coesão europeia”.
A terminar a sua intervenção, Francisco Calheiros abordou ainda o tema do aeroporto do Montijo, infraestrutura na qual voltou a insistir, defendendo que “a margem para adiar o projeto já terminou e não há mais tempo a perder”.